O sabão escorria pelos corpos, cobria as partes intimas, escorria entre as mãos, ele tocava o seu corpo, esfregava, sentia, os dedos percorriam todos os esconderijos, e estavam ávidos, atrevidos, curiosos. Ele havia perdido todo o pudor, e agora tocava ali em baixo, limpando com os dedos aquele buraquinho minúsculo, sentindo, querendo conhecer. Aos poucos, bem devagar, foi penetrando, o cheiro agradável e limpo do sabão havia feito com que Paulinha cedesse, e agora ela estava lá, encostada na parede do chuveiro, as pernas abertas, o desejo visível nos mínimos gestos.
As mãos dele haviam descoberto uma parte virgem do seu corpo, e ela não relutara, não sentira nojo, não reclamara desta vez. Ele tinha tentando antes, pedido, mas ela sempre sentia nojo, medo, e sempre impunha seus limites. Agora, aqueles dedos iam e vinham, e ela gostava, e pedia, e tinha também vontades. No meio do banho, ele tinha começado a acariciá-la como quem não queria nada, devagar as mãos haviam se dispersado, percorriam o corpo todo, e depois encontravam as suas nádegas, acariciavam, faziam voltas, até que os dedos descobriram desapercebidos aquele buraquinho minúsculo, e ela sentiu, antes de ser capaz de esboçar qualquer censura, um prazer diferente.
Agora, ela estava encostada na parede do chuveiro, as pernas abertas, o corpo pedindo, e aqueles dedos entrando e saindo, contornando aquela cavidade, abrindo espaço, fazendo ela gemer baixinho, e depois mais alto, o corpo tremendo. Sim, ela queria, pela primeira vez ela queria aquilo e ainda não acreditava, não sabia como lidar com a situação, mas queria, tinha vontades, desejos, o corpo tremia, ela estava ali, não era mentira.
E foi então que ele disse: "Meu amor, que anelzinho lindo você tem". Ela não acreditou, não era possível. Ela havia relutado durante anos, e agora cedia, aquilo não era correto. Mas aqueles dedos, o prazer no rosto dele, a vontade de ser dominada, possuída, o estar ali, encostada na parede, totalmente entregue a ele, aquilo era tão novo, uma virgindade nova, uma iniciação diferente, e havia prazer, e havia dor, e ela não podia se negar a viver tudo aquilo. No seu corpo havia sensações escondidas, um anelzinho que abria e fechava conforme os movimentos de prazer, e ela gostava daquilo.
"Meu amor, que cuzinho apertado, abre as perninhas, eu quero que você seja toda minha", ele murmurou no ouvido de Paulinha e ela não mais se conteve e passou a gemer mais alto, e soltou mais o corpo, e queria ser qualquer coisa daquele homem, não se importava. Eu sou a vagabunda dele, ela pensou. Eu sou tudo o que ele quiser de mim . Naquele momento, ela queira ser totalmente submissa, entregue, sem tabus ou receios. Ela agora era dele e foi por isso que sentiu a necessidade de dizer: "Vai, meu amor, enfia o dedinho no cuzinho da tua cachorra. O meu cuzinho é teu, vai, enfia fundo. Vai, meu amor".
Naquela posição, ela gozou e nunca mais esqueceria aquela primeira vez. Os dois juntos tinha descoberto algo novo. Ela nunca mais esqueceria o dia em que, encostada na parede do banheiro, havia aprendido uma nova forma de prazer e aceitara seguir as vontades do seu homem. Ela tinha escolhido oferecer aquela parte do seu corpo, se deixar dominar, e pela primeira vez pôde dizer: Vai, meu amor, o meu cuzinho é todo teu.