Aos quatorze anos, fui visitar o tio, que havia mudado para o Rio de Janeiro. Morava no bairro de Laranjeiras, em um pequeno apartamento que tinha vista para o Corcovado.
Nunca tinha visto o mar, e sequer sonhava com a visão de cidade tão bela.
Amei cada detalhe, cada esquina, cada pôr-do-sol, cada morro, cada túnel cortando as montanhas sinuosamente.
No apartamento, ouvíamos Gal cantando Vapor Barato, o Cristo abrindo-se em esperança para os meus olhinhos encantados, e no peito um desejo ainda latente e um medo do pecado: o tio, o tio era o objeto alucinante do desejo. Ainda o queria, e agora mais que nunca, em neutro e belo território, em uma cidade sem deus, sem lei, sem postura. O reino do amor, do sexo, da paixão, apenas. Era tudo, o Rio, para mim.
Então o tio sentou-se em almofadas e eu me sentei ao seu lado. Ambos à vontade, de calções largos, sem cuecas, sem camisa, as pernas amolecidas descansando indolentes, suadas, a tarde caindo sobre a cidade maravilhosa, a voz penetrante do canto romântico, o olhar certeiro no movimento do outro, a acompanhar cada gesto, cada intenção.
Nossas mãos se tocaram de leve, apenas dedos inocentes roçando-se sem malícia, mas carinhosamente, a dizerem-se mutuamente: "perdoe-me o longo silêncio, a distância, o desejo recolhido".
E o calção do meu tio estufava, eu via o pulsar de seu caralhão respirando, ofegante, louco por uma mão ou uma boca ou cu. E via sua boca ressequida, seus olhos postos nos meus e nas minhas pernas de um rapaz igualmente vigoroso, nos meus 14 anos de tesão, de promessas, de inocência.
Ele me queria - eu sabia.
Eu, porém, tomei a iniciativa: apertei-lhe a mão, subi pelo braço, o antebraço, o ombro. Apalpei-lhe o pescoço, a nuca, aproximei-me do seu corpo, beijei-lhe as orelhas, uma a uma, muitas vezes, mordisquei-as, sugueia-as com a língua ávida, e depois desci devagar pelo peito peludo, esfreguei meu rosto em sua barriga, lambi o umbido, meti a língua dentro dela, rocei-a como se roça um cuzinho, cuspi dentro dele, do umbigo fundo do meu tio por quem, eu sabia, estava completamente apaixonado.
E continuei, na minha indisfarçável inocência, beijando e lambendo seu corpo, descendo até a pélvis, sua virilha com cheiro forte e acre de macho, e já via seu pau enorme, avantajado, cavernoso, latejando de tesão, a esperar minha língua.
E chupei o seu pau, engoli aquele mastro monumental, que sumiu em minha garganta, e eu sentia cada gota do líquido seminal que escorria dele, e quanto mais o lambia mais o queria dentro de mim.
- Para, porra! Mete essa porra dessa pica na minha bundinha, vai tio, pelo amor de Deus! Passa um cuspe no meu cu e enfia devagar ou com raiva a porra desse cacetão nele, vai.
Ele levantou-se, inesperadamente, e assustou-me, fez-me pensar que se arrependera, que invocara as relações familiares enfim. Mas o quê! Ele se dirigiu até o armário da estante, abriu uma gaveta e retirou dela um creme, um lubrificante, e passou-o abundantemente pela glante, pela base da sua pica descomunal, quase que se masturbando e me fazendo ir ainda mais à loucura, e depois sentou-se de novo na almofada, abriu minhas pernas já trêmulas, fez-me arrebitar o rabo, que lambuzou generosamente de creme, deixando-o preparado para a sua piroca.
Gozei só de imaginar.
E me abri, voluptuosamente, arreganhei o cu para ele, o meu tio poderoso, dono de mim, das minhas vontades, das minhas forças. Ofereci-lhe o meu cu virgem, e ele o aceitou, como em um altar.
Pôs a cabeçorra na beirada, e ficou quieto, apenas fazendo leves movimentos para cima e para baixo, como quem nada quer. Não forçava, não ameaçava meu cuzinho. Mas eu o queria ardentemente dentro de mim, nas minhas profundas entranhas, metendo vigorosamente, entrando e saindo, rasgando meu rabo e me alucinando de prazer.
Então senti um movimento um pouco mais brusco, e doeu, mas foi uma dor recompensada pelo prazer que sobreveio: que delícia de pica, meu Deus! Aquela pica entrou pela metade, um pouco menos, talvez. E ali ficou, quieta, por um longo tempo. Meu tio apenas mexia o cacete em movimentos circulares, girando o pau levemente, me enlouquecendo ainda mais.
Eu não aguentei: enterrei o seu pau no meu cu, ou o meu cu no seu pau divino, encantado, mágico.
E o virei, sentei sobre sua barriga, e o cavalguei alucinado, sentava, arribava a bunda, rebolava feito uma puta ensandecida sobre sua caceta, e quanto mais o fazia mais urrava de prazer e gozava.
Foi demais.
Amei meu tio, e amei sua terra, sua cidade louca, sua Sodoma, sua Gomorra.