O Ministro era um homem de meia-idade, bonito, cabelos levemente grisalhos, alto, corpanzil, mãos avantajadas, um olhar ágil, perscrutador, profundo. Não falava muito, preferia ouvir e observar o movimento à sua volta.
Nas reuniões da igreja sempre ficava quieto, embora gozasse de autoridade religiosa e hierárquica entre os jovens do grupo.
Era o nosso ministro predileto, por sua discrição, sua aguda inteligência, seu humor refinado, sua elegância. E por seu porte de homem maduro e atraente.
Algo nele nos seduzia.
Eu, particularmente, nos meus quinze aninhos de pura fé e devoção, delirava só de vê-lo e sentir sua aproximação, com seus passos lentos, porém firmes, determinados, passos de homem que sabe o que quer e aonde pretende chegar.
Sentava-se à mesa de reunião ou em almofadas espalhadas no salão paroquial e, só então, tinham início as nossas agradáveis e longas e musicadas reuniões dominicais.
Fechávamos o domingo sempre com um canto de Padre Zezinho, um suave e lírico violão dedilhado com maestria por ele, o nosso homem, o Ministro da Eucarestia, o nosso Ministro.
Que tentação, meu Deus! Perdoa, Senhor, esse pobre pecador, rodeado de pensamentos libidionosos, de luxúria, de desejos ardentes.
Sim, eu desejava a carne do ministro na minha carne. Não o admirava, apenas, mas o queria em uma comunhão sensual, desejava sentir o seu hálito quente nas minhas ventas, nas orelhas, no pescoço, na nuca.
Sonhava com ele e com o momento - se é que Deus me brindaria, ó ironia - que fosse o nosso momento, um instante de intimidade, de amor.
Até que veio o dia: fomos destacados pelo coordenador do grupo para uma missão na periferia da cidade, e tínhamos que ir, apenas nós dois, até os arredores, numa pequena viagem que duraria uns cinquenta minutos de ida e uns cinquenta de volta, e outro tanto no cumprimento da tarefa.
A tarefa? Que importava, àquela altura? Queria mesmo era o trajeto, a ida e a volta, nós dois, a sós, a estrada deserta, o domingo depois da reunião, a noite caindo sobre nós e para nós, presenteando-nos generosamente.
No meio da estrada, porém, o carro quebrou, sofreu uma pane inesperada, e foi o quanto bastou para me excitar e provocar meus mais profundos instintos sexuais.
O desejo veio voluptuosamente em ondas frenéticas, afogando-me em pensamentos ensandecidos, loucos.
Meu pau cresceu maravilhosamente, vigoroso, e pulsava intrépido à procura de outro pau.
A boca secou, não havia uma gota de saliva sequer, apenas o tesão pairando no ar naquele fim de tarde em algum ponto da cidade perdida.
E nós doi ali, dentro do carro silencioso e cúmplice.
Ele me fitava, parecendo também sequioso de algo. Será que ele também me desejava?
Ousei lançar o olhar sobre o volume que crescia em suas calças, e não tive dúvida: que belo pau, que maravilhoso cacetão, meu Pai!
Via-o - juro! - pular, saltitar, moleque, louco por minhas mãos juvenis e ávidas a alisar a gosma que jorrava de sua cabeçorra. E de minha boca e minha língua absurda chupando sua pica deliciosa, grande, grossa, rija, rósea.
Ele pôs a mão sobre minha cabeça, e puxou-a devagar em direção ao seu cacete alucinado.
Fui à loucura. Tremi, me arrepiei, me arrependi e me perdoei no mesmo instante, e me amei como um cristão liberto de qualquer pecado.
E dei vazão ao sonho, e levei a cabeça, guiado pela mão mágica e poderosa do Ministro, do meu homem, do meu pequeno deus de carne.
A braguilha, já aberta, oferecia-me a visão mais luminosa e bela que poderia contemplar. Sua caceta abria-se em dádiva aos meus lábios carnudos, negros, sedentos.
Não hesitei: imediatamente minha boca encheu-se de abundante saliva (não sei de onde veio tanta fartura), que já escorria pelos lábios e lambuzavam sua piroca maravilhosa. Que cheiro poderoso, meu Deus! Que loucura.
Abocanhei seu pau com vontade, engoli-o inteiro, senti-o penetrar até as profundezas da minha garganta, engasguei, quis retirar, mas o desejo falou muito mais alto, e voltei a mergulhar aquele membro senhoril em mim.
Ele fazia movimentos leves, tirava e punha, enterrava e tirava o pau da minha boquinha ávida de prazer.
Ficamos assim um longo tempo - suavemente, molhado, úmido, quente, o seu cacetão penetrava na minha boca e me deixava alucinado.
Gozei, e gozei tanto e tão livremente que não me contive e urrei para a escuridão da noite sem dono, da nossa noite, da minha noite de puro amor e desejo.
Amei aquele momento loucamente, e jamais o apagarei da memória.
No próximo conto, prometo continuar a narrativa.
Para espanto meu, contudo, eis que ele também me de