" O AMOR MAGOA "
CONTO COMPLETO EM: www.4shared.com/file/a27a850/O_AMOR_MAGOA.htmlCAPÍTULO 10
ASCENSÃO E QUEDA
Miguel premiu o botão.
As portas deslizaram e ele entrou no elevador. A subida começou enquanto ele se preparava para mais um dia de trabalho… para o qual não estava preparado.
Enquanto sentia a caixa do elevador a subir, ele apertou o objecto que trazia na mão. Sentiu na sua pele a frieza do diamante do anel de noivado.
***
A noite já caía. O psiquiatra guardou os seus papéis dentro da pasta. A porta do consultório abriu-se e a cabeça da sua secretária entrou.
– Dr. Serrano, tem lá fora alguém que quer falar consigo. Não se identificou…
– Não tem problema, Cláudia. Eu já estava de saída.
***
Miguel saiu para o corredor, já escuro àquelas horas. Premiu o botão do elevador. Teve de esperar alguns momentos.
No silêncio do corredor escuro, ouviu o som que lhe indicava que o elevador tinha chegado. As portas automáticas deslizaram cada uma para o seu lado. A luz do interior do elevador iluminava Miguel, que começava a poder ver o que se passava lá dentro.
Os olhos azuis do psiquiatra captaram o impensável. Primeiro viu um homem negro, alto, musculado.
Nu.
Mas o negro não estava sozinho. Ele estava de costas para Miguel e alguém do outro lado, também nu, beijava o negro com vontade, enquanto lhe agarrava as nádegas com força. Emaranhados naquele beijo selvagem, os dois deram meia-volta, deixando Miguel ver quem era o outro homem, que também estava nu.
Bruno.
As portas estavam prestes a fechar-se. Deslizavam, começando a tapar Bruno e o homem negro, deixando Miguel ali, de pé, parado a olhar, confuso.
Porém, no último instante, Bruno deu-se ao trabalho de parar de apalpar o negro, pressionou um botão e as portas voltaram a abrir-se.
Miguel tinha parado mesmo em frente do elevador antes de ver aquela cena, pelo que estava próximo de Bruno. Este soltou a boca do negro, e deu meia-volta, ficando de costas para o outro enquanto encarava Miguel.
Enquanto o negro apalpava o corpo de Bruno, este falou para o psiquiatra:
– Piso 0, não é?
Bruno sorriu-lhe com malícia. Miguel tinha um olhar estranho, vendo aquela cena, sem saber o que pensar, sem saber o que querer.
Olhou para o corpo nu de Bruno e viu o pénis dele erecto, duro, querendo mais, preparado para mais.
Bruno passou a mão pelos abdominais do psiquiatra, apesar de tapados pela camisa. Desceu a mão até apalpar-lhe o pénis, sentindo-o também erecto. Bruno apertou a mão sobre aquele membro.
Nesse momento, Miguel entrou para o elevador, agarrando-se a Bruno e beijando-o com vontade.
As portas fecharam-se imediatamente atrás de si. Era o ponto sem retorno.
O negro ficou a assistir enquanto Bruno desapertava a camisa do psiquiatra. Mas eram muitos botões… O italiano ficou farto e abriu a camisa de uma vez só, rasgando-a, fazendo-a perder botões.
Miguel sentia a língua de Bruno na sua boca, brincando, levando-o ao delírio. Bruno agarrou-lhe o cinto das calças, abrindo o com pressa. Com movimentos bruscos, livrou o psiquiatra das calças e ele tratou de se livrar dos boxers, juntando-os a um monte de roupa no canto do elevador.
Imediatamente, durante o beijo, Bruno agarrou o pénis do psiquiatra, começando a masturbá-lo.
Bruno sentia a pele daquele membro deslizar, subir e descer. Experimentava o calor intenso que saía daquele membro erecto.
Estavam no andar 13. Bruno pressionou o botão para fazer o elevador descer até ao piso 0. Enquanto isso, teriam tempo para muito.
O elevador começara a descer. Bruno apalpava todo o corpo do psiquiatra. Quando, por fim, chegou às suas nádegas, introduziu um dedo no orifício entre elas.
Miguel gemeu quanto se sentiu a ser preenchido por dentro. Só depois percebeu que era um gemido de prazer.
Piso 12.
As portas abriram-se. Ninguém entrou. O edifício estava vazio. As portas fecharam, e a descida recomeçou.
Bruno virou o psiquiatra contra si. Com o seu pénis, fez pontaria e preparou-se para o penetrar. Miguel foi contra a parede espelhada do elevador, quando pela primeira vez na sua vida, um pénis invadia o seu corpo. Porém, ele não dera luta, não resistira. Algo nele tinha, sem dúvida, mudado.
Piso 11.
O pénis de Bruno entrava no psiquiatra, com movimentos regulares, mas fortes. Os dois homens gemiam de prazer, unidos naquela posição mágica. Bruno agarrou os cabelos do psiquiatra, começando a puxá-los devagar.
Piso 10.
Enquanto penetrava Miguel, o italiano gemia. Para ocupar o negro, Bruno beijou-o, invadindo a boca dele com a língua, enquanto o seu sexo invadia o corpo do psiquiatra. Bruno excitou-se demais, puxando os cabelos de Miguel com mais força. O psiquiatra gritou.
Piso 9.
Bruno desceu a sua língua pelo corpo do negro. Atingiu aquele pénis enorme. Estava duro, latejante, as veias bem definidas. Bruno encheu a boca. Com a língua, usava aquele pénis como um brinquedo, fazendo o que queria. O negro gemeu.
Piso 8.
Miguel começava a gostar da sensação de estar a ser penetrado, sentindo a cada instante aquele membro duro entrar no seu corpo. Mesmo assim, conseguiu virar-se e ver Bruno a engolir o pénis do negro.
Piso 7.
O psiquiatra, continuando com a penetração, afastou a cara de Bruno daquele pénis e ele próprio engoliu o pénis do negro. Lambia-o com vontade, movia-o na sua boca, deixando húmido aquele membro que fervia de excitação.
Piso 6.
Bruno e Miguel partilhavam o mesmo pénis na sua boca. Coordenavam movimentos, sintonizavam as línguas. Trabalhavam como um só. O negro começava a gemer mais alto. Sem aviso, um jacto de um líquido branco saiu daquele sexo que não aguentava mais conter-se.
Piso 5.
Recebendo aquele líquido nas suas bocas, Miguel e Bruno beijaram-se, soltando as suas línguas desejosas de calor. Partilhavam um beijo selvagem, partilhavam duas línguas quentes, partilhavam um líquido branco delicioso. O melhor beijo que Miguel alguma vez tivera.
Piso 4.
Bruno estava a penetrar o psiquiatra com mais força. Cada vez mais intensamente. Bruno gemia, Miguel gritava. O italiano voltou a agarrar-lhe os cabelos e puxou-os como nunca antes. Ambos gritaram como selvagens, unidos por partes do corpo privadas.
Piso 3.
Sentiu algo mais no seu corpo. Não era só o pénis de Bruno. Miguel percebeu que Bruno tinha ejaculado e que no seu corpo agora circulava o seu esperma. O negro voltava mais uma vez a ficar como observador naquela cena animal.
Piso 2.
Agarrando os cabelos do italiano, Miguel obrigou-o a engolir o seu pénis erecto. Miguel também queria ter a sua diversão naquela noite. Bruno rapidamente levava-o ao delírio, brincando na sua boca com a glande do psiquiatra, dando-lhe mordidelas leves.
Piso 1. Invariavelmente, mais um andar vazio, tal como os anteriores.
Depois do que já se tinha passado e com o seu pénis na boca de Bruno, não foi difícil para Miguel ejacular. Enquanto Bruno sugava aquele líquido quente, Miguel gritava. Puxando os cabelos do italiano, trouxe-o para cima e envolveram-se num beijo, em que Miguel pôde sentir o seu próprio esperma.
Miguel sentiu-se de repente num cenário irreal, inesperado. Perguntou-se que outras surpresas teria para essa noite…
Piso 0.
O negro envolveu-se também no beijo. Três homens nus beijavam-se dentro do elevador: cenário irrealista para o psiquiatra Miguel Serrano. Apesar de irrealista, era o cenário real.
Enquanto Bruno e Miguel se beijavam, iam partilhando a boca do negro. Os três apalpavam-se entre si. Já não se sabia de quem eram as mãos ou os corpos ou as bocas.
Foi então que Miguel pressentiu algo. Uma presença.
Deu meia-volta e percebeu que aquele andar não estava vazio. Havia uma mulher a olhar assustada para aquela cena.
Miguel olhou a mulher nos olhos.
Só depois percebeu que essa mulher era Joana.
CAPÍTULO 11
OUTRA QUEDA
Para aqueles dois carros não havia leis ou regras. Todas as indicações na estrada eram ignoradas.
Não havia limite de velocidade.
O primeiro carro era o de Joana. O que ela tinha visto no elevador deixara-a ainda mais certa que Miguel não estava bem.
Ela queria ajudá-lo, mas nessa noite preferia não o ver. Ainda era tudo recente…
Ela nunca imaginou que o seu noivado acabasse assim. Nunca imaginou que Miguel acabasse daquela maneira.
Obviamente, a perseguir Joana ia o carro de Miguel, que tentava por tudo dar-lhe explicações.
Se bem que, depois daquela cena, explicações eram desnecessárias.
Miguel viu Joana tomar um caminho fora da estrada. O carro dirigia-se para o meio de um bosque.
O psiquiatra achou que ela estava doida. Além de perigoso, havia pouca visibilidade ali àquelas horas.
Perseguiu-a por quilómetros, pelo meio de árvores, por caminhos instáveis. Ela só poderia estar doida. Na estrada, nunca tinha parado, tomando sempre caminhos incertos, até que agora tinha penetrado num bosque sombrio.
De repente, Joana aumentou a velocidade. Miguel embateu de lado contra uma árvore, ficando atrasado em relação ao carro de Joana.
Miguel tinha perdido o outro carro de vista. Agora, vagueava pelo meio das árvores, com as luzes ligadas, procurando algum sinal do outro carro.
A escuridão era insuportável e o silêncio era desesperante. Era como se o outro carro se tivesse evaporado. Nenhum sinal de Joana.
Um estrondo ecoou no bosque.
Miguel ouviu-o. Pegou na lanterna e correu para fora do carro.
Em desespero, Miguel correu, com lágrimas a cair-lhe dos olhos, em direcção à origem daquele barulho. À medida que corria naquela direcção, ouvia cada um som cada vez mais nítido. Um som constante. Calmo.
Era água a correr, talvez um rio.
Mergulhando mais na escuridão assustadora, Miguel procurou pelo curso de água.
Finalmente, quando encontrou o rio, viu o que temia ver.
O carro.
Teve de descer por uma inclinação íngreme para chegar ao rio.
O carro tinha provavelmente caído dali.
Foi sem surpresa, antes com dor, que Miguel viu o corpo de Joana, inconsciente, dentro do carro destruído.
***
O cadáver tinha acabado de ser transportado. Álvaro estava a conversar com peritos que analisavam o carro destruído. Um deles apontava para a viatura, enquanto explicava algo que Álvaro ouvia com atenção.
Miguel olhava para o rio, que corria sem parar. Tal como o tempo.
Naquele momento, Miguel teria feito de tudo para parar o tempo. Mas há coisas que nesta vida simplesmente não se controlam.
Álvaro aproximou-se dele, com uma cara de preocupação. O detective puxou dum cigarro. Pouco depois soltou uma nuvem de fumo à sua frente. Pôs a mão no ombro de Miguel.
– Devias ir para casa. Descansar.
Os olhos azuis do psiquiatra miravam o infinito.
– Não posso descansar. A culpa do que aconteceu é minha. Eu sou o culpado.
O sobrolho de Álvaro cerrou-se e ele ficou a olhar Miguel com espanto.
– O quê? Como assim, és culpado? Não me vais dizer que foste tu que sabotaste o carro, pois não?
O olhar de Miguel virou de direcção nesse momento, encarando o detective.
– Sabotagem?
***
Bruno encarava as chamas, sentido o calor do fogo. Pousou o copo de champanhe e olhou para o sofá, admirando o corpo negro lá deitado.
Ricky era seu “amigo”. Sempre que se encontravam, divertiam-se imenso. Bruno adorava ser penetrado por ele, considerando que Ricky tinha um pénis bem volumoso.
Mas acima de tudo, Ricky era fiel. Sempre que Bruno precisava de um favor, lá estava ele para o ajudar. Tal como no caso da morte de Filipe.
Tal como nessa mesma noite no elevador.
Bruno aproximou-se do sofá, onde Ricky fumava descontraído. Encostou a cara no enorme pénis dele e ouviu-o gemer.
Deu apenas uma lambidela rápida, para depois subir com a língua pelo corpo dele, passando pelo ventre, pelo peito, pelos mamilos, pelo pescoço, até lhe atingir a boca. Deram um beijo bem molhado.
Soltando-se, Bruno afastou-se de novo e tirou uma mala do interior de uma gaveta. Tiro de lá um maço de notas, cheirando a dinheiro.
– Aqui tens. Pelo serviço no elevador de hoje.
Atirou o maço para cima do homem nu que repousava no sofá. Ricky apanhou as notas com a mão no ar.
Tirou outro maço da mala, que lançou de novo contra Ricky.
– Pelo álibi para a morte do Filipe.
Apesar de ter agarrado as notas novamente, ele não pareceu satisfeito.
– Só isto? Eu menti no depoimento. Não estávamos juntos naquela noite. Que eu saiba.
Bruno sorriu-lhe brevemente e cedeu-lhe outro maço de notas. Logo depois tirou um último maço da mala, mas não o atirou de imediato.
– E o carro? A sabotagem?
– Impecável – respondeu o negro. – Assim que ela entrar no carro, não pára mais. Por mais que tente, não vai conseguir parar. Ou se atira para fora e comete suicídio, ou mais tarde ou mais cedo o carro esbarra-se e ela morre.
O maço de notas esvoaçou em direcção a ele, enquanto Bruno sorria.
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