Seria uma festa como outra qualquer senão fosse por um detalhe, participaríamos da festa vendados, loucuras de meu amigo. Estava com um vestido curto vermelho, sapato salto agulha preto, bonita, cabelo solto usava meu perfume favorito, pétalas de rosas.
Na entrada da casa de meu amigo Ricardo todos os convidados recebiam uma venda preta, éramos vendados e conduzidos ao salão de festas, a sensação era inebriante, uma música envolvente tocava, via apenas vultos, aquele clima de mistério arrepiava todo meu corpo e aguçava minha curiosidade.
No primeiro momento esbarrei em alguém alto, fui puxada pela cintura e imprensada na parede, nunca fora beijada daquela maneira um beijo lascivo, louco, ardente. O calor daquele corpo no meu, aguçava meus sentidos, não sabia bem o que fazer. Depois dos momentos iniciais de susto, entreguei-me àquela sensação deliciosa de mistério, beijei com vontade, deliciei-me com cada carinho, cada toque.
Ouvia no fundo uma melodia sensual, que convidava-nos a um abraço cada vez mais apertado, um abraço, que parecia sufocar-me. Quem seria aquele homem? Seu perfume era marcante, um aroma amadeirado. Tocava delicadamente meu rosto, sentia seus lábios roçar nos meus, um afago macio, sedutor. Beijava meu pescoço, descendo até chegar ao meu busto, um arrepio percorria cada parte do meu corpo, o desejo explodia, a excitação se manifestava a cada instante.
Dançávamos mais colados, sentia sua respiração ofegante, não resistindo empurrou-me para algo que parecia um sofá, não pronunciara uma única palavra, não precisava. Trocávamos diversos carinhos, suas mãos passeavam pelo meu corpo, desvendando cada canto, cada área de desejo, foi passeando pelas minhas coxas, tirou delicadamente minha calcinha, e eu que nunca tivera arroubos de paixão, entreguei-me sem medo daquele desconhecido.
Deliciava-me com aquela situação, queria ser sua mesmo sem saber quem era. Tiramos nossas roupas, permaneceram apenas as vendas. Sentir a textura da sua pele, ela muito bom, aquela língua deliciosa que enroscava na minha, que invadia minha boca com volúpia, suas mão massageavam meu corpo de maneia forte, decidida, mãos de homem experiente que guiavam-me para os caminhos do prazer.
Nossos corpos enlaçados, num ritmo frenético, uma dança de vai e vem, o que realmente importava era aplacar a intensidade do tesão que nos consumia, era penetrada com força, com vontade, nos arroubos da paixão era possuída intensamente, puxava meus cabelos, beija-me com furor, segurava-me com força, a sensação era única, sabia que era sua, como nunca tinha sido de ninguém.
Não se sabiam nomes, nem timbres de voz, o reconheceria apenas pelo cheiro ou pelos beijos. O mistério intensificava nosso desejo, alimentava nossa ânsia de saciar nossas necessidades físicas. Gozei quantas vezes eu quis, ele gozou marcou meu corpo com seu líquido quente, sentia seu membro latejar, invadir minhas pernas com uma voracidade, que somente poucos homens demonstram.
Despedimo-nos com beijos, mantivemos o mistério, sem promessas de um próximo encontro, apenas com a sensação do desejo satisfeito, o corpo correspondido, e aquele cheiro amadeirado misturando ao aroma de rosas, suor e pecado.