Este conto já foi publicado sob outro pseudônimo; ocorre que o verdadeiro titular do nome não gostou de vê-lo associado à temática deste site e solicitou, gentilmente, que fosse retirada toda e qualquer referência a sua pessoa, razão pela qual eu passarei a republicar todos os meus escritos, sob a alcunha de Walfredo Wladislau (WW).
Já passava um minuto do meio dia, no seu primeiro dia de trabalho quando Vera bateu à porta e entrou na sala do chefe, e ainda que insegura sobre qual pronome usar, perguntou:
- Estou saindo para o almoço, tu vais querer alguma coisa?
Surpreso com a intimidade do “tu”, Dr. Immanuel, como era chamado por todos no escritório olhou-a de cima a baixo, avaliando. Viu uma mulher de meia idade, fazendo jus aos seus quarenta e cinco anos de vida difícil, um pouco farta nas formas, sem ser propriamente gorda. O rosto bonito, redondo, marcado por rugas bem disfarçadas por uma maquiagem discreta, encoberto por um cabelo liso, bem penteado, preto. Certamente pintado em casa, pensou ele! Os seios grandes, possivelmente não tão firmes, lhe chamavam a atenção, como que querendo saltar fora do decote que lhes apertava. Dr Immanuel gostava de seios, especialmente seios grandes, e a simples insinuação do vale que se formava em meio aquele dois montes já era suficiente para atiçar suas fantasias.
Sem se preocupar com o embaraço da secretária em saber-se avaliada, ele olhou-a por mais alguns instantes, fixando-se nas mãos e, certamente estimulado pelo “tu” tão pouco usual naquele ambiente, o advogado sentenciou:
- Não gosto quando tu usa esmalte transparente, prefiro unha pintada de vermelho ou uma cor mais forte. Aproveita o horário do almoço e vai na manicure. Usa o dinheiro do caixa.
Sem dar chance para qualquer protesto, abaixou a cabeça e voltou-se para sua leitura. Indignada, ela assustou-se quando bateu a porta com alguma força, pensando na frase do cunhado, no seu novo emprego, na sua vida. Quem determinara aquele emprego fora a irmã, Regina, que impôs ao marido – Dr. Immanuel – que não selecionasse ninguém mais para aquela vaga. Assim, num lance de mestre, julgava Regina, dava oportunidade à irmã em complementar a mirrada pensão de ex-mulher de funcionário público sem ambições e ao mesmo tempo controlava o cotidiano profissional do marido e as aventuras que ela extraconjugais cujos rumores nunca tinham se confirmado, mas que habitavam seus piores pesadelos.
Immanuel entendera que a esposa queria o controle que jamais tivera, e odiara a idéia de ter um familiar trabalhando no seu templo sagrado, compartilhando seus segredos profissionais e perigosamente próximo a outros tantos inconfessáveis deslizes pessoais. Mas tinha ido longe demais na última das suas aprontadas, quase fora pego, conseguira na hora uma desculpa duvidosa. Tinha a convicção de que Regina aceitara a explicação mais pelas conveniências pessoais do que pela verossimilhança dos fatos.
Apenas que não tinha mais moral nem força para sequer retrucar a idéia. Mesmo reiteradamente infiel, gostava da esposa, gostava da família e principalmente, gostava do seu patrimônio intacto. Mais do que qualquer um, sabia o efeito desastroso que uma separação causaria sobre a sua vida. Não tinha medido as conseqüências da sua postura diante da cunhada, não costumava pagar para ver em assuntos que poderiam trazer tantos dissabores, mas a frase lhe saíra ao natural, até porque era verdade: sempre reparava nas mãos femininas, e unhas compridas, pintadas, o atraiam. “Quanta baranga já havia pego na vida só por causa deste detalhe da anatomia das mulheres vaidosas”, pensou.
Vera, sozinha à mesa do restaurante, mal tocava na comida, e ponderava. Sentia-se ultrajada, indignada, mas sequer lhe ocorrera em falar com a irmã. A caridade do emprego arranjado lhe doía, o descaso e a contrariedade do cunhado com sua contratação eram mais que evidentes; única resposta à altura seu orgulho seria tornar-se a mais eficiente das secretárias. Sabia que inteligência não lhe faltava. Decidiu engolir o sapo junto com o almoço, e planejou a devolver a afronta no momento certo, através da sua capacidade. Pagou a conta e caminhou, decidida, até a sofisticada estética vizinha ao escritório. Com a ajuda da manicure, escolheu uma cor sensual, mas não propriamente um vermelho.
No escritório, esperou que uma das estagiárias saísse da sala do chefe, e sem propriamente entrar no ambiente, quase como que provocando, explicou a Immanuel que havia se atrasado alguns minutos porque resolvera aproveitar e fazer também os pés. Propositadamente sem levantar os olhos do texto que o absorvia, o chefe respondeu “okay”, “obrigado”!
- Que filho da puta! – pensou Vera, quase em voz alta.
A tarde foi tediosa, e o entra e sai de advogados, as inúmeras ligações, o servir de cafés e águas, os papéis a serem arquivados, as reuniões marcadas e remarcadas tomaram o tempo de ambos e presidiram suas conversas, todas muito breves. Um pouco frustrada e muito aliviada, Vera avaliou que o incidente do final da manhã fora apenas uma desnecessária e grosseira demonstração de poder; contava os minutos para o fim do expediente, planejando o aconchego do seu sofá, na companhia da sua TV, quando recebeu a ligação da irmã, convidando-a para jantar, e sugerindo que pegasse carona com o marido. Ao transmitir o recado a Immanuel, ele devolveu-lhe o mesmo olhar avaliador da manhã, e voltou à leitura. Meia hora depois, o escritório já vazio, Vera recebeu duas ordens: de ligar para irmã e avisar que chegariam entre oito e meia e nove horas e de vir até a sala, assim que encerrasse a ligação.
O frio no sul da coluna vertebral é uma sensação prazerosa, e Immanuel sentia prazer com a sensação. Racional ao extremo, as emoções geradas nas entranhas lhe eram raras. Ainda não havia decidido o que faria. Saiu da sala e quando voltou encontrou Vera de pé, rente à vidraça, apreciando o belo entardecer nas águas do Guaíba, a nostalgia do momento fê-lo tomar a decisão, e Immanuel avançou em direção à cunhada, inclinando seu rosto para beijá-la sem permissão. Com um gesto rápido, conteve a mão direita da secretaria, que seguia forte em direção ao seu rosto. Com firmeza, até excessiva, segurou-lhe o punho, enquanto jogava seu corpo contra o dela, para lhe impedir os movimentos de evasão. Com a boca cerrada, ela sentia os lábios tensos e gentis do cunhado, seu hálito agradável, e a ponta molhada da língua que tentava penetrar, enquanto lambia seu batom.
Era uma disputa dura por poder, e ela sabia que, por mais que prolongasse, iria acabar cedendo, muito menos pela força de Immanuel, muito mais pelas sensações agradáveis que a pegada forte lhe causava. Se dissesse que não estava gostando de se sentir desejada estaria mentindo. O simples toque da mão de Immanuel no pescoço de Vera fazia com que seus líquidos vaginais encharcassem sua calcinha e continuassem, quentes e viscosos, escorrendo perna a baixo. Se ainda se debatia, era por respeito à irmã, eis que o amor próprio havia sido arrebatado por Immanuel, que já havia insinuado sua língua por uma fresta da boca, enquanto uma mão, a que antes segurava o pulso, percorria seus seios, e a outra segurava-lhe a nádega, trazendo-a mais para junto de si.
Na primeira vacilada, Vera empurrou Immanuel para trás, saiu do seu controle e recompondo-se, indagou: - Porque tu ta fazendo isso? Tu pode ter a mulher que tu quiser; eu sou mais velha que tu, mais gorda que tua mulher, não tem nada em mim que te atraia ...
- Porque eu quero! Porque eu posso! Porque me deu vontade! - respondeu Immanuel com arrogância – Senti tesão por ti hoje de manhã, e agora só confirmou. Não pedi pra tu vir trabalhar aqui, e se tu quiser continuar, vai ser minha toda hora que eu quiser!
- Porra Immanuel, tu me respeita, não sou uma puta que tu achou na rua ...
- Em primeiro lugar, me chama de Dr. Immanuel, porque eu estou no meu escritório; em segundo lugar, estou cagando se tu é uma puta ou não! Foste tu quem encheu a cabeça da tua irmã pra vir trabalhar comigo. Então ou cai fora ou faz o que eu quero ... – Enquanto esbravejava, Dr. Immanuel, como gostava de ser chamado, abria seu cinto, dando a entender que estava tirando as calças.
Não se sabe se pelo emprego, se pelo inconfessável tesão que sentiu quando era agarrada, ou então pelo prazer masoquista que a humilhação lhe causava, o certo é que Vera se entregou sem mais palavras, e submissa, levantou o vestido, baixou a calcinha e dobrou-se sobre a mesa de trabalho.
Dr. Immanuel avaliou aquela rendição, sopesou o quanto isso ia lhe custar caro, mas a visão de uma bunda redonda e surpreendentemente firme, à sua completa disposição, impeliu-o adiante: - tu bem que merecia ser enrabada – disse Immanuel com desprezo – mas não vou te dar esse prazer!
Com a habilidade e a segurança de quem sabe o que está fazendo, aproximou a cabeça do seu pau da entrada da xana de Vera, avaliando o clitóris, afastando, com os dedos, cada um dos grandes lábios. Foi avançando de forma metódica, lenta e firme, introduzindo sua pica aos poucos, sentindo e aproveitando o contato com as paredes internas da vagina, semi-úmidas, e deleitando-se quando sentia lubrificar. O caminho entre o grelo e o colo do útero foi percorrido lentamente, em alguns minutos. Immanuel demorou a gozar. Seu pau, mais grosso que grande, preencheu a totalidade daquela buceta tão pouco usada. Vera sentiu cada estocada, cada milímetro quadrado daquela pica em contato com as terminações nervosas de sua buceta, que se fechava como um casulo em volta da larva. Gozou intensamente, muitas vezes, e por respeito ao seu novo senhor, ou por indignação, conteve todos os gemidos e suspiros. Só não evitou que seu corpo tremesse todo, em sintonia com a ejaculação forte e volumosa do macho que lhe cobria.
Depois de gozar, e ele gozou intensamente, Immanuel ainda permaneceu um tempo dentro de Vera, porque estava bom, e porque não sabia exatamente qual o passo seguinte. Foi Vera quem saiu, arrependida por ter gostado, envergonhada pela possibilidade de Immanuel ter percebido.
- Satisfeito? – perguntou Vera, com um tom de desafio.
- Ainda não – retrucou Immanuel, recuperando o controle da situação – ainda falta um beijo decente! Vê se me beija direito dessa vez! - E Vera deixou-se beijar, cuidando para não transparecer que retribuía o carinho e a sensualidade daquele que foi um longo beijo. Tomara em seu íntimo a decisão de que cederia a todo e qualquer assédio do cunhado, e satisfaria suas vontades, fossem elas qual fossem; no entanto, deixaria sempre claro que não agia de moto próprio. O preço que Immanuel pagaria seria saber que a única ligação entre eles era o emprego e o salário, e que a satisfação sexual do chefe, a partir de agora, faria parte das atribuições da secretária. Talvez fosse um preço pequeno, mas era tudo o que lhe restava de dignidade.
Immanuel percebeu isso quando Vera disse – deixa que eu limpo o senhor – e de forma mecânica, tal qual uma enfermeira que lava um doente, passava uma toalha úmida na virilha do chefe. Depois pediu licença para se ajeitar, garantindo que em poucos minutos estaria recomposta e pronta para jantarem na casa da irmã.
No caminho para casa, sentados no carro, imperava o silêncio das coisas que não são ditas. Immanuel segurava a mão de Vera, e a mão de Vera deixava-se segurar pela mão do Dr. Immanuel
(continua)
Walfredo.wladislau@hotmail.com