Retomei minha rotina de vida, foram quatorze dias intensos repletos de muita diversão, Marlene ainda estava comigo e serviu como uma espécie de secretária e recepcionista.
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Era terça-feira bem cedinho, Marlene havia passado o café e feito suco de carambola. Entrei na copa e ela estava debruçada lendo os históricos de marcações, em um bloco fazia anotações, copiava telefones para os quais ligaria.
— Quem é Sofia pai? – levantou a cabeça – Ela andou faltando...
— É um de meus grandes problemas... – passei por ela e dei-lhe um beijinho nos lábios - Hoje é dia dela não é?
Sentei e ela serviu um copo de suco que tomei quase de uma só golada, serviu também meu café e colocou presunto dentro do pão.
— É... – respondeu voltando a sentar – Posso olhar a ficha dela?
Falei que não, que ela sabia que eram anotações pessoais e exclusivas para meu trabalho.
— Que é que tem pai? – colocou a ponta da caneta na boca – Eu não estou te ajudando?
Continuei tomando o café sem responder, ela bem poderia ter pego a pasta sem que eu soubesse, mas era bastante responsável para agir assim.
— Você sabe onde estão as pastas – falei sem desviar a atenção do jornal que lia.
Marlene me olhou, sabia que a estava repreendendo pela curiosidade, mas não respondeu. Esperou que eu terminasse de tomar o café e pegou a xícara indo para a pia.
— Você ficou chateada... – deixei o jornal e virei para ela.
Ela continuou calada lavando as louças, desde criança agia assim quando alguma coisa lhe desagradava. Era diferente da irmã que sempre tinha resposta na ponta da língua para tudo.
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— Deixa isso aí Dolores! – repreendi.
— Por quê? Só por que o senhor quer? – virou e me encarou – Se fosse a Lena tu não falava nada...
Olhei para ela e vi que tinha razão, se fosse Marlene quem estivesse mexendo em minha gaveta de documentos ou pegando qualquer outra coisa por certo não a repreenderia com tanta dureza.
— São apenas documentos velhos... – minha voz já não era tão dura – Não tem nada que lhe interesse...
Mas só para birrar e mostrar que não se importava muito com o que eu falava ela continuou, fiquei parado olhando a morena separar uns papéis, remexer em outros.
— Vem cá filha...
Dolores parou e me olhou, colocou dentro da gaveta os papéis que havia retirado e fechou a gaveta. Parou, no rosto um sorriso enigmático e fiquei olhando tentando descobrir o que seu olhar dizia.
— Tu quer ver uma coisa? – falou olhando para mim.
Respondi não com palavras, apenas balancei a cabeça e tive vontade de sorrir quando ela afastou a calcinha e mostrou a popota.
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— Fica assim não... – levantei e abracei por trás, ela parou, a água jorrando respingando na camisa de meia – Você sabe que pode tudo, sempre pôde...
Marlene ficou parada sentindo meu braço apertar seu corpo, senti um leve tremor e ela suspirou baixinho, passei a mão em sua barriga, os cabelinhos arrepiados, a pele morna e a respiração entrecortada por soluços quase imperceptíveis.
— Pai... – sussurrou baixinho – Pai...
Senti que se jogou para trás espremendo a bunda macia em mim, eu também respirava agoniado, desde Serra Negra que vinha evitando contatos mais íntimos.
— Isso, passa a mão... – gemeu quando toquei os seios – Ah! Paizinho...
Estávamos os dois excitados, não pensava em nada, somente sentia o perfume delicado exalando de seu corpo, os cabelos macios e perfumados, os seios rijos com os biquinhos intumescidos e a respiração forte.
— Vamos pro quarto pai...
— Não... – falei, a voz rouca.
Ele virou e me olhou, nossos rostos se aproximaram, nossas bocas se tocaram e um beijo carregado de desejos, nossas línguas, nossos hálitos se misturando e nossas mãos nervosas, frenéticas, amassando nossas costas, arranhando e dilacerando numa mutilação sem dor e cheia de desejos, de prazer.
— Vamos pai... Vamos pro quarto...
Não! Não queria no quarto, não havia tempo para o tempo de sairmos dali e quebrarmos a magia do momento. Peguei seu corpo como se fosse pluma e a sentei na mesa de aço da pia, arranquei a camisa úmida pela água que continuava jorrando, lambi os biquinhos dos seios e ela se jogou para trás e gemeu derrubando louças que se quebraram em sinal da quebra dos ultimos temores, não havia mais lugar para receios, éramos homem e mulher que se desejam, que se querem.
— Te amo doutorzinho, te amo...
Tirei o pau duro da cueca, afastei a beira da calcinha e meti com força, ela gemeu, fechou os olhos e gemeu e suspirou.
— Ai!... Péra pai... Assim não... Péra...
Mas não esperei, eu era um animal sedento de sexo e estoquei com força, ela gemeu e me abraçou, e se jogou para frente e abarcou meu corpo com suas pernas dando cadência aos meus movimentos.
— Ai pai... Ai... Assim não... Ai... Tá doendo...
Sentia meus ovos baterem nas nádegas, o corpo de Marlene balançava a cada nova estocada e ela gemia, as narinas dilatadas, os olhos cerrados e sentia entrar e sair e novamente entrar com força, quase com raiva, mas era raiva de não ter tido coragem de tê-la mulher desde que chegara, de não ter respondido aos apelos mudos, aos toques escondidos.
— Paizinho, Hum! Paizinho...
Seu corpo estremeceu, seus calcanhares pareceram querer furar meus rins e senti uma espécie de estertor nascido bem do fundo da buceta invadida.
— Porra pai... Porra pai...
E se espremeu em mim, sua boca buscou a minha e colou, e a língua me invadiu e chupo minha boca, e mordeu minha língua. Parecia estarmos fodendo há horas, sentia minhas pernas bambas, meu corpo vivo e continuava estocar cada vez mais forte, cada vez mais animalesco até explodir, chegar ao pico da caminhada e gozei e enchi a buceta de minha filha com meu sêmen.
— Ui! – ela gemeu e suspirou.
Ficamos abraçados, suas pernas me enlaçando, nossos corações disparados e nossas respirações parecendo foles jogando o ar quente, minado da fonte de nossos desejos, explodindo em nossos rostos.
— Desculpa filha... – falei depois de quase cinco minutos – Desculpa...
— Foi bom pai, foi bom... – repousou a cabeça em meu ombro – Gozei que nem uma cadela no cio – riu baixinho e mordeu meu pescoço – Mas tu quase me arromba seu grosso...
Sorri e afaguei suas costas, seus cabelos e olhei em seu rosto, e era um rosto de satisfação, de desejo satisfeito. Sorrimos e nos beijamos.
— Vai tomar um banho e se assear... – respirei fundo.
— Me leva...
Ainda ficamos ali abraçados por algum tempo antes de me mover. Ela segurou em meu pescoço, as pernas voltaram a forçar meu corpo e caminhei com passos lerdos, o pau ainda dentro da xoxota e fomos para o banheiro.
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Foi uma manhã puxada, mas o princípio tinha sido fenomenal e recebi minhas duas amigas com alegria. Marlene também estava mais alegre, mais viva e parecia aquela garotinha sapeca de anos atrás. Cantarolou cantigas espanholas, brincou com Esmeralda – a primeira que chegou, uma negrinha encabulada e de poucos sorrisos – e ficou conversando com Angélica enquanto Esmeralda estava comigo.
Saímos para almoçar em um restaurante próximo e voltamos conversando alegres como se fossemos da mesma idade.
Como havíamos previsto Sofia não veio e Marlene falou que iria conversar com ela.
De noite fomos para a casa de Rosângela onde dormimos