Drama’s Book – Episode 8
Uma semana se passara. Eu nunca estive mais feliz em toda minha vida e tudo graças a uma frase : “ eu te amo. “ . Inexplicável, indescritível, insubstituível é o amor. Sinto que tudo posso fazer, tudo quero fazer e tudo farei. Uma vida pela frente e já sabia com quem queria estar para sempre.
Meu telefone tocou e eu logo o atendi. Era Natália, queria saber o que eu estava fazendo. A informei que nada fazia e ela me chamou para ir a sua casa. Eu aceitei. Estava me arrumando, quando o telefone toca novamente. Era Alexandre, que por sua vez só queria saber como eu estava. Eu o disse sinceramente “ nunca estive melhor “ e ele se despediu, me mandando um beijo.
Ao chegar à casa da Natália, ela me recebeu séria. Disse que tinha uma coisa muito importante para me contar e me levou ao seu quarto. Ela, então, abriu uma gaveta e puxou uma folha de caderno. Eu perguntei o que tinha de especial nela. Ela me olhou e, apreensiva, abriu-a no meio, e me entregou. Eu, calmamente, a li:
“Natália, quero conversar sobre D. . Ele tem andado muito estranho conosco, desde que fez amizade com aquele Alex, do terceiro ano. Eu quero que você converse com ele a respeito disso, pois estou começando a estranhar toda essa proximidade. [ nesse momento, meu coração começou a disparar. ] Eu não vou falar com ele sobre isso, se você me disser para não fazê-lo, mas preciso tirar essa pulga da minha orelha. Lucas.”
Eu olhei Natália com os olhos arregalados e ela devolveu o olhar, mais serenamente.
- Dá para perceber tanto assim ?
- Err... Mais ou menos, D. .
- Quanto mais ou menos ?
- Bom, parece que vocês são amigos de infância, mas...um pouco mais próximos. Mas, você sabe, ele fica te abraçando a todo tempo. As pessoas percebem.
- Não deveriam! Por que se metem na vida dos outros ?!
- Drama, calma. Foi só o Lucas. Ele é nosso amigo, você deveria falar algo para ele, mesmo que seja só para ‘despistá-lo’.
- Não sei. Eu não estou gostando disso...se todos souberem...
- D. , eu sei que você queria pelo menos tempo para pensar em falar com seus pais, mas acho que seja melhor você esperar um pouco. Você não pode falar algo assim para eles sem saber realmente sobre o que sente.
- Natália, eu o amo. Você não entende ? Eu o quero.
- D. , ele é seu primeiro namorado! Você está na fase do ‘meu primeiro amor’. Não se deve afirmar algo tão forte para sua primeira paixão sem que se conheça outras.
- Natália! O que há de errado com você ?!
- Nada, Dourmen, eu só estou tentando te ajudar!
- Eu vou para casa.
- D. , não fica assim.
- É melhor eu ir logo, tchau.
Eu utilizei um caminho diferente para chegar em casa. Inconscientemente, passei pela casa do Lucas. Eu pensei em continuar, mas resolvi falar com ele. Eu toquei a campainha e não atenderam. Eu me virei para ir para casa e escuto, atrás de mim, sua voz:
- E aí, D. ?
- Oi, Lucas...
- D. , que está fazendo aqui ?
- Eu vi sua carta para Natália – falei diretamente, pois não tinha paciência – e quero saber o por que dela.
- Eu ... olha, eu só estou preocupado com você. Tem me parecido estranho ou, no mínimo, distante com todos nós.
- Olha, eu estou namorando...com o Alexandre, sim. Você não precisa ficar se metendo nisso.
- Me metendo ?! Eu não comentei nada contigo para que você não pensasse isso.
- Oh! Obrigado, Lucas! Realmente. Comentar isso pelas minhas costas e não me falar nada me ajudou ! – falei sarcasticamente.
- Calma aí. – ele falou me empurrando – Você conta tudo para Natália.Eu te conto tudo, acho que eu merecia saber algo tão importante!
- Você acha ?! Então deveria ter falado comigo! Isso é ridículo, você não precisava falar pelas costas.Eu pensei que fôssemos amigos.
- Nós somos !
- Não sei mais... você que não fala mais comigo, também.
- Porque você passa o dia com ele. Olha, eu tenho ciúmes dos meus amigos, mas eu sei que vocês ficam juntos tempo demais.
- Mas qual o problema ?! Nós acabamos de começar a namorar !!!
- É, mas eu gosto de você, não aguento vê-los juntos o tempo todo !
- Você nunca me disse isso.
- O quê? Que eu sou GAY ?
- Lucas, você está se escutando ?! Você está atrasado! Eu já estou namorando. E eu não gosto de você como namorado.
- Eu vou entrar, eu não deveria ter dito isso.
- É melhor mesmo. Você está falando besteira, você não é ... assim...
Ele bateu a porta e eu fui para casa. Entrei na banheira e me afundei nela várias vezes. Meu cérebro estava pegando fogo. Saí do banho e fui assistir a TV.
Ouço a campainha e peço para a doméstica atender. Eis que entra Alexandre, trazendo consigo um chocolate. Ele me entrega o chocolate e se senta do meu lado. Eu tranquei a porta do quarto e nos deitamos na cama. Ele estava segurando minha mão e mordendo minha orelha.
- Eu estava com saudade.
- Eu também – falei sinceramente.
Eu olhei para aqueles olhos verdes, que me encaravam. Seus olhos, meus olhos. Ainda o encarando, falei.
- Promete que nunca vai me abandonar ?
[continua]