Na época, eu tinha 18 anos e namorava Flávia, de 22. Ela era uma morena alta, que não ligava pra nossa diferença de idade. Na verdade, nem eu ligava.
O maior problema de Flávia eram seus ciúmes. Geralmente eu tinha que mentir a ela quando estava a fim de dar umas saídas mais quentes com meus amigos, senão a coisa esquentaria pro meu lado.
Uma dessas vezes foi quando meu primo me ligou, chamando para conhecermos uma boate que havia aberto na Zona Sul. Sem pestanejar, aceitei na hora e disse a Flávia que não poderia encontrá-la naquela noite por causa de uma dor de estômago. Disse a meu primo para que inventasse uma desculpa desse tipo para Raquel, sua namorada.
Tudo esquematizado, partimos pra noite. Aquela boate tinha garotas lindas, umas rainhas prontas para satisfazerem e saciarem os desejos de quem quisesse. Tudo havia dado certo, as meninas em suas casas dormindo e a gente aproveitando a vida. Foi uma noite inesquecível.
Os dias passaram e cheguei a encontrar meu primo algumas vezes. Numa delas, lhe disse:
- E a Raquel? Desconfiou de algo?
- Nada mesmo! Foi um plano perfeito! - responde.
O fim de semana foi chegando, e no sábado Flávia me liga, dizendo que seus pais estariam fora e teríamos a casa só pra nós dois. Aceitei na hora e combinamos o horário. Tomei um banho, catei o carro e fui à casa dela. Cheguei e a encontrei vestida com um baby-doll. Ela vem toda meiga pra mim, dizendo:
- Hoje eu tava a fim de algo diferente, gato...
- Claro, minha musa. O que você quiser! - respondi.
Subimos pro quarto e ela foi tirando minha roupa. Beijava-me e fazia carinhos a cada peça tirada, até que me deixou totalmente nu. Me colocou deitado de costas e amarrou meus pulsos e tornozelos na cama. Nessa hora, meu membro já estava duro, latejando. Então ela me diz:
- Então você sofre de dor de estômago? Vamos ver se ela é mais forte que essa dor!
Ela aproveita minha posição e me dá uma joelhada bem no saco. Eu gemo de dor, tentando sair dali, mas ela tinha me amarrado muito bem. Tentei argumentar, mas ela continuou:
- Seu filho da puta! Nunca mais me traia ou conte alguma mentira pra mim!
E me dá outra joelhada no saco, fazendo-me soltar outro grito de dor. Nesse momento percebi que eu estava ferrado. De alguma forma, ela descobriu que eu havia ido à farra e queria me fazer pagar caro por isso.
Com um ar de supremacia ela senta sobre mim e começa a dar vários tapas na minha cara. Puxa meu cabelo e me esbofeteia de todas as formas, me deixando até tonto. Minha cara fica ardendo. Ela muda de posição e senta na minha cara, começa a dar pancadas no meu estômago, fazendo com que eu fique totalmente sem ar.
Ela então me solta e automaticamente me encolho de dor. Ela vai me rolando pra fora da cama e eu caio no chão. Sem piedade, ela começa a me chutar, como se eu fosse um saco de lixo e ia dizendo:
- Isso é pra você aprender a nunca mais me enganar, seu cretino!
Fico sem forças até para me defender, ela vai alternando entre chutes, socos, puxões de cabelo... até a hora em que achou que meu castigo estava completo. Estava fraco, com o nariz sangrando e largado no chão, totalmente pelado. Aquela noite, que eu achava que seria a melhor transa entre nós, foi a maior surra que eu havia levado de uma mulher. E o pior, sabia que a culpa era minha, nem argumentar eu poderia. Ela se abaixa do meu lado, puxa meus cabelos e diz:
- Não ouse se mexer! Fique onde está!
Ela pega o celular e depois de um tempo começa a falar:
- Alô, Raquel? Oi, é a Flávia! Então, como foi aí, deu tudo certo? Olha, fala pro seu namorado que o primo dele está aqui no chão, pelado, com o nariz sangrando e todo roxo depois da surra que ele levou de mim. E você, tem algum recado? Ah, que você fez o mesmo com o primo dele? É isso aí, garota, vamos mostrar pra esses filhos da puta quem manda!
Naquela noite, ainda dormi na casa de Flávia. No dia seguinte, domingo, ela me fez limpar seu quarto e lavar toda a louça que sua família deixara antes de sair. Daquele dia em diante, nunca mais ousei em pensar mentir pra ela ou trai-la. Mesmo assim, por via das dúvidas, ela me dava uma surra de vez em quando, só pra que me lembrasse de quem era a chefe da relação.