Hoje vai um conto super leve e curto. Espero que curtam. Os termos usados são verdadeiros e constam das Atas da Inquisição da Bahia e Pernambuco. Fodia-se muito então. E isso tanto é verdade que tem o interrogaório de um gay que depois de ser torturado falou: "Não adianta, dá-se muito o cu na Bahia."
GONÇALO E ABDIAS
Corria o ano de 1625. Gonçalo era um menino de dez anos anos, o mais velho de uma família de 6 irmãos, filhos de Pedro da Conceição de Santa Maria, o maior fazendeiro da Capitania da Bahia e de Da. Maria da Conceição. Suas terras se estendiam dos limites de Salvador, então Capital do Brasil Colônia, e ultrapassavam em muito o Rio São Francisco, na região do que hoje é Petrolina. Um mundão de terra onde se plantava principalmente cana de açúcar, mas se explorava também o milho e criavam-se porcos e algum gado. A fazenda tinha centenas de escravos, todos vindos de Angola, pois D. Pedro não admitia outra origem para seus escravos porque os angolanos eram fortes e suportavam o trabalho insano que era explorar e administrar aquelas terras, grandes, quase do tamanho de muito país europeu.
Abdias tinha a mesma idade do Gonçalo e era filho do Bastião e da Luzia, ele o mais importante escravo, se é que escravo podia ser importante, mas no caso era mesmo porque além de forte e bom para o trabalho tinha uma pica enorme e, o que é o principal, não falhava quando se tratava de emprenhar as negras que ele comia e isso interessava ao Senhor porque cada pretinho que nascia era mais um escravo a enriquecer o plantel. Já a Luzia tinha vindo no dote de Da. Maria da Conceição e assim que chegou foi logo comida pelo Bastião e emprenhou do Abdias. O resultado é que a negra e a Senhora emprenharam juntas e o Gonçalo e o Abdias nasceram com uma diferença de dias, sendo o Abdias mais velho. Resultou também que Da. Maria da Conceição, apesar de jovem e gozar de excelente saúde, não tinha leite razão por que Luzia foi trazida para amamentar o Gonçalo. Nessa hora já se via quem era Senhor e quem era escravo porque o Gonçalo sempre foi o primeiro a ser posto para mamar e só depois que ele, satisfeito, dormia é que o Abdias podia dar a sua mamadinha. O Gonçalo sempre teve uma fome de leão e ao Abdias restava ficar no chão aos berros enquanto o moleque branquinho se regalava. Mas isso não impediu que os dois moleques crescessem juntos e, na inocência de moleques, não fizessem diferença entre eles. Aliás, ninguém fazia e os dois viviam grudados, numa brincadeira sem fim. Agora, já grandotinhos, em saídas para pescar, ou apenas ficar na mata procurando pequenos animais. Nessa idade os dois se vestiam igual. Tanto o escravinho quanto o filho do Senhor usavam baetões até o meio das canelas, sem nada por baixo, o que permitia que os dois mijassem e cagassem um na frente do outro quando dava vontade.
Seja por causa do calor, seja pelos costumes que os escravos tinham trazido de suas terras, rolava entre eles um erotismo sem fim, só controlado pelo cansaço do trabalho insano que eram obrigados a fazer. Mas com trabalho ou sem trabalho o fato é que quem quer que se aproximasse da senzala depois do cair do sol e das preces vespertinas ouvia um verdadeiro coral de gemidos advindo dos orgasmos quase que simultâneos da negrada atendendo aos reclamos da sua natureza. Esse erotismo contaminava também os brancos, sejam os funcionários, capitães de mato, feitores e outros que viviam comendo as negras, e o resultado é que o numero de mulatos não dava nem para fazer a conta.
Vivia também na fazenda um Padre português, D. José, que era encarregado do apoio religioso e da educação dos filhos do Senhor. Nesse quesito o Gonçalo não era nem bom nem ruim, melhor em latim do que nas contas, o que acontecia mais ou menos igual com seus irmãos.
Seja por sua própria conta, seja pelas intermináveis conversas entre ele e Abdias o fato é que de forma mais ou menos inconsciente os dois já sabiam uma porção de sacanagem. Assim é que os dois já tinham segurado um no pau do outro e que o Gonçalo já tinha visto que a cabeça do pau preto do Abdias era vermelha como a dele. Gonçalo também já sabia que o pai do Abdias tinha uma pica enorme o que foi fruto de intermináveis conversas entre os dois moleques quando o negrinho explicou que o pai era rei em Angola, e como todo o rei, tinha o pau maior do que o dos demais.
Assim é que um dia em que os dois estavam na beira de um riacho pescando o Gonçalo falou: “Abdias, segura a minha vara que eu vou cagar.” E foi levantando o baetão e se agachando. Nessa hora o pretinho falou: “Espera, Gonçalo. Não faz assim. Fica de quatro que eu quero ver a merda saindo do seu cu.” O moleque achou engraçado e fez o que o amigo pediu. Naquela posição diferente ele teve de fazer alguma força, mas acabou conseguindo. Quando acabou, o Abdias, rindo pra caramba, mandou: “Gonçalo, voce nem imagina como é que é. O seu buraco fechadinho alargou para o tarugo passar. Ficou largão.” O Gonçalo, rindo também, replicou: “Deve alargar mesmo, se não alargasse a merda não passava, agora me ajuda a levantar porque eu tenho que ir na água para limpar a bunda.” O Abdias, ainda rindo, nem deu tempo para mais nada e mandou: “Deixa que eu lavo para voce.” O Gonçalo apenas riu, manteve o baetão levantado e virou de costas para o Abdias. Esse meteu uma das mãos na água e com a outra separou a nádega do Gonçalo, mostrando o cuzinho do amigo. Jogou água e esfregou. Sujou a mão de merda e mantendo a bunda do Gonçalo aberta jogou mais água e esfregou, só que dessa vez esticou o dedo e enfiou a ponta no anel do Gonçalo. Esse deu um ai, quase um soluço. O Abdias tirou o dedo e deu uma cheiradinha e falou: “Ainda está sujo, o meu dedo esta cheirando a merda.” O Gonçalo riu e falou: “Continua lavando, mas não enfia mais o dedo porque foi ruim.” O negrinho obedeceu e foi jogando mais água e esfregando até que declarou que a bunda do amigo estava limpa. Os dois pegaram as varas de pescar e se dirigiram para a casa grande. No caminho o Gonçalo perguntou: “Abdias, por que voce fez aquilo?” O escravinho respondeu: “Aquilo o que?” O Gonçalo retrucou: “Enfiar o dedo no meu cu.” O Abdias nem deu bola: “Sei lá. Me deu vontade. Foi muito ruim?” O Gonçalo respondeu: “Não foi bom, mas ruim não foi. Aliás deu até uma sensação boazinha depois que passou o susto.” O Abdias então falando baixo retrucou: “Comigo foi horrível, doeu muito, muito.” O Gonçalo parou: “Alguém enfiou o dedo no seu cu?” O Abdias parou também e olhando para o chão mandou: “Não foi o dedo, foi um caralho.” E o Gonçalo, quase gritando mandou: “Quem enfiou um caralho no seu cu?” O Abdias respondeu: “O Padre José.” O Gonçalo: “Quando foi isso? Conta tudo.” E o Abdias: “Foi no dia da Festa da Senhora da Conceição. Eu estava sentado na porta da senzala, estava sozinho porque todo o mundo estava na festa dançando. O Padre chegou, me pegou pelo braço e foi me puxando para trás da senzala. Aí levantou a roupa dele e eu vi que ele estava de caralho duro, que nem o do meu pai fica quando fode a minha mãe. O caralho dele é grande, não é do tamanho do do meu pai, mas é grande. É vermelhão. Eu fiquei prestando atenção porque eu pensei que ele só estava me mostrando. Mas ele me derrubou no chão e passou uma coisa no caralho que eu acho que era manteiga por causa do cheiro. Aí abriu a minha bunda com as mãos e enfiou o caralho nela. Eu senti uma dor que eu nunca tinha sentido antes. Eu gritei mas ele tapou a minha boca com a mão. Ficou enfiando e tirando o caralho da minha bunda enquanto me chamava de negrinho lindo. Até que numa hora ele começou a tremer e de repente parou, respirando como se tivesse corrido muito. Eu senti que dentro da minha bunda estava molhado. Aí ele me largou e eu fiquei caído no chão porque andar estava meio difícil porque o meu cu ardia muito. Depois eu sentei no chão e passei a mão na bunda. Estava toda molhada com um negócio que melou a minha mão. Tinha um cheiro muito ruim. Parecido com o cheiro que tem na senzala de noite.” Aí o Gonçalo falou: “Repete para eu saber direito. O Padre José enfiou o caralho dele no seu vaso de trás?” O Abdias confirmou: “Enfiou todinho, eu acho que foi todinho. Doeu muito e me deu vontade de cagar, como quando a gente come comida ruim e fica cagando mole o dia inteiro.” O Gonçalo retrucou: “Mas isso é pecado... como é que se diz mesmo?” O Abdias respondeu: “Pecado nefando. Os Padres até prendem gente que faz isso.” O Gonçalo não quis nem saber e mandou: “Vou contar para o meu pai.” O Abdias segurou o amigo pelo ombro: “Não conta não. Primeiro que o Padre vai dizer que é mentira minha e os caras vão me bater. Depois querendo ou não querendo, eu pratiquei pecado nefando pelo vaso de trás e eles vão me prender e me mandar para Salvador.” O Gonçalo respondeu: “Voce tem razão. Mas a coisa vai ficar assim?” O Abdias: “Gonçalo, voce é o meu amigo, é o meu irmão branco porque voce chupou no peito da minha mãe ao mesmo tempo do que eu, mas voce é o Senhor e eu sou escravo porque eu sou filho de escravo. O Padre pode dizer o que quiser que todo o mundo vai acreditar nele. Eu só contei para voce porque eu enfiei o dedo na sua bunda para saber se doía igual ao caralho do Padre doeu em mim.” Nessa hora as lágrimas começaram a correr no rosto de Abdias e ele virou o rosto na tentativa de que Gonçalo não visse, mas esse viu e o que ele sentiu ele não entendeu, era apenas uma criança, mas fez o que lhe deu vontade. Disse então para Abdias: “Vem aqui.” E abraçou o amigo e beijou-o na carapinha dizendo: “Nunca ninguém mais vai fazer maldade com voce. Eu juro.” E ficaram um tempinho abraçados e Gonçalo sentiu o amigo afrouxar o corpo, como se entregando à proteção prometida. Se separaram e sem dizer uma palavra Abdias saiu correndo.
Gonçalo a partir daquele dia só pensava em vingar Abdias. Pensou em falar com D. Pedro e viu que não ia adiantar. Pensou em por pimenta na comida do Padre e achou pouco, até porque o Padre se regalava com comida apimentada, como ele já tinha visto muitas vezes. Pensou em falar com alguns negros mais velhos do que ele e pagar para que eles pegassem o Padre de porrada e viu que isso seria uma loucura que ia acabar com os negros sendo castigados. Até que uma idéia veio na cabeça dele. Ficou aprimorando a idéia. Não falou nada para o Abdias. Continuavam naquela rotinazinha deles de brincadeiras, correrias, pescarias, alguma sacanagem e conversa, muita conversa, mas nunca mais tocaram no assunto. Até que Gonçalo sentiu-se preparado. Num dia em que estava sozinho com o Padre, em meio a uma aula de fazer conta que não acabava nunca, o Gonçalo falou para o Padre: “Padre José, que Deus me perdoe e Nossa Senhora me ajude, mas eu preciso fazer-lhe uma pergunta.” O Padre parou a lição e perguntou: “O que é que o menino quer perguntar?” E Gonçalo explicou: “Se a gente vê um pecado a gente está pecando também?” O Padre não entendeu direito mas respondeu: “Se não participou do pecado não pecou. Mas se viu o pecado e não contou esse pecado para ninguém, estará pecando sim. Se soube de uma mentira e não delatou o mentiroso está pecando sim. Se ouviu alguém blafesmar contra Deus e os Santos e não contou para ninguém estará sendo cúmplice do blasfemo.” E Gonçalo: “E se foi pecado da carne?” O Padre ficou meio que sem ação com o inesperado da pergunta mas mandou: “Se voce viu alguém fazendo pecado com alguém tem de contar para mim o que voce viu e quem pecou.” E Gonçalo, fazendo ar de besta, continuou: “E se foi pecado da carne pelo vaso de trás?” E o Padre, já aí nervoso, respondeu, falando alto no principio mas baixando imediatamente a voz: “Era homem com mulher ou homem com homem? Era entre os negros ou entre um negro ou um branco? Ou era entre brancos?” O Gonçalo, olhando o Padre José nos olhos, respondeu: “Mais ou menos isso que o senhor falou.” O Padre não entendeu nada e, impaciente, ordenou: “Explica isso direito, menino!” E Gonçalo mandou: “Era entre branco e preto, mas não era nem homem com homem, nem homem com mulher.” E explicou: “Padre não é homem porque não pode, com perdão da má palavra, foder, não é assim?” O Padre José retrucou, já aí com medo de onde aquela conversa ia dar: “Padre é homem sim, igualzinho aos outros, só que por amor a Deus e aos Santos renunciou ao pec...” Parou e emendou: “... renunciou a se casar como os demais homens. Diz aí, com clareza, menino, onde voce quer chegar.” E Gonçalo explicou, falando nem alto nem baixo: “No dia da festa de Nossa Senhora da Conceição, quando escureceu e os negros estavam dançando aquelas danças deles e todos nós estávamos vendo, me deu vontade e eu fui até a senzala para mijar. Aí ouvi uns barulhos estranhos, que eu nunca tinha ouvido antes, parecido com que os negros fazem de noite na senzala. Vi que o barulho vinha de trás onde guardam os sacos de milho. Aí fui até lá. Aí eu vi um certo Padre José, de saia levantada...” Mesmo de olho arregalado o Padre ainda corrigiu: “Saia não, batina.” E o Gonçalo: “Batina então... levantada até a cintura, segurando o meu amigo Abdias, tapando a boca dele com a mão e enfiando o caralho no vaso traseiro dele. Aí esse Padre José suspirava muito, chamava o meu amigo de ‘negrinho bonito’, o que ele aliás é mesmo, e ficava empurrando o corpo para frente e para trás, até que deu um suspiro grande, parou um pouco e tirou o caralho da bunda dele e eu vi direitinho que do caralho do Padre José escorria uma água branca que nem leite. Aí deixou a sai... digo, a batina, abaixar e foi embora deixando o menino lá no chão chorando.” O Padre José estava branco, parecia defunto. Atrapalhado, e demonstrando uma burrice que o Gonçalo já conhecia muito bem, afirmou: “Mas ele é um preto escravo.” O Gonçalo, aí já segurando o riso mandou: “Assim, como o Senhor mesmo disse, eu não posso ficar sem dizer para ninguém o que eu vi sem ter pecado também. Como não adianta nada eu falar para o Senhor porque era o Senhor quem estava pecando no vaso de trás do meu amigo que de escravo ou não é vaso de trás igual ao meu, eu vou contar tudo para o meu pai para que ele escreva uma carta ao Bispo de Salvador, contando tudinho para ele e pedindo que ele diga se eu pequei também e se ele disser que sim que me perdoe esse pecado, com a graça de Nosso Senhor e de todos os Santos.” E parou, olhando para a cara do Padre. Esse bufava, andava para um lado e para o outro. Até que parou e disse: “O que voce falou é mentira. Voce está pecando o pecado da mentira, e eu não vou te dar o perdão. Então estende a mão que eu vou te dar uma penitência de três batidas com a palmatória.” Gonçalo não se abalou: “Não é mentira, se fosse como é que eu podia saber que o Padre José chamou o Abdias de ‘negro bonitinho’? Mas mesmo assim se o Senhor me bater com a palmatória eu vou gritar muito e vai vir gente e quando essa gente chegar eu mesmo vou dizer que eu estou sendo castigado porque eu contei uma mentira e vou dizer para todo o mundo que mentira foi. Palavra por palavra como eu disse para o senhor.” E estendeu a mão para o Padre. Ficaram assim parados, um olhando para o outro, até que o Padre sentou-se do lado de Gonçalo e sussurrando perguntou: “O que é que o menino quer para ficar quieto e não falar nada para ninguém?” O Gonçalo fingiu que estava pensando e respondeu: “Que o Padre José diga que nunca mais vai enfiar o caralho na bunda do Abdias.” Foi com um alivio enorme que o Padre ouviu essas palavras, agradecendo a Deus a inocência do menino. Imediatamente falou: “Eu nunca mais vou enfiar o meu caralho no vaso traseiro do Abdias.” E o Gonçalo: “Tem de ser jurado.” E o Padre: “Eu juro.” E o Gonçalo: “Jura pela Virgem Maria e todos os Santos.” E o Padre: “Juro pela Virgem Maria e por todos os Santos. Que Deus me perdoe.” E ia se levantando, com a alma lavada por um lado, mas ao mesmo tempo pensando que da próxima vez o Abdias não só ia tomar na bunda, como ainda ia ter chupar o caralho dele, aquele moleque escravo e falador. Mas o Gonçalo, aí fazendo uma voz do Senhor que ele era ordenou: “Senta que eu ainda não acabei.” O Padre sentou. O Gonçalo continuando esclareceu: “O senhor Padre vai deixar o Abdias enfiar o caralho dele na sua bunda, na minha frente porque eu quero ver. E tem mais, enquanto o Abdias estiver fodendo o senhor Padre vai dizer alto que está gostando, que está muito bom e que tanto o Abdias quanto eu estamos perdoados de todos os pecados e que o Abdias é o maior macho que tem nessas terras, agora e para sempre.” O Padre, fazendo voz de puto respondeu: “Ah. Isso não.” O Gonçalo nem se perturbou: “Então vai ter que dizer para o Bispo que meteu na bunda de um menino de 10 anos, contra a vontade dele.” E levantando-se foi indo embora. Já estava na porta quando o Padre perguntou: “Quando?” O menino voltou-se: “Amanhã, antes das vésperas, assim que acabar o trabalho dos escravos, no barranco do rio onde eu pesco com o Abdias.” O Padre levantou-se e ia saindo quando parou e disse: “Mas como o preto vai me foder se nem gozar ele ainda goza? Vai ficar enfiando o tempo todo sem acabar.” O Gonçalo sorriu: “Pode deixar que isso eu resolvo.”
Logo após o almoço os dois meninos, depois de ficar na maior brincadeira correndo um atrás do outro foram para o rio, carregando suas varas de pescar. Chegando lá, falaram muita sacanagem, com o Abdias, como de costume, contando o monte foda que ele tinha ouvido e visto na senzala durante a noite, quando o Gonçalo interrompeu: “Abdias eu tenho uma surpresa para voce.” E o negrinho, na maior curiosidade: “O que é?” O Gonçalo respondeu: “Na hora voce vai saber. Amanhã a gente vem para cá e voce vai saber. Ah ia esquecendo. Diz ao Bastião para vir até aqui amanhã assim que acabar o trabalho, porque eu tenho uma coisa para pedir a ele.” Nada mais disse e o Abdias também não perguntou.
No dia seguinte os dois foram para o rio. O negrinho estava agitado. Perguntou mil vezes sobre a surpresa e o Gonçalo só dizendo para ele esperar, ter calma. Já era tarde quando o Bastião chegou: “O que é que o Sinhozinho quer?” O Gonçalo respondeu: “Ah, Bastião. Ta vendo aquela pedrona ali? Eu queria que voce olhasse atrás dela porque eu acho que tem um ninho de jararaca lá e eu estou com medo. Fica procurando até eu chamar.” O Bastião achou meio esquisito porque o Gonçalo não era de ter medo de cobra, muito pelo contrário, vivia metendo a mão em buraco e ainda não tinha sido mordido sabe-se lá por que. Mas foi. Mal o negro desapareceu chegou o Padre. O Abdias ficou cinza de susto quando viu ele. O Gonçalo então falou: “Tai a surpresa, Abdias.” O Abdias nem quis saber. Levantou-se pegou a sua vara de pescar e ia se largando. O Gonçalo aí ordenou, com aquela voz de Senhor que ele sabia fazer, imitando o pai: “Fica Abdias! Senta no chão e levanta a roupa e mostra o seu caralho para essa porra de Padre!” O negrinho obedeceu. O pau do menino estava uma vergonha, com o susto tinha ficado minúsculo, com uma pele compridona na frente. Ai o Gonçalo falou: “Padre de merda, ta vendo como ficou o caralho do menino? É de susto. Assim ele não vai poder enfiar na sua bunda. Voce tem que dar um jeito. Chupa ele até ele endurecer.” O Padre ficou parado. O Gonçalo comandou: “Porra, mete o caralho do menino na sua boca e chupa!” E com a vara de pescar ficou futucando a barriga do Padre. Esse nem quis saber, se aproximou e começou a chupar o Abdias. Chupou um tempão. Toda hora o Gonçalo mandava ele parar para saber se o pau do Abdias tinha endurecido. Custou um pouco, mas criança é criança, num instante ele estava de pau levantado, mostrando a ponta da cabeça vermelha. Aliás, o Gonçalo também estava, mas ficou na dele, de baetão abaixado. Numa hora falou: “Pode parar. Abdias, esse merda covardão disse que voce não goza e que ia ficar enfiando um tempão no cu dele, o que é verdade. Então eu achei a solução. Esse merda vai ficar com o cu cheio de leite. Bastião! Vem aqui!” O negrão apareceu. E o Gonçalo mandou: “Bastião, o Padre José meteu o caralho dele na bunda do Abdias, foi até o fim e encheu o cu do seu filho com o leite que saiu do caralho dele. Eu tinha falado que o Abdias ia fazer a mesma coisa com ele, mas do caralho do Abdias não sai leite, como do meu também não sai. Então enfia o seu caralho na bunda do Padre e enche ele de leite. O Bastião ainda tentou falar alguma coisa, mas o Gonçalo comandou: “Faz! Padre, levanta a saia e fica de quatro, que nem voce fez com o meu irmão preto. E é saia porque voce vai ser mulher e mulher usa saia.” O Bastião afrouxou a tanga e deixou ela cair no chão, mostrando aquele caralhão que, mesmo mole, parecia uma cobra de tão grande. Aí o Gonçalo mandou: “Dá um jeito dele endurecer, Bastião. Se quiser ajuda eu e o Abdias ajudamos.” Ao que o Bastião retrucou, seco: “Não precisa não.” E ficou apertando o caralho e puxando ele. Num instante ficou de pau duro. O Padre de quatro no chão. O Gonçalo se aproximou e levantou a batina do Padre: “Olha, Abdias, ele usa ceroula! Acho que é maluco porque se sabia que ia tomar no cu tinha que ter vindo sem nada por baixo.” O Abdias estava muito sem jeito, olhando hora para o Padre hora para o pai. O Gonçalo, ao contrário estava na maior animação, era um moleque fazendo molecagem. Abaixou com força a ceroula do Padre. Passou o dedo na bunda do Padre e falou: “Está seco. Eu acho, Abdias, que ele não estava acreditando que voce ia enfiar o caralho no cu dele. Cospe no cu do puto, Abdias, que nem eu vou fazer.” E arreganhando as nádegas chegou a cabeça perto e cuspiu. O Abdias fez o mesmo. O Gonçalo então falou: “Que cu fedido, Abdias!” Com o que o negrinho concordou. Então virou-se para o Bastião e ordenou: “Enfia o caralho nele, de uma vez só e só para quando o leite sair!” Se afastou um pouco dando lugar ao negão. Esse cuspiu no caralho, encostou a cabeça no cu do Padre, afastou o corpo e fez força. O grito que o Padre deu encheu a mata. O Gonçalo nem aí: “Pode gritar que ninguém vai ouvir. Abdias vamos chegar a cara perto do cu dele para a gente ver de pertinho o caralhão do seu pai entrando no cu fedido desse Padre covarde!” E assim fizeram. Nessa hora o Abdias estava até rindo das maluquices que o Gonçalo falava. O Padre urrava, pedindo ajuda e perdão a Deus. Clamava por Nossa Senhora. O Bastião começou a fazer um vai e vem. Tinha hora que quase tirava o pau de dentro do Padre, mas depois enfiava tudo de uma vez. Numa hora, aos gritos, o Padre falou: “Ai Jesus que vou me cagar todo!” O Gonçalo às gargalhadas mandou: “Não vai não porque o caralho do Bastião está entupindo o seu cu, não vai sair nem uma merdinha.” O Bastião custou a gozar, para o maior divertimento dos moleques. Finalmente deu uma tremida, um suspiro e enfiou o caralho até encostar os pentelhos na bunda do Padre. Ficou parado um tempo e depois tirou. Do cu do Padre saiu uma quantidade enorme de leite e sangue, que escorreram pelas pernas. O Padre volteou o corpo e ficou de costas no chão. Aí o Bastião falou forte com ele: “Isso foi por causa do cu do meu filho que voce arrombou e também pelo vaso da frente da Mariquinha, a garotinha de 12 anos que voce de maldade enfiou o dedo e até saiu sangue.” Nessa hora, sem rir, o Gonçalo comandou: “Vai embora, Padre do demônio. E fica sabendo que a gente vai contar para todos os meninos da senzala que voce foi arrombado. Todos eles vão querer meter o caralho em voce. Levanta e vai embora!” O Padre com dificuldade ficou em pé. Mal podia dar um passo, mas o Gonçalo ficou batendo nele com a vara de pescar e dizendo: “Vai embora, some Padre maldito!” Mal ou bem o Padre Jose foi embora. Então o Bastião abraçou o Abdias e ficou fazendo carinho na carapinha do moleque, só dizendo: “Filhinho, filhinho.” O Gonçalo abraçou os dois e disse: “Obrigado, Bastião.” Mas o momento de emoção passou. O Gonçalo então falou: “Viram como o Padre berrou? Chamou até os Santos.” E começou a rir. Ria de dobrar, acabou sentando no chão para rir melhor, segurando a barriga. Os dois escravos fizeram o mesmo e os três ficaram ali um tempão, rindo de rasgar as tripas.
FIM