Continuação da série Reuniões e você somente o entenderá na íntegra se ler os anterioresREUNIÕES, SOB O LUAR DO SERTÃO - Primeiros passeios
Amei tudo desde o primeiro momento. A fazenda, o espaço que parecia não ter fim, os tios, a prima Cíntia e principalmente o primo Nat. Ele não se parece nem um pouco com o que diz a Larissa. É educado, atencioso, carinhoso e bonito...
(Primeiras impressões de Silvia)
Nat vê a prima nua
4º Dia
Silvia foi a primeira a levantar. Saiu do quarto com a toalha no ombro só de calcinha e quando me viu deu um gritinho de espanto e cobriu o corpo. Olho sorrindo carinhosamente.
- Por que tu tens vergonha de mostrar o corpo?“Quando tiramos a roupa tiramos também a falsa simbologia das posturas e do status da vida cotidiana” – ela olhava estarrecida.
- Não é tão simples assim primo – retrucou. – Lá em casa a o papai não deixa nem a gente ficar de calcinha e camisa...
- Mas não estamos na casa de teu pai.
- Não sei de devo... – falou entrando no banheiro e fechando a porta.
Aos poucos foram acordando e saindo do quarto e as mandava para a casa grande onde tomavam o café. A última a sair foi Flávia.
Depois do café se juntam no alpendre para acertar a cavalgada e tia Nadir se aproxima do grupo.
- Como foi o susto meninas? – perguntou gaiatamente tia Maria para as primas.
- Susto? Que susto tia? – respondeu estranhando Silvia, a mais nova.
- Ora, ora... Vai ver vocês não estranharam o Nat desfilar de cuecas e a pestinha de minha filha de calcinha? – falou olhando para o sobrinho e para a filha.
As garotas se entreolharam acabrunhadas.
- Achei um pouco esquisito – adianta-se Silvia. – Mas não falei nada...
O tio Julio saindo escutou a conversa e soltou uma gostosa gargalhada me puxando pelo ombro e Cíntia pelo braço.
- Eu ainda pensei em falar pr’esses dois sobre isso, mas me esqueci – falou sorrindo.
- Pois é meninas, esses dois desde pequeninos têm o costume de andarem quase pelados pela casa... – completou tia Nadir
-...mas já falei ao impossível de meu filho para aprender a se portar como gente – atalha mamãe aparecendo na porta catando arroz em um quibane imenso. – Onde já se viu meu Deus, um homão desse tamanho desfilar quase nu pela casa!
- Deixa disso Maria, já conversamos sobre esse assunto – encerrou o tio vendo que o irmão e a irmã chegavam.
- Oba! Uma reunião de brotos – falou o tio Manoel bocejando.
Conversamos um pouco mais até que Ataliba chega com as montarias seladas.
- Vão passear onde? – perguntou a tia Carmem.
- Vamos leva-las para conhecer a fazenda – respondeu Cíntia montando Garboso puxando Flávia que se ajeitou na garupa.
- Onde está Jonas?
- Sei não mãe, ele não dormiu na casa pequena – falou Larissa.
- Ele está lá no quarto dormindo, passou a noite conosco – retrucou tio João. – O Jonas pediu para ficar na casa grande.
Montam todos, Silvia comigo conforme ficara decidido na noite anterior. Larissa e Isabelle estavam em dois cavalos mansos.
- Mãe! Tu foste ao quarto ontem à noite? – perguntou Flávia para tia Nininha que chegara.
- Não minha filha, porque?
- Nada não... – falou pensativa. – É que pensei que tu tinhas entrado para fechar a janela e nos cobrir...
- Também tive essa impressão! – completou Larissa.
Saem trotando devagar enquanto Cíntia lhes apresentava o lugar. As garotas ficavam maravilhadas com tudo. Desmontam no curral e visitam a pocilga, o cercado dos patos e o galinheiro, mas o que mais lhes impressionou foi o cercado dos patos com o laguinho artificial e um bando de patinhos amarelos que seguiam patas grandes e negras.
- Que tal vocês nos levarem na lagoa! – sugeriu Silvia de braços dados com Cíntia.
- Ok! Vamos lá – me encaminho para as montarias.
O lago tinha sido limpo pelo Nezinho que construíra uma palhoça, bancos e mesas rústicas próximo à churrasqueira. Na margem uma pequena canoa que usavam para pescar no meio da lagoa para onde correram Silvia e Isabelle. Larissa e Flávia ficaram sentadas olhando as meninas remarem desajeitadas enquanto eu e Cíntia levamos as montarias para debaixo de uma pitombeira.
- Vamos dar uns mergulhos amorzinho – convidou Cíntia já tirando a roupa.
- Espera! – impeço. – Lembra o que teu pai falou.
A contragosto ela voltou a vestir-se indo para onde estavam Larissa e Isabelle.
- Que tal uns mergulhos?
- Estou sem roupa de banho aqui. – respondeu Larissa. – Mas bem que queria nadar pra acalmar o calor.
Da pitombeira escuto e sugiro.
- Vou num instantinho buscar...
- Não se incomoda não – retrucou Larissa. – Depois do almoço a gente volta...
- Podemos banhar nuas! – sugeriu Cíntia...
- Nuas??? Não... – espantou-se Isabelle.
Já montado parto em desabalada carreira para a casa pequena buscar as roupas de banho das primas.
Vou direto para a casa pequena, pego o biquíni de Silvia e entro de supetão no quarto grande onde tia Nininha está deitada na cama de calcinha e olhos fechados como se dormisse. A visão de seu corpo nu, as curvas e os seios bem feitos maravilham. Ela abre os olhos e, percebendo que a observava, cruza os braços cobrindo os seios.
- Hei garoto, onde estão as meninas!...
- Estão na lagoa. Vim buscar suas roupas de banho... – busco suas malas procurando atrapalhado os biquínis.
- Desculpa por estar assim aqui... – fala devagar.
- Assim como?
- Assim quase nua. Só de calcinha...
- Então não tenho que lhe desculpar...
- Não entendi! – levanta o corpo apoiando-se nos braços soltando os seios.
- Hoje de manhã falei uma coisa pra Silvia...
- E?...
- “Quando tiramos a roupa tiramos também a falsa simbologia das posturas e do status da vida cotidiana” – repito.
- Onde ouviste isso?
- Eu li em uma revista de nudismo, do qual sou adepto. Não vejo o seu corpo como algo que deva ser escondido. Seus peitos tem o mesmo formado e volume dos de Flávia...
- Você já viu a Flavinha nua?
- Não e sim. Ontem à noite, antes de me deitar, entrei aqui para ver se as meninas estavam bem. Fechei a janela e as cobri com lençol, pois o frio daqui é forte – sento na beirada da cama. – Flávia dormia só de calcinha e vi seus seios, iguais aos seus – toco desavergonhadamente de leve no bico de seu peito e ela fechou os olhos e suspirou.
Levanto e continuei remexendo as malas.
- Agora entendo a pergunta da Flávia... – falou pensativa. – E o que mais você fez?
- O que deveria fazer?
- Não sei, você é quem pode dizer – olha pensativa.
- Saí do quarto e fui me deitar... Sim! Dei um beijinho na cabeça de Larissa.
- Como eu costumo fazer todas as noites lá em casa... – falou meditando e entendendo por fim as perguntas das filhas.
Ficou observando pensativamente enquanto procurava as roupas.
- O que você achou do corpo de Flávia?
- Tua filha é linda, tem curvas perfeitas, seios maravilhosos e rosto de deusa grega... O tipo da mulher que satisfaz o homem só em vê-la nua...
- E não pensou em, pelo menos, tocar em seu corpo? Beijar seu peitinho? Passar a mão em seu sexo?
- Pensar não é agir. Claro que quando a vi dormindo quase nua e de pernas abertas, deu vontade de tocar no seu corpo. Mas não fiz e nunca faria sem seu consentimento. Se fizesse estaria maculando o sacro corpo de uma mulher fora de sua consciência...
- Como fora de sua consciência? – estranhou.
- Acredito que quando dormimos nossos corpos liberam nossas almas que buscam reviver aqueles momentos que mais lhes marcaram... E a isso nos chamamos de sonhos...
- A Nadir tem razão ao te achar uma pessoa que só existe em sonhos... Tu és diferente de tudo e de todos que conheço, mereces ser estudado e apresentado em tese de doutorado.
Olho fixamente para ela.
- Não sou assim tão diferente de outras pessoas. Apenas tive a sorte de nascer e viver com um tio e uma tia maravilhosos e em lugar que me dá prazer.
- Se eu pedir que me beijes, tu fazes...
- Experimente pedir, só assim saberemos.
Ela para como que estudando suas reações. Percorre todo o seu corpo com o olhar, volta a deitar-se na cama.
- Vem cá, me beija... – pede.
Me aproximo, toco sua pele que estremece, passeio a mão por seu ventre e massageio seus seios cujos mamilos estão intumescidos. Dou um beijo macio nos lábios entreabertos com hálito perfumado e sinto sua língua buscando penetrar minha boca. Ela está de olhos fechados. Levanto devagar e saio com as roupas na mão.
- Por que tu demorou tanto, amorzinho – reclama Cíntia quando volto, está com a camisa ensopada colada ao seu corpo.
- Demorei a encontrar as roupas... – jogo os biquínis em direção a Larissa. – Mas pelo visto tu já te banhas sim mim.
- A Silvia topou banhar de calcinha e camisa – a priminha vem correndo em minha direção, também com camisa molhada e de calcinha.
- Vem primo que a água tá uma gostosura!
Arranco a camisa e sou puxado, por Silvia, em direção à água. Cíntia vai ajudar as primas se trocarem e vejo que o de Flávia é uma peça minúscula que se prende a seu corpo por uma fina fita transparente.
Elas correm e se atiram na água. Ficam brincando até que tia Nininha chega montada no alazão negro, vestida em uma tanga bastante sensual.
- Porque não me falaram que vinham banhar? – falou alto para que todos a ouvissem.
- Não sabíamos que viríamos – respondeu Isabelle para a mãe que já desmontara e caminhava com sensualidade para a água.
- Tua mãe é um tesão, Flavinha – comento baixinho para a prima ao meu lado.
- Papai sabe disso... – respondeu seca.
- Se teu primo não fosse buscar as roupas, eu não saberia de nada.
Ela entra correndo na água e mergulha, nadando com fortes braçadas, em direção à ilha de madeira no meio da lagoa. As meninas vão atrás rindo e disputando entre si. Flávia fica parada olhando.
- Não vais prima? – pergunto.
- É muito fundo?
- Não! Dá até para ir andando.
Ela cria coragem e começa a andar, com dificuldade, em direção ao pessoal que se diverte sem prestar atenção a nos dois. Mergulho começando a nadar e ao passar por Flávia, incentivo.
- Vamos lá moleirona...
- Flávia!!! – um grito de pavor vindo da ilha.
Todas apontam em direção a Flávia. Pára e olho para trás vendo a prima debatendo-se na água. Volto nadando apressado e mergulho segurando pelo biquíni que não resiste e se solta em minha mão e ela volta a afundar. Mergulha novamente suspendendo-a. Ela não sabe nadar, descubro.
Fico nas pontas dos pés e seguro seu corpo ofegante enquanto ela tosse a água engolida. Apóio seu corpo com mão espalmada entre suas pernas mantendo-a com a cabeça fora da água. Para melhor apoiar-la ela abre as pernas e meu dedo escorrega entrando ligeiramente em sua vagina morna. Ela respira com dificuldade e temendo cair novamente se abraça a mim quando, devido o movimento brusco que fizera, o dedo entra quase que por completo em sua xoxota.
Apenas ele percebera o ocorrido – imagino. Ela ainda tosse bastante e começo a caminhar em direção à margem carregando nos braços onde a deito com cuidados extremos e lhe aplico respiração artificial.
- Minha filha... Minha filha... – a tia sai da água e se joga em direção a Flávia que expele a água engolida. As meninas também chegam cercando-nos.
- Por favor, gente, se afastem um pouco para que ela possa respirar direito – reclama Cíntia preocupada.
O sol forte deixou a areia quente e pego cuidadosamente o corpo da prima e levo para a palhoça depositando-a com carinho em uma toalha que Cíntia estendera.
Tia Nininha está chorando e muito nervosa. As meninas também e seguro nos ombros da tia e abraço-a com delicadeza.
- Foi nada não, tia. Foi só um susto...
- Mas ela tá de olhos fechados... Flávia! Flavinha! – grita a tia.
Lentamente Flávia se senta, ainda respirando com dificuldade, e acalma a mãe.
- Tô bem mãe! Eu não sabia que era tão fundo...
- O que deu em tua cabeça, sua maluca! – briga a irmã Isabelle.
- O primo falou que dava pra ir andando... – falou ofegante a afogada.
- E dá mesmo! – respondeu Cintia. – Só que tu foi pelo lugar mais fundo.
Tudo começa a se acalmar. A tia não desgruda da filha e as meninas voltam para a água, fico por perto.
- Obrigado priminho por me tirares da água – levanta e dá um forte abraço. – Mãe já passou... Pode voltar a banhar que eu vou ficar aqui.
A tia ainda acaricia os cabelos de Flávia e ao passar por mim acaricia a cabeça e dá-me um beijo rápido.
- Obrigado garoto, se não fosses tu minha filha morreria – e corre em direção a água.
Os gritos e sorrisos reiniciam demonstrando que todas já tinham se refeito do susto. Flávia deita e apóia a cabeça em minha perna.
- Desculpa o susto que te dei, Nat...
- Quem deve desculpas sou eu...
- Mas a Cintia falou que realmente dá pra ir andando, eu é que fui burra e peguei o caminho mais fundo...
- Tu não conheces o lago como conhecemos. Nunca eu poderia deixar que tu fosses sozinha.
- Esquece isso... Já passou – foi então que perceu estar nua. – Ué? Cadê meu biquini?
- Rasgou quanto fui te salvar... Trouxeste outro?
- Sim, tenho mais dois na mala da mamãe – parou pensativa. – Senti uma coisa lá na água quando tu me seguravas...
- Desculpa isso também, não foi porque quisesse.
- Sei disso. Não vais voltar a banhar? – pergunta volvendo a cabeça para olhar meu rosto.
- Não! Vou ficar te vigiando – respondo sorrindo.
As meninas saíram da água e vão para casa almoçar.
Durante o almoço o assunto foi o quase afogamento de Flávia e de como o eu lhe havia salvado. Sou o super-herói paparicado por todos e até Izidora parabeniza pelo ocorrido.
- Que é isso gente, não foi nada disso – reclamo encabulado. – Eu tava pertinho dela e so fiz lhe segurar...
- Qual nada menino, tu foi muito corajoso – a tia Nininha ainda embala. – Outro qualquer ficaria nervoso e demoraria a responder.
O tio Julio percebendo que aquele assunto me deixava inquieto chamou atenção dos tios para o programa da noite e, para meu alívio deixaram de mão.
O almoço estava delicioso e todos ficaram bastante sonolentos. Depois do café, voltam para a casa pequena.
As meninas se enfurnaram no quarto grande para a sesta e fui para o colchonete também dormir.
À noite fomos visitar a vila dos moradores e são recebidos com festa. O Rob fez uma serenata tocando e canto músicas recentes, para alegria das meninas que o acompanharam.
Já perto da meia noite voltamos ainda em tempo de tomar o café. Contam as novas para os tios, que não haviam saído e se recolhem à casa pequena. Flávia e Isabelle ficaram ainda um pouco conversando com a mãe.
(1) Citação colhida no site da Associação Naturista de Minas Gerais.
(2) Uma espécie de peneira feita com fibra natural entrelaçada muito utilizada no interior do Maranhão