O outono estava em seus primeiros dias. Era o início de noite de uma segunda-feira. O céu estava inóspito e carrancudo, com trovões e relâmpagos a serpentear entre as nuvens negras. Assoviando, fazendo redemoinhos com as folhas mortas, o vento forte trazia a chuva em golfadas (intempéries como essa são naturais aqui em Santos, quando finda o verão).
Esgueirava-me sob uma marquise, quando vi algo que me deixou efetivamente mesmerizado. Como que saídas duma fábula mitológica, sob o véu de água, duas ninfas apareceram diante dos meus olhos. Pareciam miragens. Hipnotizado, com as vistas turvas, apenas ouvia seus murmúrios e risos.
Arrisquei algum humor inteligente sobre a situação, e elas riram mais ainda. Animado pela receptividade inicial, entabulei conversa e fiquei sabendo Monique e Fabiene (digamos que se chamassem assim) eram primas, moravam no interior de São Paulo e estavam de férias, hospedadas sozinhas em um apartamento emprestado. As duas estavam por volta dos trinta anos.
Suave agressividade nos traços do rosto, cabelos negros, compridos e meio revoltos, profundos olhos castanhos e amendoados, peitinhos médios e empinados, corpo delicioso, assim era Monique. Fabiene era mais enigmática; calada, mignon, rosto angelical e cheio de malícia ao mesmo tempo, cabelos castanho-alourados à altura dos ombros; seus olhos, fugidios, penetrantes, cintilantes, pareciam duas pedras de jade. Encimada de uma bundinha de sonhos havia uma cinturinha de pilão.
Ficamos conversando debaixo da marquise até que a chuva resolvesse dar uma trégua. Notei nas duas mulheres uma lúbrica cumplicidade quando se entreolhavam. “Promessas”, era o que aquele inequívoco sinal fazia-me supor, inspirando-me e acendendo ainda mais meu desejo. No ar, havia uma luz nos meus anseios. Trocamos telefones. Fiquei de ligar na sexta-feira ou sábado próximos. Açoitado por dúvidas, passei dias de suplício, tamanha era a ansiedade de encontrá-las. Pensei em ligar antes, mas não queria transmitir o desespero que estava sentindo.
Enfim, chegou o tão aguardado dia. Amanheceu, naquela sexta-feira, rasgada por um sol radiante. Liguei, apreensivo, nas primeiras horas da tarde. Aliviado, reconheci a voz de Monique. Marcamos para aquela mesma noite. Cheguei ao local do encontro sentindo a cabeça girar, não conseguia concentrar-me, efeito do verdadeiro bombardeio químico que a adrenalina desencadeara no meu organismo.
Ao longe, vi quando se aproximavam, chegada anunciada pelo verdejante reluzir dos olhos de Fabiene. Havia qualquer coisa naquele olhar que me seduzia e fascinava. Luminoso, magnético... Alguma coisa de mágoa, alguma coisa de súplica... Elas vestiam-se com graça e elegância, discretamente sensuais.
- Oi, demoramos? - disse Fabiene, com ar de contentamento.
Sorri, mas permaneci paralisado, inebriado e fulminado por aquele olhar. Cumprimentamo-nos com deliciosos beijinhos no rosto. Em seguida, levei-as para um passeio pela cidade, depois cinema, barzinho, caminhada na praia...
Ao andarmos pela areia da praia, rajadas de brisa marinha entremeadas com o timbre suave da voz das duas, percorriam-me a pele feito carícias, causando-me frenesis de desejo. Tudo era excitante, tremendamente erótico! Eu me equilibrava na linha tênue que separa a fantasia da realidade. Devorava-as com o olhar e intuí reciprocidade por parte delas. Sentimo-nos cravejados pela intensa energia e vibração daquele momento. Candidatei-me a ser um passageiro naquela cumplicidade de olhares, e fui aceito.
Sequestrado pela minha intuição, ela obrigou-me a ir em frente. Apeei daquele devaneio, trôpego, e levei-as para casa. Convidaram-me a entrar. Aguardava por isso de forma aflitiva. Notei na sala, caídas displicentemente ao lado do sofá, algumas revistas eróticas. Apontei para as próprias, e indaguei às duas:
- Vocês compram?
- Sim. Servem de inspiração nos momentos em que sentimos solidão, carência... essas
coisas - ponderou Monique.
As duas riram ao mesmo tempo.
Fabiene colocou um CD romântico, bem baixinho, e começou a dançar sensualmente. Monique acendeu a luz da cozinha e apagou a da sala, mergulhando o ambiente na penumbra, e foi juntar-se à prima. Sentado no sofá, assisti as duas trocarem beijos e carícias e fazerem um lascivo strip-tease.
Saquei meu aríete e comecei a masturbar-me lentamente. Nossos desejos exalavam pelos ares, e efervesciam sob nossas peles. Monique e Fabiene dançavam seminuas, em transe, davam-se tapas na bunda, xingavam-se. Pareciam bruxas num ritual de Sabá ao redor de uma fogueira.
Enlevado pelo imantado espetáculo, sentia-me com a personificação do próprio demônio evocado para reinar num inferno de prazeres lancinantes, pecaminosos e profanos. Levitei até Fabiene, atraído pelo poder magnético dos seus olhos, e beijei-a com paixão.
Monique ajoelhou-se e passava meu ferro em brasa no rosto com sofreguidão. Fabiene soltou-se dos meus braços e juntou-se à prima nas carícias em meu palpitante cacete. Ora uma, ora outra, deslizava a língua nele e depois o abocanhava, revezando-se com linguadas no meu saco. Dentre risos infantis, disputavam a guloseima ludicamente.
As duas levantaram-se, e Monique ternamente beijou Fabiene, depois foi descendo pelo corpo dela chupando delicadamente os seios, umbigo, e por fim chegando a molhada bocetinha. Assim que Fabiene sentiu a língua de Monique a explorar sua grutinha, deu um abafado gemido de prazer.
Atendendo ao meu pedido, fizeram um encantador 69, com Fabiene por cima. O aroma das seivas exaladas pelas xoxotinhas das duas invadiu o ambiente, e fazia-me pegar fogo. Salivando, circulei e enterrei a língua no cuzinho de Fabiene, que latejava sem parar. O apetite fazia tudo parecer-me distorcido, porém, difuso e envolvente.
Na sequencia, comigo deitado, Monique agachou-se sobre meu rosto e ofereceu-me a boceta e o rabo para serem chupados, ao mesmo tempo em que Fabiene subia em cima de mim e recheava sua fenda com meu pulsante caibro. Embriagadas pelo desejo e dominadas pela intensa luxúria, elas beijavam-se esfregando suas línguas com volúpia.
Seus olhares gotejavam afogueadas poesias. Inverteram as posições. Monique montou sobre meu cacete, cavalgando e movimentando as ancas num ritmo feroz e sensual. Minha língua ia com maestria da grutinha ao poço de desejos de Fabiene. Delicia!
As duas gemiam sem parar e abandonaram-se às alucinantes vontades que as acometiam. Expressões estranhas eram desenhadas pelos prazeres que crispavam seus rostos. Cristalinas cascatas lascivas formavam-se dos suores delas, os quais de suas peles brotavam e escorriam.
Induzidas por mim amimavam e aninhavam meu vibrante caralho em todos os orifícios possíveis e imagináveis de seus corpos, mesclando beijos, chupadas e enfiadas de língua neles de todas as formas e maneiras, conduzindo-as a delírios e orgasmos mil. Auxiliavam-me na penetração de uma ou de outra, seja mamando meu falo, seja lubrificando com saliva o antro de desejos onde eu ia enfiá-lo, ou mesmo guiando meu cacete para enterrá-lo em suas entranhas. Era instigante demais!
Atordoado e entorpecido de frissons de prazer, pressenti que um orgasmo avassalador de aproximava. Urrando alto, com espessos e caudalosos jatos de esperma, inundei o rabinho de Fabiene que gemia e rebolava sem parar, enquanto Monique, deitada de costas, masturbava-a com a mão direita e se masturbando com a esquerda, afoitamente.
Mortificados e extasiados, ficamos ali mesmo, no tapete, inertes, ofegantes. No ar, pairava uma calma inquieta. Conversamos. Ríamos muito. Monique revelou uma hilária verve de humor cáustico. Fabiene levantou-se e disse que ia à cozinha. Voltou trazendo três taças de morango com chantilly. Entreolhamo-nos e sorrimos mais ainda, antevendo o que estava por vir.
Passei um pouco de chantilly nos nariz das duas, lambendo-os imediatamente. Entre elas, fizeram o mesmo. Depois peitinhos, cuzinhos, bocetinhas e cacete foram lambuzados, calmamente, por nossas mãos, com nossas bocas fazendo a festa a seguir.
Ah, como é delicioso sugar um grelinho e chupar um cuzinho untados com chantilly! Só quem passou pela experiência é que pode avaliar. Para quem recebe o prazer também o é. Pelos efusivos e barulhentos orgasmos de que foram reféns, Monique e Fabiene, sem a menor sombra de dúvida, avalizam essa prática. É indescritível!
Meu mastro estava novamente em riste. Foi reacesa a centelha que nos conduziria à fogueira de desejos e prazeres. Num sem número de posições, realizamos uma tríplice aliança de beijos, chupações e enfiadas de língua besuntadas de chantilly. Tudo era exótico, perturbador e bizarro.
O mormaço irradiado por nossos corpos embebia-nos e impregnava-nos. Uma fragrância úmida e adocicada difundiu-se pela sala, misto dos aromas das guloseimas e dos sucos vaginais. Naquela festa de confeites envolvida por uma atmosfera de ilusão, tudo era magia.
Monique pegou um morango na mão, passou-o no rabinho da prima e, no mesmo movimento, foi delicadamente enfiando-o na grutinha dela, perguntando-me, sob um olhar de angustiosa expectativa:
- Quer experimentar?
- É claro... é evidente... é lógico que quero! – exclamei.
Fabiene deitou-me um olhar aflitivo. Seus olhos, flamejantes, pareciam-me estar em combustão derretendo suas próprias íris, a encharcar seu lindo rosto com esmeralda líquida sob lágrimas de fogo.
Então, comigo deitado de costas, Fabiene ficou de cócoras sobre meu rosto e, fazendo força para fora, expeliu o morango bem dentro da minha boca. Com avidez, saboreei aquela deliciosa e exótica iguaria. A seguir, elas inverteram as posições, e o mesmo foi feito por Monique. Uma meia dúzia de morangos foi por mim deglutida nesse doce processo, com alternância de Monique e Fabiene.
Enquanto uma fazia esse procedimento, a outra caía de boca na minha bisnaga. Não aguentando mais, num único e solitário urro que saiu arranhando minha garganta, fui arrastado para um orgasmo alucinante. Num ímpeto, jorrei meu ardente e viscoso sêmen na boca de Monique. Vendo o que acontecia, Fabiene, apressou-se em devorar com um beijo de língua a prima, para provar meu quente e cremoso leite o qual escorria pelo canto de boca de Monique. Foi demais!
Fatigados, deitamos no felpudo tapete. Eu ladeado pelas duas. Trocamos uma ou outra palavra, até que elas foram vencidas pela força da lassidão. Minhas ninfas, nas nuvens, como figuras fabulosas que eram, ressonavam sob uma tépida prostração, embaladas pelo doce tilintar de um carrilhão no teto da sala, sedosamente dedilhado por suaves lufadas de brisa que entravam pela janela. Saciado, também se abateu sobre mim o esgotamento. Sem dúvida alguma, eram criaturas encantadas. Do que fizemos, ficaram, todavia, vestígios indeléveis!
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Abraços e boa sorte!