No outro dia ele acordou todo disposto e tentando me agradar, e eu só dando patada sobra patada, isso quando não o ignorava. Tava com muito ódio. Tinha tudo pra ter sido a noite perfeita...
- Tatá, me desculpa.
- Não!
- Por que?
- Porque vai ser assim, toda vez? Eu falo com um amigo e só porque ele é bonito eu vou troca você por ele?
- Não, mas...
- Não tem mais Andre. Se cada vez que eu encontrar com um amigo você emburrar desse jeito não vai dar certo! Você emburra, me ignora, se faz de criança e vai pro outro quarto? Você acabou com o meu fim de semana! Eu quero ir embora!
- Não você não vai. A gente veio aqui com um propósito. De se amar, e você ter sua primeira vez e eu estraguei tudo. Eu to te pedindo perdão sinceramente. Você pode aceitar?
- Vou pensar no seu caso. Enquanto isso eu vou correr no calçadão.
E então eu sai. Nem me despedi. Eu ia deixar ele sofrer um pouco para a hora que eu chegar eu fazer uma surpresa, masEu só me lembro dele chamando o meu nome, e uma luz branca na minha cara. E então eu não vi mais nadameses depoisEle esta muito fraco ainda, e já era pra ele ter acordado. Não é bom uma pessoa ficar em coma por muito tempo, quanto mais tempo ela fica maiores as chances de ela não acordar. (Era a voz da minha mãe)
Espera como assim coma?!?!?!?! E muito tempo? Quanto tempo? E por que eu não conseguia abrir os olhos? Ai minha cabeça estava doendo muito. Até que eu finalmente depois de uma luta consegui abrir os olhos.
- Tatá! Tatá! Pelo amor de Deus! ENFERMEIRA! ELE ACORDOU! ENFERMEIRA!!!!!!
- Andréminha voz saiu muito fraca)
- Eu to aqui Tavinho, eu to aqui.
Ele estava ali, eu estava bem então, se ele estava ali estava tudo bem. Não estava? Apos longas horas na cama com enfermeiros e médicos correndo de um lado para o outro ao meu redor, me furando e fazendo exames eles me explicaram o que tinha acontecido. Eu fora atropelado por um carro enquanto saia do prédio, bati a cabeça no muro e levei vários pontos, não aconteceu nada de mais com a minha cabeça, mas eu não conseguia lembrar de que prédio eu estava saindo, ou por que. E quem era Andre que eu tinha chamado aquela hora? A enfermeira chamou minha mãe que eu reconheci e me deu um beijo e um abraço, meu pai que fez a mesma coisa, e um rapaz que eu não sabia quem era mas insistia em me chamar de Tatá:
- Tatá, graças a Deus!....
- Não me chame de Tatá! Eu odeio isso! E por que você esta chorando? Eu nem te conheço...
- O que? Otavio sou eu. André, seu primo, melhor amigo (ele susurrou no meu ouvido) seu namorado...
- Você ta louco? Eu não tenho nenhum primo chamado Andre!
Todos olharam para mim como se eu fosse uma aberração. Quem era aquele rapaz e por que ele tava falando aquilo? Tudo bem eu sentia que tinha alguma coisa diferente quando eu o olhava mas será que era amor? Como se eu nem sabia quem ele era?
Meses se passaram. Eu já tinha saído do hospital e estava em casa, eu já sabia quem era o Andre, mas eu ainda não me lembrava. Ele me contara tudo, menos a parte do namoro. Eu não queria saber. Até que um dia eu acordei com ele na minha cama, deitado do meu lado chorando, mas eu fingi que estava dormindo:
- eu te disse pra você não fazer isso comigo. Eu disse que eu não queria te perder. Eu te amo.
E me beijou. Foi nessa hora que tudo veio como um flashback na minha cabeça. Ele bêbado no chão do meu quarto, o banho, meu aniversario, a aliança, a praia, o carro...
- Eu tbem te amo Dé, e sempre vou te amar.
- Tatá!
- Eu lembrei. Eu sei quem você é Dé. Você é meu amor, meu tudo, meu anjo, meu gatinho.
Nos nos beijamos...
CONTINUA