Através de um amigo recebi uma cópia do seu diário, depois de ler tudo que ocorreu com ele em DEZ;2003, ele me pediu algumas orientações a respeito do acontecido. Dei a idéia de transformar o seu diário em um livro – projeto de livro – de autor anônimo, então decidiu ocultar os personagens para ser justo já que, como o autor, ele preferiu não se identificar, dando assim direito de preservar também cada identidade citada pelo autor na obra.
Este foi um fato inédito de minha vida, pois só me pediam conselhos sobre religiões ou muitos preferiam a confissão, o que sempre foi minha área. Li o diário como leitor qualquer, acostumado a ler de tudo. Nossa! Foi como se eu estivesse vivendo o autor. Impossível deixá-lo na metade para tomar banho, atender o vizinho ou voltar para ler depois. Cada página se montava diante de novas cenas de sedução para continuá-lo e assim nos prender à ele.
Foi uma das minhas sensações mais chocantes constatar que alguém escreveria pela primeira vez um livro contando sobre seu pecado escrito em um diário. Tamanha experiência, talvez! E não foi o assunto em si que me assustou. Fora sua forma de contar a história. Como conseguia ser tão paciente e criativo colocando sua emoção pessoal no meio mesmo ao opinar e interferir em algo sem apressar os fatos, detalhando cenas, sem dramas? Estou certo de que nasce uma nova visão diante das opiniões em questão sobre o tema deste livro, o qual foi vivido na pele por alguém que talvez não queria ser realmente o personagem. O Autor.
Desafio, aventura, amor, busca e emoção. Assim posso definir o que representou escrever “Meu Amante Era um Padre”. Tudo começou numa Sexta-feira em dezembro de 2003.
Ao aceitar o convite do Padre para um encontro, não imaginei que após tratarmos de assuntos confidenciais e íntimos – normalmente me interessava apenas por pessoas não proibidas – a nossa conversa seguiria por caminhos tão pessoais de sua vida. Vi adiante de mim uma seqüência de expressões, difícil de explicar numa pessoa tão velha. Seus olhos azuis diziam muito mais que suas próprias palavras. Por dias sua história invadiu minha vida de uma forma irreversível, levando-me a decidir contá-la em livro.
Vencido o desafio de narrar todos os fatos como exatamente aconteceram, passei a andar pelos caminhos do sentimento: a obra foi resultado de ter convivido, por alguns dias, com um dos verdadeiros personagens da história; capítulos inteiros foram escritos nos próprios locais onde aconteceram as cenas e mais tarde, através de orientação, decidi que não deveria deixar tudo isso preso em um diário que me observava todos os dias ao entrar e sair do meu quarto, foi quando resolvi retirá-los das páginas amarelas e colocá-los aqui.
Meu Amante Era Um Padre, fala de amor, de paixão verdadeira, de sexo, de conhecimentos, de intrigas, de comemorações. Fala também de liberdade espiritual, de desrespeito a religião católica, e de desacato ao clero, passando por cima da sua própria ordem, o celibato.
O reflexivo no final do texto, indaga questões antepassadas as quais acredito que, sua leitura, fará você entender ou tentar compreender as posições éticas relacionadas aos mandamentos, os atos proibidos, e o comportamento para com todos, diante de uma batina, e dupla face apresentada para a sociedade.
Indicada para todo segmento de uma sociedade correta e adequada, espero que isso venha contribuir de forma positiva para o fortalecimento do respeito à religião, e a compreensão de gostos e preferências que podemos nós, todos os homens e mulheres, optarem definitivamente, se realmente houver amor, carinho, e fidelidade por parte de todos. Afinal, somos seres humanos, e nada mais do que filhos de Deus, amados por Ele, mesmo quando não juramos votos de castidade a uma lei determinante, definida e imposta sem escolhas de opções.