DUCM 22
O outro lado da moeda 4
A escuridão em meus olhos sumiu alguns segundos depois, mas eu continuei deitada na relva, em posição fetal segurando as minhas pernas, chorando de olhos fechados tamanha a melancolia que dominava a minha alma. Logo braços fortes me levantaram. De olhos fechados e chorando de tristeza só senti que tinham me levado para casa quando o toque suave de um lençol encostou em minha pele.
Somente passaram alguns instantes depois de eu ser tão delicadamente posta na cama, quando escutei a porta do quarto se abrindo. Abruptamente atirei o travesseiro na direção da porta, extravasando toda a minha dor e raiva que estavam reprimidas.
- Vai embora porra! Será que não posso nem chorar em paz nesse inferno de casa! Gritei escondendo o meu rosto no travesseiro que restava.
No seguir do fechar da porta, senti o inconfundível odor adocicado de fumaça, vinda da cigarrilha de Valeska. Isso só fez aumentar a minha tristeza, o fato de só ela, a minha rival se importar de saber como eu estava, me fez chorar copiosamente. Ela se sentou no colchão da cama, enquanto eu estava com a cabeça enterrada no travesseiro. Suas mãos puxaram o travesseiro e passaram a acariciar ternamente os meus cabelos.
- Calma querida! O que foi que aconteceu?
Não sei se foi o tom de voz carinhoso ou seu olhar preocupado, que vislumbrei após retirar a cabeça do esconderijo em que estava. Só sei que esqueci toda a rivalidade que tinha por ela, me joguei em seus braços e chorando confidenciei todos os meus ressentimentos, temores e raivas que me afligiam, não só durante o fim de semana, mas de toda a minha vida, desde as minhas recentes dúvidas quanto a minha sexualidade, passando pela raiva que sentia dela, até a humilhação que Marcos me fez passar.
- Amor, calma! Eu sei que é difícil você tá passando por enormes transformações, seu corpo está mudando, a sua mente tá mudando. Isso faz que tudo a sua volta fique estranho. Ela acariciava os meus cabelos enquanto tentava me acalmar.
Quando cheguei à parte, das noites com o Luiz, ela simplesmente falou, como se tivesse ralhando carinhosamente como uma filha:
- Tá errado! Uma verdadeira putinha tem que fazer de tudo na cama!
- Mas eu não consegui! Faz tempo que não tenho uma ereção! Retruquei nervosa e envergonhada ao mesmo tempo, por lembrar-me de Duda ao fitar o rosto Valeska, tão parecido, quase idêntico.
- Calma! Não fique assim! Isso tudo vai passar, você vai se encontrar e se realizar. Mas a vida é assim mesmo, é dura e difícil, temos que ser forte e lutar. Você vai pegar a coisa. Talvez eu mesma tenha ficado dura de mais ... Nesse momento o barulho da porta interrompeu o falar de Valeska. Beijando-me à testa, ela foi continuando:
- Vamos ter mais tempo para conversar, mas quanto ao seu padrinho, ele te ama, mais do que você pensa, até me deixou com uma ponta de ciúmes, e eu com ciúmes sou o cão. Eu gostei dos carinhos e da paciência de Valeska ao me escutar, mas a-doooooo-reeeeeeeei saber que ela sentia ciúmes de mim com o Paulinho.
- Mas agora tem alguém que está impaciente para te ver.
- Quem .... Nem tive tempo de completar a frase, quando a porta se abriu e eu visualizei a entrada de Giovani, com toda a sua pose e postura de deus grego.
- Aiiiiiiiiiiiie! Gritei e ao mesmo tempo, voltava a me cobrir e esconder o meu rosto com o travesseiro. Vai embora, tô feia demais. Ai meu Deus, que vergonha. Eu estava com rosto inchado pelos socos e pelo choro, com a maquiagem toda borrada. Mas em resposta ao meu desespero, só escutei duas gargalhadas e um comentário sem vergonha da Valeska:
- Que bom que você chegou! Vai lá é fode ela bem forte, por que é disso que ela ta precisando.
Nem precisei olhar para saber que Valeska completou esse comentário final apalpando o pau do Gigio. Mas nem isso foi suficiente para me tirar do esconderijo, eu estava morrendo de vergonha e não queria que ele me visse nesse estado deplorável. Senti ele se sentando na beira da cama e, com uma rapidez e perícia impressionantes, ele me colocou em seu colo, nem tive tempo de esboçar qualquer reação, só de voltar a chorar copiosamente e balbuciar, enquanto ele lutava para afastar as minhas mãos do meu rosto.
- Não eu tô feia, não quero que você me veja assim.
- Amore, você é linda de qualquer jeito. Falando macio e com aquele sotaque estrangeiro, meio italiano, que me deixava louca, ele tentava me acalmar. Quando conseguiu retirar as minhas mãos do meu rosto, ele levantou o meu queixo, suavemente me fazendo fitar aqueles olhos azuis, que tinham o terrível poder de me fazer perder qualquer sentido da razão e querer mergulhar neles.
Aproveitando o minuto de contemplação em que me encontrava, seus lábios grudaram-se nos meus, proporcionando o beijo mais gostoso que senti na vida, ele acendeu todos os sentidos do meu corpo, o toque sua pele na minha, parecia que deixava marcas onde passava, sua língua, enroscada na minha, parecia queimar toda a minha boca. Eu me sentia tonta e acesa ao mesmo tempo. Sentir os seus braços fortes e musculosos me apertarem cada vez mais, num abraço que me fazia grudar em seu tórax definido e cabeludo, que eu adorava, parecia que minha alma estava se retirando do meu corpo, tal o prazer que aquele simples beijo me proporcionava.
Foram uns 10 minutos de um beijo, que de tanto prazer que me proporcionou, pareceu durar uma eternidade. Ao desgrudar seus lábios dos meus, deixou em minha boca uma sensação de vazio, como se ele tivesse arrancado um pedaço dela. Ainda tonta por causa do frenesi de prazer, escuto-o se desculpando.
- O quê! Perguntei ainda meio perdida, pensando que ele tivesse se desculpando por ter me dado o melhor beijo de toda a minha vida.
- Eu estou me desculpando, por ter caído na tentação de escutar o seu desabafo com a sua amiga. Arregalei os olhos, assustada.
- Aí meu Deus, que vergonha! Exclamei pela enésima vez em pouco tempo, tentando me esconder de novo.
- Ma Che! De novo não ragazza!
- Como não! Meu Deus, você me ouviu dizer que sou louca por você, que faz meses que não paro de sonhar os mais loucos, intensos e molhados sonhos eróticos com você! Isso não é motivo para ficar com vergonha! Falei alto, quase gritando com ele. Agora mais com raiva do tom de voz zombeteiro e do sorrisinho cafajeste que ele colocou em seu rosto, do que de vergonha. Ele só riu da minha raiva e dos socos que dava em seu peito quanto tentava sair de cima do seu colo.
- Sua boba! E você acha que eu estou como? Desde aquele dia, vira e mexe eu fico me lembrando de você, sua bundinha linda, sua boca macia e quente, envolvendo o meu galo, nossa que coisa meravigliosa! Nunca tinha recebido um tratamento igual antes.
Aí é que eu fiquei boba mesmo, ficava sorrindo olhando para o seu rosto lindo, me achando o máximo por marcar tão intensamente um macho tão maravilhoso como ele. Agora eu sei que aquele foi o primeiro momento, de muitos, que Giovani manipularia meus sentimentos e sensações para realizar as suas vontades. Ele se aproveitou da minha basbaquice e me tascou mais um beijo.
- Agora imagina só quando eu coloquei os olhos em você, quando cheguei, arri, estava mais deliziosa do que antes, Dio mio, a partir desse momento só conseguia pensar in te tere.
Apesar do forte sotaque italiano, eu consegui compreender a mensagem e embevecida, ruiu toda a barreira que a minha vergonha e raiva tinha imposto entre nós naquele momento. Não falei nada, só o puxei pelo pescoço para poder encostar os meus lábios nos dele e poder enfiar a minha língua o mais fundo que eu pudesse em sua boca, sinalizando a minha entrega total a ele.
Há muito que eu já sentia a sua pica dura sobre mim, mas, durante o meu beijo, parecia que ela passou a me cutucar ainda com mais força, como eu estava sentada de lado em seu colo, me posicionei para ficar de frente para ele. Grudada em sua boca passei a rebolar com força em seu colo, a cada movimento meu, sentia o seu suspiro em minha boca, o arfar de sua respiração entrecortada, suas mãos passeavam livremente sobre o meu corpo, sentir o seu toque sobre a minha pele foi tão intenso que, depois da nossa transa, fiquei procurando marcas de queimaduras por onde suas mão tinham passado.
Não agüentando mais de tesão, empurrei ele para trás, até que ficasse deitado sobre a cama, sentada sobre a sua pica, que ainda estava guardada em sua sunga de banho, fiquei simulando uma cavalgada frenética. Ele não agüentou mais aquele papel de coadjuvante, ele me puxou ao seu encontro e voltou a me beijar. Suas mãos apertavam a minha bunda e me puxavam para cima, para baixo e para os lados, me fazendo de marionete reboladeira. No meu frenesi de tesão, eu mordia os seus lábios e fincava minhas unhas em seus ombros duros e musculosos.
Impetuosamente, gigio reverteu as nossas posições, me colocando em baixo de seu corpo. Fixou seus lindos olhos azuis nos meus, ele fez uma pausa. Tanto ele, quanto eu tentávamos controlar nossa respiração, que nessa altura estava a mil, eu sentia o seu coração palpitar em seu peito. O suor de seu rosto, pingava sobre mim, eu ergui meu tronco para colher com a língua uma gota que escorria sobre o seu queixo, sentindo o gostinho salgado do seu suor, me fazendo ansiar para sentir o gosto do seu gozo em minha boca.
CONTINUA ...