O corpo dela parecia esculpido por um artista clássico. Tinha olhos pequenos que escondia atrás de uns óculos de lente quadrada, castanhos quase pretos. O corpo era pequeno, uma mulher num corpo de adolescente, tatuada... O cabelo muito vermelho, que ao bater do sol parecia incandescente e a voz, que voz... Rouca como um sussurro deve ser.
Era professora, ainda concluindo a licenciatura, se chamava Andrea e eu sentada bem nas primeiras cadeiras admirava-lhe o andar e o falar, enquanto com uma agitação incomum ela explicava a matéria.
Chamo-me Fernanda, tenho 30 anos e conheci Andrea no curso preparatório que fazia para tentar entrar na universidade.
A princípio achei que sua aula seria monótona, que como lecionava História deveria ser tão chata quanto todos os professores que tive até então, mas sonolenta descobri que minha primeira impressão estava errada, e que Andrea era não só uma excelente professora, como também uma mulher jovem e incrivelmente atraente.
Olhava-a com interesse enquanto explicava a matéria e volte e meia ela me olhava nos olhos, mas eu nada percebi de anormal nos olhares, afinal ela, professora, não daria trela para mim, aluna.
Acompanhei-a algumas vezes até o ponto de ônibus, com o pretexto de conversar mais sobre a aula, mas eu estava completamente entregue aos encantos daquela mulher pequena e atraente.
Andrea não faz o tipo de mulher fatal, tem o corpo magro, com curvas, mas nada exagerado. Talvez tenha sido por isso que comecei a olha-la de maneira diferente.
Notem que até então a única experiência homossexual que tinha tido havia sido com uma prima quando ainda era adolescente e que nem tinha sido o que minhas amigas lésbicas tanto ufanavam, tinha achado interessante, mas nada de mais; não sei se por ainda estar descobrindo a sexualidade ou se porque realmente não me atraiam as mulheres...
Até que me vi encantada e desejando Andrea...
Sonhava com ela quase todos os dias e quanto mais o tempo passava mais eu pensava nela e contava os dias e as horas para a aula.
Um dia resolvi abordá-la, meio sem jeito perguntei se ela queria ir a um bar depois da aula. Ela me disse que naquele dia não poderia, mas acabamos marcando para a próxima semana.
Passei a semana meio em transe, apenas pensando no que poderia acontecer.
No dia marcado, depois da aula fomos a um bar no centro da cidade (moro no Rio de Janeiro) e engrenamos uma conversa sobre a carreira dela e sobre meus sonhos, ela me contou que morava com os pais, mas que estava juntando dinheiro para morar sozinha me disse que estava solteira, pois tinha terminado um relacionamento complicado havia apenas alguns meses, eu lhe contei que havia morado com alguém por cinco anos e ela quis saber por que havíamos terminado, eu apenas disse que o momento em que estava vivendo não era o melhor estar com ele.
Ela ficou em silêncio alguns instantes e sua mãe pousou sobre a minha, era um toque suave, a mãe dela estava quente, e o calor que irradiava da mão dela para minha me perturbava.
Fiquei confusa, meio tonta e sem perceber suspirei alto enquanto fechava os olhos.
Parece que ela esperava essa reação porque no momento em que fechei os olhos senti sua outra mão tocar minha perna.
Era agradável o toque da mão dela, mas eu estava assustada e a afastei delicadamente.
Abri os olhos e ela me olhava inquisitiva, até que perguntou:
– Não era isso que você queria? – sua voz era normal, não parecia ter ficado chateada com a minha recusa inicial.
– Eu acho que sim, mas agora não tenho muita certeza. – evitava olhá-la nos olhos – Não vou mentir para você, tenho desejado-a a algum tempo, mas agora que você está aqui ao meu lado, não sei o que fazer.
Sua mão ainda estava sobre a minha, mas agora ela me acariciava lentamente. Com a outra mão levantou meu rosto e meio que me forçou a olhar para ela.
Inclinou levemente o corpo e sussurrou ao meu ouvido:
– Vou até o banheiro... – e saiu.
Fiquei ainda alguns instantes na mesa, até que me dei conta de que aquilo era um convite e a segui.
A porta estava entreaberta e eu entrei sem bater.
Ela estava de costas, mas me olhava pelo espelho. Girei a chave e fui até ela.
Meu coração batia acelerado no peito e a cada passo eu quase vacilava, mas o olhar dela pelo espelho me encorajava a prosseguir.
Ao alcança-la minhas mãos a abraçaram pelas costas e afastei-lhe os cabelos da nuca, beijando a pele alva e quente dela.
Foi apenas um roçar de lábios, mas ela arrepiou-se ao contato dos meus lábios em sua pele.
Senti que ela queria virar a cabeça e permiti que ela o fizesse para em seguida alcançar-lhe os lábios num beijo cheio de abandono.
E que beijo... Ela sabia muito bem como beijar, e com os lábios entreabertos recebi sua língua na minha enquanto ela se colocava frente a mim.
Ficamos beijando algum tempo, eu apertando-a de encontro ao meu corpo, sentindo os seios dela nos meus, já que somos quase do mesmo tamanho. Interrompi o beijo e a olhei. O que vi quase me fez perder a cabeça: os lábios dela estavam inchados e ela respirava com dificuldade, suas pupilas estavam dilatadas e dava para sentir a batida forte de seu coração.
Eu estava quase sem controle, queria beijá-la mais, mas alguém bateu na porta do banheiro fazendo com que retornássemos à realidade.
Saí primeiro e ela me seguiu pouco tempo depois.
Quando ela chegou à mesa eu terminava de pagar nosso consumo e sorri insinuando no sorriso onde queria ir. Ela me retribuiu o sorriso e saiu em direção à rua procurando um taxi.
Entramos no primeiro que passou e no banco de trás nos beijávamos de maneira mais intensa.
O motorista prestava atenção em nós e quase se esquecia de dirigir. Felizmente chegamos logo ao nosso destino.
Subimos rapidamente para o meu apartamento e quando a porta da frente se fechou, me entreguei completamente.
Ela me ajudava a tirar a roupa e eu fazia o mesmo com ela, assim logo estávamos nuas e eu pude olhar de verdade para aquele corpo que me fascinava.
Aproximei-me dela e lhe tirei os óculos, acariciei-lhe o rosto delicadamente para em seguida deixar minha mão escorregar para a nuca dela e segurar ali, puxando-a para mim e beijando-lhe a boca.
Ela me apertava os seios e eu gemia abafado nos lábios dela. Ergui-a do chão e a levei até o quarto, depositando-a na cama com carinho, ainda beijando-lhe os lábios.
Engraçado, eu a tratava como se ela fosse minha namorada e eu estivesse completamente apaixonada. Pensei nisso por alguns instantes, mas em seguida voltei minhas atenções àquele corpo perfeito que estava diante de mim.
Deitei sobre ela e ela abriu as pernas para eu me acomodar melhor, parecia que ela tinha sido feita para mim. Senti a quentura que irradiava de seu sexo e me deixei levar pelo desejo que me consumia.
Toquei-lhe a intimidade com a ponta dos dedos e ela arqueou o corpo deixando os seios na altura da minha boca. Tomei um dos mamilos nos lábios e suguei, fazia movimentos circulares com a língua e ela gemia arranhando minhas costas.
Fiquei ali durante muito tempo, saboreando a sensação daquele corpo perfeito que se contorcia sob meu toque.
Beijei-a mais uma vez e enquanto beijava a penetrei delicadamente com os dedos sentindo a umidade do sexo encharcado de desejo. Ela emitiu um gemido alto no momento em que a penetrei e começou a movimentar os quadris para frente e para trás cada vez mais rápido.
Sem tirar os dedos de dentro dela fui descendo a boca por seu corpo, deixando um rastro de calor onde minha língua tocava.
Posicionei-me entre suas pernas e tomei o sexo nos lábios de uma vez. Sugava o clitóris e lambia-lhe a entrada do sexo, brincando, ousando. Retirei os dedos e a penetrei com a língua, fazendo com que ela perdesse todo o controle que ainda tinha. Agora ela gritava meu nome e puxava-me os cabelos fazendo força para que minha língua a penetrasse mais fundo, completamente entregue ao momento mágico que vivíamos.
Eu disse acima que a experiência da adolescência não tinha sido isso tudo, mas ao viver a intensidade desse momento com ela pensei que não era a hora certa na adolescência e que eu era homossexual sem saber.
Voltei a sugar-lhe o clitóris e a penetrei mais uma vez, agora eu podia sentir claramente a pressão que seu sexo exercia sobre meus dedos, os músculos se contraíam cada vez mais e ao olhar para ela vi em seu rosto a mesma expressão que eu tinha no momento antecedente ao orgasmo. Aumentei o ritmo e ela explodiu no momento em que tirei os dedos e envolvi o sexo todo na boca. Senti os espasmos de seu corpo e olhei para ela: ela tinha os olhos cerrados, seu rosto estava ainda contraído pelo prazer do gozo e pude ver que ela sorria jogando a cabeça para trás.
Aos poucos sua respiração foi se acalmando e eu ainda saboreava o gosto de seu desejo quando ela me puxou para si, beijando-me com intensa volúpia e desejo.
Ela rolou comigo na cama ficando sobre mim, encaixou o sexo no meu e enquanto me beijava movimentava-se de maneira a haver um maior contato entre nós.
A sensação era incrível, parecia que eletricidade circulava dela para mim e a umidade dela se misturava com com a minha. Não sabia mais onde eu começava nem onde ela terminava, nem quem comandava a ação.
De repente ela levantou e me estendeu a mão como que me convidando a fazer algo. Tomei-lhe a mãe e a segui em direção ao banheiro.
Ela ligou a água e entrou em baixo do chuveiro me puxando pela mão.
A água estava quente e agradável, ela me deu banho e eu a ela.
Rindo a abracei e como sou mais forte do que ela, a ergui nos braços, a encostei na parede ainda suspensa e em baixo d’agua suguei-lhe o sexo mais uma vez até ela gozar escandalosamente na minha boca.
Coloquei-a com as pernas bambas no chão e esperei até que se recompusesse, quando o fez voltamos para a cama.
Ela me jogou deitada de costas na cama e deitou-se sobre mim. Beijou-me os lábios com voracidade, assustando-me no início, mas excitando-me ao extremo.
No meio de um beijo longo ela me mordeu o lábio inferior, gerando protestos de dor, que foram abafados por mais beijos intensos.
Deixou meus lábios de lado e tomou-me um seio na boca e sugou em volta do mamilo, deixando uma marca arroxeada em cima. Continuou a exploração e tomou um mamilo entre os lábios, sugando carinhosamente, me enlouquecendo.
Ela procurou meu sexo com os dedos e começou uma lenta, mas decidida masturbação. Tocava meu clitóris de maneira delicada, porém decidida e conforme eu ia ficando mais e mais excitada ela ainda continuava e beijar meus seios.
Virou-me de bruços na cama e começou a beijar-me a nuca, descendo pelas costas, até atingir minhas nádegas e lamber de maneira ágil entre elas.
O toque era prazeroso e a cada vez que a língua tocava-me naquela região eu me contorcia mais e mais.
Pedi para que ela me fizesse gozar, mas ela estava surda aos meus apelos entrecortados pelos gemidos que eu insistia em abafar no travesseiro.
Depois de algum tempo ela deitou-se na cama e pediu:
– Senta no meu rosto... Eu quero ver você subir e descer na minha língua.
Obedeci, ajeitando-me de maneira que ela, com a língua ereta pudesse penetrar-me quando eu descesse o corpo de encontro ao seu rosto.
Ficamos assim durante algum tempo até que sem aguentar mais deixei o corpo deitar sobre ela e iniciamos um 69 glorioso, onde eu devoráva-lhe o sexo e ela mostrava toda a maestria na arte do sexo oral.
Nem preciso dizer que gozei gemendo e tremendo igual a uma cadelinha em sua boca.
Fiquei sobre ela durante muito tempo ainda tentando recuperar as forças. Quando consegui, deitei ao seu lado procurando sua boca num beijo de total cumplicidade.
Entre um beijo e outo a olhava nos olhos e pensava em como eu havia perdido tempo em relacionamentos vazios com homens sedentos por me comer.
Ainda estamos juntas, ela me ajudou a estudar e graças a essa ajuda hoje frequento uma das universidades mais prestigiadas do Rio de Janeiro. Em breve vou me formar e Andrea e eu já pensamos em morar juntas.
Quanto ao sexo, ela e eu continuamos sedentas uma pela outra e apesar dela e eu sermos muito ocupadas sempre encontramos tempo para estarmos juntas na cama.
Bem, este é o fim desse conto.
Peço desculpas por ter ficado tanto tempo longe daqui, mas estou meio sem tempo.
Espero que em breve eu consiga manter as publicações de maneira periódica.
Beijos a todos.