Ninguém previu o temporal que caiu naquele fim de tarde. Nem poderia: chuva de verão; vai e vem com a mesma rapidez intensa o suficiente para limpar toda a poluição, principalmente a emocional, cada vez mais encravada nos corações frios dos moradores daquela cidade.
Da janela do meu apartamento stúdio eu via água, sarjeta, mais água, vento, copa das árvores balançando, e a figura peculiar que caminhava em passos apressados, destoando-se claramente daquele cenário: as sacolas de compras na mão, coisas de fim de ano, o vestido molhado colado ao corpo e os cabelos loiros caindo ao redor do rosto. Ela parecia nervosa, pega de surpresa pela chuva.
Sorri e me auto-repreendi logo em seguida quando vi seu sapato de salto quebrar e ela cair sobre uma poça de água, esparramando as sacolas pela rua. Respirei, deixei o copo de vodka em cima da mesa, meu happy hour particular, e desci para ajudar a desorientada moça. Meu altruísmo nunca foi dos melhores, mas eu tenho meus momentos, coisas de fim de ano.
De perto ela era ainda mais linda, apesar de eu não conseguir distinguir se a água que corria em seu rosto eram lágrimas de raiva ou gotas de chuva.
Convidei-a para subir comigo ao meu apartamento até a chuva passar. Ela se mostrou apreensiva, por pouco tempo, a outra opção era caminhar na tempestade até em casa. Desconcertada, aceitou.
Seus olhos curiosos corriam por toda a sala, detendo-se nos meus desenhos, alguns já em molduras, outros ainda nas telas brancas, todos acomodados da maneira que era possível naquela sala. Entreguei-lhe uma toalha e ofereci um pouco de suco de maracujá, uma pequena ajuda para ela se acalmar.
- Quer um pouco de vodka, misturada no suco?
- Obrigada, eu não sou de beber muito.
- Recusando vodka? Na Rússia isso seria considerado um incidente diplomático.
Ela riu, acabou aceitando um dedo de vodka no copo. Não é qualquer mulher que aceitaria beber na casa de um estranho assim na primeira vez, mas quem sou eu para julgá-la...Aquela estranha tinha uma personalidade interessante.
Vodka com suco de maracujá, a bebida ao mesmo tempo mais simples e mais ambígua do mundo: euforia e calmaria no mesmo copo.
- Meu nome é Niina.
- Muito prazer, Niina.
- Essas garotas nuas nos desenhos, são de verdade?
Não tive como não rir, discretamente, da pergunta dela.
- Não existem verdades absolutas, Niina, mas se você pergunta se as garotas são de carne e osso, a resposta é sim.
- Aposto que você tem casos com todas elas.
Mais uma vez sorri para responder:
- Não são do tipo de mulheres que você está pensando. São garotas comuns, namoradas carentes, esposas entediadas; me procuram porque eu sei como expressar em uma tela como todas elas são belas, e assim convencer a elas mesmas. São mulheres como você.
Niina chegou a engasgar com a bebida ao ouvir essa resposta. Aproximou-se de um quadro em que duas garotas, uma loira e outra morena, se beijavam encostando seus corpos e tocando os seios uma da outra.
- E este, o que significa?
- As vezes elas vêm em duplas, acho que se sentem mais seguras com uma amiga junto, ou quem sabe só encontraram aqui a oportunidade de realizar uma fantasia que sempre tiveram. Vai me dizer que também tem essa fantasia, Niina?
A garota loira ri nervosa, e responde:
- Não, só perguntei porque meu namorado vive insistindo que eu faça isso, mas acho que eu não levaria o menor jeito.
- Não tire conclusões precipitadas, Niina, eu vejo muito potencial em você.
- Você já fez isso? Eu quero dizer, com algumas destas suas garotas.
- Algumas vezes – respondo.
Nesse instante a chuva diminuiu, ela disse que precisava ir embora. A curiosidade dela sobre os meus desenhos, somada à fantasia que ela acabara de me revelar, aguçaram mais ainda meu interesse naquela garota. Segurei-a pelo braço esquerdo, sem abusar da minha força, e respondi:
- Fique mais um pouco. Tem um restaurante italiano ótimo aqui perto, eu adoraria conversar mais um pouco com você. Vamos jantar juntos.
- Não posso, meu namorado está me esperando.
- Então vou ser breve e direto: eu quero desenhar você, Niina.
- Como assim?
- Te desenhar, como as garotas que você está vendo, registrar cada detalhe do seu corpo em uma tela, e também posso te ajudar sobre essa sua fantasia que você me contou.
- Por favor, não...não sei...
Desci minha mão de seus braços para seus quadris e a puxei ao meu encontro. Toquei meus lábios nos dela. Ofegante, ela me beijou de volta por um breve instante, mas se afastou de volta.
- Desculpe, preciso ir...
- Só mais uma coisa, Niina!
Ela se deteve em sua caminhada rumo à porta e me olhou, virando-se para mim, implorando em linguagem corporal que eu lhe desse um bom motivo para ficar.
- Aqui está meu telefone, adoraria te ver de novo. E você sabe onde me encontrar.
Ela sorriu, guardou na bolsa e se foi. Vi da janela ela acenar para um taxi e sumir.
* * *
Dois dias depois a campainha tocou.
- Acho que naquele dia esqueci uma chave em seu apartamento, você a achou?
- Não, Niina, mas podemos procurar juntos.
Convidei-a para subir. Abri a porta para ela entrar. Assim que a fechei, abracei-a por trás, prensei seu corpo em mim, fazendo-a sentir meu pau duro por cima da calça encostando em sua bunda, enquanto a beijava a nuca.
- Tem uma coisa que eu quero te falar. – ela disse.
- Claro que tem. A desculpa da chave foi péssima.
Ela riu:
- Você disse que poderia me ajudar naquela minha fantasia, o que queria dizer com isso?
- Simples, Niina. Escolha qualquer uma destas garotas dos desenhos. A que você escolher eu chamo, e podemos marcar um dia para você vir aqui e “treinar” a sua fantasia com nós dois, antes de realizar para o seu namorado.
- Você está falando sério?
- Claro, vou te ensinar passo a passo a dar prazer para uma mulher também. Quando você for fazer para o seu namorado, vai surpreendê-lo. E será um prazer te iniciar.
- O aniversario dele é hoje a noite, quando podemos fazer isso?
- Hoje a noite é muito pouco tempo, mas ele não vai se importar se você entregar o presente um pouco atrasado.
Niina me olhou apreensiva, e eu completei:
- Mas tenho uma ótima idéia para te testar hoje a noite, em plena festa de aniversario do seu namorado. Se você for uma menina boazinha, se mostrar disposta e fizer tudo que eu mandar, eu continuo te ajudando. Hoje, na festa, você vai me apresentar como sendo um amigo seu, vai ser uma pequena prova de que você realmente quer isso.
- Por favor, na frente do meu namorado não...
- Tire a roupa, Niina.
- O que você vai fazer comigo?
- Sem mais perguntas, loirinha. A partir de agora você me obedece. Se não quiser, pode ir embora.
Curiosa e frágil, a bela loira tira seu casaco. Eu, sentado em uma poltrona observava-a se despir. Tira os sapatos e a calça jeans que delineava seu corpo perfeitamente, revelando a calcinha vermelha fio-dental. Tira a camisa, e para por um instante, apenas com as roupas íntimas na minha frente.
- Continue, Niina.
Solta o fecho do sutiã, revelando os seios belos e firmes, tentando esconde-los com o antebraço. Quando ela ia tirar a calcinha, eu a interrompi:
- Venha até aqui, Niina.
Ela se aproximou, de frente para mim. Coloquei as mãos em seus quadris e aproximei meu rosto de seu sexo, ainda coberto pela peça íntima. Beijei seu baixo ventre e me aproximei de sua vagina. Aquele cheiro de fêmea excitada, mais os gemidos de Niina, fizeram com que eu tirasse sua calcinha em um movimento rápido enquanto ela passava as mãos em meus cabelos.
Levantei-me, peguei a garota no colo e a coloquei deitada na poltrona. Ergui suas pernas, apoiando-as no meu ombro e penetrei Niina vorazmente. Sua vagina, untada no mel da excitação, não ofereceu resistência nenhuma. Coloquei meu pênis todo, de uma vez, e segurando seus cabelos com uma mão e seus quadris com a outra a fodi com força, até o fundo daquela boceta.
Niina gemia com seus lábios entreabertos e apertando os olhos, seu rosto era a expressão perfeita do tesão, me deixando ainda mais excitado. Com o polegar da mão direita comecei a acariciar seu clitóris, fazendo o orgasmo daquela fêmea se libertar da forma mais selvagem possível. Seus líquidos espirravam, escorrendo por sua virilha e molhando mais ainda meu pênis. Peguei-a pela nuca, aproximei seu rosto e despejei meu sêmen na face dela, que de olhos fechados e boca aberta recebeu-o todo, passando a língua ao redor dos lábios e levando-o para dentro de sua boca.
Mandei que ela fosse tomar um banho, e disse que na volta teria uma surpresa para ela.
Assim que Niina saiu do banho, sorridente e enxugando os cabelos, mandei que ela viesse até mim. Tirei sua toalha e lhe mostrei um pequeno brinquedo, do tamanho do dedo de uma mão, e um controle remoto, parecido com o de um portão eletrônico. Ela apenas me olhou, curiosa.
Introduzi o objeto em sua vagina e apertei um dos botões do controle. O corpo de Niina sacudiu num espasmo de prazer, fazendo-a gemer, jogar a cabeça para trás e se apoiar na mesa.
- Você irá usar isso durante a festa do seu namorado hoje, Niina, inclusive quando estiver ao lado dele. O controle vai ficar comigo. A noite vai ser interessante.
- Por favor, não...ele vai perceber.
- Se não quiser, paramos por aqui.
Relutante, Niina aceitou.
- Quero que você vá à festa usando seu melhor vestido, calcinha preta cavada e sem sutiã. E assim que eu chegar lá quero que você já esteja com o vibrador dentro da sua vagina.
Combinamos de nos encontrar na festa, que aconteceria em um tradicional restaurante da cidade.
* * *
Parei em frente à fachada do restaurante, achei pedante demais, tipicamente freqüentado pela alta sociedade da cidade. Uma bela garota, ruiva e com belos olhos verdes se aproximou de mim com a lista de convidados na mão.
Antes de eu dizer meu nome, Niina aparece sorridente vindo de dentro do restaurante, e diz para a garota me deixar entrar.
- Fez o que eu mandei, Niina?
- Do jeito que você mandou. – ela respondeu.
Coloquei a mão em meu bolso esquerdo, onde estava o controle, e testei-o uma vez. Niina soltou um leve gemido e vi suas pernas se retesarem.
- Pobre Niina, está desconfortável? Vamos ver como você se sai ao longo da noite.
A loira me levou até uma mesa grande onde estava seu namorado com os pais e vários amigos. Me apresentou como sendo seu colega do trabalho. Quando seu namorado estendeu a mão para me cumprimentar, respondi o gesto com a mão direita, ao mesmo tempo colocando a esquerda no bolso e acionando o controle mais uma vez. O corpo de Niina tremeu discretamente, tão discreto quanto possível naquele momento, atraindo alguns olhares curiosos da mesa.
- Está tudo bem, gente. – ela respondeu – Só tropecei no salto.
Sentei-me à direita de Niina, seu namorado estava à esquerda dela.
- O que você bebe? – ela perguntou.
- Black Label, puro e sem gelo. – respondi.
O pai do namorado de Niina me olhou, entusiasmado:
- Uísque cowboy, isso sim é bebida de macho! – ele exclamou para a garçonete. – traga um para mim também!
O namorado de Niina, bebendo uma taça de vinho tinto, segurando-a com o dedo mindinho da mão levantado ficou desconcertado com o comentário de seu pai. Creio que a antipatia dele por mim começou naquele momento.
A mãe do namorado, por sua vez, disse:
- A Niina me disse que você é o psicólogo da empresa dela.
- Ela disse, é? – respondi olhando para Niina.
- Quando foi que ela precisou de um psicólogo, para vocês se conhecerem?
- Bom, senhora, eu só entro em cena quando a paciente precisa de um bom tratamento de choque.
Em meio às risadas discretas na mesa, apertei o botão mais uma vez, segurando-o por alguns instantes, bem longos para Niina.
A garota se agarrou à toalha da mesa com as duas mãos, mordeu a parte inferior de seus lábios com os dois dentes da frente e se contorceu na cadeira, rebolando de um jeito que só eu e ela sabíamos o motivo. Ela estava tendo um orgasmo ali mesmo.
Em meio às risadas e bebidas, quase ninguém notou.
- Está tudo bem, amor? – o namorado disse.
- Está sim. – ela respondeu como que murmurando. – Só preciso ir ao banheiro um segundo.
Niina se levantou e saiu da mesa em passos apressados.
Bebi o uísque em um gole e respondi:
- Senhores, vou pegar mais um. A garçonete está meio lenta hoje. Alguém quer alguma coisa do bar?
- Traga mais um também para mim, filho. – o pai do namorado de Niina respondeu. E completou enquanto eu me afastava da mesa: - Cara espirituoso esse!
Fui em direção ao bar mas mudei minha rota para o banheiro feminino. Notei que não havia ninguém por perto e entrei. Deparei-me com Niina com o vestido levantado, tentando se recompor. Ao me ver, ela disse:
- Olha o que você fez comigo, minha calcinha está encharcada. Como eu vou voltar para a mesa assim?
- Simples, você volta sem a calcinha!
Agarrei-a ali mesmo e a levei para a ultima cabine do banheiro. Arranquei o vestido de Niina por sobre a cabeça e peguei-a de jeito, por trás, passando minha língua pela borda de sua orelha e virando sua boca para beijá-la, já abrindo o zíper de minha calça e revelando-lhe meu pênis, duro, pulsante.
Escutei o rangido da porta e quando olhei para trás, a ruiva, hostess do restaurante que estava na entrada quando eu cheguei olhava nós dois naquele amasso com um sorriso matreiro no rosto. Niina desesperou-se, tentou se desvencilhar de mim mas eu a segurei, olhando nos olhos verdes de nossa nova amiga, que trancou a porta atrás dela e disse:
- Eu quero ver você comer o cuzinho dessa loira, agora!
Aproximei meu rosto do ouvido de Niina e respondi:
- Você ouviu a moça, Niina.
Fiz uma leve pressão com meu dedo médio no ânus de Niina, sem tirar o brinquedo que estava em sua vagina, ele sussurrava:
- Não, amor...aí eu sou virgenzinha.
- Bom saber.
Melei meus dedos com os sucos que escorriam da vagina de Niina e coloquei devagar em seu rabinho, extremamente apertado. Primeiro um, depois dois, enquanto a loira rebolava e pedia mais.
- Mete, mete em mim, vai!
- Me fala o que você quer, Niina!
- Quero seu pau dentro de mim.
- Onde você quer?
- No meu rabo, agora! Me arromba toda!
Encostei a cabeça naquele buraquinho e fui colocando devagar, Niina ofegava, a garota ruiva se masturbava apoiada na pia nos assistindo.
Coloquei-o todo, até as bolas tocarem a vagina de Niina.
- Está gostoso, Niina? Quer que eu tire?
Ela não respondeu, apenas gemia e rebolava.
Comecei um vai e vem forte e ritmado, aos poucos deixando Niina menos apertada. Cravei meus dentes em sua nuca e mais uma vez apertei o botão do pequeno controle. Com o vibrador na vagina e meu pau em seu ânus, os olhos de Niina lacrimejavam. O gozo foi simultâneo: A vagina de Niina pulsando e esguichando seu mel na parede do banheiro, a hostess ruiva se masturbando, e eu invadindo e despejando meu sêmen na parte mais íntima do corpo de Niina.
- Temos que voltar para a mesa, senão vão desconfiar.
- Só mais uma coisa, Niina.
Chamei a garota ruiva para perto de nós, ainda com seu sexo exposto. Coloquei Niina de joelhos frente a ela, e disse:
- A minha amiga loira aqui vive um dilema complicado. Ao mesmo tempo em que ela quer experimentar outra mulher, não consegue tomar coragem para isso. Vamos resolver o problema dela?
- Claro! – a hostess responde aproximando seu sexo do rosto de Niina que olhava contrariada.
- Vamos Niina, sinta-a, tenho certeza que você vai gostar.
Niina coloca timidamente a ponta de sua língua para fora da boca e toca o clitóris da garota, que rapidamente se excita de novo:
- Sua amiga tem uma língua deliciosa, tenho certeza que ela vai fazer aprender rapidinho.
Segurei Niina pelos cabelos. Aos poucos ela foi se soltando, seguindo minhas orientações de como fazer sexo oral em outra mulher.
- Muito bem, Niina, assim mesmo! Agora lambe com a língua toda, sente o gosto dela, sente.
Com meus dedos acariciando seu grelinho e a língua de Niina a invadindo, a ruiva gozou mais uma vez.
- Perdoe a minha falta de educação, não tive tempo de perguntar o seu nome.
- Amanda. – a hostess responde.
- Amanda, está a fim de continuarmos isso no meu apartamento; você, a Niina e eu, assim que acabar o seu expediente?
- Eu adoraria.
Entreguei meu telefone para a ruiva e mandei que Niina fosse para a mesa. Eu ainda precisava passar no bar, pegar as bebidas que havia prometido antes de sair.
Cheguei à mesa instantes depois dela, com os dois copos.
- Você demorou! – o pai do namorado disse. – Foi buscar o uísque direto na Escócia?
- Não, recebi um telefonema de uma paciente que precisava de ajuda urgente.
- Mas está tudo bem agora? – ele continuou.
Olhei para Niina, agora só sorrisos:
- Aparentemente sim. – respondi.
Enquanto o namorado dela colocava o primeiro pedaço do filét na boca, pensei:
Dentro desse mesmo restaurante, já comi algo bem melhor”.