Laços

Um conto erótico de Julian
Categoria: Homossexual
Contém 1317 palavras
Data: 05/11/2011 22:07:46
Última revisão: 01/05/2013 14:34:56

Laços

[Queridos amigos, para melhor compreensão desse conto sugiro que leiam os contos anteriores por mim escritos. Boa leitura e, por favor, comentem.]

Os sentimentos são como laços que nos unem as pessoas que amamos, nos tornam próximos e nos fazem sentir protegidos. Eu estou refazendo os laços de minha vida, porém não rompi com os laços passados e isso está me perturbando, como se um turbilhão de dúvidas e incertezas estivesse agitando minha cabeça.

A minha relação com o Caio estava se desenrolando de forma estranha, ele era diferente do Pedro, sei que não é correto comparar, mas isso se faz inevitável. O Pedro sempre foi decidido e de personalidade muito forte, nunca se deixava dominar. Já o Caio apesar de personalidade forte, parecia-me que ele sentia prazer de ser comandado, e isso me intrigava

Conversávamos sempre e era maravilhoso, ele dominava todos os assuntos, sabia conversar sobre tudo e isso me cativava. Certo dia depois da aula eu estava no apartamento dele e conversávamos sobre relacionamentos. Ele disse-me:” quando amo alguém me entrego totalmente a pessoa que estou amando, ela passa a ter controle sobre mim, passa a ser meu possuidor”, ao ouvir isso me senti amedrontado pois ele falava com tanta veemência e certeza que por alguns estantes fiquei sem palavras.

No outro dia na escola durante o recreio, eu estava sentado em um canto perto do muro pensando em tudo que havia acontecido, no Caio e como ele era maravilhoso e ao mesmo tempo misterioso, e também pensava no Pedro. Sim, nele. Eu sei que alguns de vocês vão me condenar por isso, mas eu não tinha esquecido ele. E enquanto eu devaneava, me chamou a atenção ouvir alguém falando nele do outro lado do muro, e ouvi risos, risos de meninas, percebi que a voz que falava do Pedro era a Mariana, e comecei a prestar atenção na conversa. “Ele é um Maximo”, dizia ela, “ele pôs a língua dele em mim, quase me deixou louca, me acariciava, beijava meus peitos, ai quase enlouqueci” e mais risos femininos. Eles haviam transado e saber disso me provocou raiva, me levantei dali e me afastei, passei o dia inteiro aborrecido.

No final da aula sai e fui caminhando vagarosamente, quando percebo lá estava ele, na esquina, escorado no muro, seus cabelos cacheados úmidos de suor, pois estivera jogando futebol. Ele me olhava, eu voltei meus olhos rapidamente para outro foco e fui passando, mas é claro que o Pedro não era alguém que se deixasse ignorar, “se fazendo pra mim agora? O que te fiz?” disse ele com um sorriso lindo, o que quase me fez rir. Mas voltei a mim e a vontade que me deu foi listar tudo o que ele tinha me feito realmente, porém percebi que de nada adiantaria isso, como disse William Shakespeare “Lamentar uma dor passada no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.”, e eu acredito que isso seja uma verdade, então apenas disse “nada”.

Ele passou a andar ao meu lado sem falar, apenas caminhávamos lentamente. Passando pelo parque em que muitas vezes nos encontramos. Ele me convidou para sentar em um banco, no nosso banco, ali por muitas vezes conversamos e algumas vezes discutimos. Pedro estava sentado como sempre muito a vontade, me impressionava a capacidade dele agir como se tudo fosse simples, talvez para ele fosse, talvez eu quem complique as coisas, talvez essa seja a realidade. Fui puxado desse amontoado de “talvez” em que estava submerso quando Pedro que me perguntou: “você está com alguém?” perguntou ele me olhando com aqueles olhos incisivos. No momento não consegui responder nada, apenas olhava as folhas dançando ao ritmo do vento, eu era como aquelas folhas, estava totalmente confuso e me movendo por um impulso externo.

“Não vai dizer nada pow?” perguntou ele me olhando ainda. Olhei-o nos olhos, naqueles olhos lindos, e disse somente “sim”. Então o Pedro se recostou no banco e nada mais disse, o som do vento nas árvores era o som que imperava naquele parque um som que assustava.

“Quem?” perguntou o Pedro olhando para frente. Isso era algo que eu não queria conversar com ele, afinal eu não me metia no relacionamento dele com a Mariana, então não falei nada e ele finalizou: “se não quer falar beleza, sem grilo”, e ao dizer isso continuou me olhando nos olhos e eu sem poder desviar aqueles olhos fascinantes.

“Interrompo?” perguntou uma voz familiar, uma voz que eu desejava não ter ouvido naquele momento, uma voz que ao olhar para o lado tive certeza a quem pertencia, Caio. Eu e o Pedro não o vimos se aproximar, e agora estávamos os três frente a frente, eu estava sem ação, não me sentia mais ali, não queria estar ali.

Pedro me olhou de forma interrogativa, como a me perguntar quem era o estranho, Caio me olha sem deixar transparecer seus sentimentos e ficamos nos comunicando pelo olhar até o Caio quebrar o silencio perturbador com uma frase mais perturbadora ainda “Achei que nunca mais o veria”, disse ele, e nesse momento Pedro deu um salto no banco e me perguntando: “esse é o cara que você está saindo?”. E eu ali preso entre dois laços muito forte, perdido, constrangido e sem ação, percebi que não sabia o que fazer e nem o que dizer.

Para muitas pessoas essa seria uma situação interessante, e outras sonham com situações assim, ter duas pessoas que gostam de você se enfrentando, mas para mim era constrangedor e eu só queria sumir dali. O meu silencio permaneceu inabalável, então o

Pedro perguntou novamente de forma mais agressiva “quer fazer o favor de me dizer se é esse sujeito que você anda saindo? Fala pow!!!” eu olhei ele nos olhos, ele parecia tenso, os dois estávamos, então respondi “sim” e olhei para o Caio, vi que ele permanecia calmo e me olhando, simplesmente me olhando, sem nada dizer ou expressar.

“Esse cara está brincando com você Julian, olha só para ele deve ter uns 25 anos, talvez seja um tarado, você ta maluco?” Enquanto falava tudo isso o Pedro andava de um lado para o outro apontando o dedo para o Caio que permanecia calmo e me olhando, e vendo isso Pedro se irritou ainda mais e falou diretamente ao Caio “é isso né, você é um tarado nojento querendo enrolar ele, seu verme!”.

Ao ouvir isso caio saiu de sua submersão e fitou o Pedro, os olhares deles se encontraram, faiscaram. Caio disse: “você não me conhece garoto, como pode afirmar tais coisas?”. Com isso Pedro ficou mais enfurecido.

Bem, eu tinha que fazer algo, não podia permanecer naquela espécie de letargia, e fiz. “Pedro, preciso que você vá embora.” E ao ouvir isso ele me olhou como não entendendo nada, então eu repeti “ preciso que você saia daqui, tenho que falar com o Caio”, ele pegou a mochila dele no chão e disse “Beleza, cê que manda” e saiu, sem dizer mais nada, se afastou caminhando do mesmo jeito de sempre, como se dançasse.

Quando olhei para o Caio, vi seus olhos em mim, olhos fixos porem suaves, tentei falar algo, porém ele falou antes, “ então é ele”, disse o Caio, não era uma pergunta e nesse momento eu compreendi não adiantava fugir, eu amava o Pedro e o Caio havia compreendido isso também. “Ele é um tolo, desculpe, ele fala sem pensar não deve levar em consideração”, disse para o Caio, ele me olhou, sorriu e disse: “um tolo a quem você ama, não deve ser tão tolo assim”. Ficamos mais um tempo conversando, eu sabia que era a ultima vez que falaria com ele e estava triste por isso, mas seria melhor assim, não havia possibilidade de amizade entre nós. E assim, aquele homem misterioso e atraente saiu da minha vida, mais um laço rompido.

Para quem quiser manter contato: yukito.tsu@hotmail.com

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Comentários

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Acabei de postar um novo conto, no inicio tinha em mente começar uma nova históra, porém mudei de ideia e resolvi continuar o que já vinha escrevendo. Laços II espero que leiam e gostem!!!

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conto novo no painel: "jardineiro fiel."

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Nossa Kra adorei vc escreve bem e amei o seu geito de conta sobre os seu sentimentento. ^;^

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Obrigado, por gostar, vocês são muito gentis!

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Olha por favor não demora a postar a continuacao!!! Adoro ler seus contos e já to roendo as unhas. Abs

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Muito bom , mesmo , gostei bastante *-*

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Mto bom adorei continua to amando so seu fã

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Bem, antes que muitos reclamem, deixe explicar:

Sei que esse conto é curto e dá poucos detalhes dos acontecimentos nos contos anteriores, mas é apenas uma finalização que eu estava devendo a tempos às pessoas que leem meus contos. A todos peço desculpas pela demora.

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