Micaela é uma das minhas amiguinhas ("amiguinhas" é como denomino as garotas que curtem comigo os prazeres lésbicos). Conheci-a numa festinha, ocasião em que fomos juntas ao banheiro e nos beijamos muito. Muito mesmo. Dois meses depois, ela apareceu para me convidar ao cinema, sessão das 17h30. Ela já tinha os ingressos. Lá chegando, ela me apresentou Rai, uma morena de dezesseis anos, coxas grossas e cabelos longos. Quanto a Sabrina, ela era muito bonita. Tinha cabelos castanhos, algumas poucas espinhas no rosto e o semblante de quem se sente em casa
— Bem-vinda ao clube! — disse Rai beijando-me nas faces.
Observei que todas usavam saia, unhas curtas e traziam uma bolsinha a tiracolo, inclusive Micaela e a quarta componente do “clube”, Mariângela, que fomos encontrar na bombonnière, onde ela auxiliava sua mãe na venda de pipoca, refrigerantes e guloseimas em geral.
— A Micaela me falou de você — disse ela e seu olhar me causou um doce arrepio.
Tinha um rostinho encantador. Era magra, pequena. Diretamente sobre a pele, a blusa mostrava seu peito liso. Quando ela saiu de trás do balcão para confabular com Micaela, calculei não ser conveniente citar sua idade.
— Vamos logo! — apressou-nos Sabrina. — O filme já vai começar.
O filme, na tela, era um besteirol. Bem diferente do outro, que iríamos protagonizar, na última fileira, onde entramos de acordo com as instruções de Micaela:
— As mais velhas, primeiro.
A mais “velha” era ela; seguida de Rai. Ao meu lado (esquerdo) sentou-se Sabrina, que me disse:
— Segura o lugar da Mári.
Como eu mais ou menos intuía a finalidade daquela reunião no escurinho do cinema, não me senti muito à vontade com a ideia de ter Mariângela ao meu lado (direito). Princípios. Mas, numa região onde a precocidade não só é aceita, como também incentivada, é muito difícil manter distância de meninas de pouca idade.
Logo as luzes se apagaram, a menina da bombonnière tomou o lugar que lhe era reservado e o “clube” abriu a sessão. Com gestos que demorei um pouco a entender, as calcinhas foram parar nas respectivas bolsinhas. Pouco depois, a mão de Sabrina veio entre minhas pernas, causando-me um delicioso arrepio. Ao mesmo tempo, pude perceber, na penumbra, que outra mão laborava sob sua saia. Era Rai que, por sua vez, recebia as atenções de Micaela.
Era o CLUBE DA SIRIRICA.
Afastando ligeiramente as pernas, fiz como as demais: olhava distraída para a tela e concentrava a atenção nos dedos que se moviam de um lado ao outro de minha calcinha, lentamente, mostrando indecisão, ou falta de pressa. Minha excitação crescia. Minha boceta, muito receptiva a mãos femininas, pedia mais. Então Sabrina me falou ao ouvido:
— Fica com a Mári.
Era isso. Eu não estava agindo de acordo com as regras. Estava ignorando a menina sentada à minha direita, que aguardava minha iniciativa. “Quem está na chuva é pra se molhar”, pensei, levando a mão entre as pernas que a menina abriu para me dar acesso a uma bocetinha pequena e lisa como a minha. Impúbere. Mas fazer o quê? Enfim, não era a primeira vez que eu quebrava meus princípios. Além do mais, se ela tinha sido admitida no clube, devia ter seus méritos.
Logo eu conheceria esses méritos.
Percebendo que, como boa associada, eu estava acariciando Mariângela, Sabrina introduziu, finalmente, a mão em minha calcinha. Eu adoro isso. E adorei quando seus dedos se deslocaram, se espraiaram, depois se acomodaram, alojados entre as dobras da minha boceta. Ela não fazia movimentos de masturbação; apenas usufruía a emoção de tocar o sexo de outra garota. Vez por outra, entre longos intervalos, seu dedo médio afundava na rachinha, pressionando levemente meu clitóris.
Por meu lado, eu fazia o mesmo. Mas a xaninha que eu tinha na mão era muito sensível. E me passava uma excitação que aumentava aos poucos; aos poucos aumentava. Passada meia hora, entregue àquele estado voluptuoso que exige mais, houve troca de mãos. Da direita para a esquerda. Sabrina colocou a minha entre suas pernas e a de Mariângela veio entre as minhas.
Foi quando conheci seus méritos.
Percebendo que eu não estava convenientemente “uniformizada”, a menina tratou de tirar a minha a calcinha, que, com minha colaboração, foi parar em sua bolsinha.
Então sua mão se pôs em ação e eu me impressionei com sua habilidade, agilidade e conhecimento. Diferente do desempenho de Sabrina, a pequena mão que vendia doces veio lubrificada de saliva e se concentrou no clitóris. Com os dedos em forma de tesoura, ela friccionou a juntura de meus lábios vulvares, em movimentos ora lentos, ora rápidos, e meus orgasmos começaram a vir, gostosos, temperados pelas sensações que eu recebia de Sabrina.
O clube tinha, até esse dia, uma regra: nada de movimentos que chamassem atenção. Isso incluía beijos, gemidos, mão ou boca nos seios. Mas, mesmo sem gemidos, Mariângela percebia quando eu gozava. Então fazia uma pausa, explorava minha rachinha com os dedos, levava-os à boca e voltava à ação enquanto eu estimulava a boceta raspada de Sabrina.
Assim passou-se minha primeira reunião com as meninas. Sabrina não alcançou o clímax, apesar do alto grau de excitação que atingiu por masturbar Micaela e ser masturbada por mim. Pouco antes do final do filme, fomos em fila indiana para a toalete. Lá, Micaela, Sabrina e Rai ocuparam os três reservados. Mariângela então perguntou, ao devolver minha calcinha.
— Gostou?
Algumas matérias veiculadas na imprensa a respeito do lesbianismo situam as primeiras experiências ao redor dos onze anos de idade. A natural propensão feminina para gestos de afeição leva a isso. Eu não deveria, pois, estranhar o comportamento da menina; apenas me senti um pouco envergonhada. Mas fui sincera:
— Gostei