COISAS DO FUTEBOL 4
Esse conto faz parte do anterior que eu dividi porque ficou muito longo.
A tarde que passamos quando voltamos do almoço foi maravilhosa. Não havia entre o Henry e eu aquela ânsia da novidade da noite anterior. Não. Fodemos procurando um no outro o que nos dava mais prazer e, do mesmo jeito, o que dava mais prazer no outro. Também não foi transar direto. A gente gozava e depois ficava quieto dando um tempo. Ou arranjava um troço para fazer, tipo preparar um café, ou ir até a sala e ficar conversando. Uma coisa foi que a gente ficou pelado o tempo todo. Eu e o Gian (para quem não sabe é o meu namorado) não somos muito de ficar andando pelado pela casa, mas com o Henry foi o que pintou, foi o que a gente queria. Quando a noite chegou eu perguntei ao negrinho se ele queria ir a algum lugar, afinal era sábado. Ele disse que não porque Milão para ele era sofrimento. Eu entendi o que ele queira dizer. Então dei a idéia da gente ir apenas comer um troço leve, alugar um filme e voltar para casa. Ele aí perguntou se eu ia deixar que ele dormisse novamente na minha casa. A minha resposta foi: “Eu ia te pedir isso.” E dei um beijinho nele. Nos vestimos, saímos, fomos numa tratoria de uns conhecidos meus, comemos uma massa bem leve, alugamos um filme e voltamos para casa. Querem saber qual o filme que a gente alugou? Voces devem estar pensando que foi filme de horror ou filme de porrada. Nada disso. Por idéia do Henry alugamos uma coletânea de desenhos animados. Um monte de filme da Disney: Branca de Neve e outros na mesma linha que terminava com o Rei Leão. Quando a gente saiu para comer tínhamos deixado as janelas do apartamento abertas para renovar o ar e tirar o cheiro das nossas fodas. Quando voltamos o apartamento estava um gelo. Ia logo fechar as janelas e ligar o aquecimento quando o Henry pediu que não fizesse. Eu falei que assim não ia dar para a gente ficar pelado como estava antes e que foi o que eu tinha pensado o tempo todo enquanto a gente comia. Ele riu e falou que não, enquanto já ia tirando a roupa: “Traz um cobertor grosso e a gente fica juntinho esquentando um ao outro enquanto vê o filme.” Fiz o que ele queria. Tiramos nossas roupas, sentamos no sofá em frente da televisão, eu meti o primeiro DVD. Nos enrolamos num cobertor de pelo de camelo que eu tenho e, tiritando de frio, começamos a ver o filme. O corpo do Henry era quente (imagino que o meu também) e num instante não estávamos mais com frio. Eu ajudei mandando uma vodka para dentro, mas o Henry como é muçulmano e não bebe álcool se fudeu nessa parada. Eu esquentava a minha mão colocando ela no meio das coxas do carinha e ele fazia o mesmo com a dele nas minhas. Os filmes começaram a rolar. Não existe no mundo coisa mais bonita do que ver as reações do moleque africano com os filmes. A criança que ele ainda era um pouco voltou de vez. No Rei Leão ele chorou e eu fiquei emocionado. Quando acabou ele se levantou e pediu que eu fechasse as janelas. Eu fiz e ele me pegando pela mão foi me levando para o quarto. A cama estava a maior bagunça, com os lençóis cheios de marca de porra. Ele olhou e perguntou: “Dava para a gente arrumar a cama?” Eu dei um risinho e fui buscar lençóis limpos. Arrumamos a porra e aí deitamos. Ele veio e mandou um beijão. Quando nos separamos eu olhei para ele e falei: “Deixa eu olhar o seu pau porque com o frio ele deve ter ficado pequenininho, quase do tamanho do meu.” Ele riu e falou: “Ficou encolhidinho mas agora já não está mais.” E não estava mesmo. Duro ainda não estava, mas já mostrava a sua “força”. Nos abraçamos novamente e mandamos um novo beijo, tesudo, molhado, com nossas línguas enroscando uma na outra. Ficamos assim um tempão. Eu aí falei para ele: “O tesão está baixando em mim.” E ele: “Em mim também mas eu queria te pedir uma coisa.” E eu: “Fala.” E ele: “Em vez de foder eu queria fazer amor.” Eu não entendi e disse: “E como é fazer amor?” Ele respondeu lindo: “Eu não sei. Mas se a gente pensar que está fazendo amor a gente vai fazer amor.” Eu comecei a beijar o corpo dele todo. Comecei chupando os peitinhos e fui descendo. Ele suspirava alto. Meti a cara nos pentelhos dele enquanto segurava no saco do africano e fazia carinho. Ele aí segurou a minha cabeça e falou: “Faz aquilo que voce faz tão bem.” E foi virando o corpo. Eu saquei e separando as nádegas dele caí de língua. Dava umas cuspidinhas para molhar e voltava a lamber. Ele piscava aquele buraquinho vermelho que apesar de ter sido arrombado na noite anterior, continuava fechadinho. Ele quase gritava de tesão: “Aí. Aí. Não para!” Enfiei o dedo no cuzinho dele e fiquei fazendo um vai e vem. Ele movimentava a bunda querendo que o meu dedo cravasse mais fundo. Eu segurava no pau dele, agora durão e saindo melação, e punhetava bem devagar. Numa hora voltei a lamber o cu dele e depois fui descendo. Primeiro lambi o saco e, finalmente, meti a cabeça do cacete dele na boca sentindo o gosto salgadinho da babinha. Ele deu um soluço. Eu estava doido. O meu pau parecia que ia estourar de tão duro. Ele percebeu, e segurando os meus ombros me deitou na cama e começou a chupar o meu pau. Devagar, bem devagar. Lambia a cabeça e depois ia passando a língua nele todo. Aquilo estava gostoso pra caramba. Ele esticava o braço e esfregava a ponta do dedo nos meus peitinhos. Bem delicado. Parava de chupar o meu pau e ia subindo lambendo a minha barriga, o meu pescoço, o meu queixo, até chegar na minha boca onde esticando a língua me dava o maior beijo. Depois voltava para o meu pau. Aquilo estava diferente das nossas outras fodas. A delicadeza com que ele fazia as coisas, diferente do tesão quase brutal de antes, estava me deixando maluco. Seria aquilo o que ele falou sobre fazer amor em lugar de foder? Na minha cabeça (se é que se tem cabeça enquanto se faz sacanagem) a coisa tinha mudado também. Eu queria aquele cara. Queria muito. Eu estava sentindo um carinho pelo Henry que nem dá para descrever. Aquele adolescente de dezessete anos com cara de quinze, com o corpo forte e definido, com aquele pausão enorme e aquela bunda linda estava me deixando maluco. Ele continuava naquele ritmo vagaroso e delicado. Me dava beijinhos pelo corpo todo. Lambia o lado de dentro das minhas coxas e vinha subindo até chegar novamente no meu pau que ele voltava a chupar. Numa hora ele levantou o corpo, chegou a cara bem perto da minha e falou: “Quero que voce meta em mim e goze lá dentro.” E ficou me olhando sorrindo um sorriso lindo com aqueles dentes brancos que contrastavam com a pele escura dele. Eu me recostei na cama. Segurando ele pelos ombros fiz ele deitar de costas. Me encaixei no meio das pernas dele. Peguei uma camisinha e encapei o cacete e lubrifiquei ele, junto com a racha de bunda dele, enfiando a ponta do dedo no cuzinho do africano. Levantei as pernas e a bunda do moleque até que o meu pau encaixou. Fui enfiando bem devagar procurando não machucá-lo. Ele gemeu quando a cabeça do meu pau passou pelo anelzinho dele. Enfiei mais um pouco, só um pouquinho. Olhei para a cara dele para ver a reação. Ele me olhava fixo, com um leve sorriso nos lábios. Eu sentia que naquele momento ele não estava me dando a bunda. Estava me dando ele todo assim como ele me queria todo dentro dele. Não somente o meu pau que nitidamente estava machucando ele, ele me queria todo dentro dele como eu disse. Havia naquele momento uma coisa muito forte entre a gente. Nem com o Wanderley eu tinha sentido coisa igual. Baixei os olhos e vi o pau dele. Estava super duro espetado para cima. Aquele pau enorme, grossão, com a cabeça vermelha toda de fora, babando direto. Segurei no cacetão e fiz um vai e vem bem leve. Peguei mais um pouco de lubrificante e passei na minha mão. Segurei novamente o pau dele. Ele aí falou bem baixinho: “Enfia tudo e me faz gozar.” Eu endireitei o corpo. Larguei o pau dele e fiquei segurando as pernas dele bem alto, bem retas, encostando a cara nos cabelinhos dela sentindo o áspero na minha bochecha. Enfiei mais o pau na bunda dele. Ele gemeu novamente. Nessa hora ele segurava no pau e se punhetava. Eu senti que tinha de gozar. Comecei um vai e vem que eu de vez em quando parava para ficar fazendo um movimento com o meu corpo que fazia com que o meu pau ficasse rodando dentro dele. Com isso eu atingia algum lugar dentro dele que dava prazer porque ele dizia: “Aí. Aí. Não sai daí!” O Henry continuava se punhetando. Voltei a fazer o vai e vem, desta vez mais rápido procurando o gozo. Ajeitei a bunda dele de encontro ao meu corpo. Enfiei o máximo que aquela posição permitia. Sentia os meus pentelhos roçando na bundinha dele. Ele movimentava a mão no pau dele no mesmo ritmo que eu fazia com o meu pau. Demorou e eu não queria que aquilo acabasse, mas comecei a sentir os primeiros sinais do meu gozo, subindo pelas pernas e passando pelo saco. De repente o Henry deu um berro. Alto, grosso, como se aquilo viesse de dentro dele, da alma dele, e começou a esporrar. Ao mesmo tempo apertou o cuzinho em volta do meu cacete. Com isso eu comecei a gozar. Fechei os olhos e deixei que o prazer tomasse conta de mim. Não vi mais nada. Não me lembro de mais nada. Quando eu acabei e olhei para o moleque, o peito dele estava coberto de porra. Uma porra bem branca que contrastava com a pele escura dele. No rosto um sorriso de felicidade. Dobrei o corpo para dar um beijo nele. Com isso o meu pau ameaçou de sair da bunda dele e ele reagiu na hora: “Não tira ele daí! Deixa ele dentro de mim!” Ajeitei novamente o cacete dentro dele. Fiquei parado com medo de interromper aquele momento lindo. Ele aí comandou: “Agora vem. Me beija.” Eu fiz e com o movimento o meu pau, já amolecido depois da gozada, escorreu pra fora do cu dele. A minha camisinha estava cheia de porra, devo ter gozado litros. Ele abaixou as pernas, se ajeitou na cama e esticando a mão pegou no meu pau e tirou a camisinha dele. Pegou ela e apertando com dois dedos espalhou a porra no peito dele, e com a mão misturou a minha porra com a dele. Então puxou o meu corpo para baixo. Eu deitei sobre ele, juntando as nossas barrigas e os nossos peitos no meio dos quais estava o nosso esperma, gerados numa gozada que eu nunca tinha tido igual. Nem com o Wanderley, nem com o Enzo, nem com o Gian, caras a quem eu tinha me entregado inteiro na foda. Sentia o pau dele, ainda duro, espetando a minha barriga. Falei para ele: “Seu pau está duro. Voce ainda está com tesão? Quer foder mais?” Ele riu: “Não. Não quero. Essa foi a foda da minha vida. Fui feliz como nunca tinha sido antes. Nunca! Agora sai de cima de mim. Fica de lado, me abraça por trás e vamos ficar quietos esperando o sono vir.” E eu: “Não quer ir tomar banho para tirar toda essa melação?” E ele: “Não. Quero ficar melado de voce.” Nos ajeitamos e eu puxei o lençol e o cobertor sobre a gente. Eu sentia as costas fortes do Henry no meu peito. Ele estava quente, gostoso. Eu dava pequenos beijos na nuca dele. Numa hora ele se ajeitou na cama, encolhendo o corpo, dobrando uma perna e esticando a outra, e apoiando a cabeça nos braços. E começou imediatamente a ressonar. Eu custei um pouco a dormir mas acabei apagando também.
Dormi profundamente, como há muito tempo eu não dormia, tanto que de manhã eu não vi que o Henry tinha se levantado. Só saquei quando ele delicadamente me sacudiu pelo ombro. Abri os olhos e la estava o meu crioulinho, sentado na beira da cama e me esticando uma xícara de café. Ele tinha tomado banho, feito a barba e passado no corpo a loção do Gian que ele tinha usado no dia anterior. Tinha uma toalha enrolada na cintura. Eu perguntei: “Voce está acordado há muito tempo?” Ele fez que sim com a cabeça e mandou: “Acordei, fiquei olhando voce um pouco. Depois fui no banheiro porque fiquei com vontade de mijar e cagar. Aliás voce não tem nada para tirar o cheiro do banheiro? Não queria que voce sentisse o cheiro da minha merda.” Eu disse que não tinha mas que isso não era importante. Então, num tom de brincadeira bem de moleque, ele falou: “Então levanta preguiçoso. Vai tomar banho, fazer essa barba que está escrota e depois a gente vai dar um jeito no apartamento que está uma zona, fedendo a porra por todo o lado, para eu poder me largar.” E eu: “Voce vai embora? Por que?” E ele: “Porque aqui é sua casa. Casa de voce e do seu namorado. Aqui é a sua vida, com o seu futebol e os seus amigos. Eu fui um episódio. O que a gente teve foi um episódio que me fez muito feliz e eu nunca mais vou esquecer. A partir de agora toda a vez que eu tomar porrada na vida eu vou me lembrar do que rolou entre a gente e isso vai me dar força porque eu soube que a felicidade existe e que eu experimentei ela.” Ele nem deu tempo de eu responder: “Vai. Levanta e vai tomar banho. Enquanto isso eu vou lavar os copos e arrumar a cozinha.” Eu fui. Na minha cabeça rolava que eu não queria que o Henry fosse embora. Sabia disso e não sabia de mais nada. Entrei no banheiro e ele ainda cheirava da cagada do negrinho. Coisa pouca, quase nada, logo superada pelo cheiro da minha própria cagada. Fiz a barba, tomei banho e voltei para o quarto. Ele estava lá. Já tinha tirado os lençóis. Continuava de peito nu e enrolado na toalha. O quarto ainda cheirava a porra. Falei isso e ele riu: “Está mesmo. Mas sabe que eu sei direitinho o cheiro da minha porra e da sua porra?” E eu: “Isso é mentira. Porra cheira tudo igual. Gosto não, é diferente, mas cheiro é igual.” Ele nem respondeu. Só falou: “Vamos nos agasalhar para poder abrir as janelas.” E foi pegar a roupa que ele tinha usando no dia anterior. Eu aí mandei ele parar. Fui pegar a correntinha de ouro que o Enzo tinha mandado. Tirei ela do envelope e pendurei no pescoço dele. Ficou lindo aquele ouro brilhando na pele cor de chocolate dele. Ele olhou para baixo, experimentou a correntinha entre os dedos e perguntou: “O que é isso?” Eu falei: “Isso é um presentinho para voce nunca mais esquecer de mim.” Ele deu uma risadinha e mandou: “Eu nunca vou esquecer de voce. Com correntinha ou sem correntinha. Agora vamos vestir uma roupa e acabar com a arrumação que eu tenho de chegar onde eu durmo antes da hora do almoço.” Eu segurei no punho dele: “Não vai. Fica aqui.” E ele: “Tenho que ir. Tenho que dar o dinheiro dos papelotes para o traficante porque se não ele faz maldade comigo. Depois o dinheiro que sobrar eu vou dar para a mulher que aluga a minha cama. Estou devendo a ela. Não vai dar para pagar tudo, mas ela não vai me mandar embora.” Eu repeti: “Não vai. Fica aqui.” Nessa hora tocou o meu celular. Atendi e era o Wanderley, puto: “Cara. Voce é maluco? Deixou o Luan te esperando ontem o dia inteiro.” Eu respondi: “Voce está mentindo. Eu realmente perdi a hora ontem mas telefonei e o Luan tinha saído. Pergunta para a baba do teu filho. Perdi a hora porque me aconteceu uma coisa maravilhosa que voce não vai entender. Depois eu volto a falar com voce. Pede desculpas para o teu primo. Ciao.” E desliguei o telefone. Me voltei para o Henry e falei: “Na quarta eu volto a treinar. Fica comigo pelo menos até quarta. Não se preocupa. A gente vai sair agora e vamos no traficante para voce poder pagar a ele. Depois vamos na sua casa...” Ele interrompeu: “Casa, não. Minha cama. Ela é embaixo de uma escada.” E eu: “...que seja. Vamos lá e voce garante a sua cama. Depois vamos comer um troço que eu estou varado de fome.” Ele não respondeu. Começou a se vestir. Ia por a mesma roupa do dia anterior (as roupas que o Piero tinha mandado), mas eu fiz ele vestir uma cueca limpa (minha porque na sunga minúscula do Piero o pausão e a bundona não cabiam), meias e camisa limpas. Nessa hora brinquei com ele: “Voce com esses jeans apertados fica com a bunda mais bonita do que ela já é.” Ele riu. E mandou: “Africano já tem bunda grande, jogando futebol ela fica maior ainda.” Eu mandei: “Sua bunda não é grande. Ela é linda.”
Saimos de casa. Com o Henry me guiando fomos para um lugar de Milão que eu nunca tinha ido. Quase fora da cidade. Um lugar pobre, horroroso, cheio de gente feia na rua. Uma pobreza igual a lugar fodido no Brasil. Numa hora ele me mandou parar o carro. Ficamos um tempo esperando. Até que ele abriu a porta do carro e saiu. Eu fiquei olhando. Ele foi na direção de um cara vestido com um camisolão árabe, com a cara encoberta por um capuz. O Henry perto dele quase que sumia porque o cara era enorme. Eles falaram, gesticularam. Hora o cara parecia que estava puto, hora que ficava mais calmo. O Henry meteu a mão no bolso do jeans e tirou umas notas que deu para o sujeito. Por sua vez o cara entregou um saquinho para ele. O moleque voltou para o carro, entrou e mandou que eu tocasse o carro. Em perguntei: “Foi tudo certo?” E ele: “Foi. Paguei a ele, mas ele exigiu que eu pegasse mais dez papelotes. Perguntou quem estava comigo no carro e eu falei que era um cara que tinha me contratado para foder até quarta feira...” Eu interrompi: “Até quarta feira? Voce vai ficar comigo até quarta feira?” Ele riu: “Voce não está me pagando até quarta feira? Então. Eu sou honesto, vou ficar até quarta feira.” Eu parei o carro e disse: “Quero te dar um beijo.” E pus a mão nos culhões dele por cima do jeans. Ele mandou: “Aqui não. Toca o carro. Entra naquela rua a esquerda.” E fui seguindo as instruções do Henry. Um caminho complicado que eu nunca mais vou saber refazer. Até que chegamos num lugar pior do que o anterior. Mais pobre e mais sujo. Tinha uma casa de dois andares caindo aos pedaços. E o Henry: “Tranca o carro e vem comigo.” Eu fui. Quando entramos eu vi o troço mais horrível que eu já tinha visto. E olha que eu nasci e fui criado em favela. Um corredor comprido com uma escada no fundo. Dos lados uns cubículos, uns com porta e outros sem, só com um pano na frente. Cheios de gente: adultos, crianças, velhos. O cheiro que rolava era nojento: cheirava a podre, a mijo de gato, a rato morto, a comida estragada. Quase no fim tinha um velho sentado na porta de um cubículo. Olhava pra frente como se não estivesse vendo nada. Na hora que a gente ia passando ele abriu a calça e puxou de dentro o pau e começou a mijar no chão. Eu tive que dar um pulo para o lado para a porra do velho não mijar na minha perna. Nessa hora saiu lá de dentro um cara que deu uns tapas na cabeça do velho e arrastou ele para dentro. No fim do corredor o Henry dobrou a esquerda e se abaixou. Embaixo da escada tinha um colchão todo rasgado com um cobertor imundo em cima. Ele foi mais no fundo e pegou um saco. Falou alto para eu ouvir: “Essas são as minhas roupas. Acho que ninguém levou nada.” Eu só falei: “Paga o que voce tem de pagar e vamos embora. Deixa essa porra de saco aí que voce não vai precisar.” Ele endireitou o corpo e foi em direção a um cubículo que tinha em frente. Ainda segurava o saco. Eu peguei na mão dele, tirei o saco que eu joguei em cima do colchão. Uma mulher de uns cinqüenta anos estava sentada em frente de uma mesa. Sem dizer uma palavra o Henry tirou umas notas do bolso e ia entregando para ela. Eu segurei o braço dele: “Espera. Pergunta a ela quanto voce está devendo. Tudo.” Ele perguntou e ela respondeu. Era uma quantia de merda. Peguei a minha carteira tirei um dinheiro e dei para ele: “Entrega. Manda ela ficar com o troco e vamos embora.” Demos meia volta. Quando passamos no lugar onde o Henry dormia ele tentou pegar o saco de roupa novamente. Eu falei alto: “Deixa essa merda aí!” Mas ele insistiu. Pegou o saco, abriu e tirou lá de dentro um envelope grosso. Disse: “São o meu passaporte e umas coisas minhas.” Eu nem respondi. Voltamos para o corredor. O velho mijão tinha voltado. Estava lá sentado, ainda com o pau de fora. Saimos rapidamente, entramos no carro e eu arranquei. Falei para o Henry: “Neguinho. Vamos até em casa que eu quero tomar um banho, estou me sentindo sujo e aquela porra de velho respingou a minha calça com mijo. Ele deu um riso sofrido: “É porque voce não está acostumado. Miséria acostuma, sabe?” Eu parei o carro e olhei para ele: “Escuta aí. De miséria eu sei tudo. Nasci e fui criado na miséria. Já passei até fome. Já dormi só com um naco de pão duro e água, muita água. Fedor de pobreza eu conheço. O futebol me deu tudo, mas a marca da miséria eu ainda carrego. De modo que não dá de coitadinho, a gente é igual.” Ele ficou quieto. Eu continuei: “A gente vai para casa, vai tomar banho e vai mudar de roupa. Mas antes vamos passar numa loja e vamos comprar umas roupas para voce. Hoje é domingo, mas tem loja aberta por causa dos turistas.” Ele reagiu, afastando o corpo de mim. “Eu não quero! Não vou ser sustentado por voce!” Eu me aproximei dele e mandei a minha boca na dele. Mandei um beijão. No inicio ele não abriu a boca e tentou me afastar com os braços. Depois relaxou o corpo. Acabado o beijo eu mandei: “Não estou sustentando voce. Voce vai ficar comigo até quarta feira e eu fiz voce deixar as suas roupas lá naquela merda. Então estou apenas comprando roupa para voce vestir. E tem mais. Voce era miché de velho cobrando uma merda de uma grana para chupar uns paus sujos e enrugados e levar umas porradas e umas mijadas de vez em quando. Então pensa assim: o que eu vou gastar com voce corresponde ao pagamento da nossa transa. Pelo preço certo que voce vale.” Ele parou me olhando com ódio. Depois a cara dele foi ficando doce, os olhos molhados. Deu uma fungadinha (linda por sinal, um tesão de fungada) e falou: “Voce é muito escroto.” Mas aí já com um sorrisinho. Levei ele numa loja grandona, perto da Piazza del Duomo. Compramos de tudo um pouco: cueca do tamanho dele, camisa, camiseta, meia, o caralho. Comprei também uma mochila super bem transada. Acabado o troço voltamos para casa. Mal entramos e o celular tocou. Não atendi porque sabia que era o Enzo fazendo interrogatório. Desfizemos os embrulhos. Fui no meu closet e separei um lugarzinho para o Henry por as roupas dele. Ele arrumou tudo empilhadinho. Entreguei para ele uma caixinha onde tinha uma loção de corpo explicando: “Voce estava usando uma loção que era do Gian. Então estava com o cheiro do Gian e eu quero voce com o seu cheiro. Vamos para o banho.” Entramos os dois juntos no chuveiro. Imediatamente olhamos um para o outro e vimos que não ia ser só banho que ia rolar. Ele logo foi segurando no meu pau e eu no dele. Ficamos assim um tempão, segurando nos paus, nos abraçando, nos beijando. Ele logo foi virando de costas para mim e colocando as mãos na parede arrebitou a bunda dizendo: “Lambe o meu cu.” Eu ri: “Voce gosta de ter o cu lambido, não é? “ E ele: “Eu não sei se eu gosto de ter o cu lambido. Eu gosto é de voce lambendo o meu cu.” Atendi a ele e o porrinha suspirou direto, mexendo o rabo de um lado para o outro. Depois nos chupamos os paus, nos punhetamos, nos beijamos. Terminamos a sacanagem com ele gozando na minha boca e eu na cara dele. Findo o banho, nos vestimos (ele de roupa nova) e fomos comer. No caminho eu falei: “Estou morto de fome mas não queria comer.” E ele: “Não entendi.” E eu, rindo: “Se eu comer eu vou perder o gosto da sua porra que ainda está na minha boca.” Ele mandou: “Voce é maluco.” Comemos pra caramba. Eu mandei cerveja direto e ele ficou na laranjada. Na volta eu estava meio melado e doido de sono. Quando chegamos fomos logo tirando as roupas espalhando elas pela casa toda. Eu desliguei o celular para ninguém encher o saco. Deitamos enroscadinhos um no outro. Eu aí mandei: “Vou dormir um pouquinho. Se voce não dormir e ficar com tesão, bate uma punheta para quebrar o galho. E esporra em cima de mim para quando eu acordar, saber que voce bateu.” E chapei.
Quando eu acordei o Henry não estava na cama. Eu não estava esporrado, logo ele não tinha batido punheta. Fui direto no banheiro para mijar a cervejada que eu tinha bebido. Depois fui na sala. O neguinho estava lá, sentado no sofá com o envelope no colo, de onde ele tinha tirado uns troços. Ele olhava uma foto passando o dedo em cima dela, como se estivesse fazendo carinho. Quando eu me aproximei ele me estendeu a foto dizendo: “Essa é a minha família.” Eu olhei e tinha um negão enorme de terno, uma negona mais para a gorda vestida com aquelas roupas africanas super coloridas, um moleque de uns treze anos, nitidamente o Henry, vestido todo elegante de calça caqui e blaser azul marinho, um moleque de uns nove anos e uma menininha de trancinha e fita no cabelo. Ele deu uma risadinha triste: “O meu pai não existe mais. Estamos no jardim da nossa casa. Era uma casa boa. O meu pai tinha prometido que até o final do ano ele ia mandar fazer uma piscina. Essa roupa que eu estou vestindo é o uniforme da minha escola. Eu tinha treze anos. Nesse ano foi que eu comecei a treinar futebol no clube. Antes eu jogava na rua, descalço como todos os meus amigos.” Depois deu outra risadinha triste: “Foi o ano também em que eu pus a piquinha do meu irmão na boca pela primeira vez. Mas ele ainda não gozava. Ele tem nove anos aí. Lá na Africa, por causa do calor, eu não sei, a puberdade começa muito cedo. Com onze anos todo mundo já tem pentelho, pau crescido e esporra como adulto. Com o M’Kba foi rápido como um raio. Uns dois anos depois dessa foto ele já tinha a piroca maior do que a minha e, como te falei, esporrava jatos e mais jatos.” Eu interrompi: “Voce tinha tesão no seu irmão?” E ele: “Não. Nada parecido. Eu fazia nele porque eu sabia que ele precisava e ele fazia em mim porque eu fazia nele. No final eu nem precisava que ele fizesse em mim porque eu já metia nas garotas, mas ele continuava fazendo em agradecimento. Claro que na hora de gozar rolava tesão, com suspiro e tudo, mas quando acabava ia cada um para o seu lado e não se falava mais nisso.” Eu perguntei: “Então até voce vir para cá voce nunca tinha transado com homem, digo homem mesmo?” E ele: “Nunca. Isso nem passava pela minha cabeça. Quando eu cheguei, besta como eu era, ainda procurei umas meninas para meter. Claro que eu não arranjei nenhuma. Mesmo assim foi só quando o meu dinheiro acabou e eu tive que me mudar lá para aquele lugar que voce conheceu, que eu soube que tinha macho que pagava para transar com macho. Todos os africanos na mesma situação que eu faziam isso. Tem dois tipos: os caras que pagam para meter na nossa bunda e os que pagam pra a gente meter na bunda deles. Todos mais velhos e alguns velhos mesmo. Todos gostando de humilhar a gente como eu já te contei, dando porrada, xingando e mijando na gente. Só uma vez que eu fui com um cara legal. Era um cara super afeminado. Costureiro, eu acho. Tinha um festão na casa do cara. Era ele, os amigos dele e um monte de garotos. Uns pretos como eu, mas tinha branquinhos também. Mas rolou uma coisa engraçada. Eu fiquei com o dono da casa. Ele beijava o meu corpo o tempo todo. Numa hora eu arriei as calças e estava de pau duro. Quando ele olhou para o meu pau desmaiou. Desmaiou mesmo, caiu duro no chão e só acordou com os amigos dele dando tapinhas na cara dele. Muito engraçado.” Enquanto contava isso o Henry ria, de uma forma bem moleque. Ele continuou: “Comigo aconteceu uma coisa que eu não sei explicar. Nunca ninguém quis meter na minha bunda. Até...” Eu interrompi: “Até o que?” E ele, me olhando no olho: “Até anteontem de noite. Voce foi o primeiro.” Nessa hora eu, emocionado, voei nele. Jogando os papéis dele no chão me atraquei com ele, beijando ele direto. Ele me abraçava também. Ficamos assim no maior amasso. Nossos paus endureceram direto. Ele ia começar a falar: “Mete...” Eu interrompi: “Não, meu am...Henry. É voce quem vai meter em mim. E vai ser aqui na sala, agora. Eu de quatro e voce por trás.” Desci do sofá e me pus de quatro no chão, me apoiando nos braços e de bunda arrebitada para cima. Ordenei: “Cospe no pau e enfia. Tudo, direto, até o talo.” E ele: E a camisi...Eu interrompi, exaltado: “Sem camisinha. Estoura as minhas pregas e me inunda de porra.” Ele desceu do sofá, veio por trás de mim. Com as mãos separou as minhas nádegas e encostou a cabeça do cacete no meu cuzinho. Forçou e o caralho não entrou. Forçou mais e nada. Eu disse para ele, ainda exaltado, falando alto: “Cospe mais no pau!” Ele tirou o cacete e logo voltou. Apoiado num braço virei o outro braço para trás e segurando a pica do negrinho encaminhei ela até sentir que a cabeçorra estava encostada no meu cu. Fixei a porra e falei: “Agora força e enfia!” Ele fez e o pau atravessou o meu anel. A dor que eu senti foi inenarrável. Parecia brasa. Dei um gemido alto. Ele enfiou tudo, de uma vez só, até o fim. Meus gemidos transformaram-se em gritos. Ele dobrou o corpo encostando o peito nas minhas costas e cruzando os braços no meu peito. Começou um vai e vem forte, rápido, procurando o gozo. Enquanto isso enfiou a cara no meu pescoço e me beijava, dizendo: “Já vou acabar. A dor vai passar. Mais um pouquinho, meu amor.” E continuava me fodendo. Não sei o tempo que durou. Até que num grito, me apertando com uma força que eu nem imaginava que ele tivesse, ele gozou. Eu sentia a porra dele me inundando. Até que ele parou de se movimentar e tirou o pirocão do meu cu. Ele levantou o corpo. Ficamos assim parados um tempo. Eu de quatro no chão e ele de joelhos. Eu sentia a porra escorrer, saindo do meu cu e molhando o meu saco. Ia me levantando dizendo que ia no banheiro jogar uma água na bunda que estava ardendo quando ele mandou eu ficar como eu estava. Ainda de joelhos no chão ele abaixou o corpo e começou a passar a língua no meu cu, bebendo a porra dele. Eu nem senti tesão por causa da dor. Ele levantou o corpo, puxou o meu de encontro ao peito dele, me abraçou e esticando a cabeça procurou a minha boca, com a língua esticada. Eu virei a minha cara para trás. Nos beijamos daquele jeito torto. Ele, no maior carinho, dizia: “Pronto. Passou. Foi a maior gozada da minha vida. Voce se deu para mim.” E continuou dizendo essas frases de consolo por um tempão. Depois eu tentei me levantar e ele me ajudou. Fui em direção ao banheiro e ele me seguiu. Até andar doía. Chegamos, eu me sentei na privada e peguei o chuveirinho. Liguei a água. Ele aí me puxou pelos braços e disse: “Fica de pé, apóia as mãos na parede e abre bem as pernas.” Começou a jogar água, o que aliviou a ardência. Numa hora eu falei: “Vê aí e me diz como está.” Ele afastou as minhas nádegas e disse: “Está bem vermelho e largão.” Jogou água mais um tempo. Lavou o pau com o chuveirinho. Aí eu falei para a gente voltar para a sala. Eu deitei no sofá primeiro e fiz ele deitar do meu lado, com a cabeça apoiada no meu braço. Ficamos ali quietos, sem falar nada. Ambos sabíamos que ele ter me arrombado daquele jeito tinha sido uma coisa importante, forte. Eu esfregava o queixo na cabeça dele onde o cabelo cortado curtinho me arranhava. Eu olhava para baixo e via que tanto o meu pau quanto o dele estavam moles, deitados de lado sobre os nossos sacos. Numa hora eu não resisti e comecei a passar o dedo nos peitinhos inchados do Henry. Ele deu uma risadinha: “Não faz isso, está me dando choque no saco. Voce vai querer foder mais?” Eu mandei: “Não. Hoje não. Talvez uma chupadinha ou uma punheta mais tarde antes de dormir. Mas foda mesmo não.” Ele mudou de assunto; “A gente vai sair para jantar?” Eu respondi: “Não. Acho que não. Estou arrebentado. Aliás, vai no armário do banheiro e pega uma pomada que tem lá.” Dei o nome da pomada cicatrizante. Ele trouxe e eu pedi que ele passasse no meu rabo. Ele pos um pouco da pomada na ponta do dedo e eu me virei. Ele passou. Confesso que o troço me deu um tesãozinho mas eu não falei nada. Mais tarde pedimos uma pizza e o comentário dele me fez rir: “Nessa porra de Italia se come pizza o tempo todo, até em enterro.” Ficamos depois vendo televisão (uma merda, por sinal) onde mais tarde começaram os programas de comentários esportivos. O meu time tinha levado uma lavada de um time merda, recém saído da segunda divisão. Já o do Wanderley tinha ganho apertado, mas continuava em quinto lugar no campeonato. De se notar é que o alemão picudo tinha recebido um cartão vermelho. Quando ele apareceu saindo expulso do campo eu falei para o Henry: “Sabe que esse cara tem um pau de 29 centímetros?” Ele mandou: “Não acredito que alguém tenha um pau desse tamanho.” E eu: “Tem sim.” E ele: “E como é que voce sabe? Já transou com ele?” Eu respondi: “Eu não, mas um amigo meu transou e tirou foto da pica do cara e me mostrou. Aliás qual é o tamanho do seu pau? Já mediu?” E ele: “Eu não medi, mas um velhote mediu, todo contente de ter levado ele no rabo. 25 centímetros.” Quando ele falou isso eu senti até um frio na barriga. Tinha levado, duas vezes naquele fim de semana, 25 centimetros no rabo. Finalmente o sono começou a chegar na gente. Levantamos, fomos no banheiro, mijamos ao mesmo tempo cruzando os nossos jatos. Depois fomos para o quarto. Deitamos e eu liguei o aquecimento para podermos dormir sem cobertor. O Henry logo se ajeitou naquela posição que ele gostava: de lado com uma perna encolhida e a outra esticada. Num instante ele estava ressonando. Eu custei um pouco mais mas acabei apagando. De madrugada eu acordei e o negrinho estava lá, na mesma posição em que tinha dormido. Eu levantei o corpo e olhei para o pau dele: estava durão. Levantei, dei a volta na cama, me ajoelhei no chão e meti a minha boca no pau dele. Senti um cheirinho de mijo e o cheiro forte do pau dele. Ele nem se mexeu. Depois o troço perdeu a graça e eu voltei para o meu lado e dormi de novo.
No outro dia de manhã foi igual. Acordei com ele me sacudindo pelo ombro me entregando a xícara de café. Tinha feito a barba e tomado banho. Tomei o café e ia em direção ao banheiro, mas voltei, me abaixei e dei um beijinho no pausão. Ele riu: “Para com isso que o tesão volta e vai começar a fodelância.” Eu respondi: “Não vai. Pelo menos agora de manhã. Eu tenho que fazer uns troços. Vou ter de sair. Voce pode fazer o que quiser. Ficar aqui em casa ou sair. Aliás vou comprar um celular para voce. Aliás não precisa. Tenho um aqui em casa que é do Gian. Tenho é que descobrir onde ele botou.” Num instante achei ele. Entreguei o telefone e disse numero para ele. Depois fui telefonar para o Wanderley. Ele atendeu e eu mandei: “Olá, compadre.” Quando viu que era eu fez voz de puto: “O que é que voce quer?” Eu respondi: “Preciso falar com voce.” E ele: “Então fala.” E eu: “Não é assim pelo telefone. Preciso conversar pessoalmente.” E o Wanderley: “A gente se encontra mais tarde. Agora vou ter de sair com o Luan.” Eu insisti: “Porra, cara. Estou dizendo que preciso de voce.” E ele: “Então tudo bem. Passa de carro aqui e voce nos dá uma carona para o centro da cidade. A gente vai conversando” E eu: “Tudo bem, mas sem Luan. Preciso falar com voce sozinho.” E ele, fazendo malcriação: “Ou é com o Luan ou não tem papo.” E eu: “Tudo bem. Aí eu vou contar para o seu primo que a gente já fodeu. Vou dizer como é o seu pau, a cor dele, a pele da frente. Sem esquecer do sinalzinho que voce tem na bunda e que eu quase gastei de tanto beijar.” Ele teve que rir: “Tudo bem. Vem me buscar que eu vou descer sozinho.” Peguei o Wanderley. Fomos num café. O garçom serviu o café. Então mandei o que eu queria conversar: “Olha, cara. Na sexta saí do batizado e fui dar um giro por aí. Estava tudo uma merda. Fui numa sauna. Pior ainda. Me larguei. Na saída veio um crioulo que me ofereceu coca. Um cara muito fodido, com uma roupa caindo aos pedaços, até meio rasgada. Não sei por que prestei atenção nele e vi que ele era um crioulinho de uns 15 anos, bonitinho para caralho. Começamos a conversar e eu acabei levando ele para casa...” Contei tudo para ele. Claro que pulei a parte do Henry ter me arrombado. Quando acabei o Wanderley, com uma cara horrível, falou: “Voce é muito escroto. Está namorando e basta o seu namorado viajar que voce mete chifre no coitado.” E eu, meio puto: “Deixa de defender o Gian. Voce detesta ele, nem olha para a cara dele. Mas não é disso que eu quero falar. O seu empresário é um italiano, não é?” E ele: “É.” E eu continuei: “Queria que voce transasse para mim dele levar o Henry para fazer um teste. Mas tem de ser no seu time. Ele tem ainda dezessete anos e tem de ser nas divisões de base. Eu podia fazer isso no meu time mas vai dar falação. Voce sabe como o Enzo é. Então tem de ser como se fosse coisa sua. Dá para me ajudar?” O Wanderley não topou de cara. Fez muito discurso, deitou falação pra caralho que eu ouvi sem dizer uma palavra. Finalmente disse: “Tudo bem. Vou falar com ele e te telefono de tarde.” Deixei o Wanderley de volta na casa dele. Aí liguei para o celular do Henry. Ele ainda estava em casa, não tinha saído. Foi logo dizendo: “Dei uma limpada no apartamento todo. A cozinha estava um horror. Tinha até panela com mau cheiro...” Eu interrompi: “Depois voce me conta. Mete uma roupa legal que eu vou te pegar para a gente almoçar. Quando eu buzinar voce desce. Não esquece de passar as trancas na porta.” Fomos almoçar. Ele me contou então: “Esteve um amigo seu no apartamento. Ele bateu na porta e eu abri. Eu acho que conheço ele de revista de futebol. Ele começou cedo e era uma puta promessa do futebol italiano. Eu estava todo suado, só de calção e a casa toda bagunçada. Ele pensou que eu era um cara contratado por voce. Meu sotaque mostrou que eu era gringo. Ele então se largou dizendo que liga para voce depois. Mas me olhou pra caramba.” Eu ri: “Voce deu sorte dele não agarrar no seu pau. Estou brincando. Ele é um dos meus maiores amigos. Chama-se Enzo.” E o africano: “Isso mesmo. Enzo. Centro avante, mas joga no meio de campo. É bom de bola.” Eu confirmei. Aí contei a minha conversa com o Wanderley. Quando eu acabei ele me agradeceu com lágrimas nos olhos. Depois eu contei para ele que tinha falado com uns caras do meu clube e tinha arranjado de alugar um quartinho para ele numa pensão de estudante. Que na quarta feira ele ia se mudar para lá. Que saindo do almoço a gente ia até lá e eu ia fechar negócio depositando dois meses do aluguel. Que se o troço no time do Wanderley desse certo ele ia me pagar assim que ele recebesse a primeira grana. Se não desse certo a gente ia ver alguma outra coisa. Aí me lembrei e perguntei: “Onde estão os papelotes que o traficante te entregou?” Ele respondeu: “Aqui no meu bolso.” E eu: “Voce é maluco de ficar andando com tóxico no bolso. Vai que a policia te pega e te revista.” Ele nem ligou: “Tem meses que eu ando com tóxico no bolso, nunca ninguém me pegou.” Eu então falei: “Quantos papelotes são?” Ele respondeu: “São dez.” E eu: “Então se levanta, vai no banheiro e joga tudo fora na privada. O dinheiro eu te dou depois. Não esquece de abrir cada papelote e jogar só o pó na privada e dar a descarga porque se não vai acabar entupindo a merda.” Ele se levantou, demorou pra caralho e voltou todo sorridente: “Pronto. Fiz o que voce queria.” Acabamos o almoço, fomos ver a nova casa do Henry e depois voltamos para casa. Assim que chegamos eu fui logo tirando a roupa. Cheguei perto dele, tirei a camisa, depois a camiseta pela cabeça, desabotoei o jeans e arriei ele junto com a cueca. Falei para ele: “Passei a manhã inteira pensando em te ver novamente pelado. Voce é lindo nu. Não é só o pausão e a bunda. É voce todo. Inteiro.” Ele não disse nada. Sentou-se numa cadeira e tirou o tênis e as meias. Levantou-se, se aproximou e me deu um beijinho na testa, perguntando: “Agora está bom?” Segurei ele com as mãos na cintura e falei: “A cada hora eu acho voce mais bonito.” Ele respondeu: “Eu não sou bonito. Tenho traços de negro. Narigão achatado e beição.” E eu: “Que em voce ficam lindos. Seus lábios são deliciosos. Grandes e macios.” Ele riu: “Sacou que esse papo é conversa de namorado?” Eu ri também: “Eu namoro voce tem três dias.” Ele aí ficou sério: “Mas voce tem namorado. Está casado com ele.” Eu aí fiquei sério também: “Uma coisa não tem nada a ver com a outra. A gente se gosta e se completa. Temos o maior carinho um pelo outro. Mas amar, amar mesmo eu só amei um cara e não é o Gian.” E ele: “Quem voce amou? E por que não ama mais?” Nos sentamos no sofá. Eu aí falei: “Foi o Wanderley.” E ele: “Esse que vai me legar para fazer teste?” E eu: “Ele mesmo. Eu já jogava futebol. Era atleta de Seleção e os empresários já me enchiam o saco para vir jogar na Europa. Naquela época eu nem olhava para homem. Pelo contrário tinha uma opinião muito negativa dos homossexuais. Eram as garotas e as garotas só que me interessavam. Aí o Wanderley veio do Sul do Brasil para jogar no nosso time. Ele era um moleque um pouquinho mais velho que voce. Bonitinho que só ele. Mesmo hoje que ele é homão continua bonitinho. Voce vai ver. No nosso primeiro banho no vestiário ele chamou a minha atenção porque ele era lourinho e tinha os pentelhos branquinhos, que nem o cabelo da cabeça...” E fui contando os casos do Wanderley. Como eu fiquei apaixonado, como a gente começou a transar e como ele foi embora para o Japão e nunca mais quis nada comigo. Acabei contando que agora a gente era apenas amigo e que no dia que a gente se conheceu eu estava voltando do batizado do filho dele que é meu afilhado. O Henry então perguntou: “Voce ainda ama o cara?” Eu respondi e era verdade: “Assim de cara não mais. Mas se eu procurar bem dentro de mim, vou encontrar o meu amor por ele. Igualzinho.” Ele não disse nada. Se aproximou de mim e mandou um beijão. Daqueles que ele sabia dar. Os lábios úmidos e macios. O linguão enfiado na minha boca. Abracei ele. Sem parar de beijar pus a mão nos culhões dele. O cacetão começou a reagir. Ele fez o mesmo em mim e iniciou uma punheta. Eu me agachei e dobrando o corpo pus o pau dele na boca. Ele deu uma tremidinha e encolheu a barriga. Depois se levantou e me puxou pela mão em direção ao quarto. Eu falei: “Não vai dar para voce meter em mim porque o meu rabo ainda está muito machucado.” Sem me olhar ele disse: “Hoje vai ser voce metendo em mim. Se eu não aguentar a gente goza um na boca do outro.” Chegando no quarto logo nos deitamos na cama. Eu fui logo tentando meter o dedo no cuzinho dele. Ele chiou pedindo para eu tirar porque estava doendo muito. Mas lamber ele deixou. Todo contente e tesudo. Gozamos um no outro, nos melando inteiros...
Na quarta feira eu deixei o Henry na casa do Wanderley que levou ele no clube. Ele fez o teste e foi aceito. Está jogando ainda nas divisões de base, mas logo logo vai para o time de cima. Não é um jogadoraço, mas se sai bem, principalmente porque é ambidestro e chuta igual com as duas pernas. Por incrível que pareça o Wanderley gosta do Henry. Se sente meio que padrinho dele. Quando o Gian chegou da viagem dele eu parei de foder com o Henry. Mas foi por pouco tempo. Logo estávamos de volta nos braços um do outro, cheios de tesão. O Gian e eu nos separamos principalmente pelo Gian que começou um caso com um figurinista (bem viadinho, aliás). O Henry se mudou para minha casa e estamos vivendo um puta amor. Eu amei antes. Amei o Wanderley com desespero. Mas com o meu neguinho africano é diferente. O meu amor por ele é um amor de realização, é o tipo de amor que explica porque vale viver.
Ultimamente os caras estão vindo com umas ofertas, pagando os culhões, para eu voltar a jogar no Brasil. Mas eu não vou aceitar porque não vou me separar do Henry. Perder novamente o amor da minha vida eu não vou mesmo.
FIM