Face aos comentários que recebi tentei melhorar, desenvolver um pouco mais a história, focar-me mais no desenvolvimento principal em si e menos nos pormenores. Normalmente faço a cada 3 páginas no word uma parte, acrescentei mais uma. Acho que esta parte é a melhor das 9, aguardo a vossa opinião.
Após a Carla e o Miguel saírem do hospital, no caminho para casa.
Carla: Não te quis dizer nada quando o professor estava em coma, mas sabes que é impossível teres alguma coisa com ele, isto é, ele é teu professor, além disso é mais velho, e provavelmente aquela mulher era namorada dele.
Miguel: Eu sei, mas não consigo evitar sentir-me atraído por ele…
Apesar de nos restantes dias não verem o Prof. Telmo, era mais que óbvio que este estava recuperado, uma vez que, no decorrer da semana, o professor substituto despediu-se, o que para uns foi uma pena, uma vez que os testes eram mais fáceis.
Na semana seguinte o Telmo voltou a dar aulas. Este admirou-se pelo facto de, praticamente todos os alunos terem subido as notas, no entanto o Miguel tinha baixado. Apesar de o ter questionado este apenas respondeu que tinha estado ocupado com as outras disciplinas e não tinha tanto tempo para química, algo que sabia não ser verdade.
Durante a noite era frequente sonhar com o Prof. Telmo, normalmente encontravam-se os dois nos balneários da piscina a tomar banho e havia um momento que o Miguel quase o beijava, no entanto, aparecia sempre a mulher desconhecida, a que tinha ido buscar o professor ao hospital, e levava-o consigo. O pior é que na escola, o Telmo tinha sido visto a chegar com ela, que costumava ir pô-lo e buscá-lo, espalhando-se o rumor que ele namorava.
Felizmente, numa das aulas o professor desmentiu esse rumor, dizendo que a irmã dele tinha estado um tempo a viver com ele para o ajudar, mas que já se tinha ido embora, o que, de certo modo, foi um alívio para o Miguel. Tal como antes do acidente, a relação professor – aluno que ambos tinham voltou a ganhar proximidade, as conversas que tinham pela internet, após as aulas voltou a ganhar vida. Inclusive, até costumavam marcar uma hora nas piscinas para nadarem ao mesmo tempo, fazendo torneios para saberem quem era o mais rápido.
Se o Miguel estava contente com o rumo que a sua relação com o professor estava a tomar, o mesmo não se podia dizer com a Carla, esta chamava-o constantemente à atenção dizendo que ele a alimentar falsas esperanças e que iria sair magoado, pois jamais ele teria alguma coisa com o professor. Embora o Miguel, em parte, tivesse consciência disso, simplesmente não conseguia parar, a atracção pelo Telmo era cada vez maior e tinha receio que este percebesse o que ele sentia, pois muitas eram as vezes que o professor o apanhava a olhar para ele.
Na verdade, o próprio Telmo começava a desconfiar que o Miguel sentia algo por ele, o que ia além da relação professor – aluno, pois todas as visitas ao hospital, o facto de ter descido as notas quando veio outro professor e os olhares que captava vindos na sua direcção deviam querer dizer alguma coisa, porém talvez fosse só imaginação da sua cabeça. Era verdade que tinha uma consideração especial pelo Miguel, talvez se fossem da mesma idade e ele não fosse seu aluno tivessem uma boa amizade, mas tal não se passava, pelo que esperava estar enganado. Talvez lhe tivesse dado confiança a mais, no entanto de todos os alunos o Miguel era o que parecia ser o mais racional, ele nunca tentaria fazer algo sem pensar primeiro – pensou.
Pouco antes do 2.º teste do segundo período, isto é, no mês de Março, como era habitual, o Miguel, a Carla e o T foram para a natação no mesmo horário, no entanto quando iam embora repararam que, enquanto tinham estado na piscina o tempo tinha piorado e tinha começado a chover. Tanto a Carla como o Miguel ligaram para os seus pais, porém os pais de ambos encontravam-se ainda em serviço, pelo que não tinham outra alternativa a não ser ir a pé até que encontrassem um autocarro ou uma paragem de metro que os levasse a casa. Uma vez que o professor estava com eles:
Professor: Se quiserem posso-vos dar boleia, não me importo nada, a minha casa fica a 5 minutos da do Miguel e pelo que sei a tua também é perto, certo Carla?
Carla: Sim professor, mas não é preciso, nós desenrascamo-nos.
Professor: Mas não me custa nada, além disso não quero que amanhã faltem à escola por estarem doentes.
Carla: Se você insiste.
Ambos se dirigiram para o carro do professor que estava próxima da entrada das piscinas, este levou primeiro a Carla a casa e depois tomou a estrada que levava a casa do Miguel, a cerca de 1 minuto da casa da Carla. Quando chegaram, o professor parou o carro.
Miguel: Obrigado pela boleia professor, já nos poupou uma molha.
Prof. Telmo: De nada, mas não me importo, afinal a minha casa é já a 5 minutos daqui.
O Miguel tentou abrir a porta, no entanto esta não abria.
Miguel: A porta não abre professor.
Professor: Essa porta está avariada, é preciso dares um jeito na maçaneta ou então não a consegues abrir, espera ai.
O Telmo colocou a mão direita, a que se encontrava do lado do Miguel, no encosto do banco dele e com a mão esquerda tentou alcançar a maçaneta da porta, a posição em que ele se encontrava era quase como fosse abraçar o aluno. Quando o professor se inclinou para alcançar a porta do carro do lado do Miguel, este sentiu o seu cheiro, era um cheiro bom, um cheiro atraente que o fez olhar intensivamente para o professor desejando-o, no entanto este não retribuiu o olhar até que, após abrir a porta, quando ia voltar à sua posição normal, desinclinando-se sobre o Miguel, o seu olhar cruzou-se com o dele. Foi uma questão de segundos, o tempo suficiente para o Miguel colar os seus lábios aos lábios suaves e macios do Telmo.
Prof. Telmo: O que estás a fazer? – perguntou interrompendo o beijo.
Miguel: Desculpe! – pediu ainda assustado com a ousadia que tinha acabado de cometer.
Prof. Telmo: Acho que estás a confundir as coisas. É melhor ires embora e esqueceres o que se passou que eu também me vou tentar esquecer.
O Miguel saiu a correr do carro, não acreditava que tinha tentado beijar o professor, ou melhor tinha conseguido por momentos. Tinha acabado de arruinar as suas chances, “é mais que óbvio que as intenções do professor não são as mesmas que as minhas” – pensou - “Que vergonha, acabei de estragar tudo, a Carla bem me tinha avisado”. Mal entrou em casa dirigiu-se ao seu quarto onde acabou a adormecer sem sequer jantar, tendo dito aos seus pais que já tinha comido.
No dia seguinte, com a disposição com que estava nem tinha tomado o pequeno-almoço e para seu azar a primeira aula era logo química, no decorrer desta o professor tentou evitar aproximar-se da mesa do Miguel, o que não era costume, e quando este no final da aula ia falar com ele, o Telmo despachou-o e foi-se embora, como fugindo dele, evitando-o.
Gonçalo: Ehhh… o professor hoje está com pressa, até admira não querer falar contigo hoje.
A Carla olhou para o Miguel como se desconfiasse que algo se tinha passado.
Miguel: Deve ter alguma coisa para fazer só isso.
Na aula seguinte, ed. Física, fizeram o teste de cooper que consistia em correr 12 minutos sem parar. O facto de o Miguel não ter tomado as duas refeições anteriores fez com que este desmaiasse aos 8 minutos, criando algum pânico perante a turma que não sabia o que se passava.
Prof. Ed. Física: Alguém que me ajude, chamem alguém!
Gonçalo: Vou já professora. - disse correndo para a escola.
O Gonçalo correu pelo corredor até que avistou uma funcionária da escola, que se encontrava a falar com o professor Telmo, e foi ao seu encontro, dizendo que o Miguel precisava de ajuda.
Professor: O que se passa com o Telmo?
Gonçalo: Ele desmaiou professor.
Funcionária: Estes miúdos, esquecem-se de comer, são dietas para aqui, dietas para ali, vou já buscar um copo de água com açúcar.
Enquanto esperavam pela funcionária, o professor sentiu alguma vontade de ir ver se o Miguel já se encontrava melhor, pois este também o tinha ido visitar ao hospital quando tinha estado em coma, no entanto, face aos recentes acontecimentos, achou por bem não o fazer, não fosse alimentar certas esperanças. A tentativa de o beijar por parte do Miguel ainda estava bem presente na sua cabeça e, embora tivesse-o afastado, se as ocasiões fossem outras e se o Miguel não fosse quem fosse, isto é, seu aluno, não saberia se tinha parado.
Entretanto a funcionária chegou e deu o copo ao Gonçalo, para que este o levasse ao Miguel