Espero que esteja a tornar-se mais aliciante... pelo menos tenho-me esforçado paraProf. Ed. Física: Bebe isto. – disse, entregando ao M o copo de água com açúcar que o G tinha ido buscar.
G: Fui o mais rápido que pude, encontrei uma funcionária a falar com o professor Telmo e ela foi logo buscar o copo.
M estava agora sentado no chão a beber a água que lhe tinham trazido, no entanto o facto de saber que o professor lá estava e não ter vindo ver se ele estava bem deixou-o triste, isto só provava que tinha estragado tudo no dia anterior.
Após beber tudo a professora mandou-o ao bar da escola comer qualquer coisa, pois embora a água com açúcar tivesse o seu nível de açúcar, este precisava de comer qualquer coisa. O dia passou e quando ia para casa com a C, após o G se ter despedido, pois a sua casa não era naquele sentido.
C: Fizestes alguma coisa?
M: Como assim?
C: Sabes do que estou a falar, não te faças desentendido, estou a falar do professor.
M: Bem, eu ontem tentei beijá-lo… - disse, quase não se ouvindo, olhando para o chão.
C: O quê? Endoideceste? Eu já te tinha avisado, M esquece, essa é uma relação impossível, só te estás a prejudicar, além disso nem sabes se o M é homossexual, é uma sorte ele não ter contado a ninguém ainda. Já pensastes se ele partilha a informação com alguém?
M: Eu sei, eu perdi a noção das coisas apenas isso. Estou bastante arrependido e agora ele mal me fala.
C: Pois e tu sabes porquê. Se queres que te diga ele tem razão, coloca-te no lugar dele, imaginas o que pode acontecer se envolvesse-se com uma aluno ou uma aluna, provavelmente era expulso e seria notícia de jornal caso a escola quisesse tornar o caso público. Ficaria com a carreira arruinada.
M ficou a pensar no que a C lhe tinha dito, sabia que ela tinha razão, mas ele não tinha pensado, tinha agido por impulso, não importa o quanto racionalizasse as coisas, o professor não lhe saia da cabeça. Felizmente tinha chegado o fim-de-semana e podia descansar um pouco e colocar a cabeça no lugar. No entanto este passou rápido e quando deu por isso já ia voltar à escola, não tinha conseguido colocar a cabeça no lugar como tinha previsto, cada vez sentia-se mais atraído pelo Telmo e começou a ter hábitos que até então nunca tinha tido muita curiosidade em ter, pelo menos tão frequentemente. Isto é, começou a masturbar-se mais frequentemente, tudo o que queria ter com o professor, mas que não conseguia, passou a tê-lo na sua imaginação até que uma onda de prazer invadisse o seu corpo.
No dia seguinte, era óbvio que o professor não tinha esquecido o beijo, pelo que continuava a manter uma certa distância do M, ele ainda bem tentou falar com o Telmo no final da aula para lhe pedir desculpas, mas este despachou-o uma vez mais, não lhe dando sequer tempo para as pedir.
Há noite, como se tinha tornado rotina, ligou o pc e abriu um vídeo com dois homens fazendo sexo e começou a masturbar-se, todavia sem estar à espera o pai no quarto sem bater à porta…
Pai: Oh filho, não queres ir com pai… - parou de falar ao ver o filho a masturbar-se.
O M tentou puxar as calças rapidamente para cima, envergonhado, esquecendo-se de desligar o vídeo.
Pai: Não tenhas vergonha, é normal os homens fazerem isso, afinal eu também fazia quando tinha a tua idade, mas o que estavas a ver...
O pai do M parou bruscamente de falar quando viu o vídeo, não era o que ele estava à espera de ver, o M apressou-se a fechar o vídeo, mas era inevitável, o seu pai já o tinha visto.
Pai: Mas o que quer isto dizer. – gritando.
M: Pai, eu…
Pai: Nem te atrevas a dizer essa palavra, tu sabes o que quer isso dizer, diz-me que isto é só uma confusão. Filho meu não entra em casa se for homossexual. Que vergonha!
Alzira: Mas o que se passa aqui o que são todos estes gritos? – Perguntou, acabando de entrar no quarto – Porque estás a chorar M?
Pai: O que se passa é que apanhei o nosso filho a ver um vídeo com dois homens literalmente a comerem-se.
As lágrimas vieram aos olhos da mãe do M.
Alzira: É verdade filho?
M: É. – disse olhando para baixo, esforçando-se por conter as lágrimas.
Alzira: Gostas de pessoas do mesmo sexo? – perguntou calmamente.
Pai: Ainda lhe perguntas se gostas de pessoas do mesmo sexo? Essa questão nem se põe. O que dirão na esquadra quando souberem que o filho do capitão é maricas?
Alzira: Responde filho. – Não ligando ao que o marido estava a dizer.
M: Eu acho que sim, quer dizer eu sinto atracão por pessoas do mesmo sexo.
Pai: Rua, debaixo do meu tecto não. Rua já! – ordenou o pai apontando em direcção da porta.
O M não esperou que lhe dissessem duas vezes, desatou a correr.
Alzira: Filho espera, vamos conversar! – gritou a mão.
No entanto, já era tarde e tudo o que o M não queria era conversar, só lhe apetecia chorar, algo que já estava a fazer desde que o seu pai tinha visto o vídeo. Ele saiu pela porta de casa a correr sem parar, porém lembrou-se que não tinha para onde ir, até que se lembrou da C e se dirigiu a casa dela. Quando lá chegou bateu à campainha bastantes vezes, mas parecia que ninguém estava em casa, pensou em ir para casa do G, mas que explicações lhe daria quando o visse naquele estado e se ele também reagisse como o seu pai, além disso a casa do G ainda ficava longe e precisava de apanhar transportes públicos e tinha deixado a carteira em casa.
Sem nenhum sítio para ir sentou-se no passeio a chorar, no momento que mais precisava não tinha ninguém que lhe estendesse a mão e o abraçasse. Parecia que o meio ambiente partilhava da sua tristeza, tinha ficado frio e começado a chover, pelo que o M teve de se abrigar debaixo das varandas de um prédio. Pensou no professor Telmo, será que este o podia ajudar, não custava tentar, ou era isso, ou teria de dormir na rua, além disso a situação não podia ficar pior do que já estava.
Numa corrida, dirigiu-se até ao local onde sabia que o professor morava, uma vez que a sua mão lhe tinha dado boleia uma vez. Já à frente do prédio, aproximou-se encharcado da porta que dava acesso ao seu interior, o problema agora era que não sabia qual o apartamento do professor. O M tocou a toda as campainhas, uma vez que nem todas as pessoas vêm quem é, houve quem lhe abrisse a porta para ele entrar. Uma vez dentro do prédio dirigiu-se às caixas do correio, estas diziam o nome das pessoas e o apartamento em que viviam.
Após encontrar o apartamento em que o professor vivia, subiu as escadas e bateu à porta correspondente. A porta abriu-se…
P: O que estás aqui a fazer? perguntou admirado.
M: Não tinha mais nenhum lugar para onde ir. – disse fungando.
P: Pensei que tivesse deixado as coisas bem … - calou-se ao ver que o M realmente não estava bem, além de estar a chorar, estava também todo encharcado.
M: Peço imensa desculpa, mas não sabia mesmo para onde ir. Disse aos meus pais que me sentia atraído por pessoas do mesmo sexo e o meu pai expulsou-me de casa. – disse, começando a chorar mais intensamente.
Não havia como recusar e mandar o M embora, o Telmo sentia pena dele…