Cuidando da emergência de um macho

Um conto erótico de Nemo dos Mares
Categoria: Homossexual
Contém 1258 palavras
Data: 28/02/2012 13:39:13

Uma foda de emergência. Um cinquentão tesudo, alto, forte, grisalho, militar, tão faminto por meu corpo quanto eu pelo dele. Foi pura energia, encaixe perfeito, ele macho, eu fêmea, os dois muito necessitados, apagando momentaneamente o incêndio de nossos corpos. Eu ainda era casado. Ainda tentava esconder de mim mesmo a febre, o desejo por um macho firme, viril, carinhoso mas com pegada. Porém, vez por outra, tudo irrompia, e perfurava a casca de hipocrisia social. Foi assim naquele feriadão, com minha então mulher e mais um casal de amigos num Hotel Fazenda da Serra Fluminense.

Minha mulher me deixava sozinho indo aos shoppings e feirinhas da cidade serrana próxima, e meu amigo gostava dessas coisas e as levava. Eu, com desculpa de descansar e ler, curtia as trilhas na mata e a piscina aquecida. Lá, só de sunga boa parte do dia, me sentia sensual nos meus quase 40 anos, e dava vazão às minhas fantasias. E foi numa dessas manhãs desocupadas que nos encontramos. Eu lia um livro de Mishima, acho que significativamente era "Confissões de uma Máscara", mas não tenho certeza. Estava de roupão branco do hotel sobre minha pele branquinha, um pouquinho gordinho (1,77m, x 91Kg na época), peludinho e meio calvo, de óculos, lendo na espriguiçadeira, quando ele chegou. Alto, forte, grisalho, cabelo escovinha, pêlos do peito forte também grisalhos, barriguinha seca, mas não definida, expressão séria no rosto. Não aparentava os "50-e-muitos" que mais tarde me disse ter.

Me deu um bom dia firme, voz grave, e eu respondi com minha voz doce, sem afetação. Logo puxou assunto, dizendo que achava aquele o melhor lugar do hotel, porque as crianças e adolescentes barulhentos não gostavam do calor de lá, e prefiriam as outras piscinas, ao sol. Concordei e tentei voltar a ler, mas logo conversávamos amenidades sobre onde morávamos, o clima, a política... Conhecia o autor do meu livro, e disse que era um nacionalista japonês. Respondi que não gostava dele politicamente (quase soltei um "fascista esse Mishima"), mas que suas obras eram muito boas. Aquilo meio que deu o tom entre nós, ele militar, eu de esquerda, mas podendo conversar e nos tornar amigos. Na verdade mais do que amigos, mas então eu nem imaginava.

Ele também gostava de trilhas na mata, e de subir montanhas, mas não conseguimos combinar de caminhar juntos, pois sua mulher tinha debilidades de movimento, por um problema ósseo, e ele ajudava quase sempre, revezando com a filha deles, já adulta e casada, também acompanhada do marido no feriadão. Além disso, iriam embora no dia seguinte. Aos poucos ele ia me envolvendo. Era um macho necessitado que tinha farejado em mim uma fêmea contida, mas eu não tinha a menor idéia disso. Conversamos bastante e nos separamos para o almoço, combinando de bebermos juntos à noite. Foi só depois do almoço, deitado para um cochilo, que imaginei o quanto ele devia ser maravilhoso no sexo, mas não passou disso então.

De noite conversamos mais, apresentamo-nos as famílias, e nós quatro jogávamos buraco enquanto ele e o genro jogavam sinuca. Tudo aconteceu normalmente. Todos os outros bebiam cerveja, enquanto eu e ele estávamos lá pela 3a ou 4a caipirinhas quando meus amigos e minha mulher foram dormir, e eu disse que ficaria. Pouco depois a filha dele veio dizer que a mãe já dormia, e levou o genro. Ficamos nós dois, tarde da noite, no salão de jogos, que era num extremo meio vazio do Hotel, perto da piscina aquecida e distante da criançada e dos jovens. Pedimos ao garçom mais uma jarra de caipirinha, depois de ele me convencer fácil, e ele queria que eu substituísse seu genro na sinuca.

Nunca fui bom naquilo, e disse-lhe que não teria graça nenhuma. Nós dois, já com olhares cheios de intenções, começamos a rir e fazer aqueles trocadilhos infames de tacos, bolas, caçapas... Ele entrou numa de me ensinar a dar tacadas, e eu me dexei levar. As insinuações corriam soltas até que, numa hora, sob pretexto de me ajudar a segurar o taco, ele me encoxou por trás e senti nitidamente sua pica dura contra minha bundona. O tempo parou. Não me mexi, senão para fechar os olhos por um instante, e ele ficou ali, parado, pressionando o pau duro contra mim, enquanto segurava as duas pontas do meu taco de sinuca de um jeito que nossos braços se encostavam e pareciam soltar faíscas!

Super constrangido com minha reação, e ainda imaginando que eu é que tinha levado longe demais a brincadeira, e que ele só tava daquele jeito por causa do álcool, me desvencilhei gentilmente, me desculpei, e fui saindo do salão. Ele ainda me pediu pra ficar, mas eu queria que o chão abrisse e me engolisse, e corri para o meu quarto como uma mocinha virgem fugindo do cacete do namorado. Minha mulher acordou com minha entrada. Me despi, deitei, e comi ela de ladinho com uma gana danada, imaginando que era ele me comendo daquele mesmo jeito. Fiz ela gozar duas vezes, intensamente, antes que eu explodisse. Adormeci assim, colado nela, mas desejando que fosse ele em minhas costas.

Acordei por volta de 2 da manhã. Sentia um calorão, apesar do clima ameno, e a cabeça girava um pouco das caipirinhas. Bebi água e senti a barriga em movimentos esquisitos. Como muitas vezes ocorre quando bebo muito, tive que me aliviar no vaso e, por hábito, fiz duchinha no reto limpando tudo. Providencial. Escovei os dentes, e ia me deitar de novo mas sabia que não teria mais sono nenhum, lembrando do ocorrido. Lembrei que a piscina aquecida ficava aberta 24h, vesti sunga e roupão e fui pra lá, juro que apenas pensando em rematar a ressaca na água morna. Entrei na sala e foi só na segunda vez que olhei de relance para a piscina que o vi. Ele estava dentro dágua, semi-deitado num canto, com a cabeça apoiada na borda, fumando uma cigarrilha e sorrindo pra mim com cara de macho.

Eu perdi o rebolado, mas ele me acalmou, me convidando para entrar. Tirei o roupão como uma mocinha, e entrei devagarinho, me deixando levar por ele e pela tepidez da água. Mais à vontade, caminhei na direção dele, pensando apenas em falarmos baixo o bastante para não chamar a atenção de ninguém. Parei a um metro, mais ou menos, e ele me perguntou porque eu saí correndo daquele jeito. Eu gaguejei, tentei enrolar, mas não consegui falar nada. Ele disse que não conseguia dormir, cortei pra juntar que nem eu, riu suave e disse "não fala mais nada". Veio andando pra mim. Só ouvíamos a água em leves movimentos, e os sapos no gramado abaixo. No meio daquele silêncio enorme ele me segurou os ombros, me puxou pra si, e me tascou um dos melhores beijos que já ganhei na minha vida.

Agora eu não era mais o marido, o homem, o quase quarentão. Agora eu era uma coisa leve, macia, delicada, uma menina nos braços daquele homem maravilhoso, que me beijava loucamente, me agarrava com força, colava seu corpo no meu, e penetrava minha boca com sua língua como se ela fosse seu pau em meu cuzinho. Agora eu era flor, e ele o colibri. Ali, naquela entrega, sei que fui eu mesmo, sem repressões, sem obrigações, sem fachadas. Apenas eu me entregando a um homem como sempre desejei, como meu corpo sempre pediu. Seu pau, duríssimo dentro da sunga, pressionava minha barriga e implorava por todos os carinhos que eu queria muito dar.

continua

uranocarioca@hotmail.com

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Querida bicha amiga "Bandeira Hetero-Bolsonaro". Sai do armário, meu bem! Solta a franga! Verás que o mundo não é essa caserna cruel toda, e que vc será mais feliz.

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