Bem gente! obrigado ao carinho de todos. Tento responder todos os emails e espero que vocês recebam as história. Obrigado pelos elogios e principalmente as criticas que fazem do meu conto o que ele é.
“Nossa, eu nunca vi o Mauricio desse jeito... acho melhor cancelar a viagem para o México”
Meu irmão me procurou na empresa para eu ajudá-lo em um trabalho da escola, era o último ano dele no colégio. Sempre saímos juntos para conversar ou jogar futebol, na verdade eu o via jogar futebol, ele e o Mauricio. A minha opinião sobre esse jogo vocês já sabem. Agora tinha mais um amante do esporte, o Paulinho, ele mal sabia andar e corria atrás da bola. Quando tinha jogo do Flamengo o Mauricio pintava o nosso filho da cabeça aos pés, confesso que ele ficava lindo, mas eu gostava mais da roupinha de marinheiro.
- Mano o trabalho é de português... o professor quer que nós falemos sobre Propaganda. – ele disse me mostrando as anotações.
- Mas é vídeo... palestra?! – perguntei na dúvida.
- Bem temos que fazer uma apresentação e levar um convidado... é aí que você entra. – ele disse me abraçando.
- Hum... abraço... isso não é bom sinal vindo de você.
- Me ajuda... por favor... imploro. – ele disse fazendo voz de tolo.
- Ok. O que eu não faço pelo meu irmãozinho mais lindo do mundo. – falei pegando os papeis.
- Obrigado. Ei fala para o Mauricio que vai ter pelada amanhã. – ele disse se despedindo.
- Rapazes... – falei para mim mesmo e levantando da mesa.
Fui até o escritório do meu pai ele estava olhando pela janela.
- Você se imaginava trabalhando aqui na nossa empresa?! – ele perguntou.
- O senhor quer a verdade ou a verdade enfeitada? – falei fazendo massagem nos ombros dele.
- Eu estou velho meu filho. – ele disse pegando nas minhas mãos.
- Velho nada... se o senhor fosse numa boate gay ia chover de gatinho em cima do senhor. – falei rindo.
- Aí meu filho. – disse ele rindo.
- E a resposta seria não... mas as coisas mudam. E eu estou feliz trabalhando aqui pai. E é sobre trabalho que eu quero falar com o senhor.
- Fale meu filho... e obrigado pela massagem. – ele falou se sentando na cadeira.
- Pai... acho que eu não vou mais para o México. Vou mandar a Luciana.
- Mas meu filho... é impossível você não tem noção de como essa fusão é importante para a nossa empresa. Se os mexicanos ficarem felizes com os nossos números vai ser maravilhoso. – ele falou com os olhos brilhantes.
- Claro pai. Ei... pai.. o senhor...
- Fale meu filho.
- O senhor se arrepende de ter casado cedo?! – perguntei de cabeça baixa.
- Por nenhum segundo meu filho. Porque? Você e o Mauricio estão passando por dificuldades?
- Não... só queria saber. Então vou arrumar tudo. – falei saindo.
- Pedro... faça aquilo que te faz feliz. – ele disse antes de eu sair.
Saí da sala com o coração dividido o meu lado profissional e pessoa entraram em conflito. Chamei as minhas companheiras do sorvete para irmos ao shopping. Precisava conversar com as minhas melhores amigas e confidentes.
- Aí amigo... desculpa, mas essa fusão é o que vai alavancar a empresa e o teu pai está certo. É a visita que vai concretizar esse sonho do teu pai. – ela disse passando as mãos na minha costa.
- Pedro... você está se martirizando a toa. O Mauricio sempre põe prioridade no hospital e você sempre o apoiou. É a sua vez de brilhar. – disse a minha irmã tentando comer o resto do sorvete que estava derretido.
Por um lado as meninas tinham razão, eu sempre coloquei a minha família com prioridade e o Mauricio não morreria por causa de 14 dias. Resolvi ir. Cheguei em casa dei banho no Paulinho e coloquei ele assistir televisão no meu quarto. Arrumei o cercadinho e decidi tomar banho. Ao terminar quando abro saiu do banheiro vejo o Mauricio sentado ao lado da cama brincando com o bebê.
- Hum.. você vai né?! – ele falou.
- Vou assim amor é uma oportunidade única. Espero que você entenda, eu preciso ir. Porque tanto medo? - falei sentando ao lado dele.
- Há um ano... eu quase perdi você... eu tenho medo...
- Você vê essa aliança?! – perguntei mostrando minha mão para ele.
- Sim...
- Esse é o sinal do nosso amor... meu e o seu... enquanto eu usar isso o único lugar que eu quero estar é aqui com você e o nosso filho. – falei beijando ele.
- Papai... papai... – o Paulinho falou olhando para nós.
- Sim meu filho... papai... papai... – falei pegando ele no colo.
- Papai... beija... papai...
- Sim amor... – falou o Mauricio. – Papai precisa de um banho também, 7 horas de cirurgia não é fácil.
- Eu te daria um banho, mas já tomei o meu. – falei rindo.
- Eu quero é um jantar gostosinho. Feito pelo melhor marido do mundo. – ele falou levantando.
- Vou fazer o jantar e depois vou lá na casa da mamãe ver como vai ficar para amanhã.
- Nossa já é amanhã... – disse ele tirando a calça.
- Deixa eu ir que a panela tá no fogo. – falei trancando a portinha de segurança que havia em toda casa por causa do Paulinho.
Nos últimos meses eu estava participando de um curso de culinária básica (para idiotas), e comecei a fazer uma comida caseira incrível. E ficava feliz em cozinhar para o meu médico trabalhador, era algo que me ajudava a relaxar também, como se fosse terapia. Preparei arroz com brócolis, bife e purê de batatas. Jantamos e eu fui até a casa da minha mãe acertar tudo para o aniversário da morte do Paulo. Iriamos fazer uma missa em homenagem ao meu irmão e depois iriamos ao cemitério.
Minha mãe estava visivelmente abalada, ela me fez a mesma pergunta que eu já me havia feito.
- É justo estamos todos felizes e o Paulo morto?! – ela perguntou chorando.
- Ohh mãezinha. A vida continua, eu me culpava muito por essa questão, mas eu vi que a vida segue. – falei abraçando ela.
- Então... o Padre Pazzuelo vai rezar a missa pela manhã e depois vamos ao cemitério. – ela disse enxugando as lágrimas.
-Perfeito... precisamos ir de terno e gravata? – perguntei.
- Não meu filho. Mas também não pode ir jogado. – ela disse rindo.
Cheguei em casa e os meus amores já estavam dormindo. “Olha Pedro... é isso que você dúvida?!” – falei para mim mesmo. Fui ao armário e peguei uma grande caixa branca. Desci e fui para a cozinha. Abri a caixa e tirei algumas roupas entre elas a jaqueta de couro do meu irmão. Emocionado não consegui controlar as lágrimas e vesti a roupa, ela estava servindo em mim direitinho a última vez que eu a vesti estava muito larga, o exercício estava fazendo efeito. Caí no chão abraçando a jaqueta tentei fazer silencio, mas não consegui. Senti um abraço e era o Mauricio me abraçando.
- Eu sinto tanta falta dele... acho que a minha vida nunca vai ser a mesma. – falei abraçando forte ele.
- Eu sei amor... eu sei... ainda é recente. Eu estou aqui do teu lado para o que der e vier... eu te amo... eu te amo... – ele disse me acalmando.
Subimos e eu demorei para dormir. Chegamos na igreja cedo o Paulinho estava dormindo no colo do pai dele e eu sentando acariciando o cabelo dele, ouvimos o sermão do Padre. Fomos para o cemitério levando flores e velas todos estavam chorando antes de chegar na lápide do meu irmão. Minha mãe chorando colocou um buque de rosas e abraçou o meu pai. A Priscila não conseguiu chegar perto e foi amparada pelo noivo dela. Minhas pernas começaram a tremer quando cheguei perto e eu me ajoelhei no chão, estava usando a jaqueta dele.
- Oi... faz tempo que eu não te vejo. Você deve estar no céu agora né?! Ahh... Paulo... era para está aqui comigo com a nossa família... você deveria ser o irmão mais velho do Phelip, o tiozão descolado do Paulinho. Ohhh... meu irmão.... eu te amo. – falei enquanto o meu pai pegava no meu ombro.
Fazer aquilo trazia a tona todo o sentimento de ódio , tristeza e rancor que eu não gostava. Minha mãe visitou o Márcio algumas vezes com a Priscila, eu não conseguia perdoar aquele homem. Ele destruiu tudo o que eu tinha, eu nunca seria a mesma pessoa. Doía meu coração e minha alma. Era uma dor que nenhum remédio iria fazer passar. Mas eu tinha que ser forte... forte pelos meus pais, pelo meu filho e pelo meu marido.
Chegou o sábado da minha viagem, fomos para a capital e ficamos esperando no aeroporto. Foi uma verdadeira comitiva me acompanhando, mas apenas eu e a Luciana iriamos viajar. Todos se despediram e eu não conseguia largar os dois homens mais lindos da minha vida. Levei o Mauricio para um canto mais reservado do aeroporto.
- Amor... não se preocupa. Olha para mim. – falei.
- Eu não vou, apenas volta para casa. – ele disse segurando o choro.
- Vamos falar todos os dias por telefone... pela internet. – falei beijando o pescoço dele.
- Eu sei amor. – ele falou tremendo. – Amor... assim eu vou...
- Ainda faltam 30 minutos para o avião ir... eu acho que eu tive uma ideia.
- Que olhar é esse? – ele perguntou enquanto eu o levava para o estacionamento.
Entramos no nosso carro e eu comecei a praticamente arrancar as roupas dele. Beijava muito o pescoço dele e mordia para deixar marcas e as periguetes não chegarem perto. Afastamos os bancos e eu consegui abrir a calça dele e comecei a chupa-lo, ele apertava a minha cabeça e eu comecei a engasgar um pouco ficamos alguns minutos assim e eu virei e sentei no colo dele. Ele começou a fazer movimentos e eu mordia a minha boca para não gritar, a excitação e o perigo correram juntos nesse dia. Foi a segunda vez que nós transavamos num lugar inusitado. O Mauricio estava suado e começou a intensificar os movimentos e soltou um grito e relaxou. Eu deitei sobre ele e fechei os olhos alguns minutos.
- Pedro...
- Oi amor...
- O avião?
- Que avião?! – perguntei.
- Que você tem que pegar em 5 minutos.
- Pelo Amor de Deus o avião!!!!!! – falei vestindo a minha calça.
Corremos a tempo para eu pegar o avião. Despedi com um beijo no meu amor e no meu filhote. E entramos no avião. Enquanto olhava pela janela o avião subir e a cidade em baixo parecendo uma maquete escolar. Apoiei minha cabeça na cadeira e a Luciana me cutucou e apontou para a marca no meu pescoço e eu ri.
“O que me espera no México... eu sei que algo vai acontecer, mas o que?”