“Meu Deus... que sentimento é sse... eu amo o meu esposo... eu amo o Mauricio”
Uma semana havia se passado e resolvemos fechar o acordo com a empresa mexicana. Eles exportariam alguns produtos nossos e em trocar ganharíamos publicidade no México. Para comemorar o Fernando decidiu nos levar para uma boate que eu achei muito louca. O cenário alternativo do México é muito alternativo. Dançamos muito, eu estava com saudade daquela sensação, como o Fernando havia me dito... eu estava me sentindo livre. Eu bebi muito naquela noite e eu não sei se foi a bebida ou o meu inconsciente falando mais alto, eu comecei a passar mal e pedi para o Fernando me levar para o hotel. A Luciana pediu para ele não se preocupar, pois, nós pegaríamos um taxi. Ele insistiu e pediu nos levar até o hotel. Sempre fui fraco para bebida.
Acordei no dia seguinte com uma dor de cabeça gigante levantei e fui até o banheiro, olhei no espelho e eu estava meio amarelo. Liguei para o serviço de quarto e pedi algo para comer, olhei no relógio eram 14h. Quando a comida chegou eu fui até a porta e reparei que havia um envelope no chão, peguei o pedido e dei uma gorjeta ao rapaz e deixei em cima da cama, abri o envelo.
“Pedro,
Minha tia minha veio me buscar para almoçarmos eu não te chamei porque ontem você passou mal e eu sei que quando
você bebe acorda tarde, não sei que horas eu volto, amanhã prometo que nós vamos comprar presentes para o pessoal. Beijos Luciana e não me espere para o jantar”
Sentei na cama e bocejei coçando a cabeça olho meu celular e tinha umas 30 chamadas perdidas, 16 eram do Mauricio e 14 do Fernando. Apertei a tecla para ligar. Demorou um pouco para atender.
- Desculpa... desculpa por ontem. Eu nunca tive uma relação muito boa com a bebida. Eu paguei algum mico?! Não... ok!
A Luciana foi almoçar com a tia dela, acordei agora a pouco... sim... claro... vamos sim. – falei desligando e ligando novamente.
- Oi amor... tudo bom?! Desculpa é que eu e a Luciana fomos comemorar ontem e eu acabei bebendo além da conta. Sim amor... não amor... para de besteira, eu te amo. E como está o meu príncipe?! Bem... tá bom então. Te amo e se cuida meu amor.
O que eu fiz? Dei prioridade para uma pessoa que não é o meu esposo... os sentimentos na minha cabeça e coração estavam ficando mais conflitantes. Resolvi passear para esperar a noite chegar e me encontrar com o Fernando. Havia uma praça perto do hotel o vento estava bom e eu fiquei lá sentando e lembrando, fechei os olhos.
São Paulo - 8 anos atrás
Quando abri estava na minha cama com 16 anos novamente, estava namorando com o Fernando, ele sempre foi muito lindo e como praticava esportes era definido totalmente diferente de mim que era magro e branquelo. Meus pais viajaram e deixaram o Paulo tomando conta de mim e da Priscila. Então estava tudo tranquilo, namoramos muito naquele dia, tomamos banho de piscina e jogamos vídeo game.
- Eu estava pensando... acho que já estamos prontos para o próximo passo. – ele disse beijando meu pescoço.
- Mesmo? Mas... sei lá... eu tenho medo. – falei sem olhar para ele.
- Eu sei, mas é com você que eu quero perder a virgindade. – ele disse intensificando os beijos.
Ele foi lentamente me deitando e me beijando, ele tirou a camiseta e eu tirei a minha, a sensação de ter outra pele encostando-se à sua não tem descrição. Eu estava literalmente com o coração na boca. Ele tirou a bermuda e estava com uma sunga branca que estava toda molhada. Eu tirei a minha e pasme eu estava de samba canção. Ele parou e foi até a sua mochila e trouxe preservativos. Ele tirou sua sunga e me deu a mão eu fiquei de pé e tirei a minha cueca também e ficamos um olhando para o outro com cara de desejo. Eu estava esperando ele tomar a atitude, pois, sempre havia sonhado com isso, mas na hora H não sabia o que fazer.
Ele se abaixou e começou a beijar minha virilha e eu comecei a tremer, ele desceu e beijou meu pênis que estava duro como uma pedra. Eu estava com as pernas fracas a qualquer momento parecia que eu iria cair, ele percebeu e resolveu me deitar. Ele tentou colocar tudo na boca dele, mas o meu era grande, ele engasgava muito e aquilo estava me levando ao céu. Ele levantou e falou que agora era a vez dele, o pênis dele tinha uns 17cm e grosso. Eu não sabia chupar direito então meio que fiz nele o que ele fez em mim. Beijava, passava a língua e tentava colocar tudo na boca e engasguei também. Ele me levantou e me deitou na cama. Começou a me beijar as costas e a minha orelha.
Fernando colocou a camisinha e meteu lentamente. Senti uma dor horrível, mas aguentei até aonde deu. Pedi para ele parar, ele perguntou se estava machucando e disse se eu quisesse ele não faria mais. Respirei fundo e pedi para ele continuar, quando ele conseguiu enfiar tudo eu fechei os olhos, ele esperou alguns minutos até eu me acostumar e começou a bombar, primeiro lentamente e depois aumento o ritmo. Ele beijava meu pescoço e minhas orelhas. Ele pediu para eu virar e perguntou se eu estava gostando fiz com a cabeça que sim. Ele levantou a minha perna e eu conheci a posição frango assado, eu comecei a me masturbar e ele intensificou nossa eu estava suado, ele estava saudo e eu alisava o peitoral dele enquanto continuava a me masturbar gozei um litro naquele dia. Ele gozou, mas continuou alguns minutos dentro, ficamos nos beijando e trocando caricias. Naquele dia também foi a primeira vez que eu ouvi aquelas três palavras: “Eu te amo”.
Voltei a mim quando um grupo de garotos começou a dançar próximo de onde eu estava sentando. Fui para o hotel e tomei banho e me arrumei para esperar o Fernando. Comecei a preparar um discurso para falar a ele que não rolaria nada entre nós, eu amava meu esposo e por nada desse mundo o trocaria. Eu tinha uma vida que até então eu sempre quis, mas porque o Fernando mexia tanto comigo?
O Fernando foi pontual, seguimos para um restaurante simpático. Conversamos muito e eu decidi não beber naquela noite, não queria outro barraco. Conheci mais um pouco da cidade o Fernando estava de moto ele disse que eu poderia segurar nele, mas eu preferi ir me agarrando no apoio da moto. Ele me deixou no hotel e perguntou se ele poderia subir, eu deixei e ficamos na varanda do meu quarto. Falei como a cidade do México era maravilhosa e as pessoas eram bacanas. Ele se aproximou de mim na intenção de me beijar e eu o segurei.
- Eu não posso... lá no Brasil estão os homens da minha vida. Ultimamente eu tenho andado confuso com as coisas, mas eu amo tanto o Mauricio e nós passamos por tantas coisas juntos.
- Eu sempre... eu sempre te amei. – ele disse abaixando a cabeça. – Eu sei que o que eu estou falando é bobagem...
- Não Fernando, o que nós vivemos foi lindo, você foi o primeiro homem da minha vida. A primeira pessoa que eu transei... você foi o meu primeiro amor, mas nós dois, não era para ser... – falei segurando o choro.
Ele sentou e colocou a mão no rosto, eu já fui dispensado na vida, e é difícil, mas agora levar um não de alguém que amamos deve ser horrível. Me ajoelhei perto dele.
- Fernando, você é um homem lindo, bem sucedido. Todos os gays do mundo dariam tudo para ter você. Eu sei que esse conselho é meia boca, mas eu já achei o meu porto seguro, e ele é a única coisa que eu preciso. – falei deixando as lágrimas caírem.
- Tudo bem... eu... preciso ir... amanhã eu te levo para conhecer um shopping onde vende vários brinquedos acho que vai ser legal você levar para o seu filho. – ele disse indo em direção a porta.
- Ok. E me desculpe...
- Não se desculpe, apenas penso em como seria a vida se eu tivesse ficado no Brasil. Eu perdi um ótimo partido, mas ganhei um grande amigo. – ele disse rindo.
- Claro.... Dirija com cuidado. – falei fechando a porta e virando de costas fechando os olhos e sorrindo.
Corri para o telefone e liguei para o meu amor. Ele perguntou se estava tudo bem, e eu disse que não, ele se assustou e perguntou o motivo, eu falei que nada estava bem se eu estava longe dele, a pessoa que eu mais amo em toda a vida. O Mauricio ficou calado e perguntou depois de um tempo o que eu havia aprontado. Respondi que ele era a única coisa que importava para mim, e que a partir daquele momento em diante eu não teria medo do futuro, pois, saberia que ele estaria sempre ao meu lado. Desliguei e fui dormir com um enorme sorriso no rosto.
Acordei com a Luciana batendo na minha porta, iriamos embora em três dias e ela queria fazer compras. Tomamos café no hotel e eu contei para ela tudo o que me aflingia.
- Nossa... Pedro que loucura, então ele foi seu primeiro namorado?! – ela disse tomando uma xicara de chá.
- Sim... foi meu primeiro amor... primeira transa... e primeira decepção.
- E que sensação foi essa que te deu?
- Eu casei tão novo, e não avaliei direito com a morte do meu irmão... fiquei meio na dúvida... me dá até uma dor no coração de um dia lembrar que eu fiquei em dúvida sobre o meu casamento. – falei suspirando forte.
- Amigo, você e o Mauricio passaram por tanta coisa juntos. Eu acho normal você questionar. Mas o amor sempre prevalece no final. – ela disse me dando um beijo.
- Obrigado. – falei tomando uma xicara de café.
- Eu já disse que te amo... e que você é a melhor pessoa do mundo?
- Para que assim eu acredito.
- Vou pegar a minha bolsa. – disse Luciana se retirando.
Fiquei lá com aquela brisa leve no meu rosto e os pensamentos correndo solto.
- São Paulo – 8 anos atrás
- Porque você está com esse rostinho tão triste? – perguntei acariciando o Fernando.
- Pedro... meu pai... nós vamos.... nós vamos nos mudar para os Estados Unidos. – ele disse tristonho.
- Como assim... e nós? – perguntei.
- Não existe mais nós... eu não sou igual a você que é assumido para a família. Eu não posso fazer isso.
- Você não pode lutar por nosso amor?! – perguntei.
- Pedro... somos adolescentes, temos tanta coisa para viver. Eu tenho certeza que um dia você vai achar alguém que te ame.... que te complete... alguém que vai fazer do teu mundo um porto seguro... algo que eu não posso fazer, não agora! – ele disse chorando.
- Ok! – falei sem olhar para ele.
- E eu posso te mandar carta, nunca perderemos contanto... você mudou tanta coisa em mim. Lutei por ideais que não eram os meus, eu queria fazer você ser o garoto mais feliz da terra. E acho que nos últimos meses eu consegui. – ele disse me abraçando.
Nos encontramos mais algumas vezes até que ele partiu. Fiquei muitos dias chorando , nunca gostei muito de mudanças. Meu irmão entrou no meu quarto e se deitou na cama comigo, me abraçou e eu chorava descontroladamente. Ele dizia que iria passar e que eu iria ser feliz. Se não fosse ele muitas coisas que aconteceram comigo eu enfrentaria de outra forma e talvez nem estivesse aqui para contar a minha história.
O Fernando chegou e convidamos ele para tomar café. Depois fomos ao centro da cidade para fazer algumas compras, acho que se eu pudesse levaria o México todo na minha mala, algumas lojas tinham coisas tão fofas. O legal é que o Fernando não ficou grilado comigo me tratou normalmente, acho que no fundo ele sabia que era amor de adolescente, mas que sempre poderia contar comigo. Nossos últimos dias na Cidade do México foram de burocracia, tínhamos que autenticar milhares de documentos para a fusão com a nova empresa. E eu estava tranquilo porque haveria um amigo que tomaria de conta dos negócios. Acho que tudo o que eu precisava era essa viagem, todas as dúvidas foram sanadas. Eu estava com o coração limpo e leve.
- Então parceira?! – eu falei para a Luciana com um sorriso no rosto.
- Fala amigo?
- Nós conseguimos... formamos uma dupla imbatível. Nos negócios e na vida. Eu não sei como seria a minha vida se eu não tivesse te salvado naquele dia, eu realmente não sei. – falei abraçando e beijando ela.
“Espero que essa maré de boa sorte não seja o prelúdio de algo ruim – pensei comigo mesmo. E eu tenho que ter mais cuidado com as coisas que eu desejo... afinal.... elas podem acontecer”
