Não sabia o que fazer. O pai do Robert estava na porta e ele me pegaria só de cuecas dentro do apartamento. O senhor foi entrando mesmo sem o consentimento do filho e indo em direção ao quarto, me pegando literalmente de calças arriadas. Ele me olhava com um ódio que até me assustava, até que gritou:
- Eu tinha que ver essa aberração de perto e perceber no que meu filho se transformou. Que nojo disso tudo.
Robert não aguentou e veio pro meu lado como se quisesse me defender de seu pai:
- Nós não somos aberrações não. Aberração é o senhor que tá sendo hipócrita demais. Você preferia que eu tivesse escondido e nas mãos do safado do Lucas? Ou pior, queria que eu fosse como ele, um homem casado, pai de família e traindo toda a família com outros caras?
- O Lucas não é meu filho e a vida dele não me importa nenhum pouco. O que me importa é ficar vendo essa putaria com o filho que eduquei pra ser um pegador de mulheres. Que vergonha de você.
- Pai, sai do meu apartamento agora. E tenha certeza que eu tenho vergonha do senhor por ser esse machista arrogante e prepotente.
O pai dele me deu mais uma olhada de ódio e saiu do apartamento deixando nós dois sem saber o que fazer ou falar. Eu me vesti e só pensava em ir embora. Peguei as minhas coisas e fui caminhando até a porta quando Robert pegou o meu braço:
- Onde você tá indo?
- Ah, eu queria ir pra minha casa. Acho que já passamos por muita coisa hoje né?
- Nada disso meu amor! Meu pai não vai estragar nosso dia não, eu quero você aqui comigo o resto do dia e não aceito não como resposta.
Então tá né, nem dava pra discordar. Demos um beijo calmo e demorado e esperei que ele tomasse banho pra gente poder sair. Ele se vestiu e estava mais lindo do que de costume. Parece que o fato de sua família já saber sobre sua orientação o fez ficar mais libertado de tudo. Saímos e eu nem sabia pra onde a gente ia, só fui seguindo atrás dele. Fomos a pé mesmo até um shopping e sentamos para lanchar no Mc Donald’s. Robert estava mais carinhoso do que de costume e eu estava adorando.
Fomos até uma loja de roupas porque ele adorou uma camisa que tava no manequim. Ele estava feliz e eu meio triste pq não conseguia esquecer a situação com o pai dele mais cedo e ainda me sentia de certa forma culpado pela noite com o Marcio, mas tentava ficar feliz e acompanhar a felicidade do meu namorado. Ele experimentou algumas camisas e umas calças e me perguntava se estava bonita ou não. Tive que aprovar todos os looks porque realmente ele tinha um bom gosto. Ele comprou algumas camisas e uma calça.
Ele me dava beijos no shopping e eu me entregava sem me preocupar com quem estava olhando. Naquele momento eu senti que tava na hora de contar pra minha mãe toda a verdade, mas não comentei nada. Tomamos sorvete e quando vimos já era quase 21 horas. Fomos embora e Robert pegou o carro pra me levar em casa.
Ele me deixou na porta e já ia se despedindo quando o convidei pra entrar. Sabia que já estava na hora de me abrir e me tornar tão sincero quanto Robert estava sendo pra viver o que sentia por mim. Entramos em casa e minha mãe chegou à sala, cumprimentou Robert e o convidou para jantar. Ele aceitou e nos sentamos pra comer. A comida da minha mãe é ótima e assim que acabou o jantar resolvi falar:
- Mãe, eu preciso conversar sério com a senhora agora.
- Pode falar Carlos.
Robert me olhou como se quisesse sair e eu pedi que ele ficasse e prossegui com a minha mãe:
- Não sei como a senhora vai reagir, mas eu preciso falar. Desde que eu me entendo por gente eu percebi que eu era diferente dos meninos da minha idade, já que nunca gostei do que eles faziam. Quando entrei na adolescência eu comecei a entender os meus sentimentos e hoje mais do que nunca eu tenho certeza disso: eu sou gay.
Minha mãe me olhava com certa surpresa enquanto eu chorava. Era um choro calmo, apenas lágrimas escorriam e eu precisava continuar:
- E na festa de formatura eu revi o Robert e percebi que temos muito em comum. Ele não é meu amigo, ele é meu namorado e nós nos amamos, mas eu precisava que a senhora soubesse porque eu amo a senhora demais.
Robert estava quieto e o silêncio da minha mão começava a me preocupar. Eu imaginava que pelo fato de eu ser afeminado ela já tivesse percebido, mas seu olhar dizia que eu estava enganado. Ela se levantou e ficou cara a cara comigo. Num impulso ela me deu um tapa no rosto e gritou:
- Você tem dez minutos pra juntar suas coisas e sair da minha casa. Não criei um filho pra ele dizer que tá namorando com outro homem.
As lágrimas agora escorriam sem que eu pudesse controlar. Subi para o meu quarto e Robert veio atrás de mim. Arrumei minhas coisas numa mala e desci. Encarei a minha mãe por uns instantes e sua face continuava do mesmo jeito que quando comecei a contar que sou gay. Segui pro carro de Robert e comecei a chorar desesperadamente. Robert me abraçou e tentava me acalmar, mas decidi dizer o que estava sentindo:
- Como vai ser minha vida agora sozinho? ?
Eu e Robert nos olhamos e...
Mais uma parte postada e mais uma vez obrigado pelos comentários! Tô fazendo o possível pra escrever rápido porque as aulas voltam na segunda e quero contar minha história logo. Com relação ao final da história, prefiro terminar na 20ª parte e escrever outras histórias, sendo fictícias, pra que essa história não fique tão longa. Continuem comentando porque é a única forma de saber a opinião de vocês sobre o conto. Vlw e até a próxima...