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Um conto erótico de killinghearts
Categoria: Homossexual
Contém 1442 palavras
Data: 19/02/2012 16:18:41
Assuntos: Gay, Homossexual

Há alturas em que nos vamos abaixo e não conseguimos seguir em frente da maneira que queríamos. Isso tinha acontecido no passado. Depois de passar pelo que passei, sinceramente só me apetecia seguir sem olhar para trás, de cabeça levantada e levando comigo a esperança que tudo acontece por algum motivo... e que se calhar eu estaria passando por toda essa tempestade porque havia algo de bom reservado para mim. Sim, eu tenho essas ideias muitas vezes; não que seja religioso ou que acredite nessas histórias do sobrenatural, mas sempre acreditei que toda a gente tem algo reservado para si a determinada altura de sua vida, independente de bom ou de mau (dependendo também do tipo de pessoa que você é).

O Verão foi sol e também foi chuva, e o Outono foi queda e ascensão. Tudo uma confusão, portanto. O Inverno tinha chegado e eu sinceramente nem queria saber do que se ia passar. Sei lá... estava cansado.

INVERNO

Frio, luvas, gorro, mais agasalhos. Assim é o Inverno. Como magricela que sou, imagina então o frio que eu tenho. Comprei roupa nova e não estava triste. Apesar de tudo, não queria saber de Diogo. Ele não me mandou mais sms nem eu o procurei, porque (como já disse) estava cansado. Penso até que o meu abastecimento de lágrimas estaria esgotado. Eu precisava de renascer.

Sábado tinha chegado e eu não podia estar mais contente porque finalmente a semana de aulas tinha passado e o Natal estava chegando. Combinei com meus amigos uma ida ao cinema. Éramos quatro, e sinceramente estava bem com eles. Daniel não falava mais com a gente e eu nem queria saber, e até Carlota tinha ultrapassado esse relacionamento. Daniel namorava com Renata há uns dois meses e aquilo parecia correr da melhor maneira. É engraçado olhar para trás e ver o que eu e Daniel éramos: grandes amigos, quase irmãos... No entanto tinha a amizade de Irene, Filipe e Carlota. Irene e Filipe tinham finalmente assumido o namoro e eu não podia estar mais contente por eles. Carlota falava que só se queria divertir e que portanto namorados não existiriam tão cedo. E quanto a mim vocês já sabem mesmo.

Chegou a hora e pegamos o bus. Ainda bem que estava quente lá dentro, porque na rua qualquer um morreria de frio. Chegamos bem na hora certa para comprar bilhete para o cinema porque depois de termos comprado aquilo encheu! E eu pergunto-me: 'Será que ninguém tem mais nada que fazer a não ser vir ao cinema?'. Um dos meus pensamentos ridículos.

O filme começou. Na verdade eu nem prestava atenção ao filme e só pensava na merda de vida amorosa que tinha - sim, porque fora disso minha vida era muito boa. Não vivia em luxo mas não me podia queixar; há gente que ri por estar vivo e muitos de nós lamentam o facto de serem menos bonitos. Formou-se um nó na garganta e eu tentava prestar atenção ao filme. Que merda! Quem me dera mandar em meu cérebro e ordená-lo para ver o filme. Tive que ir ao banheiro. Fui a um reservado e sentei no chão. Coloquei minhas mãos sobre minha cara e desabei. Não chorava alto, chorava para mim. Sentia as lágrimas escorrendo pela minha face e mil pensamentos baralhavam minha cabeça. Tudo em mim era um ponto de interrogação. Eu tremia, batia com a mão no chão. Só me apetecia partir tudo e depois desaparecer. Passado uns minutos me acalmei. Limpei minha cara e fui para a sala de cinema mais uma vez.

O filme tinha acabado e depois de outras brincadeiras que colocaram um sorriso em mim, voltamos a casa. Estava indo sozinho quando vejo Neil. Ele vinha com as mãos nos bolsos e de óculos de sol.

- Oi. - falou ele, sorrindo.

- Oi. Não está sol, porquê usar óculos de sol?

- É, - falou, tirando os óculos - ainda devo pensar que é Verão. É um vício,

- Ainda bem que é dos saudáveis.

- Você sabe que eu me deixei disso. Já tenho tudo certo da faculdade e ainda bem que é o último ano.

- Só de pensar no que vou ter que passar para chegar ao último ano de faculdade...

- Ah, deixa p'ra lá! - falou, colocando sua mão em meu ombro.

Eu fiquei visivelmente corado. Ok, é oficial: eu sou uma contradição constante. Não queria saber de nenhum deles (Diogo e Neil) e agora Neil me deixa assim.

- Ficou corado! - riu.

- É. Eu estou um caco por dentro.

- O que se passou?

- Diogo...

- Estou vendo... Deixa para lá. Você contou o que se passou em minha casa? - falou, constrangido.

- Sim... Ele ficou furioso mas depois, numa festa, transou com um cara. Puta que o pariu... - falei, meio com lágrimas nos olhos meio sorrindo.

- Bom... Você vai ver que isso não é nada e que vocês vão voltar... Afinal vocês se amam...

Notava o quanto custava a Neil dizer aquelas palavras. Eu não sentia por Neil o que ele sentia por mim... Mas sei lá, sentia algo que podia crescer. Começamos pelo sexo sem sentimento e agora ele se apaixonou, quando deveria ser o oposto. Com Diogo foi o que devia ter sido. De minha relação com Diogo apenas levava uma coisa: aconteceu o que tinha que acontecer, aconteceu quando tinha que acontecer e acabou quando tinha que acabar. E eu sentia que tinha acabado mesmo.

- Não acredito que a gente volte... Não dá, Neil. Diogo fodeu tudo.

- Não posso dizer que não estou contente. - falou, rindo.

- Parvo! - ri também.

- Olha só, amanhã quer vir dar uma volta.

- De carro? Você não deve conduzir nada bem.

- Não, não é de carro seu estúpido - riu -, vem até minha casa e depois a gente vê.

Eu estava relutante. De certeza que Neil tentaria algo... Mas eu precisava de me distrair, e Neil era uma ótima companhia.

- Sim, estarei em sua casa depois das 16h, ok?

- Ok. Agora tenho que ir guri, até mais. - falou, me dando um abraço.

Fui para casa com um sorriso involuntário na cara (sim, eu não conseguia tirar o sorriso da cara).

Acordei bem tarde (14h) e lembrei que tinha que ir para casa de Neil. Ninguém estava em casa e minha mãe tinha deixado um post-it dizendo que tinham ido passear e que não me queriam acordar. Bem, tinha a casa só para mim durante uma ou duas horas. Comi quase uma pizza sozinho (sorte de ninguém estar em casa), tomei um banho e fui para casa de Neil. Fomos para seu quarto e ele estava vendo uma série de TV qualquer. Nem prestei bem atenção. Ficamos a tarde falando e rindo. Começamos a fazer cócegas um no outro e houve uma altura em que ele ficou por cima de mim. Eu ria muito mas ao mesmo tempo pensava se ele não iria tentar algo. Eu estava vulnerável, não parava de gargalhar com ele me fazendo cócegas e nem conseguia fazer cócegas nele também. Sua cara foi ficando próxima da minha e ele já não me fazia mais cócegas. Ficamos sérios. Coloquei minha mão em volta de seu pescoço e o beijei... sim, fui eu a ter a iniciativa. Ele correspondia e me beijava carinhosamente, passando suas mãos em minha cara. Eu estava me entregando, e estava gostando. As roupas foram saindo.

- Tem certeza? - perguntou, entre beijos.

- Sim. - foi o 'sim' mais verdadeiro que alguma vez disse.

E aconteceu. Neil quase gozava com o oral e me pediu para parar. Depois foi a vez dele me dar prazer. Me penetrou cuidadosamente e me beijava com vontade, parecendo procurar algo para o completar. E eu o queria completar. Uns minutos depois Neil gozou e me disse que eu era a melhor coisa na vida dele. Foi deitar a camisinha fora (sim, com ele fiz com camisinha) e veio deitar em minha beira. Nos abraçamos e continuamos os beijos. Eram 19h e eu já tinha que ir para casa. Me vesti e ele me levou até casa. Numa parte menos iluminada do caminho me abraçou e me beijou mais uma vez.

- Quero você sempre.

Eu ri. Sei lá. Talvez tenha sorrido por não estar pronto para dizer isso, mas o que é certo é que estava bem com Neil. Fui para casa contente e abracei mais uma vez Neil, passando minha mão por seus cabelos e lhe dando um beijo de despedida. É, eu não sou pessoa de deixar meu coração congelado muito tempo.

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e esse é o 10º capítulo. não sei se o conto terá mais 10 ou 5 capítulos, ainda tenho que decidir. agradeço a todos que me apoiam. abraços! (: ah, muito cuidado e muita diversão nesse carnaval!

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Ancioso pela continuação. me add no msn: vi_tor_45@hotmail.com

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