Segue mais uma parte e espero que gostem e comentem. Agradeço pelos comentários nos outros contos e pelos papos bons que tô tendo no msn com quem me add. Obrigado de verdade e logo eu agradeço com os nomes de quem comenta aqui. Aproveitem. Quem quiser add: chpcbh@hotmail.com. Boa leitura!
- Então foi ele que te deu esse chupão no pescoço?
Eu tremi nesse momento, não pelo fato de ter ficado com uma marca no pescoço e sim pelo tom que ele usou. Parecia que naquele momento a coisa tinha ficado séria, mas eu não poderia dar mole pra alguém que sempre me maltratou:
- Foi ele sim. A gente acabou ficando ontem.
- Que merda hein. Num dá um mês de estadia na cidade e já tá assim? Cuidado hein, daqui a pouco até na faculdade tão sabendo que você é assim.
Nesse momento suas palavras começaram a me incomodar.
- Assim como?
- Como um viadinho dado que fica com o primeiro que vê na frente.
Nesse momento eu senti uma raiva tão parecida quanto no dia do vídeo na escola. Fechei os pulsos e dei um soco em João, que nem fez movimentos para revidar. Sem um pingo de remorso eu precisava desabafar:
- Você nunca mais fala assim comigo entendeu? E não se preocupe que o viadinho dado vai sair da sua casa em poucos minutos.
Fui pro meu quarto e ele nada disse. A mala que nem tinha sido desfeita recebeu só algumas coisas que eu tinha retirado e eu já tinha colocado na cabeça ir embora de novo! Ele tinha passado dos limites, mas só tinha uma questão: Túlio. Se eu voltasse pra minha cidade as coisas com ele não se resolveriam. No instante em que parei pra pensar nisso, João entra no quarto e me pega pelo braço, me forçando a olhá-lo:
- Desculpa Carlos. Eu confesso que exagerei, mas é que acho que você foi rápido demais né.
- E eu acho que você não tem nada com isso.
- Tudo bem, só não fique com raiva por eu ter me preocupado com você e seja feliz com o Tulio.
Senti uma pontada de tristeza e ironia nas suas palavras, mas decidi relevar pelas desculpas. Aproveitei para desfazer de vez as malas e prometi a mim mesmo pensar mais antes de decidir ir embora. Acabada minha arrumação me sentei na sala para assistir tevê e João estava mexendo em seu notebook. Ignorei sua presença e me sentei no sofá. As vezes o pegava me olhando e logo ele voltava os olhos para o computador. Em dado momento o olhei fixamente e pude ver a marca roxa que deixei no seu rosto, nesse momento fixei o olhar nele meio que assunto e ele começou:
- Tá olhando o estrago que fez na minha cara, priminho?
- Não, quero te pedir desculpas também porque acho que me excedi.
- Tudo bem, eu sei que falei demais e poderia ter pensado melhor antes de dizer.
- Pois é, mas eu já até esqueci.
- Eu ainda vou me lembrar bastante, mas deixa pra lá.
Ele começou a rir e eu ri de leve apenas para não deixa-lo sem graça. Por um momento lembrei dos amassos que demos na noite passada no sofá, exatamente no mesmo lugar que estava sentado. Não consegui segurar:
- João, eu acho que você não quer falar disso, mas eu preciso falar.
- Diga primo.
- Se lembra do que aconteceu ontem né?
- Não não, o que aconteceu ontem?
Ou ele era muito cara-de-pau ou realmente tinha esquecido e eu não iria lembra-lo. Mas esse esquecimento me deixou chateado já que pra ele então não teve importância nenhuma.
- Deixa pra lá, nada de mais.
Ele não disse mais nada e voltou a fitar o computador e eu a televisão, até que a campainha toca e eu atendo. Era Tulio. Ele deu um sorriso e me abraçou com força, acho que nós dois esquecemos de João na sala e eu o puxei pra dentro da sala ainda abraçado com ele. Tulio me olhou nos olhos e me deu um beijo calmo e gostoso que me fez ir longe, imaginando cada vez pegação com ele, até que João tosse de propósito e Tulio ficou sem graça:
- Ah, João tudo bem? É... desculpa... nem reparei que você tava aí.
- Tudo bem sim e eu vou pro quarto, aproveitem minha casa tá.
Ele deu um sorriso falso e foi pro quarto. Nós fizemos o que ele pediu e aproveitamos bastante aquele sofá, onde um dia antes tinha beijado João. Até que Tulio parou:
- Carlos, eu preciso te dizer uma coisa. Desde o dia em que te ajudei a chegar aqui eu só consegui pensar em você. Não conseguia vir atrás de você por medo de estar indo rápido demais, mas depois de ontem eu tenho certeza disso. Quer namorar comigo?
- Bom, eu não se exatamente o que é namorar, mas eu quero sim.
Nos beijamos mais e mais, até que Tulio disse que ia embora pois tinha conseguido um emprego na rua de baixo. Me deu o último beijo e foi embora, me deixando mais feliz do que nunca. Voltei a assistir tevê e dois minutos depois João voltou pra sala dizendo:
- Façam o favor de lembrar que aqui é a minha casa ok?
- Claro, foi mal. É que ele veio me pedir em namoro.
- E você aceitou?
- Claro né. Não posso deixar passar essa oportunidade. Quando que eu ia encontrar um carinho lindo como o Tulio pedindo pra namorar comigo, enfrentando a cidade dele pra ficar do meu lado.
- Grande coisa.
Ele saiu em disparada pro quarto e deixou o computador no sofá bruscamente, quase o deixando cair no chão. Fui atrás dele, já que eu tava curioso por aquela reação:
- João, o que aconteceu?
Ele se virou rápido e puder ver seus olhos marejados.
- Aconteceu que eu tô muito afim de você, mas eu sou um idiota. Um idiota que só soube te maltratar meio que pra esquecer tudo que eu sinto e te humilhar por ser gay sendo que eu também sou. Carlos, eu tô apaixonado por você e não há nada que me faça esquecer isso.
Não sabia o que fazer. Quando eu achava que tudo estava se acertando, tudo dava uma volta enorme. Quando que eu ia imaginar que meu primo homofóbico na verdade era gay. E quando ia imaginar que por trás de toda raiva que ele demonstrava por mim existia uma paixão. Estava paralisado, ainda processava toda aquela informação, meio que procurando o que dizer ou o que fazer. Era muito incrível ver um típico machão, moreno malhado com aqueles olhos marejados esperando uma resposta minha que parecia não querer sair.
- Fala Carlos, você sente o mesmo por mim? Me responde, por favor.
CONTINUA...