Cotidiano de Amores Cruzados - Cap. 13

Um conto erótico de Contos Em Série
Categoria: Homossexual
Contém 3511 palavras
Data: 29/04/2012 01:51:18
Última revisão: 29/04/2012 13:49:38

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– Dessa vez seus atos tiveram graves conseqüências, Suzana – afirmou Paulo olhando para Suzana, que estava com os olhos fechados e deitada numa maca dentro de uma ambulância.

A aglomeração dos curiosos aos poucos ia se desfazendo. A imprensa e seus repórteres permaneciam do lado de fora. Assim que Paulo saiu da ambulância acompanhado por Diogo, foi bombardeado por perguntas seguidas de flashes.

– A Suzana está bem. Ela vai ser medicada e nada aconteceu com ela, nem com o nosso bebê. Ela só precisa agora descansar e se recuperar do trauma da conseqüência de uma discussão boba, que qualquer casal que se ama tem. E graças a Deus, essa criança fruto do nosso amor, nos salvou.

Ao olhar discretamente para o lado, Paulo viu os olhos de Diogo cheio de lágrimas. Os repórteres começaram a fazer novas perguntas, mas Paulo limitou-se em abaixar a cabeça, segurar fortemente as mãos de Diogo e voltar junto com o amado para dentro da ambulância.

Na manhã seguinte os três estavam sentados à mesa, tomando seus respectivos cafés da manhã, acompanhados da sensação de déjà vu.

– Caminhamos em seis meses atrás – disse Paulo parando de comer e rindo, enquanto Suzana e Diogo permaneceram quietos. – Não... Acredito que permanecemos no presente, mas resolvendo uma mal resolvida questão do passado. Sentados a mesas com as vértices desse desvirtuado triângulo amoroso.

Suzana levantou-se irada, mas foi impedida de falar por Paulo.

– Mas você é o único passado desse presente, Suzana. Então me diz realmente o que você pretende ao tirar a paz do meu presente e me fazer reviver o nosso terrível passado.

– Cala a boca, Paulo! Cala a boca! – gritou Suzana desorientada – Você não tem o direito de falar assim comigo! Não depois de tudo que eu passei ontem, tentando tirar a minha própria...

– Com a morte não se tenta, se vai! – interrompeu Diogo, levantando-se – Exceto se o objetivo de uma ordinária cadela grávida for ficar por três horas ameaçando se jogar de uma ponte só pra conseguir voltar para o ex-marido. Seu objetivo falhou. Então nos diga o que você pretende agora, sua coisa sórdida.

Suzana olhou assustada para Paulo, que se levantou e apenas permaneceu de braços cruzados demonstrando total confiança no namorado. Sem resposta, Suzana sentou-se, abaixou a cabeça e caiu aos prantos, e Paulo e Diogo simplesmente foram embora.

Suzana permaneceu ali, inerte de tudo, durante três dias. Não conseguia se alimentar, falar, dormir. Se sentia acovardada por não ter pulado da ponte, ou não ter permitido que o médico contasse para Paulo que seu filho poderia ser portador de Síndrome de Down. Aquilo tudo a apavorava. Já Paulo e Diogo pensavam ser mais um golpe da mulata. E com a paz entre eles, planejavam a viagem que fariam na semana do aniversário de Diogo. Mas o planejamento caiu por terra ao receberem a visita de Suzana contando toda a verdade, e ela estava fragilmente desequilibrada e desorientada.

– Meu Deus, Suzana, meu Deus! – exclamou Paulo abraçando a ex-mulher – Porque você não nos contou antes? Caramba! Você me fez ser cruel com você...

– Passou Paulo, passou... Eu errei, você errou, e a gente conseguiu errar até num filho. Mas talvez esse filho não precise existir...

Imediatamente Paulo se afastou de Suzana, assustado. Diogo caminhou até os dois, e segurou carinhosamente as mãos de Suzana.

– Dizem que a perfeição e a imperfeição são faces da mesma moeda. Talvez a vida esteja lhe dando a chance de você exterminar seus preconceitos tolos. Mulher, você tem a oportunidade única de carregar um ser tão perfeitamente especial sendo especial.

Diogo sorriu, arrancando um tímido sorriso de Suzana, mas que logo se desfez.

– É... Mas talvez a vida seja conseqüência da minha amargura e infelicidade. E eu estraguei tudo. Pois eu era tão feliz, bem casada com um homem perfeito, invejada e me tornei... Irmã incentivadora de um suicida, mulher de um gay e mãe de uma criança com síndrome de Down.

Pela primeira vez Diogo viu Suzana sem defesa e se sentiu culpado por ser indiretamente responsável pela infelicidade daquela mulher. Emocionados, os dois trocaram um longo abraço, mas logo Diogo se afastou e pegou Paulo pelas mãos, o levando para o quarto.

– Viaja com ela...

– O quê? Não Diogo, é....

– O tamanho do meu medo em ceder o meu egoísmo é enorme, mas você precisar ir e ser livre. Pois como dizem, as coisas que eu amo ficam livres, para que se elas voltarem é sinal de que eu a conquistei, e se forem de vez, é porque eu nunca as tive.

Paulo abraçou Diogo com toda a força e os dois trocaram um beijo apaixonado. E quando Paulo arrumou suas malas e foi com Suzana, Diogo entendeu que poderia se tratar de um beijo de despedida.

E assim aconteceu. Paulo viajou com Suzana, mas mudando propositalmente a viagem para uma fazenda no interior, pois havia sido o local onde os dois haviam se conhecido. Suzana ficou surpresamente feliz, e nos dias seguintes os dois aproveitaram o belo local para relembrar os bons momentos. E com tantas lembranças, emoções, o inevitável acabou acontecendo e fez com que Paulo e Suzana se aproximassem demais.

Como no primeiro encontro, porém mais velhos, ali estavam os dois na cachoeira. Paulo apenas com um short e Suzana de biquíni exibindo sua barriga já grandinha.

– Sente o ar fresco... – disse Paulo com os braços abertos em cima de uma rocha, e Suzana sentada ao seu lado.

Suzana caiu na gargalhada.

– Sempre quando você vinha pra cá, você falava isso..

– E em resposta ouvia essa sua gargalhada gostosa e despretensiosa. A gente só tinha 17 anos. Já tinha dois anos que eu havia fugido de casa, e tava trabalhando como “faz-tudo” daquele filho da puta. Aí apareceu a família buscapé. – os dois caíram na risada – E eu me interessei de cara por você. O Wander morria de ciúmes, não sei se de mim ou de você. Só sei que suas voltas aqui tornaram-se freqüentes

– Huum... Pretensioso! Eu voltava porque adorava o campo... – Suzana tentou segurar, mas não conseguiu e caiu na risada – Ah quem eu quero enganar? Era por você mesmo! Mas acabei me apaixonando pelo campo. E por você...

– É, mas você ficava me torturando. “Ah, a gente é tão amigo... Eu não quero estragar nossa amizade”. Então eu prometi que a gente ia namorar, ser feliz, e se um dia terminássemos, nada, mas nada, estragaria a nossa amizade.

Suzana abaixou a cabeça triste e Paulo sentou-se ao seu lado.

– E você cumpriu sua parte... Eu que não.

– Não. Eu não cumpri a parte de que moraríamos aqui pra sempre como você queria. Que seria eternamente fiel a você. Que lhe daria cheio de bacuris espalhados na fazenda... E por isso agora estamos aqui. Tão distantes do que prometemos um dia, mas com um único sonho ainda vivo: Nosso filho.

– Eu não quero falar sobre isso...

– Suzana ele é único sonho que sobreviveu aos nossos erros.

– Não! Eu não sonhei ter um filho doen... Especial!

– Especial como toda e qualquer criança. Apenas me escuta. Eu falei com o doutor. Eu quis saber um pouco mais sobre como é ter um filho portador dessa síndrome, e ele me garantiu que apesar da diferença na semelhança física ele será uma criança normal. O ruim é que alguns nascem com problemas cardíacos, então vai ser importante nos primeiros meses o nosso bebê ter acompanhamento de um cardiologista pediátrico. Há o risco também de problema auditivo ou visual, mas nada que uma pequena cirurgia ou óculos não resolva. E teremos que ter cuidado em questão de leucemia, bronquite, pneumonia. Mas tirando isso ele será uma criança normal, saudável, indo à escola, brincando, indo ao banheiro sozinho, talvez com uma dificuldade um pouco maior, mas tendo pais que o amará muito.

Suzana nada disse. Apenas olhou para a sua barriga, a acariciou, e repousou sua cabeça no colo de Paulo.

Na cidade grande, Diogo seguia sua vida normalmente. Normalmente diferente. Sim, pois ele nunca havia ficado tanto tempo distante de Paulo, e sua véspera de aniversário era sempre com sua casa lotada. Mas agora ele não tinha a companhia de Jeff, e mesmo sabendo que o amigo estava morando com Biel, preferiu evitar o contato com o ex-namorado. Mas quando se sentiu sozinho, Diogo resolveu burlar seus medos e foi ao encontro do amigo.

– Gabriel?! Jeff?! – gritou Diogo horrorizado ao abrir a porta que estava encostada e ver Jeff e Biel se beijando.

Diogo imediatamente saiu atordoado, e Biel até tentou ir atrás dele, mas Jeff o impediu. Ao chegar em casa, Diogo apenas se deitou e caiu no profundo sono, acordando no dia seguinte tão especial da sua vida.

– Droga! Cadê minha carteira?! Chave do carro, chave do carro, chave do carro... Está aqui! Mas a carteira? As malas? Você nem ta pronta! Que merda!

Paulo andava de um lado pro outro, na recepção da pousada, e Suzana se divertia sentada no sofá rindo.

– Calma, calma! Você vai ter um colapso. Eu já disse pra você que eu vou ficar um pouco mais aqui, o campo me faz bem. E faria muito bem a você, se você também ficasse.

– Eu não posso. Tenho a minha vida lá, o trabalho, o Diogo. Eu prometi a ele que voltaria hoje, é aniversário dele...

– O dia nacional dos destruidores da vida alheia. – ironizou rindo.

Paulo olhou com raiva para Suzana, que abaixou a cabeça. Ela se levantou arrependida e segurou as mãos dele.

– Me desculpa. Lá vem eu com o meu dom em destruir tudo. Essa foi uma semana mágica pra mim, Paulo. Pra mim e pra certeza do nascimento do nosso bebê.

Suzana sorriu e Paulo riu surpreso, abraçando contentemente a ex-mulher. De repente, seu celular tocou. Os dois se largaram e Paulo foi até uma mala de onde o som vinha, a abriu, jogando as roupas pra fora à procura do celular. Suzana apenas se sentou rindo.

– Droga! Eu nunca vou sair daqui!

Ao achar o celular, Paulo atendeu e imediatamente sua expressão foi de medo. Suzana perguntou quem era, mas Paulo nada respondeu, apenas ouvia assustado. Ele foi até o balcão que tinha na recepção e anotou algo no papel. Ao desligar, apenas informou:

– Eu preciso ir, agora. Tchau!

Paulo saiu, sem levar nada, e Suzana ficou sem saber o que acontecera. Na estrada, Paulo dirigia rapidamente e seu nervosismo parecia aumentar a cada quilometro. Até que chegou a seu destino. Desceu do carro, e o abandonou num ponto da estrada que lhe levaria por uma trilha. Rapidamente ele subiu a trilha, como se já conhecesse cada local, em uma procura incessante. E a procura foi longa. A caminhada por 1 hora já o deixava fraco, o sol também colaborava pra isso, fora os morros, pedras, e mosquitos que tinha a trilha, mas então finalmente Paulo encontrou quem queria: Sônia (cap. 7). Sua mãe estava desacordada e com alguns hematomas no corpo. Desesperado, Paulo começou a chorar, abraçou a mãe e a carregou no colo, tendo que encarar a difícil missão de voltar.

E já eram 23:30. Diogo aguardava preocupado e ansioso a chegada de Paulo. Não queria telefonar pois seria inconveniente, afinal seu namorado e a ex-mulher estavam em uma viagem especial. Mas também se sentia definitivamente só. Havia passado o dia todo sozinho, recebendo até alguns telefonemas lhe desejando feliz aniversário, porém sem a presença de alguém especial ao seu lado.

Então a campainha tocou. Imediatamente Diogo se levantou, correu e abriu a porta.

– Feliz aniversário nos últimos minutos do segundo tempo, meu guri. – disse Biel sorrindo, segurando com uma mão um buquê de flor, e na outra um presente embrulhado.

Diogo olhou incrédulo.

– Vai à merda, Gabriel!

Diogo tomou enfurecido o presente e o buquê das mãos de Biel, e os jogou contra parede. Biel sorriu e foi embora, mas voltando em 3 segundos, segurando um violão. Diogo que até então estava furioso o olhou sem entender e Biel começou a cantar enquanto tocava o violão.

“Ouvi dizer que você ta bem... / Que já tem um outro alguém. / Encontrei moedas pelo chão / Mas não vi ninguém pra me abraçar, me dar a mão. / Eu chorei sem disfarçar... / Quando vi seu carro passar. / Vi todo amor que em mim ainda não passou, / Eu já não sei bem aonde vou / Mas agora eu vou. / Tentei falar, mas você não soube ouvir... / Tente admitir! / Tentei voltar, pois puder ver o quanto eu errei. / Te amei mais que a mim... / Ah, bem mais que a mim... / Mais que a mim. / Uh, uh, uh...”

Biel terminou de passar os dedos pelas últimas cordas do violão, e Diogo estava com os olhos marejados d’água...

– Vai... À... Merda. – disse chorando.

– Bah! Mas eu não tou tão desafinado. Mesmo que tocando essa música de MPB palha!

Diogo riu, e Biel colocou o violão encostado na parede. Os dois se abraçaram emocionados.

– Eu não posso te odiar porque de alguma forma vou estar te amando. Idiota! Babaca! Branquelo azedo! – xingou Diogo enquanto chorava

– Nescau enfornado! Abobado! E chorão! Porque tu choras hein! Eu demorei a chegar porque acabei dormindo no tédio assistindo os últimos episódios.

Diogo riu e se afastou de Biel sem entender.

– É, tchê. Eu fiquei assistindo lá aquele seriado bobiça, “Dawson’s Creek”, que tu gostas. Mas no próximo aniversário meu presente será te dar um seriado para te ‘desviciar’ desse seriado palha. Enquanto isso, o presente que tu jogaste na parede é simplesmente o Box de todas as temporadas da série.

– Eu já tenho o Box completo, bobão! .

– E quem perguntou? Foi o único presente original que eu consegui comprar. Mas agora vamos vadiar. Montar uma barraca com o lençol, tocar música de MPB chata, reproduzir cenas de “Dawson’s Creek”, e até deixo você ser o Dawson e eu a Joey. – os dois caíram na gargalhada – Feliz aniversário, meu guri

Diogo sorriu e deu um rápido selinho em Biel. Biel se assustou e Diogo riu. Então Biel segurou os dois braços de Diogo e aproximou lentamente sua boca da dele. Diogo que antes ria, começou a ficar assustado e cada vez mais a boca de Biel aproximava da sua. E o desejo entre os dois era visível.

– Não tem como competir, né? Vocês são Diogo e Biel, o casal perfeito. – falou Jeff entrando na sala, sorrindo.

Biel e Diogo se afastaram e Diogo acenou positivamente para o catarinense, que entendeu, abaixou a cabeça e foi para um outro cômodo.

– Sem mais nenhum terceiro elemento entre nós. O seu problema é comigo? Vamos resolvê-lo.

– Não faz a uó, né bicha? Seu umbiguinho ta muito sujo para que meu mundo gire em torno dele.

– E você vive num mundo patético onde é incapaz de ter uma vida própria. Porque sempre foi assim. Você invejando os caras com quem eu saía, a minha vida, o meu cargo acima do seu no emprego, mas agora você tentar roubar o Biel de mim foi a gota d’água!

– Uau! Ela é a gata arrasadora da perigon night!

– E você se mascara com essa afeminação pra esconder sua vida patética!

– Não tenta sambar na minha phace usando salto de agulha porque você vai se desequilibrar!

Diogo riu irônico.

– Você nunca se importou com o Wander. E sim, invejou a minha felicidade.

– Cala a boca! – gritou Jeff enfurecido – Você não tem dignidade em falar do Wander! E eu nunca invejaria alguém que tem na língua o gosto do próprio rabo! Porque é só isso que você sabe fazer, lamber o próprio rabo! Quando eu tava precisando de você, na morte do Wander, você simplesmente me virou as costas!

– Porque a minha vida estava um caos! – protestou Diogo já chorando.

– Caos? – perguntou Jeff rindo com os olhos cheio d’água – Caos? Ok... Você descobriu que a ex-mulher do seu namoradinho estava prenha. E pra completar esse caos, sua alminha gêmea chegou e você ficou divididinho. Nossa, que caos!

– E o que é caos pra você? Hã? Trocar o namorado padre por um troglodita dominador sádico? Ficar todo molhadinho de goza, pra depois voltar para o padre e fazer suicidá-lo? E não satisfeito, ainda se mete na minha vida tentando tirar a minha alma gêmea!

– Eu só quis salvar a sua relação! – gritou Jeff aos prantos.

Diogo olhou sem entender e limpou suas lágrimas. Jeff deu longo suspiro.

– Você sempre foi um idiota indeciso. Tinha em mãos as coisas boas, mas ai surgia algo, e você indeciso largava o certo e nem ficava com o duvidoso. Sua relação com o Paulo é perfeita. Então quando eu tive a chance de ficar com o Biel para impedir que você voltasse para ele, eu fiz. Simplesmente para salvar a sua relação.

– Obrigado Jeff. Mas não preciso que você salve a minha relação. Pois como todos sabem, a única relação que você teve você conseguiu matar. Literalmente.

Jeff ficou incrédulo e saiu atordoado. Biel, que escutava tudo do outro cômodo, surgiu e abraçou Diogo, que começou a chorar desolado.

– Vai atrás dele. Ou simplesmente vai embora. Meu aniversário acabou.

– Mas o sonho daquele piá em montar uma cabana de lençol, cantar MPB e reproduzir cenas de “Dawson’s Creek” não. .

– Os sonhos daquele menino estão mortos.

– Então deixa eu ressuscitá-los. Pois os piás carregam os mais puros e belos sonhos e amores. Vamos ser puros, sem rancor ou mágoas, por apenas esta noite.

Diogo abraçou fortemente Biel e chorou. Já Jeff chorava e caminhava rapidamente sem rumo. Afinal ele não tinha mais pra onde voltar, nem casa pra ficar. Então, ao passar amedrontado por uma rua deserta com vários mendigos dormindo na calçada, ele sentiu alguém pegando em seu pé. Imediatamente gritou horrorizado, se soltou das mãos que o seguravam e começou correr, sendo seguido por alguém onde ele só conseguia enxergar como vulto. Jeff corria com medo, desesperado, mas tão desesperado que acabou entrando numa rua sem saída, e ao virar-se apenas viu aquela pessoa, que a má iluminação não permitia ver o rosto, caminhando em sua direção.

– Please, please! Não me machuca! Por favor... – implorou Jeff chorando.

Então a pessoa parou de andar. Era um homem. O homem começou a tremer, e suas mãos trêmulas passavam desesperadamente seus curtos cabelos. E como num salto, o homem se aproximou rapidamente de Jeff, o deixando desesperado.

– Me ajuda.. Me ajuda... Eles tão trás de mim. Vão... Vão, vão me cerrar. Me ajuda, me ajuda, me ajuda, me ajuda,.. Me... – implorou a pessoa segurando os braços de Jeff.

Ao olhar para os olhos daquele homem, Jeff imediatamente o reconheceu.

– Cláudio?! (cap.5)

Ao reconhecer Jeff, Cláudio imediatamente se afastou exibindo um olhar furioso.

– Você... Sua bicha aidética sai daqui! – gritou Cláudio levantando o braço e fechando o punho, mas logo abaixou o braço chorando – Não me toca! Não me passa, não me toca, não me, não, não, não...

– Cláudio, calma! Gosh, o que você usou?

– Eles querem me... Sai... Me ajuda... Eles.. Não... Não... Não me toca! – gritou Cláudio chorando e desorientado, se jogando no chão, tampando os ouvidos e se debatendo.

– Eu vou te ajudar! Te levar pra um local seguro, eu não sei, mas eu vou te ajudar.

Cláudio tirou as mãos dos ouvidos e fixou seus olhos arregalados em Jeff.

– Não me ajuda... Cara, eu não presto!

– Eu sei! E é disso que eu gosto. – afirmou Jeff acenando negativamente.

Madrugava. Paulo abriu a porta vagarosamente para não fazer barulho, mas ao entrar se assustou ao ver uma cabana de lençol no meio da sala iluminada pelas velas que estava dentro dela. Paulo ouviu a risada de Diogo e Biel conversando dentro de cabana, e exausto, apenas se sentou no chão. Passou toda a noite entretido e excluído da sintonia entre Diogo e Biel.

Ao amanhecer, Diogo acordou, saiu da cabana e levou um susto ao ver Paulo deitado no chão. Então foi até o amado, sentou-se ao seu lado no chão, e Paulo acabou despertando.

– Oi...

– Oi... – disse Paulo com uma voz sonolenta e sentando-se no chão – Feliz aniversário atrasado.

Diogo sorriu.

– Me desculpe por não ter chegado a tempo. É que eu recebi a ligação de um cara. Ele contou que foi acampar, e uma senhora, minha mãe, deu o número do meu celular para ele. Fui descobrir depois que quando a gente esteve lá você deu meu número pra ela. Então ele me disse que minha mãe pretendia fugir do meu pai assim quando ele chegasse à cidade. Peguei meu carro, fui correndo na esperança de encontrá-la na trilha, afinal o meu pai é um homem perigoso, e até a encontrei na trilha, mas desmaiada.

– Meu Deus! E ela ta bem?

– Sim... Eu a levei para um hospital. Então ao chegar aqui, pela madrugada, pra voltar pra você, fiquei entretido ouvindo sua conversa com o... E percebi que parece que o destino nos levou cada um pro seu lugar. E mesmo com os nossos corpos próximos, as nossas almas estão tão distantes...

– É...

– E eu te amo muito! Mas... – Paulo abaixou a cabeça, respirou e voltou a falar – A gente precisa se separar e descobrir o porquê desse ‘mas’ no nosso amor.

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Comentários

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poxa fala serio! passar por tudo issso p na hora se separarem... sacanegemm!

sou fã do paulo!

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A não vão se separa cara depois de tudo que vcs passaram juntos vai acabar assim , é da vida ta d+ seu conto paraben e não demora

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JURA?

EU QUERIA Q OS DOIS FICASSEM JUNTOS

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