Eu sai dali desci cambaleando até o estacionamento e peguei minha moto, se soubesse o que iria acontecer em seguida, não teria pego...
Jhow me alcançou antes que eu saísse da garagem ele dizia:
- cara não saia nessa chuva, espere passar, ele vai voltar e vocês vão poder conversar de boa.
- vey, você não conhece o Carlos, ele não vai me ouvir, a não ser que eu faça algo a respeito, ele é cabeça dura, preciso ir mesmo.
- eu vou com você. Preciso flar com ele também .
- não, acho melhor não, as coisas só vão piorar, capaz de ele te dar um soco ainda.
- é verdade.
- melhor você ficar aqui, ele eu sei que não vai me dar nenhum soco.
- tudo bem, mas tome cuidado.
- fique aqui, e nos espere voltar, se quiser ir pra casa tranque tudo e deixe a chave com o porteiro.
Estava chovendo, não era uma chuva forte, nem fraca, apenas uma chuva qualquer, olhei no relógio de pulso e eram 4:42 da tarde, peguei a moto e sai, nem me passou pela cabeça no momento pegar um taxi pra evitar me molhar, estava em desespero e queria chegar no maldito shopping pra fazer o Carlos me ouvir, sai do prédio voando com a moto, estava um frio de rachar e eu estava apenas de camisa e uma calça moletom de ficar dentro de casa, e claro, o capacete, que foi de muita ajuda. O shopping ifcava a umas 10 quadras do apartamento, não era longe, acelerei e parei no sinal, todos nos carros me olhavam com cara de “que esse louco ta fazendo de camisa no meio da chuva?”, mas eu nem estava ligando, eu comecei a tremer de frio já na terceira quadra. Comecei a perder a sensibilidade nas mãos, já na quinta quadra meu corpo já implorava para que eu saísse da chuva e entrasse num chuveiro quente ou cobertor, mas eu insisti, acelerei mais para chegar mais rápido, e o vento uivava ao meu lado, colando a minha camisa gelada no meu corpo, me fazendo tremer de frio, não sabia se deveria parar e voltar, ou se continuava, já estava na 7º quadra quando o sinal fechou de novo, o vento me castigava com fortes ventos gelados e eu começava a sentir meu corpo ceder, estava frio, eu estava gripado ao ponto de não conseguir andar direito, não sabia como tinha conseguido chegar ali, eu batia os dentes com freqüência de uma metralhadora e já não tinha sensibilidade nenhuma nas mãos, nos pés, e em outras partes do corpo, mal conseguia pensar direito, o sinal abriu e eu fui, chegando na ultima quadra antes d shopping, algo estranho aconteceu, todos os carros a minha volta pararam de repente e somente eu continuei acelerando, depois de uns milésimos de segundo reparei que outra vez o sinal fechou, mas já era tarde demais, eu já estava no meio do cruzamento, tentei frear, mas não consegui a tempo, assim como o ônibus que bateu em mim também não conseguiu...
CARLOS:
Assim que vi Allan e o jhow abraçados na cama, não consegui me conter, sabia que se eu não saísse de lá, algo ruim aconteceria, desci do elevador, e jhow me alcançou no saguão.
- ei Carlos! Me ouve! Não aconteceu nada vey! Por favor!
Eu o ignorei e chamei um taxi, disse ao motorista que ia ao shopping ali perto, entrei no carro em meio ao pedidos de jhow para que eu o escutasse, eu o ignorei e o taxista acelerou. Quando cheguei ao shopping, andei por todo ele, não sabia o que fazer, o que estava acontecendo, pensava que Allan tinha me traído, meu coração doía e eu estava com medo de perde-lo, mas não podia perdoá-lo por uma coisa tão traiçoeira, estava sem chão, tudo em minha volta girava e sentia que tudo não fazia sentido, como se meu sol estivesse desaparecido e eu vagasse no espaço sem apoio. Não sabia de mais nada, estava com medo, muito medo, me faltava ar, minha garganta se fez em um nó, e senti uma imensa vontade de chorar, mas não podia, ficaria feio um marmanjo chorando no meio do shopping. Me sentei em uma mesa na praça de alimentação e fiquei ali, pensando em o que faria, se perdoava ele ou sei la, não sabia o que fazer, me doía o peito e me sentia fraco, eu estava ótimo de saúde, mas me sentia fraco. Fiquei ali imerso em pensamentos por um tempo, até que olhei no relógio e eram 5:30, e recebi uma ligação, na tela brilhava o nome, um nome conhecido, brilhava “nika”, apelido da mãe do Allan, uma mal estar me abateu na hora, com certeza seria a mãe dele tentando me faze perdoá-lo, por um instante pensei em não atender, mas não consegui resistir.
- alo? – perguntei neutro.
Ouvia choro na outra linha, e suspiros pesados.
- graças a DEUS que você atendeu. – dizia ela com um ar pesado e triste.
- o que foi que aconteceu dona nika? – perguntei desesperado, a primeira coisa que veio em minha cabeça foi Allan.
- é o Allan; ele esta mal, muito mal.
Relaxei um pouco, talvez não fosse nada demais.
- dona nika, eu preciso pensar a respeito, é que...
- não é nada disso, o Allan foi atropelado por um ônibus!...
O único som que eu me concentrava agora era o da minha respiração, o mundo parou. As únicas imagens que conseguia similar em minha mente eram do Allan sorrindo pra mim, suas imagens mais felizes, seus momentos bons e tranqüilos, não conseguia acreditar que tudo aquilo podia estar em jogo naquele instante. Por um instante fiquei parado, sem reação, sem pensamentos, sem a mínima idéia do que fazer. Então como modo de defesa, senti uma energia me deixar a todo vapor, me levantei da mesa e sai andando rápido para fora do shopping. Continuei falando com a nika.
- como ele esta? Eles esta bem? Onde ele esta agora?
- esta no hospital perto da nossa casa, onde o Spencer trabalha, venha rápido.
Desliguei o telefone e corri pegar um taxi, gritei com tudo e com todos no caminho, peguei o maldito taxi, disse que era caso de vida ou morte e mandei ele acelerar até o ultimo pra chegar lá, ele entendeu e foi o mais rápido possível dentro do permitido, cortou caminho e chegou cantando pneu no hospital, joguei 3 ou 4 notas de 100 pra ele corri pra dentro do hospital....
Encontrei dona nika, jhow, e seus irmãos todos reunidos conversando no corredor, todos com lagrimas nos olhos, mais uma vez o tempo parou, tive medo de prosseguir, medo de que escutasse algo que não estava pronto pra escutar, caminhei como se minhas pernas pesassem 2 toneladas. Cheguei lá e todos me cumprimentaram, mas ninguém quis olhar nos meus olhos, pareciam fugir do assunto, ou tinham medo de me contar algo. Ninguém tinha coragem de me contar o que ouve, jhow estava lá também, mas não consegui sentir raiva dele, ele me olhou com uma cara de preocupação que não pude duvidar, ele gostava do allan, mas não tinha certeza do quanto.
- alguém por favor me conta o que esta acontecendo! – gritei no hospital.
Dona nika me fez sentar na cadeira de espera e me disse com lagrimas nos olhos e com uma cara terrivelmente triste que não vou esquecer:então gente, postem comentarios nós gostamos muito deles, desculpe a demora, ando muito ocupado na minha profissão que nao vou contar pra nap estragar surpresa, e alias eu coloco altos links aqui e nem sei se vcs realmente veem, alguem ve? bjss s2