Cotidiano de Amores Cruzados - Cap. 10

Um conto erótico de Contos Em Série
Categoria: Homossexual
Contém 3217 palavras
Data: 10/04/2012 00:21:32
Última revisão: 10/04/2012 00:24:42

Suzana Lindenberg sempre foi uma mulher determinada. Quando criança determinava em tratar de ser a filha predileta.

– Mamãe, o Wander ta brincando de boneca com o Júlio lá no mato! – fofocou alegremente a menininha para mãe que cozinhava, e ao ouvir aquilo, saiu correndo desesperada.

Já adulta e recém-separada, determinou que esperaria, mas se vingaria de todos aqueles que ela considerasse culpados por sua infelicidade.

– O futuro papai... – disse Suzana sorrindo, dentro de um carro com vidro escuro, ao ver Paulo saindo do seu apartamento correndo e apressado.

E para isso, não pouparia esforços nem se o próprio irmão voltasse a cruzar seu caminho.

– Todos vão adorar saber da vida paralela do titio ou ex-futuro padre Wander – disse Suzana rindo, ainda dentro do carro, mas agora vendo Wander saindo abraçado e beijando a testa de Jeff.

Sim, Suzana era uma mulher determinada. O que Suzana não sabia era que tanta determinação poderia fazer um casal se separar, dois amigos brigarem e uma pessoa morrer.

Enquanto subia lentamente as escadas, Suzana analisava os seus últimos 4 meses e meio. O terrível encontro com Paulo junto com o advogado num cartório, o doloroso sentimento de abandono e a humilhação por todos saberem que ela havia sido trocada por um homem. Mas uma notícia poderia mudar toda sua maré de azar. E contada de forma correta, poderia acarretar graves conseqüências aos seus “inimigos”. Portanto, Suzana certificou de que Diogo fosse o grande mensageiro.

– Eu fiquei sabendo que vocês estavam querendo um filho – disse Suzana, com um sorriso no rosto e acariciando a barriga.

Diogo temeu. Olhou para Suzana e notou uma barriga um pouco grandinha, mas que passaria despercebida se ele já não soubesse a tempestade que estava pra vir.

– O Paulo não está aqui...

– Eu sei. Ele passou correndo lá embaixo. Logo após, o Jeff e o meu irmão. Creio que só tem você aqui, então eu preciso lhe entregar um problema para que você resolva para mim.

Suzana sorriu, empurrou Diogo e entrou. Diogo somente encostou a porta, virou-se e encarou Suzana.

– As notícias correm! Eu fiquei sabendo que vocês pretendiam adotar uma criança? A falta do útero na relação de vocês é a prova de que Deus não se agrada disso. – ironizou.

– E a falta de vergonha na cara é o que faz você estar aqui! Dá um fora daqui!

– Eu estou grávida! – Diogo ficou com os olhos cheios d´água e ódio – O presente que você tanto queria, é o que eu tenho. E é um presente só meu e do Paulo.

– Sai daqui! – gritou Diogo nervoso.

– Só que eu sou uma grávida frágil. Que não queria que o pai do meu filho soubesse, mas num impulso de coragem eu consegui vir contar a ele. Mas ao chegar aqui, o papai do meu bebê não estava, somente o amante dele. Então, o que esse amante fará? Vai ocultar a verdade do seu amado ou entregar a ele a notícia do meu presente tão especial.

Diogo segurou Suzana pelos braços, firmemente, a machucando.

– Sai daqui, sua maldita, ou eu não respondo por mim!

Diogo soltou os braços de Suzana, e Suzana pegou um lenço limpando com nojo a parte do seu braço que foi tocada por Diogo.

– Tudo bem. Só não esqueça de dar o recado para o Paulo de que eu estive aqui pra ele

Suzana riu e saiu satisfeita. Diogo ficou devastado. Tanto que nem conseguiu voltar a comer, e quando Paulo voltou, teve de inventar um mal-estar para explicar o seu nítido atordoamento. Ao se passarem os dias, Diogo não conseguia contar tudo para Paulo. Até chegava ensaiava tocar no até então assunto proibido Suzana, mas Paulo era enfático de que não queria saber nada a respeito da ex-mulher. E para Diogo, talvez isso fosse o melhor a ser feito.

– Minha santa Lady Gaga! – exclamou Jeff.

– Fala baixo que só você que sabe! E o antigo Jeff resolveu ressurgir das cinzas?

– Mais fácil das purpurinas, baby! – ironizou – Anyway, o que você vai fazer? No início ele era só seu fuck buddy, but now, ele é seu namoradinho com quem você brinca de casinha. E nessa casinha apertada entra agora um bebê e a ex-mulher.

– Eu sei. Mas a gente ta tão feliz e a chegada de um bebê e ela pode... E se eu não contar a ele, ela não contará e eu vou carregar isso pra sempre. – disse pensando – Eu sei que você ta “voltando” pra vida agora, tem seus próprios problemas, mas o que eu faço?

Jeff apenas se levantou da cadeira e deu um beijo na testa do amigo.

– Como você disse, darling. Eu tenho meus próprios problemas. Kiss, kiss!

Diogo olhou para Jeff desanimado, e Jeff foi embora. E realmente Jeff atravessava por um problema. A verdade é que desde que voltou com Wander, Jeff até voltava a ser às vezes o brincalhão com o Diogo, Paulo ou outros amigos, mas quando estava com Wander simplesmente as coisas eram esquisitas. Jeff se contentava em pouco falar, brincar e os dois apenas ficavam abraçados, trocando curtos beijos intercalados do silêncio. E naquele dia enquanto estava deitado em silêncio na cama, no quarto da casa dos pais de Wander, encostando sua cabeça no peito do seu amado, Jeff notou que Wander chorava.

– O que foi?! – perguntou Jeff assustado, sentando-se na cama.

– Você... A gente....

Wander se levantou, deu duas voltas no quarto, em silêncio, e Jeff permaneceu de cabeça baixa.

– Tudo isso parece uma grande piada!

– Eu não quero discutir...

– E nem eu! Eu quero que você discuta! – Jeff olhou sem entender – Eu quero aquele antigo Jeff que não levava desaforo para casa. Que falava pelos cotovelos, usava gírias espalhafatosas, e depois de uma noite inteira de foda ainda subia em cima de mim me provocando e me chamando de bundão. Eu quero o seu riso, a sua felicidade, a nossa relação de volta. Mas a sensação que eu tenho é que tudo isso foi perdido. E que você só está aqui, comigo, agora, pela obrigação de eu ter te tirado dos braços daquele troglodita do qual agora ele não te quer mais!

Jeff se levantou e segurou as mãos de Wander.

– Nada pode ser mais como antes.

– Porque o agora pode ser melhor. Eu não quero te perder mais, garoto.

– E eu preciso ir. .

Jeff saiu do quarto, descendo as escadas, indo para sala e sendo seguido por Wander. Quando ia sair, Wander segurou Jeff.

– Jeff... Eu te amo. Nunca se esqueça disso. Eu te amo.

Jeff apenas retribuiu com um sorriso. Wander beijou a testa de Jeff e ele foi embora.

– Eu te amo também.. – murmurou Wander.

Barulho de palmas. Wander olhou para trás e viu Suzana aplaudindo e rindo.

– O que é que você ta fazendo aqui, garota?

– Casa do papai, chaves dos filhinhos. Tenho tanto direito de ta aqui como você.

– Faça bom proveito da casa. – disse Wander saindo andando.

– Meio difícil – Wander parou – Ta tudo tão contaminado. Os católicos saem e as bichas fazem a festa! Papai e mamãe foram viajar né? E você aproveita! Porque você também não aproveita e assume a bicha pederasta que é, ao invés de usar a religião e enganar pessoas que acreditam na fé...

– Você não entende...

– E nem quero entender. O que você precisava entender era o meu recado. Lembra? Cometa os seus pecados no oculto, melhore na farsa e não nos envergonhe. O seu pecado e sua vergonha foram expostos!

– Do que que você ta falando?

– Há alguns dias atrás eu estava junto com o reverendo João. A gente estava passando pelo prédio daquele seu amiguinho bichinha... O Diogo! Então, o Paulo passou. Um tempo depois, você e essa sua bichinha sarnenta passaram abraçadinhos, juntos. O reverendo João ficou abismado! Sem saber o que fazer! Então tive que contar, explicar, o viadinho que você é. E eu acabei de falar com ele agora, e ele vai comunicar o seu desligamento e eu farei questão de explicar a todos o porquê.

Os olhos de Wander encheram-se de fúria. Ele avançou em cima de Suzana, a segurando pelos braços, empurrando-a e fazendo-a bater a cabeça com toda força na parede. Suzana ia falar algo, mas Wander largou os seus braços e lhe deu um forte tapa na cara. Em seguida, a segurou pelo pescoço, começando a estrangular.

– Maldita! Mentirosa! Desgraçada! Vagabunda!

Wander praguejava, gritava e apertava cada vez com mais ódio estrangulando Suzana, que tentava se soltar, se debatendo. Então ela conseguiu balbuciar as palavras-chave.

– Eu... To... Grávida...

Imediatamente Wander soltou Suzana, assustado com a revelação. Suzana respirou lentamente, tentando ter de voltar o ar, e assim que se viu recuperada atacou:

– Bicha assassina! Se prepara, se prepara porque agora todos vão saber que a igreja não esconderá mais seu pecado! Sua aberração maldita!

Suzana saiu com ódio nos olhos e Wander se desesperou. Suas mãos tremiam, ele começou a chorar compulsivamente arrependido, e em sua mente seus pensamentos corriam. Desesperado, ele subiu as escadas correndo e entrou no banheiro. Ainda chorando muito, foi até a pia e jogou água em seu rosto e enquanto limpava suas lágrimas, as más lembranças viam a tona.

“Atira a pedra na Maria Madalena, seu grande fariseu de bosta!” / “Goze negando e chorando, enquanto eu gozo saciado e feliz.” / “Deve ser uma vergonha ser uma bicha pederasta imunda, mas ninguém mostra o que realmente é.” / “Era só recaída seus beijos com essa bicha encubada né?!” / “A piada é que nós somos de mundos opostos!”/ “É uma pena que o Jeff tenha escolhido ficar com alguém onde a hipocrisia e a covardia reina como defeitos.” / “Mas se aceitação até hoje não te encontrou, e talvez nunca encontre, eu não sei como termina essa história. E isso me dá medo.”.

Wander abriu a prateleira do armário e encontrou um pote de remédio que a essa altura ele não enxergava o nome. Atordoado, ele abriu o pote e foi ingerindo todos os comprimidos e quando terminou, deitou-se no chão, aos prantos. Deitado, ali, ele só esperava por minutos a morte. Esperava que tudo passasse. E nos meio dos prantos, ele lembrou das duas coisas que havia dito a Jeff: “Eu te amo.” / “Eu não quero te perder mais.”.

Imediatamente, Wander se levantou do chão, e pôs o dedo na garganta, tentando vomitar sem muito êxito. Então resolveu pedir ajuda. Saiu do banheiro e quando ia colocar o pé no primeiro degrau da escada, sua visão ficou turva. Se apoiou no corre-mão da escada, pisando no outro degrau, porém sua visão foi ficando ainda mais turva, suas mãos trêmulas, seu rosto suando frio, e fatalmente seus pés desequilibraram, o fazendo descer escada abaixo. Estirado no chão, Wander tentava se levantar, mas não conseguia e ao sentir o sangue escorrendo atrás da sua cabeça, se desesperou.

– Me ajuda! Alguém me ajuda, por favor! Eu não consigo mexer minhas pernas... Eu não quero morrer... Eu não quero... Jeff! – gritou aos prantos, chorando no desespero.

E por ali ele ficou. Aos poucos foi sentindo seu corpo esfriar e por fim fechou os olhos por toda uma eternidadeQuando se tem a notícia da morte de alguém, as reações são adversas. Para Jeff, o copo que estava em sua mão se estilhaçou no chão e o grito de choro e desespero tomaram conta do ambiente em que estava. Para Diogo, apenas um contido silêncio incrédulo e pensamentos de onde ele estava para não ajudar o amigo. Já para Paulo, um aperto no peito que o fez se retirar e ir para o quarto chorar e soluçar bem baixinho. E para Suzana, um enorme remorso misturado com tristeza, porém deveria apenas mostrar para todos a tristeza.

– Foi horrível, reverendo João. Horrível! Meus pais chegaram de viagem e o viram estirado ali no chão. A pobre da minha mãe entrou em choque, teve que ser sedada no hospital e não pode aparecer. Já meu pai preferiu ficar com ela, e não aceita a possibilidade do Wander ter se... Mas os legistas afirmaram! O Wander tomou algo antes de morrer e por isso ele deve ter se jogado do alto da escada. A casa já é bem isolada e também nenhum vizinho estava presente em casa no momento. É muito triste saber que meu irmão tirou... Se matou. E eu não entendo porque ele fez isso? A troco de que? Ele em breve seria padre, tinha uma disciplina religiosa fantástica pela....

Suzana começou a chorar e o reverendo João apenas a abraçou.

– Calma, minha filha. Calma. Deus há de reconfortar. Não estamos em posição de julgar nada e nem ninguém. Não sabemos o motivo que levou o jovem Wander a fazer isso, mas única coisa que podemos fazer pedir é que Deus cuide de sua alma.

Suzana limpou suas lágrimas e viu Jeff, Diogo e Paulo chegando ao funeral.

– Ele foi um herói... – disse Jeff chorando – Um herói. Lutou para sobreviver a tudo isso. E ainda assim no seu próprio enterro, a gente consegue enxergar o julgamento nos olhos das pessoas.

– Quando percebo que em nenhum momento eu dei uma palavra de apoio a ele. Me sinto mal. Na verdade em todo esse tempo, exceto o Paulo, a gente só soube julga-lo.

– Também não é assim, Diogo. Eu por exemplo nunca o julguei, mas também nunca mostrei apoio suficiente. Por isso eu vou lá reconfortar a Suzana, apesar de tudo ela foi irmã dele. E quero me precaver de que ela não crie nenhum clima hostil.

Diogo sentiu, mas assentiu positivamente. Paulo foi até a Suzana e ao contrário do que ele esperava, ela somente o abraçou, choranddo em seus braços.

– Será que ela vai contar tudo pra ele? – murmurou Diogo – É a cara dela se aproveitar desse momento do qual ela pouco deve estar ligando, simplesmente para...

– Diogo...

– Se aproximar do Paulo. Se fingir de boa moça e conseguir uma... Ai, me desculpa Jeff. Você ai sofrendo, e eu falando dos meus problemas! Mas essa mulher não dá ponto sem nó. Ela gosta de usar as pessoas para que assim...

Enquanto Diogo falava, a ira em Jeff ia crescendo, porém ele preferiu não demonstrar. E assim seguiu o funeral. Diogo mais reclamava do que consolava Jeff, principalmente por Paulo ficar com Suzana o tempo todo, e Diogo temia que ela contasse tudo. Depois todos seguiram ao enterro. A chuva caia fina, e o corpo de Wander foi sepultado ao som da música que alguns coroinhas cantavam, emocionando a todos.

“Mais perto quero estar, meu Deus, de Ti. / Mesmo que seja a dor, que me una a Ti. / Sempre hei de suplicar, mais perto quero estar. / Mais perto quero estar, meu Deus, de TiE quando Cristo, enfim, me vier chamar. / Nos céus, com Serafins, eu irei morar. / Então me alegrarei, perto de Ti, meu Rei. / Perto de Ti, meu Rei, meu Deus, de Ti!”

No final do enterro, todos foram embora, mas Suzana insistia em ganhar tempo e permanecer no local. Paulo ficou o tempo todo com ela, mas tinha que ir, afinal Diogo estava junto com Jeff quase já ao seu lado e com uma cara nenhum pouco amigável.

– Suzana, eu preciso ir. Você vai ficar bem?

– Vou. Vou sim.

Paulo acenou positivamente e deu um beijo na testa de Suzana. Porém, quando ele ia embora, ela o abraçou chorando. Diogo revirou os olhos e bufou.

– Vai ficar bem... Bem disposta pra derrubar o próximo.

Foi estopim pra Jeff.

– Eu acho que não, Diogo! – gritou Jeff chamando a atenção de Paulo e Suzana – Acredito que a Suzana vai ficar bem por causa do bebê que ela ta esperando do Paulo. Oh my! Como eu sou insensível! Você enfrentando o dilema, do seu amorzinho ter emprenhado a ex-mulher, enquanto o meu amor está morto!

– Jeff! – gritou Diogo enquanto Jeff saía com raiva.

Diogo olhou para Paulo e encontrou o olhar dele exigindo uma explicação. Diogo nada disse, apenas abaixou a cabeça e Paulo olhou confuso para Suzana.

– Me desculpa. Mas eu tentei te contar e não consegui. Agora não é mais comigo. – disse Suzana se retirando do local, triste pela morte do irmão, mas feliz pelo desdobramento que as coisas tomaram e por ver a expressão de ira que Paulo ficou.

Suzana correu para alcançar Jeff e ao encontrá-lo arriscou uma parceria.

– Ei, bee! Meus pêsames pelo meu irmão. E obrigada pela ajudinha. Formamos um belo time!

– Te enxerga, o jararaca descascada. Eu não sou da sua espécie.

– A espécie de veados entrou em extinção?

– E a de cobras vagabundas como você perdeu a força do veneno. O seu veneno barato de rato não me atinge. Pode atingir o Diogo, Paulo ou até o mesmo ter atingido o meu Wander. Mas não a mim. Então o destile pra longe de mim, ou você vai provar do gosto azedo que seu veneno deve ter. – disse Jeff, saindo em retirada e deixando Suzana enfurecida.

Anoiteceu. A chuva fina se transformou numa chuva forte. Relampeava, trovejava e a discussão no apartamento de Diogo e Paulo prometia ser inacabável.

– Você não tinha o direito de me esconder essa verdade..

– Eu não quis...

– Me enganou esse tempo todo!

– Eu não...

– Me escuta! – gritou Paulo enfurecido.

Paulo apertou Diogo, o segurando com um braço. E com o outro braço, apontou o dedo no rosto de Diogo.

– Apenas me escuta. Você sabia. Sabia que ela estava grávida, que ela estava esperando uma criança minha que precisava do meu amparo, mas você escondeu isso. Você pôs o seu egoísmo na frente de uma vida. Pôs a sua frustração da gente não ter um filho na frente da felicidade de eu ter um filho. Escondeu tudo isso, porque você é de uma excentricidade, egoísmo, que faz você passar por cima de tudo e todos simplesmente para que você seja o dono da felicidade! Simplesmente por pensar só em si mesmo!

Paulo largou o braço de Diogo, com raiva, e andava irado de um lado para o outro.

– Tudo bem. Você ta na sua razão. Mas confesso que eu quase que a admiro. Ela nos atingiu como queria, me fez jogar o joguinho estúpido dela. Meu Deus! Como eu não pensei nisso antes? Capaz do filho nem ser seu! – Paulo olhou incrédulo e com raiva – Capaz dela nem ta grávida, armou tudo...

– Cala a boca, Diogo! Cala boca, porra! – gritou Paulo enfurecido.

Diogo olhou assustado com a agressividade de Paulo. Eles nunca haviam chegado ao extremo. Paulo também se assustou com sua raiva e passava a mão pelo cabelo, tentando respirar fundo.

– Eu vou embora.

Diogo temeu.

– Embora?

– Por uma noite. Por hoje. Sair daqui, agora, por essa noite, porque se eu continuar aqui, agora... Eu vou acabar indo embora pra sempre.

– Paulo, espera! Ta chovendo muito, você...

Paulo ignorou o que Diogo ia falar e saiu sem levar nada, batendo a porta com força. Diogo tentou ir atrás dele, mas achou melhor não. Então aos prantos, ficou deitado por longos minutos no sofá, chorando e escondendo seu rosto na almofada. Até que alguém abriu a porta.

– Eu escutei de longe seu choro guri.. E a porta tava aberta...

Para Diogo aquela voz nem o tempo poderia a tornar irreconhecível.

– E senti, mesmo de longe, que você tava precisando de mim. – disse Gabriel indo em direção a Diogo, o abraçando, e encontrando os olhos vermelhos e perdidos de Diogo.

Diogo não sabia o que determinar.

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Comentários

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Bastante diferente,continue.

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Boa tarde.

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nosssssssssssssssssssssssaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa perfeito

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capitulo chokante ameiiiiiiiii, continua logo

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