MEU DOCE PECADO, por Luzia
Escrevi uma versão de um conto de Abdusido, a visão feminina de UMA VIAJEM INTERPLANETÁRIA.
Estava em Belém de passagem. Juntamente com um grupo, incluindo algumas amigas, faria um curso de aperfeiçoamento profissional. Fazia certo tempo que não saia para uma balada com as amigas, apesar da insistência delas. Em uma sexta-feira, último fim de semana antes do término do curso, estava precisando demais extravasar, desligar do cotidiano e resolvi aceitar o convite para ir à uma boate chamada Signos Club. O local era bem freqüentado, gente bonita, interessante.
O local estava cheio, muito mais mulheres que homens. Era visível certa disputa no ar. Algumas estavam ali dispostas a caçar e deixavam isso claro em suas atitudes.
Eu não tinha a intenção de caçar, tão pouco estava pensando em ser caçada, meu único intuito era me distrair e relaxar. Até mesmo por isso me vesti de forma despretensiosa, um vestido vermelho até os joelhos, maquiagem bem leve, sandálias de salto, batom cor de boca. Mas o acaso e o destino têm suas próprias regras e tinham outros planos para mim naquela noite.
Já estávamos no local há algum tempo, quando senti (sim, senti antes mesmo de ver) que alguém me olhava, meu olhar cruzou com o dele, e senti-me magnetizada. Muito embora não estivesse ali com intenção de paquerar, tão pouco de retribuir olhares de ninguém, aquele homem me atraiu imediatamente. O porte, a segurança no olhar, o charme de homem maduro e que sabe o que quer chamaram minha atenção.
Tentei resistir, desviar o olhar, fingir que não o notara, mas quando a química se instala entre um homem e uma mulher é bobagem tentar ignorar ou fazer tipo. Pensei “sou adulta, sou mulher, quero saber se por traz desse charme todo tem algo mais”. Olhei diretamente para ele e sorri discretamente.
Ele não perdeu tempo. Entendeu o sinal verde e se aproximou. Pegou minha mão e sussurrou em meu ouvido “você não é deste mundo”. Achei espirituoso e original e tive que me conter para não gargalhar, especialmente porque minhas amigas já haviam percebido a abordagem e o clima entre nós.
Ele me observava e no seu olhar eu vi um misto de desejo, curiosidade, admiração. Senti-me lisonjeada e sensual. Ele estava acendendo a minha libido apenas com o modo de me olhar.
Ele me perguntou se eu o levaria no meu disco voador. Perguntei para onde ele queria ir e ele disse que comigo iria a qualquer canto do universo. Achei divertido, puxei-o para a pista de dança, queria me afastar dos olhares curiosos das minhas amigas e ao mesmo tempo queria ficar mais próxima dele.
Dançamos por pouco tempo. Logo ele me conduziu pela mão para um canto mais escuro da boate. Encostado na parede puxou-me para junto dele e me enlaçou pela cintura.
O clima de encantamento e sedução tomou conta de mim, eu não podia e não devia me deixar seduzir por aquele homem, mas ainda assim contra qualquer resquício de bom senso eu estava cedendo ao desejo que envolvia a nós dois.
Deixei que a atração mútua me aproximasse do seu ser, como um metal atraído por um imã. Meu corpo estava arrepiado, meus seios intumescidos quase furando o tecido fino do vestido. Minha razão não era mais senhora de mim, apenas o desejo e a paixão me comandavam.
Nos beijamos, um beijo longo, cheio de tesão, daqueles que não queremos que acabe nunca. O tempo simplesmente parou, não ouvia mais a música e nem reparava nas pessoas à nossa volta. Nosso beijo era interrompido apenas pelo desejo de nos olharmos nos olhos, e nesses breves instantes via nos seus olhos que naquele momento eu era a única mulher que ele desejava e eu o queria com todas as minhas forças. A cada interrupção, a cada olhar, voltávamos a nos beijar com mais volúpia, eu comprimia meu corpo contra o dele, ele me abraçava e apertava ao mesmo tempo com força e delicadeza, com virilidade e paixão.
Embarquei completamente naquela fantasia. Depois de um tempo, sinceramente não sei precisar quanto, ele me pediu que o levasse em uma viagem às estrelas, pelo universo, que saíssemos dali em minha nave espacial.
Em um segundo de lucidez hesitei, eu não era uma mulher livre e desimpedida para seguir meus desejos, e sequer sabia o nome daquele homem. Perguntei seu nome, ele me disse Henrique, e antes que eu pudesse me apresentar ele se apossou novamente da minha boca e quase nos afogamos naquele mar de desejo. Tentei em vão me libertar daqueles beijos, daquele abraço, mas fui vencida pela insistência dele e pelo meu próprio desejo. Mal tive tempo de dizer-lhe meu nome, Luzia, e novamente aquela boca se colou à minha e aquela língua invadiu minha boca.
Qualquer resquício de indecisão, amarras sociais, pudor ou bom senso já havia sido vencido. Quando ele me pediu para viajar apenas o conduzi pela mão, estava disposta a ir às estrelas com aquele homem.
Eu havia alugado um carro para me locomover nos dias em que estivesse na cidade, e fora sozinha com ele, pensando que talvez sentisse vontade de voltar antes que minhas amigas.
No estacionamento ele me abraçou e fomos assim, como namorados até o carro. Antes de entrar no carro pensei em conversar com ele, confessar que era casada, que aquela seria a nossa única noite, mas decidi que aquilo quebraria o encantamento que estávamos sentindo. Eu já tinha ultrapassado os limites, era tarde para voltar atrás. Beijei Henrique encostada no carro, e decidi que me entregaria a ele completamente, sem me prender à convenções sociais.
Entrei no carro, destravei a porta para que ele entrasse. Liguei o carro e enquanto saía do estacionamento, mais uma vez pensei que estava infringindo todas as regras que eu mesma acreditava. Ele percebeu minha tensão, pousou a mão em minha coxa, me causando arrepios, e perguntou se havia algo errado. Respondi que não. Ele insistiu “tens certeza” respondi “sim”.
Ele me indicou o caminho e fomos à um motel próximo, muito elegante. Na suíte nos agarramos sofregamente. Ele enfiou as mãos por baixo de meu vestido alcançando a calcinha fio dental que eu usava. Eu estava completamente encharcada, minha calcinha melada.
Ao sentir como eu estava excitada percebi que o tesão dele aumentou. Ele ergueu-me no colo e me colocou em cima de uma mesa de mármore no canto do quarto. Inclinei-me apoiando os cotovelos na mesa, subi meu vestido até a cintura e abri as pernas oferecendo a ele meu corpo. Ele ajoelhou-se diante de mim e passou a cheirar minha vagina, a lamber o tecido fino da calcinha. Afastou-a com cuidado, e ficou ali olhando meu sexo com ar embevecido.
O desejo nos olhos dele era como fogo e acendeu meu corpo, as palavras sussurradas, me enterneciam ao mesmo tempo que me excitavam de uma maneira que não tenho como descrever.
Senti sua boca aproximar-se do meu sexo, sua língua sorvia o líquido que escorria da minha vagina, sua saliva se misturava ao mel que meu tesão produzia, em deixando ainda mais enlouquecida, ainda mais molhada. Ele me sugava, lambia, chupava, mamava, como se do meu corpo saísse o mais delicioso néctar.
Não satisfeito em me enlouquecer com aquela boca deliciosa, o senti introduzindo um dedo na minha buceta. Ele ia fundo, fazendo movimentos deliciosos, estimulando todo meu interior, me deixando ainda mais lambuzada, literalmente me penetrando com o dedo.
Enlouquecida, eu gemia alto e verbalizava todo o meu tesão sem nenhum pudor, escandalosamente: “me chupa seu safado”, “me fode com essa mão gostosa”, “que delicia, macho gostoso, tesudo”, “bebe todo o mel da minha bucetinha”.
Durante aquela seção de sexo oral maravilhosa, senti vários espasmos, fiquei ensopada, com as pernas molhadas pela umidade do meu sexo e pela saliva daquele homem.
Levantei-me, tirei as roupas enquanto ele também se despia. Que delicia encontrar um homem disposto a me enlouquecer, a dar-me prazer até surtar. Ele era assim, completamente entregue à tarefa de me enlouquecer, e eu estava disposta a usufruir de todo o prazer que ele tinha para me proporcionar.
Eu queria sentir o gosto daquele membro na minha boca. Deitei-me e o puxei pelas mãos. Ele estava ajoelhado na cama, dei a ele um preservativo, mas antes que ele o colocasse acariciei aquele pau duro com as mãos, beijei suavemente a glande, e senti a maciez da pele com a ponta da língua. Que delicia sentir na boca a rigidez que eu provocara naquele homem. Chupei como se chupa um sorvete delicioso em um dia de muito calor. Chupei, babei, lambi. Ele gemia de um jeito selvagem que me excitava ainda mais. A vontade era muita que acabei dando uma mordidinha de leve.
Eu o queria dentro de mim, queria sentir aquele homem me possuindo, entrando em mim com toda sua força, virilidade e excitação. Coloquei o preservativo, confesso que adoraria ter sentido o calor da sua pele dentro da minha, mas tive medo.
Ele debruçou-se sobre mim, mas uma vez me beijou deliciosamente, e assim enroscados em um beijo ardente, senti o corpo dele entrando no meu, me preenchendo, me conduzindo às estrelas.
Me senti completa, ter aquele homem sobre o meu corpo, aquele cheiro de cio, aquelas arremetidas firmes do seu pau dentro de mim, me fez sentir mais fêmea do que nunca. Rolamos na cama, eu o cavalguei, fui penetrada em tantas posições que sequer tinha sonhado antes dele.
Gemi e o fiz gemer. Gritei e o fiz gritar. Disse todas as obscenidades que conhecia e até as que nunca imaginara. Ouvi dele todos os adjetivos e superlativos que uma fêmea adora ouvir na hora do sexo. Foram 3 horas de sexo e de amor intensos.
Suguei e lambi seu corpo com volúpia, o gosto salgado e o cheiro de macho com tesão me enlouqueciam. Suas mãos e sua boca percorreram o meu corpo sem nenhuma reserva, nenhum limite, buscando prazer e me dando prazer de uma forma que eu jamais poderei esquecer. Seu membro duro me penetrou com força, fundo, com carinho, como se ele quisesse entrar todo em mim.
Nunca tinha feito amor com tanta intensidade, entreguei-me a ele completamente, queria sacia-lo por completo assim como ele fizera comigo.
Depois da exaustão ficamos agarrados na cama, trocando carinhos e caricias, quando percebi que o dia havia raiado. Assustei-me pulei da cama e corri para o banheiro. Percebi nos seus olhos certa decepção, mas apesar da minha vontade, não poderia ficar mais tempo.
Levei-o até o estacionamento da boate para que ele pegasse seu carro. Já eram 6h45 da manhã e eu tinha que ir para o hotel trocar de roupa e correr para o curso que começava às 8h00.
Trocamos endereços de email. Ele me perguntou se poderíamos nos ver novamente, disse a ele que seria muito difícil. Ele me perguntou se eu havia gostado, e do fundo do meu coração disse que muiitooo.
Nos dias que se seguiram pensei muito nele, no que tinha acontecido, e na forma como aquele encontro havia marcado minha vida, e decidi que queria que ele soubesse como eu meu sentia em relação a ele, e por ter que lhe dizer adeus. Uma semana depois, enviei-lhe um e-mail, nestes termos:
“Hike – meu doce pecado
Tenho pensado em você todos os dias, querendo te ter aqui comigo, sentir o teu cheiro gostoso e tuas mãos no meu corpo.
Estou confusa! Quem diria que, um dia, eu fosse me entregar a um outro alguém. Nem mesmo eu, no mais louco sonho, imaginei ser possível que outro homem toca-se meu corpo. Acho que você tem um poder oculto... Como conseguiu? - Será que você é um demônio ou algo assim? Ainda não caiu a ficha... Que loucura, eu trai meu marido...! Será que estava tão carente a este ponto? Como fui insana...!
Não me arrependo, para ser sincera, foi bom, na verdade muito bom...! Você é louco, meu marido nunca fez o que você faz. Você sabe como encantar uma mulher, como dispensar atenção e carinho, isto é raro. Ouço queixas, todos os dias de minhas amigas.
Me senti bem confortável, na cama, com você. Seu jeito de falar baixinho no meu ouvido aquelas coisas gostosas de ouvir, seu beijo doce, o jeito de me deixar relaxada e sem pudor, como se fosse a coisa mais natural do mundo me expor daquele jeito a um homem, meu próprio marido, nunca me viu daquele jeito tão exposta, tão indecente. Mas me senti bem, desejada, especial, fatal, poderosa como nunca antes, parecia um sonho. O gostinho do pecado, temperou muito bem o que aconteceu, entre nós, que loucura... O seu olhar é capaz de tudo, é magia, encanto e sedução... Cuidado com o que você faz...!
Por ser forte, não me iludi, você deve dizer e fazer aquelas coisas todas com muitas outras mulheres, seu diabinho maluco. Será que com sua mulher (sei que você é casado) também é assim...?
Bem acho que toda mulher tem que passar por tudo isso, pelo menos uma vez na vida, para saber que é desejada, para ser valorizada e levantar sua auto-estima, saber que a vida tem muito mais à oferecer. Graças a você aprendi que posso exigir mais de tudo.
Gosto de meu marido, de minha família, eles são muito importantes para mim. Vou tentar viver diferentemente com ele, de agora em diante, sei que ele me ama!
Não me arrependo de nada, foi bom, como já falei, mas basta!
Você estava certo, sou de outro planeta, muito distante de você, guarde tudo, apenas, como uma linda e inesquecível viajem pelo espaço sideral...como eu.
Adeus!”
Ele não sabe, e não tem como saber, mas eu nunca o esqueci, nem vou esquecer, a única noite que passamos juntos marcou o meu coração e o meu corpo para sempre.