Sentia, seus batimentos cardiacos alterados. Via a verdade em seu olhos, sendo assim acalmei meu coração, com a esperança de que daquele dia em diante, tudo seria perfeito.
GISELA: Eu tenho medo ... Que não seja o que esperamos.
PAULA: Isso é impossível! Você me conhece mais que meus pais, sabe o que esperar de mim. E eu te admirei por dezenove anos, sei bem quem você é. Sei que chora por nada, por tudo se magoa, eu prometo manerar com as palavras, e não te fazer sofrer por nada.
GISELA: Não era bem isso ... Mas tudo bem.
Soltei-a, virando-nos na camas, me desvencilhei de seus braços e fui tomar um banho. Sentei no box aguardando a água cair, meu corpo quente em contato com o piso frio, me davam um choque de realidade. Eu sabia que a amava, sabia que ela me amava, sabia que minha mãe me apoiava, mas ainda não estava convencida. Precisava de uma trezentésima opinião. Horas depois de ficar lá pensando em tudo e em nada, Paula entra no banheiro, já vestida e cheirosa.
PAULA: Como pode não existir restaurante aberto na madruga, em uma cidade deste porte.
GISELA: Existem cidades maiores.
PAULA: E só por isso não temos dignidade? Eu fui obrigada a cozinhar porque não tem nada aberto às duas da manhã.
GISELA: Own que dó do meu amorzinho, teve que cozinhar foi? É comum, as pessoas fazem isso.
Me levantei, e fui procurar uma toalha - oh God ela não deixa toalhas limpas no banheiro - molhei todo o chão do seu quarto, sem problemas ela não liga muito para limpeza e organização.
PAULA: Você tem noção, que vai ter que comer da comida que eu fiz? Está muito calma pro meu gosto.
GISELA: Me desesperar não vai adiantar, e além do mais eu ainda estou nas nuvens.
Enrolada na toalha abracei-a e dei um selinho.
PAULA: É mas temos que encarar os fatos, meu macarrão ficou horrivel.
GISELA: Você consegue não fazer macarrão, é tão fácil.
Fomos a cozinha, chegando lá não contive os risos.
GISELA: Macarrão instantaneo, e você consegui deixar seco desse jeito.
PAULA: Não ria tá, eu sempre tive quem fizesse isso, quem cozinha aqui é a Carol. E é ... Er ... Deixa para lá vai.
GISELA: Não se preocupe meu amor, vou tentar fazer alguma coisa para comermos.
PAULA: Rápido que eu tô morta de fome.
GISELA: Nossa eu virei sua cozinheira sem saber? Quanto está me pagando mesmo?
Ela permaneceu em silencio, me olhando emburrada.
GISELA: Eu demoro o tempo que eu quiser. Você não manda em mim, tá?!
PAULA: Você que pensa.
Disse ela gargalhando, e indo para sala. Fquei na cozinha só, de repente aparece o Thor, ele me assusta ás vezes, até hoje. Aquele vagabundo deitou perto do armário e ficou lá, acompanhando meus passos com os olhos.
GISELA: Vem Paa já tá pronto.
PAULA: Nossa como você é rápida. Assim que eu gosto ein.
Rimos, comemos e ela nem percebeu, que era lasanha congelada.
Naquela noite não mais transamos, mas dormimos juntas, abraçadas. Queria muito que aquela noite se perdurasse pela eternidade. Mas o dia seguinte tinha que chegar, para nossa alegria =D.
PAULA: Bom dia tesuda, gostosa, meu tudo, tenho uma surpresa.
Ainda sonolenta a olhava desacreditando que ela me acordou 08 hrs em pleno sábado, haviamos acabado de dormir.
PAULA: Anda Pretinha, vamos lá embaixo. Eu perciso te mostrar uma coisa.
Que caramba de menina, ficava me chacoalhando. Credo.
GISELA: Depois, sono Pikeena.
PAULA: Não, vamos agora.
Descemos com elas me puxando, eu não andava, me arrastava. Estava com muito sono, mas logo despertei.
GISELA: NOSSAAA! Own Paa, por que você fez isso?
PAULA: Por que eu sabia que iria adorar.
GISELA: E adorei mesmo, tudo que eu mais gosto. Pudim de Leite, quindim, empadão, pamonha, bolo de milho, tapioca, tem brigadeirão que eu amo.
PAULA: Tem Brigadeirinha que EU amo.
Ela me abraçou, nos olhamos nos olhos e ela quase me beijou.
GISELA: NÃO!
Subi para escovar os dentes né, ainda não tinhamos tamanha intimidade como casal, nem se tivéssemos, para toda intimidade há limites. De repente ela aparece na porta do banheiro.
PAULA: Você paga de louca mesmo ein. Pare de graça Gisela, eu não posso te beijar assim que acordar? Se liga ow eu te beijo a hora que quiser.
Sendo assim ela puxou a escova de dentes da minha boca e me beijou - nojenta mesmo - engolimos um pouco de creme dental, e o resto derramamos em minha roupa. É uma sensação estranha, mas lá no fundinho é legal, engraçado eu diria.
Na mesa do café eu me deliciava com as coisas que ela havia buscado no Nina's - um fast food de comida caipira - provei tudo. Lembrei de minha mãe e do sitio, aquelas guloseimas não se comparavam com as que ela me fazia. Paula apenas me fitava com um sorriso de satisfação. Até que ...
GISELA: Eu estava pensando em falar com o Bruno, você vai ficar magoada se eu procurá-lo?
O sorriso logo desapareceu, e seria ela demorou a me responder.
PAULA: Faz o que julgar melhor ...
Ela me deixou sozinha na cozinha, foi para jardim. De repente ela voltou e ...
PAULA: Eu não admito. Você não vai procurar ele de novo.
Me olhava raivosa ...
CONTINUA!