Thanks às pessoas que comentaram, amo vocês sz !
Depois do murro que dei nele, além de não falar mais comigo, ele nem me olhava! Ok, eu mereci. Mas os olhos dele me enfeitiçaram, e eu tinha de fazer alguma coisa. Eu já estava com medo dele descontar tudo que fiz nele em dobro, ou seja: Morte.
Eu estava deitado na minha cama e Eduardo tinha saído não sei para onde, acho que academia, só estava eu e as meninas em casa.
Fui procurar uma roupa para deitar, mas quando eu abro o guarda-roupa, percebo que as roupas ‘dele’ já estão se misturando com as minhas, então tomei uma decisão: Iria deixar o guarda-roupa só para ele, já que ele tem mais roupas. Não queria ficar pegando as camisas dele por acidente, já que as nossas roupas a maioria são sem estampa. Eu estava tão louco que cheguei a cheirar as drogas das blusas dele, quando eu estava trocando. Eu me odiava por isso, porque eu gostei do cheiro. Também vi varias coisas dele, como: Fotos quando era pequeno, livros, documentos etc.
Quando ele chegou, eu tinha acabado de tomar banho, e estava escutando uma música muito louca da minha juventude (acho que era Army of Love – Kerli) e pulando com a mão para cima e cantando o refrão.
— Saaaay it Loooud! Ãham! Ãham! Ãham! We love to love to love ya! – sim, eu não estava no meu normal, e eu também não estava cantando certinho como ai em cima.
Quando eu percebi a porta se abrindo, eu me joguei na minha cama (não sei como, mas fiz) e continuei cantando baixo. Ele entrou ainda fingindo que eu não existia, e foi abrir a cômoda, foi ai que eu comecei a rir baixo, mas quando ele deu um murro nela, meu sorriso desapareceu. Ele virou lentamente para minha direção e faz sinal para tirar o fone e assim fiz.
— Onde estão minhas coisas? – perguntou com uma calma que me assustou.
— Estão todas no seu guarda-roupa. – dei uma ênfase no ‘seu’.
— Porque essa troca agora? – perguntou ele indo em direção ao guarda-roupa.
— Minhas roupas já estavam se misturam com as suas, e eu achei melhor ‘migrar’ para cômoda, já que eu tenho menos roupa que você. E coube perfeitamente como você pode ver! - disse com um pouco de rapidez.
Ele confirmou com a cabeça. E o silencio tomou conta do quarto. E eu queria quebrar o gelo. Ele estava sem camisa, e suado, o que é igual á: Excitação pura. Levantei e fui à sua direção fiquei um passo de distancia (por segurança) e disse:
— Eduardo, me desculpa, eu não sei onde estava com a cabeça, eu...
— Não foi nada. – disse friamente.
— Mais tá um pouquinho roxo aqui... – levantei o braço (o que estava bom, é claro) e toquei na sua bochecha. Ele vez uma cara de “NÃO ME TOQUE OU EU TE MATO!”, mas eu, no ápice da minha coragem continuei a tocar.
— Eu vi, agora tira sua mão de mim. – eu tirei e olhei para baixo, porque eu com certeza corei de vergonha.
— Desculpa. – ele revirou os olhos.
— Você é muito atrevido sabia?
— Não é a primeira pessoa que me diz isso. – menti, era sim kk
— Não esperava isso de você. – ele sentou na cama e olhou para o teto, eu ainda o observava em pé.
— Por quê? Porque eu sou gay? – ele paralisou e depois de um tempo me olhou.
— Você é o que? – perguntou. Não acreditei que ninguém tinha contado para ele ainda, não era possível! Com quatro pessoas nessa casa e ninguém disse!
— Ninguém te disse? – perguntei assustado com a feição do rosto dele.
— Não. – ele respirou fundo, e colocou as mãos no rosto.
— Você não vai me expulsar daqui, não é? – perguntei chegando mais perto da sua cama.
— Bem que eu queria. – Ok, essa me magoou, respirei fundo e disse:
— Acho que não vai precisar, ‘tô’ caindo fora. – dei meia volta mas, ele segura meu braço. — Eduardo, me solta! Pelo amor de Deus!
— Não me entenda mal, mas... É porque não sei como lidar com essa nova informação. – disse um pouco baixo, me soltei da sua mão.
— Que tal você esquecer que eu te disse isso, e me deixar em paz? – perguntei com uma felicidade irônica.
— Não dá mais para esquecer.
— Foda-se – sai do quarto, e bati a porta. — Vou dormir no sofá hoje! – gritei para que ele escutasse. Não acredito que ele ficou assim, só porque descobriu que sou gay!
Desci pisando forte de raiva para sala onde o povo estava assistindo algum filme, que com certeza era de comédia porque eles estavam rindo e gargalhando alto. Quando Yasmim viu minha cara ela perguntou:
— Brigou com ele de novo? – eu apenas confirmei com a cabeça. Essas brigas da gente estão se tornando cada vez mais constantes, e isso me preocupa. — Senta aqui meu lindo com a gente, esfria cabeça... Depois vocês se acertam. – disse ela me puxando para seu colo.
Deitei em cima dela, e coloquei minhas pernas no colo de Luana que estava do outro lado do sofá. Yasmim ficou fazendo cafuné em mim tão gostoso, que eu acho que dormi o filme todo. Ela me acordou dizendo que o filme tinha acabado, e que era para eu subir.
— Não ‘Mim’, eu não quero dormir com ele, a gente vai acabar se machucando, eu melhor eu vou sair machucado. – disse.
— Ok, então eu vou pegar um cobertor para você não sentir frio, meu anjo. – disse ela beijando minha testa. Eu simplesmente a adorava, porque ela é super carinhosa comigo, e eu sei que ela me ama também. Ela me cobriu com o cobertor e me desejou boa noite. E realmente estava fazendo muito frio essa noite.
Depois de uns trinta minutos que ela me deixou, escuto um barulho na escada, e como eu sou MUITO CORAJOSO, eu apenas me cobri mais e pedi a Deus que não fosse nada. Até que o barulho foi se transformando em passos na escuridão. Eu tento seguir o som que se aproxima cada vez mais procuro o interruptor do abajur e o ligo. Quando eu vou gritar, ele, sim ELE MESMO, coloca a mão na minha boca até que eu me recupere do susto.
— Que diabos você quer? Me matar de susto?! – perguntei um pouco alto.
—Shhh! Fale baixo, vou te levar para seu quarto. – disse ele. Quando minha visão volta ao normal, eu o observo melhor. Ele estava apenas de cueca preta. Eu quase volto a dormir achando que estava em um sonho.
— Eu não vou. – disse baixo e autoritário ao mesmo tempo. Ele sorriu maliciosamente, e eu fiquei assustado.
— Não vai? – perguntou como se me desse uma nova chance de me corrigir.
— N-Ã-O. – soletrei, mesmo antes de terminar eu já estava em seus ombros, e que ombros, e preso nos seus braços. — Me solta seu maluco! – dizia baixo me debatendo contra seu corpo, o que era inútil, já que eu estava com muito sono.
Quando ele terminou de subir as escadas eu parei de birra e me descansei sobre seu ombro um pouco ofegante, senti o perfume do seu corpo, eu cheiro bom e suave e marcante. Suspirei. Ele me jogou na cama dele e acendeu a luz.
— Desliga essa merda! – disse com meus olhos doendo. Ele desligou. Eu já estava tentando sair da cama dele quando ele disse:
— Senta ai, preciso te falar uma coisa. – disse acendendo o abajur da cômoda. Quando ele veio na minha direção só de cueca, eu poderia morrer de tesão a qualquer momento. Eu sentei e esperei, ele sentou na minha cama de frente para mim.
— Cara, me desculpa, eu sei que eu estou sendo um pouco abusado, chato com você e tudo, mas isso vai acabar logo. Eu não vou ficar aqui por muito mais tempo, logo logo eu vou embora e você não vai mais ter de se preocupar comigo. Eu sei que fiquei indiferente quando me disse que era gay, mas eu não ligo, não mais, eu só quero que me perdoe se te magoei de alguma forma e... – antes mesmo que ele terminasse, eu respondi.
— Está perdoado. – ele me olhou um pouco em duvida e depois soltou um riso baixo. Eu estava com tanto sono que respondi logo querendo dormi.
— Você deve está com muito sono não é? – confirmei com a cabeça e bocejando ao mesmo tempo. — Então deita ai. – disse ele me deitando na cama dele. Eu comecei a resmungar alguma coisa do tipo “Não, eu quero dormir na minha cama, me coloca lá”, mas, como eu já estava dopado de sonolência, deitei na cama dele mesmo. Depois sinto ele me cobrir e adormeço.
***
Quando eu acordo, ele estava deitado virado para cima, enquanto eu de lado virado para ele com a mão NO PEITO DELE. Eu fiquei tenso, e comecei a tirar a mão lentamente até que ele começa rir. QUE ELE ESTEJA DORMINDO SENHOR!
— Você acariciou meu peito a noite toda. – e riu mais ainda. Nossa, como eu queria desaparecer agora.
— Droga. – respirei fundo. — Eu te disse para você me colocar na minha cama. Fiz mais alguma besteira? – perguntei já querendo morrer.
— Se você considerar que ficar falando que me achava cheiroso, bonito, sim fez muita besteira. – ele riu. Levantei correndo para o banheiro (eu sou dramático desde pequeno) e me tranquei lá e respirei fundo. Droga, eu praticamente confessei que o amava!
— Daniel, não fica zangado! Não vou contar para ninguém! – ele ria e se divertia as minhas custas. Como eu o odiava. Quando eu lavei o rosto e escovei os dentes e sai.
—Você me paga, seu maldito! - o amaldiçoei e comecei a me preparar para tomar banho. Eu já estava quase me atrasando, e eu ia de carona com Yasmim e Luana.
— Você me arranhou também olha! – porra, eu não quero ver mais nada! Mas ele já estava na minha frente me mostrando as quarto linhas vermelhas no peito dele.
— Sai da minha frente Eduardo! Estou atrasado! – o empurrei e entrei no banheiro. Me arrumei correndo e peguei meu jaleco minha mochila e mais alguns livros e quando ia sair, ele pergunta:
— Não quer que eu te leve hoje? – eu ainda parei para pensar. Esse gostoso me oferecendo carona não era coisa de Deus. Ele era o único que vai sozinho de carro para a faculdade. Eu, Luana, a gente vai de carona no carro da Yasmim, e Gabriel e Felipe vão de moto.
— Acho melhor não. Não hoje. – disse saindo do quarto.