Não faz muito tempo, que eu contei aqui na Casa dos Contos como conheci a imensa família do Toni, meu namorado no conto “Descobrindo meu Cunhado”. Naquela ocasião, enfiei-me num mar de italianos e conheci tudo quanto é tipo de figura da família Coniglio. Acontece que não pude conhecer a fundo os membros que me importavam: meu sogro e minha sogra. Dona Bianca, na verdade, eu já conhecia. Ela era um doce de mãe, uma sogra excepcional. Considerava-me um filho, o genro queridinho, causando muito ciúme e inveja no filho caçula, Luigi, e em sua esposa. O que eu não sabia era que meu sogro, Senhor Genaro, tinha alguns segredos curiosos.
Como os pais do Toni também sentiram que precisavam me enturmar mais, marcaram um jantar íntimo para nós seis (enfiaram de brinde meu cunhado e sua esposa). E lá fui eu novamente ser tomado pelo fantasma da gafe em jantares de família. Toni riu muito da minha cara, dizendo que era pura besteira eu ficar daquele jeito, que a família dele era gente boa, e que gostavam de mim.
Na sexta-feira fui trabalhar normalmente, e depois do trabalho, fui a uma adega no Shopping Curitiba e comprei um bom vinho italiano na tentativa de impressionar o sogro. Cheguei em casa e me certifiquei que a sobremesa estava pronta. A boa e velha receita de cheesecake com geleia de framboesa que aprendi com minha mãe que aprendeu com minha avó sempre caía bem na hora de impressionar uma visita.
Toni passou pra me pegar às oito da noite, e em menos de meia hora já tínhamos atravessado Curitiba até a casa dos pais dele. Paramos em frente, só para curtir o movimento da vizinhança. Ele caiu na gargalhada quando disse-lhe que tinha uma tiazinha parada no portão duma casa do outro lado da rua. Demos mais uma olhada, e percebi que alguns outros vizinhos também estavam de olho.
— Você vai virar assunto no bairro, Pedro.
—Argh... Sério, Amor? E isso é bom? Será que vou causar uma má impressão?! E sua família?! Será que vão ficar mal falados?!
— Bobinho... — disse, me beijando ternamente — Essa vizinhança é assim mesmo. Na certa, mama deixou escapar em alguma fila de açougue qualquer que ia te receber, daí a noticia se espalhou feito praga por aqui — e mudou de expressão para uma mais séria — E... não. Você não causa uma má impressão... Imagina! Você é perfeito, tudo o que eu sonhei na minha vida, Pedro.
E me beijou. Como era irresistível ouvi-lo falar assim. Toni era um sonho pra mim também.
— Pedro... Meus pais estão dando a mínima para essa gente. Já se foi o tempo da discórdia e do desespero quanto à honra da família, quando o irresponsável do Luigi descobriu que eu sou e fez o maior escândalo — lembrar-se dos momentos desafiadores era um martírio para o Toni. Martírio maior era o meu, de não poder contar que eu bem sabia qual era o problema do meu cunhadinho. — Vamos entrar.
Dona Bianca me recebeu com aquela festa. Abraçou, beijou, guardou a sobremesa, me puxou pra sala e me serviu água. Seu Genaro me cumprimentou com um aperto, agradeceu o vinho, mas disse que eu era tolo em comprar onde comprei. Em seguida, me deu dicas de lugares “mais em conta” para comprar vinhos em Curitiba e trouxe-me uma taça de um vinho já aberto. Luigi e Gabriela estavam de narizes torcidos, e impacientes sentados no sofá. Primeiro, veio a esposa com um tom cínico e dissimulado, me abraçando e soltando beijinhos em cada lado, como se eu fosse uma de suas amigas peruas. Luigi olhou no fundo dos meus olhos e murmurou um “Boa Noite” sem mudar a expressão sisuda.
Sentamos à mesa e nos servimos. Como era bela e farta! Tinha comida para uma rodada de umas dez pessoas de uma só vez. Senti-me como no restaurante “Madalosso” ou no “Don Antonio” daqui de Curitiba, só que sem os garçons gostosinhos me servindo. Seu Genaro comia vorazmente, tomava vinho, chacoalhava as mãos, e me fazia um verdadeiro interrogatório. Detalhes sobre trabalho, família distante, e sobre minha rotina em Curitiba. Seu olhar passava de total reprovação à condescendência em segundos a cada resposta que eu dava. Estava desconfortável com meus cunhados me fuzilando com os olhos cada vez que minha sogra sorria ou suspirava com a minha triste “história de vida”.
Quando veio a sobremesa, mais uma mesa com bastantes opções incluindo a torta que eu trouxe. Agradeci a oportunidade do jantar e de modo polido (borrando-me de medo de cometer uma gafe) elogiei a comida, e a sobremesa. Dona Bianca fez questão de servir-nos com minha torta, e tecer muitos elogios (eu precisava arrumar um jeito para fazê-la parar de me constranger dessa forma). Alguns elogios do sogro, alguns do Toni e o desprezo dos cunhados. Alguns minutos depois Luigi e Gabriela se despediram e foram embora, quase que correndo. Achei que era a minha deixa, mas os pais do Toni fizeram questão que eu pousasse na casa deles. Quase uma prisão domiciliar. Tomamos um cafezinho coado na hora enquanto conversávamos um pouco mais. Toni aproveitou que a noite já se estendia, e pediu licença para ir dormir. Puxou-me pelo braço, e nos despedimos de seus pais rumo andar dos quartos.
O quarto de Toni passara por uma grande reforma desde Luigi se casou. Algumas poucas coisas da época que eram piás continuaram lá, de acordo com Toni. Isso incluía a vasta coleção de Playboys do Luigi. Toni tinha umas duas revistas gays enfiadas entre um livro e outro na prateleira onde ele jurava que ninguém encontraria, e onde Dona Bianca, num de nossos cafés, confidenciou-me que sabia da existência delas há muito tempo, e por isso não se preocupara com a sexualidade do filho. Coloquei um pijama de flanela preparado especialmente para mim pela mãezona, e escovamos os dentes. Voltamos para o quarto, e nos encobrimos.
— Será que seu pai foi com a minha cara? — perguntei na maior insegurança.
— Claro que foi, bobinho... — e beijou-me.
— E seu irmão e sua cunhada, hein?
— Argh! Esquece aqueles dois, Pedro. Perda de tempo. Ele é aquele homofóbico que você conhece. Viu como ele fazia cara feia cada vez que você respondia aos meus pais?! Aquele não vai mudar nunca!
— Sua cunhada não foi com a minha cara...
— A Gabriela vai com a cara de ninguém. É nojentinha que só! Você sabe que ela e meu irmão se casaram basicamente sem o apoio das duas famílias. Na verdade ninguém nunca entendeu porque eles se casaram se viviam só brigando. Mas, o fato dela ser chata daquele jeito é herança da cascavel da mãe dela.
Abracei Toni carinhosamente, e mordi seu queixo suavemente. Enchi seu pescoço de beijo e segui pela nuca, costas, e voltei para a boca, bochecha e queixo novamente. Aquele furinho no queixo dele me fascinava. Viramos de conchinha, e acariciei seu peito, e minhas mãos foram deslizando pela barriga até seu pau. Apertei o mastro molenga enquanto esfregava meu quadril em sua bunda.
— Ei... Calma aê... Amor! — sussurrou ele. — Meus pais estão no quarto ao lado.
— E daí? Eu prometo não gemer alto — e continuei a fazer um vai e vem apertando-lhe forte. Meu pau já estava estourando de duro.
— Não... Não dá... Não dá, Amor! — interrompeu-me bruscamente — Eu não consigo fazer amor com meus pais aqui do lado.
Era inacreditável. Meu namorado estava me negando os prazeres do sexo com o risco do flagrante! Comecei a argumentar sobre como era excitante aquela situação, mas ele foi categórico. Deu-me um beijinho xôxo de boa noite e virou-se. Virei-me para o outro lado e dormi.
Às três da manhã acordei desesperado. Eu realmente precisava tomar água. Levantei-me suavemente, e decidi seguir sem chinelo, para não fazer barulho. Saí do quarto naquele breu e segui ao fim do corredor. Desci as escadas bem devagar, e fui pelo corredor debaixo até a cozinha. Abri a geladeira, peguei a garrafa e me servi com um copo próximo à pia.
— Não consegue dormir também — uma voz grossa não muito distante de mim ecoou no breu. Forcei a vista um pouco e percebi que se tratava do Seu Genaro, enrolado em um felpudo roupão azul marinho. Estava sentado em um banquinho, na soleira da porta da cozinha com a área de serviço. Eu devia estar cego por não ter reparado no pequeno vagalume da brasa do charuto, e da fumaça que ele soltava a cada tragada.
— Precisava urgentemente dum copo d’água. E o Senhor? — respondi tremendo de frio e medo.
—Ah... Eu não consigo dormir... — e tragou mais uma vez. Não consegui enxergar com clareza, mas senti que seu olhar estava pesado, triste — Muitos problemas, muitos problemas.
Eu podia simplesmente fazer uma cara de total condescendência e desejar que os problemas melhorassem, e zarpar da cozinha. Mas, aquele homem era o pai do meu namorado, e me recebera em sua casa com tanto carinho, me deu dicas de vinhos, me tratou como um filho que senti que devia fazer alguma coisa. Coloquei mais agua na garrafa e guardei-a novamente na geladeira. Aproximei da porta, e perguntei (cagando de medo, é claro) se ele desejava conversar sobre os problemas dele. “Às vezes, falar sobre os problemas ajudam a encontrar novos caminhos para as soluções”.
— Ah... Sabias palavras para um rapaz sem experiência... Você ainda é muito novo, meu rapaz... Você é dez anos mais novo que o Toni? E quatro mais novo que o Luigi? Nossa! Como é jovem...
— Experiências não são medidas pela idade, Senhor... — respondi de forma áspera, ao comentário mais sem fundamento que eu cansei de ouvir.
— Claro que não, ragazzo. Tenho certeza que você passou por poucas e boas... Você contou bastante de sua história hoje... Confesso que considerei interessante ouvir como você tomou certas decisões em sua vida, e como você encara o desafio... Isso me leva a pensar em uma grande parte dos meus problemas...
— Gostaria de falar sobre eles?
— Chega mais perto, senta no banquinho... — e pegou um banco para que eu sentasse perto dele — Você fuma? — agradeci, mas recusei.
Por cerca de uma hora eu ouvi aquele homem que estava feliz e sorridente chorar as pitangas a respeito de sua família e principalmente de sua empresa. Pelo que entendi, Luigi estava trabalhando para uma empresa pública, e Toni simplesmente não gostava dos negócios da família. Para piorar, o diretor financeiro era um picareta, mas Seu Genaro não sabia como se livrar dele. Sugeri que fizesse uma dança das cadeiras, trocasse alguns diretores de lugar, colocasse novas pessoas, de confiança, e tirasse gradativamente o diretor pilantra do poder até ele não ter mais chances. Seu Genaro exclamou algumas coisas ininteligíveis, e num modo rabugento disse que não adiantaria. Na família, o senhor pai de família sonhava com o dia em que seus due bellissimi bambini deixassem suas diferenças de lado e se amassem a ponto de colaborarem com o crescimento dos negócios.
— E tem também a Bianca... — choramingou o velho.
— Que é que tem a Dona Bianca?
— Ah! Você sabe, ragazzo... — neguei com a cabeça — Ela... Ela... — travou a fala. Olhou para os lados, pensou um pouco e respirou fundo — Ultimamente... Ultimamente... Ela tem feito greve de sexo. Pronto, ho detto!
Momentos de tensão... Eu simplesmente seria escorraçado se não me controlasse e desse a gargalhada fatal que quase soltei. Engoli o riso com tudo e fiz uma cara de desentendimento.
— Semplicemente não aceita carícias nenhuma, e me nega toda noite... Isso já está me deixando louco... — Seu Genaro estava numa situação cômica. Dentre todos os seus problemas, este era o que mais lhe aflingia. Com uma mão segurava o charuto, e a outra ele levou ao roupão, e deu uma acertada na mala. E que mala! Não sei se era o desespero, mas a marca do pau que formava no roupão era imensa. Por um instante fiquei hipnotizado por aquela cena. Seu Genaro ficou em silencio por um momento, e eu desviei os olhos do pacotão, voltando a olhar pro céu, e depois para os olhos dele — Vede... Vede ragazzo... Vê como ela tem me deixado??? E o pior é que simplesmente não posso pegar qualquer uma por aí, porque a Bianca de uma certa forma descobriria... Eu não sei! Essa mulher tem algum tipo de sexto sentido maldito...
— Todas tem, Seu Genaro... todas tem.
— Eu sei... Mas... — travou novamente. Olhou no fundo dos meus olhos e me encarou. Ficamos ali, olhando um para o outro por uns minutos — Você me entende? — sussurrou. Respondi que sim. — Entende? — replicou e sorriu — E o que o meu genro querido pode fazer para ajudar seu sogro? — perguntou se levantando. De pé, tratou de se livrar de seu charuto, e parou em minha frente. Suavemente desamarrou o roupão, e fiquei pasmo quando percebi que aquele homem estava peladão na minha frente. Seu Genaro não era do time dos magros, nem dos gordos. Uma barriguinha saliente, bem pouquinha, e um peito farto, muito farto de pelos. Sua pica estava em riste, apontada para frente. Meus Deuses! A pica do meu sogro era maior e mais bonita que de meu namorado e do meu cunhado. Como era lindo ver aquela tora, cheia de veias pulsantes, com direito a melzinho na cabeçona. Para completar o time, as pernas eram bem torneadas e peludas também. Curiosamente, Seu Genaro passara dos sessenta sem cabelos grisalhos. Nem os pelos de qualquer parte do corpo ameaçara descolorir. Eu não tinha reação. A face daquele homem já não era de insatisfação, mas, uma expressão jocosa, safada.
Minha resposta foi cair de boca. Enfiar aquele mastro não era uma coisa fácil, era um desafio. Mas, pacientemente eu segui lambendo a cabeçona, sugando seu melzinho, e chupando. Descia sugando a pica até as bolas, brincava um pouquinho com as bolonas do sogrão e voltava para a pica. Ele fechara os olhos e se controlava para não gemer. Com as mãos forçava minha cabeça e sua pica imensa tocava minha garganta. Como era gostoso aquele caralho. Como um genro obediente eu mamei meu sogro, num vai e vem frenético. O velho estava adorando aquela situação.
De repente me puxou para cima, e foi me apertando a bunda. Sussurrou que desejava saber como era socar tora em bunda de macho, e que eu parecia ser o cara certo pra isso. Virou-me e desceu a calça do pijama que sua esposa prepara com todo amor e carinho. Deu duas cusparadas em três dedos duma mão e besuntou minha entradinha. Continuou sussurrando um monte de sacanagens misturadas com besteiras que eu não compreendia e apertou meu corpo junto ao dele. Aquela picona estava me rasgando. Ameacei gemer um pouco mais alto, e ele tampou minha boca e tirou a pica. Desculpou-se e tentou mais uma vez. Como era gostosa aquela pica na minha bunda. Com pouquíssimo tempo já estávamos num vai e vem insano. Seu Genaro tinha folego, não decepcionaria ninguém. Estava metendo forte, e cada estocada me levava à loucura. Ele socava forte e suas mãos grossas apertavam meu quadril. Estava no vai e vem delicioso, quando ele tirou a picona e só me sobrou o vazio alucinante de uma foda com um macho caralhudo. Fez com que eu me ajoelhasse e com duas apertadas de uma punheta estava lançando sua porra farta, enchendo minha boca, e meu rosto com aquele néctar dos deuses. O velho arfou duas vezes e sentou no banquinho mais uma vez enquanto eu terminava de me deliciar com o leitinho dele.
Fui novamente à geladeira e peguei mais água. Seu Genaro reacendeu seu charuto e deu três tragadas. Estava em êxtase, distante. Lavei meu rosto no banheiro do andar de baixo. Quando voltei para cozinha, Seu Genaro realinhou o roupão, apagou o charuto e seguiu atravessando a cozinha, parando somente para dizer-me:
— Buonanotte, bambino.
— Boa Noite, Seu Genaro — e desapareceu na escuridão. Coloquei a garrafa na geladeira e voltei pro quarto, para a cama do filho do homem que me comera naquela noite.
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