Espero que gostem dessa parte, valeu pelos comentários sempre. A partir de agora o conto vai ficar um pouco mais, pois estou entrando no ponto crucial que eu esperava para aumentar. Boa leitura pra vocês e até o próximo...
Ele me olhou de cima a baixo, começou a rir baixo e deu um sorriso de canto, completando:
- Realmente, tá bem gatinho pra ir embora agora. Vamos jantar então?
Ele me abraçou. Ele me elogiou e me abraçou. Ele me elogiou, me abraçou e eu corei. O que estava acontecendo comigo? Será que eu tava vendo meu irmão de forma diferente? Que palhaçada era essa? Fiquei estático com aquele abraço e Bruno ficou me olhando:
- Vai ficar paradão aí? Desistiu e quer ir pra casa man?
- Não, não Bruno. Só tava pensando umas coisas, mas era bobagem. Deixa pra lá. Vamos?
Fomos pra um restaurante e estávamos parecendo um casal. Credo. Eu estava pensando tanta coisa entranha ultimamente. Comemos e conversamos bastante. Ele estava mais atencioso, mais calmo. Acho que por entender minha situação de “perder” o Marcos. No meio jantar, nosso pai ligou pro Bruno e ele o tranquilizou dizendo que estávamos perto e juntos.
Continuamos lá naquele clima de irmãos em paz, até decidimos voltar pra casa. Bruno estava feliz e, por incrível que pareça, eu também. Era cruel pensar em estar feliz com Marcos na estrada, possivelmente sofrendo pela nossa futura distância, mas era assim que eu me sentia. Parece que estar bem com Bruno me fazia bem em todos os pontos da minha vida.
Chegamos em casa e subimos pro quarto. Fui tomar um banho e me assustei ao sair do banheiro e ver Bruno só de cueca sentado na cama. Que corpão tinha meu irmão! Ah, é: meu irmão. Não podia esquecer disso.
Ele percebeu que estava desconcentrado e veio em minha direção. Imaginei que aquele clima calmo ia acabar. Claro, ele estava certo. Imagina um irmão admirando o corpo do outro com um olhar de sensualidade? Muito sem noção.
Ele caminhou até minha cama e se sentou ao meu lado:
- Sabe que eu fico puto quando você faz essa cara de lesado?
- Sabe que eu detesto quando você fala grosso assim comigo?
- Foi mal maninho... esse é meu jeito de dizer que gosto de você velho.
Aiai. Que engraçado. Quer dizer que ele se divertia ao me destratar. Mas confesso que eu adorava seu jeito malandro e carioca de falar comigo. Ele prosseguiu:
- Então, queria conversar mais contigo sobre aquela parada de eu tá virando via... quer dizer, gay.
- Manda Bruno.
- Tá. Tô afim desse carinha, mas também nem sei se ele tá afim de mim. Acho que sou muito escroto pra ele.
- Ah Bruno, vai bancar o inseguro agora? Para com isso né. Você é legal pra caramba. E se esse carinha não gosta de você é hora de você mostrar tudo que você tem de bom e conquistar ele então.
Ele ficou pensativo e eu sentia uma coisa estranha. De fato ele estava apaixonado. Não havia visto Bruno assim por nenhuma das piriguetes que ele já havia pegado na minha frente, e não foram poucas. Ele se deitou novamente e eu continuei olhando pra ele de sunga.
Eu estava vendo ele de uma maneira diferente!
Ele estava deixando de ser o Bruno pentelho e se tornava um irmão incrível. Irmão! O peso desta palavra era o que me deixava mal.
Meu celular toca: Marcos.
Atendi rapidamente e minha alegria pelo papo com o Bruno se foi ao ouvir do meu namorado que ele já havia chegado e sua voz de choro já deixava claro o quanto estava difícil pra ele. Ele desligou minutos depois pois precisava dormir e disse um ‘eu te amo’ carregado de sentimento, que eu não pude retribuir.
Voltei pro quarto e lá estava ele do mesmo jeito. Daquele jeito que eu tinha gostado tanto de ver. Tinha que admitir. Ele era tudo que eu queria. Na verdade, tudo que eu sonhava ser. Achei que ele estava dormindo e parei ao seu lado. Ainda de pé, cheguei bem perto para ver aquele corpo maravilhoso.
Queria muito esquecer que ele era meu irmão!
Precisava aceitar o quanto eu o desejava, agora como homem. Ele estava mexendo comigo. Passei a vê-lo de uma forma tão envolvente que só de olhar eu já me contentava. Estava tudo perfeito, até ele abrir os olhos:
- Tá me admirando maninho?
Fiquei sem palavras. Como explicar pro meu irmão o que estava sentindo, ainda mais sabendo que ele estava interessado num cara que eu nem sabia quem era? Minha cara de interrogação era grande:
- Vamos acabar com essa agonia então.
Meu sonho se tornou real. Que beijo!
CONTINUA...