Continuando... Espero que estejam gostando e comentem muuiiitoo! Vou me ausentar esse final de semana então vou deixar vocês curiosos até na segunda rsrs Não é maldade hein... Comentem bastante! Boa leitura...
Não aguentei, precisava vê-lo. Mesmo se ele me enxotasse dali eu superaria, pelo simples fato de perceber que ele estava bem. Era isso que me faria bem. Segui para a porta do quarto até criar coragem de abri-la devagar. Ele estava virado para o outro lado. Me doeu muito saber que ele estava daquele jeito, tomando soro, visivelmente abatido. Dei mais dois passou, só queria vê-lo de perto, saber que estava bem. Minha paz acabou ao ver ele se virando, me olhando com a mesma raiva de mais cedo:
- Carlos?! Tá fazendo o que aqui?
- Calma Bruno, não precisa se estressar – minhas lágrimas já insistiam em cair – eu só estava preocupado mas eu já tava indo embora.
Me virei, mas ao dar o primeiro passo:
- Não, fica aqui. Foi mal se te assustei Carlos, é que me surpreendi com você aqui dentro do quarto.
Decidi agir como se nada tivesse acontecido, já que ali não era lugar pra nenhuma conversa do tipo que eu imaginava.
- Então, tá se sentindo bem agora.
- Tô de boa já. Por mim eu já ia embora agora mesmo. Sentindo uma falta daquele cafofo.
- Cafofo? Ah Bruno, por favor né. Eu lá sou cara de morar em cafofo?
- Tô zuando moleque. Tá vendo como eu já tô bom?
- Tá ótimo mesmo.
Nosso papo só acabou quando a enfermeira entrou para medir a pressão e tirar o soro que já havia acabado. A pressão havia baixado, mas ele precisava ficar de observação por mais algumas horas. Avisei meus pais e como já era tarde, decidimos que eu ficaria no hospital com ele, já que não estudaria no outro dia (ótimo estar de férias rsrs) e meus pais iriam embora. Meu pai passaria mais cedo para nos buscar.
Entrei no quarto de novo e Bruno já estava sentado, com uma expressão bem melhor.
Me aproximei ainda com certo receio, pois muitas coisas martelavam na minha cabeça:
- Vai ficar paradão aê? Senta aqui maninho.
Sentei ao seu lado na cama e ele me surpreendeu. Segurou meus ombros e me abraçou, como das outras vezes, uma onda de calor me incendiou e eu só conseguia me lembrar do beijo quando meu olhos começaram a se encher de lágrimas. Ele, que estava com aquela roupinha fina de hospital sentiu minhas lágrimas na sua pele e se assustou:
- Tá chorando por que criança?
- Desculpa Bruno. A culpa de você estar aqui é minha. Eu não queria falar disso, mas eu tô me sentindo muito mal sabendo que podia ter acontecido algo pior. Tudo por conta desse sentimento idiota que eu...
- Shii. Para de falar demais. Eu tô aqui por minha própria culpa, porque ao invés de fugir eu devia ter falado contigo tudo que eu sentia também. Agora para de chorar que tá muita viadagem isso aqui.
Rimos juntos, mas as palavras dele ficaram na minha cabeça:
- Quer dizer que você quer falar então sobre seus sentimentos?
- Pior que quero man. Tava pensando em falar mesmo, mas aí você resolve me agarrar né. Com a boca ocupada fica difícil conversar.
Ele tava descontraído, mas já tinha percebido seu nervosismo. Para ele, é super difícil falar de seus sentimentos. Ele continuou:
- Cara, eu não devia ter dito pra você aquelas paradas de achar que tava virando viado e tal. Devia ter ficado quieto e sentindo essas coisas sozinho sabe?
- Bruno, o melhor que você fez foi ter contado pra mim isso.
Ele se distanciou um pouco e eu não estava entendendo sua reação nem seu arrependimento. Alguma coisa estava diferente.
- Mas eu não devia ter falado porque eu não sou bom com as palavras saca? A parada ganhou uma proporção que eu não queria.
- Bruno, dá pra ser mais direto? Tá ficando muito estranho isso e você tá me assustando.
Ele se levantou da cama e foi andando devagar dentro do quarto. Foi até o banheiro, fez um sinal pra que eu esperasse e tudo se passou pela minha cabeça.
Será que ele sentia o mesmo por mim, mas não teria coragem para admitir isso. Realmente seria uma barra, mas acho que eu seria capaz de passar por cima disso. Apesar de sermos irmãos, eu o amava e se o problema era esse laço a gente enfrentava tudo junto.
Seus dois minutos no banheiro pareciam uma eternidade e eu já não aguentava mais.
Durante aqueles momentos eu só imaginava como convencê-lo a seguir em frente comigo, enfrentando a todos que nos reprovariam, e eu sabia que seriam muitos. Ele saiu do banheiro com a expressão mais confusa do que quando entrou.
- Continua Bruno, por favor! Mas seja direto ok?
- É que eu não sei como te mandar essa parada...
- Fala de uma vez, sem rodeios, é melhor.
- Ok então. É que... eu... não é o que você... é...
- Fala logo Bruno!
- Não era o que você tava pensando cara. Não é de você que eu tô afim.
CONTINUA...