O Diário - 7 - O Nó Da Forca

Um conto erótico de Dr. D
Categoria: Homossexual
Contém 1881 palavras
Data: 05/06/2012 20:21:05

O Diário

Capítulo sete- O Nó Da Forca

Naquele momento, uma única pessoa poderia socorrer a Lívia, ele Leonardo, o desespero tomava conta de mim, disquei o número no telefone rezando para que continuasse sendo o mesmo número, enquanto eu não era atendido, uma ansiedade tomou conta de mim, a euforia era estrema, ninguém atendia, quando estava prestes a desligar alguém atende:

-Alô

-É da casa do Leonardo?

-Sim

-Ele está?

-Você está falando com ele, quem é a essa hora da noite?

Nesse momento um calafrio subiu por minha espinha e meu corpo estremeceu

-É o Felipe, você precisa salvar a Lívia!- disse soluçando

-É... Fe... Felip... Calma, como assim? - Sua respiração ficou ofegante

-A Lívia me ligou se despedindo de mim, tenho medo de que ela possa tentar alguma coisa, vá agora a casa dela, por favor...

-Ok, Fê, voc...

Não esperei para ouvi-lo e desliguei o telefone.

Àquelas horas foram as mais longas de minha vida, não conseguiria dormir, meu coração batia ansioso, tomei um calmante e me deitei na tentativa de relaxar e dormir um pouco, funcionou, despertei com o barulho do telefone ecoando pelo meu apartamento, eu estava com medo de atendê-lo, cada passo em direção ao telefone se tornava mais pesado, a adrenalina me dominava, rezava para ouvir uma boa notícia, atendi:

-Alô é o Felipe?

-Sim, sou eu.

- Sinto lhe dizer rapaz, mas a Lívia faleceu...

-Como assim?!? Não pode ser!- Disse chorando, eu não acreditei no que acabara de ouvir.

-O meu filho acabou de me ligar contando o ocorrido, e me pediu para lhe avisar, sinto muito. Tchau– desliguei enquanto desmoronava em lágrimas, caí no chão e arranhei minha bochecha num móvel, eu não acreditava, a Lívia havia cometido suicídio, eu me sentia culpado por não ter ajudado-a suficientemente, e tinha tanta pena dela, pobrezinha deve ter sofrido tanto que sua força não foi suficiente para salvá-la de si mesma.

“O pessegueiro em seu quintal acolheu a sua corda, o laço foi sendo enrolado como que uma mortalha, o nó da forca envolta do pescoço, as lágrimas pela face e o silêncio fatal, um pulo no vazio, a agonia e o vento soprando, agitando os cabelos e o vestido branco, agora já não mais vivos.”

O funeral seria no dia seguinte, minha mãe havia me informado, peguei um avião para o aeroporto mais próximo de minha cidade, e o restante do percurso fiz de ônibus. Chegando a minha terra, revia tudo aquilo que fizera parte de minha vida, pouco havia mudado, as árvores sequer cresceram, me sentia revendo um filme de terror, o Henrique havia me acompanhado, e as meninas também quiseram vir, porém as acalmei, já que o Henrique me acompanharia.

Chegamos no meio da tarde, não estava com cabeça para sair, apenas visitei minha mãe, e fomos direto para minha casa. Chorei ao ver meu pai, tinha anos que não o abraçava, ele me consolou gentilmente e beijou minha testa, apresentei Henrique e ele me olhou com um sorriso de lado, neguei com a cabeça, e completei dizendo que ele era meu amigo, apenas.

Abri a porta de meu velho quarto, e ele estava do jeito que deixei, e extremamente limpo. Desabei no choro ao ver a caixinha de porcelana, presente de Lívia, que eu havia deixado ali, tomei um banho longo (perdoem-me ecologistas), a água me acalma de uma maneira única, uma chuveirada limpa o corpo e lava a alma.

Deitei e dormi, sonhei com o Leonardo, era estranho, pois há muito aquilo não acontecia. Acordei arrasado, me vesti com roupa social preta e fui até a capela onde seria velado o corpo dela, pois era próxima à sua casa. Quando a vi no cachão, perdi o controle das pernas, e fui amparado por Henrique antes que caísse, ele me segurou pela cintura e eu pude observar o corpo melhor, ela parecia dormir calma, um leve sorriso nos lábios, o Léo chegou minutos depois de ela se enforcar, a retirou da corda e tentou socorrê-la, o que não deixou marcas em seu cadáver. Algo me dizia que teria de encará-lo. E foi o que ocorreu, ele estava de terno e tinha seus cabelos raspados numa careca, os olhos verdes estavam avermelhados, ele continuava amigo da Lívia depois do ocorrido anos antes, não a julgava, pois ela só sabia de parte da história. Ele olhou para mim como que esperando alguma reação, mas apenas me virei e o Henrique me acompanhou até a saída do lugar, em seguida fui visitar os pais delas, que naquela hora estavam em casa, Abracei-os e dei pêsames, aparentemente eu havia sido o último a ouvir a voz dela, deixei-os na sala e subi até o quarto onde o bebê dormia.

Parecia um anjinho, era loirinha como eu naquele momento, sim meus cabelos haviam ficado mais claros, dormia calmamente, parecia com a mãe, eu nem senti, mas estava chorando silenciosamente. Ajoelhei-me próximo ao berço para olhá-la mais de perto, de modo que fiquei de costas para a porta. Senti uma mão em meu ombro me levanto lentamente para não acordar o bebê, e me viro quem eu vejo? ELE.

Leonardo me lança um olhar de angústia, até aquele momento, não tinha me tocado mais foi ele quem havia visto a Lívia primeiro, e pendurada numa corda, morta. Estranhei o fato de ele estar usando a corrente dele no pescoço. Ele tentou limpar minha lágrima que molhava o arranhão da bochecha, mas o impedi. Virei-me para o berço, ele se encostou e falou próximo à minha nuca:

-a Alice parece com ela, né?

-Sim

-Depois que você me ligou eu vim correndo pra cá, mas não deu tempo.

Eu me sinto tão prepotente Leonardo! - E eu desabei em lágrimas outra vez, ele me virou e me abraçou, senti seu suspiro quente em meu ombro, ele recostou sua cara em meu ombro e chorou, fiquei sem reação, apenas o abracei, mas tarde soube que ele havia raspado sua cabeça, para apoiar a sua irmã na quimioterapia.

Ele se acalmou e me retirei do quarto deixando-o lá, sai sem me despedi, estava confuso, pois eu o ODIAVA.

Passei direto pela sala os pais do Léo estavam lá, apenas acenei com a cabeça e sai acompanhado do Henrique, fui para minha casa e passei todo aquele dia na cama chorando, eu estava decidido, eu odiava o Leonardo e estava cansado da vida que estava levando até então, eu gritava para sair daquele casulo, a lagarta já tinha asas, só faltava a força para romper o casulo.

Fomos para o cemitério, que era naquele estilo americano, de graminha e tal. O caixão foi tampado sob o som de choro e lamúrias. E desceu ao local onde ficaria para todo sempre, uma sombra no passado. Não esperei acabar apenas lancei uma rosa branca em cima e voltei para casa, dormi bem, e sonhei com a Lívia “cuida da Alice” ela dizia, acordei angustiado, pois não poderia levar a criança comigo, e nem tinha condições de criá-la, mas quem sabe a vida não nos levasse a este ponto em outra ocasião? Quem sabe! Fui até a loja no outro dia, revi Lucas adiantei a minha ideia em por minha mãe para cuidar dos negócios, afinal ela era formada em administração, e devido ao trabalho na contabilidade estava apta ao cargo. Minha mãe recusou, pois era a loja do meu pai, porém a expliquei sobre a faculdade e que dali pra frente a rotina ia pesar e ela aceitou, meu pai não objetou, apenas advertiu que eu a ajudasse caso fosse necessário. E assim eu pude voltar a minha rotina, o Henrique foi muito solícito comigo e chegando lá me levou para tomar um sorvete, conversamos muito e eu acabei falando do Leonardo, ele ouvia a tudo atento, não falei do episódio com o Yan, pois apenas eu sabia. Chegando em casa me banhei e dormi feito uma pedra, acordei triste no dia seguinte e foi assim durante várias semanas, eu perdi a vontade de sair outra vez, estudava em período integral e quase não descansava, o pessoal me chamava de máquina de estudar, chegou à um ponto onde eu só estudava deixei de comer e de dormir, e meus amigos logo notaram, um dia ao ver minhas mensagens na secretária eletrônica me deparei com uma do número da casa do Leonardo, estranhei o fato, mas resolvi ouvi-la

“Fê, me diz por você nunca me deu a resposta?”- Leonardo chorava.

Aquilo me perfurou feito uma faca, que resposta? Ele nunca havia me perguntado nada, Derramei palavras no meu diário, ultimamente não escrevia nada nele, mas quando leio o que eu escrevia naquela época, percebo o quanto estava mal, minha mãe veio me visitar e percebeu meu estado, resultado: ela me forçou a ir a um psicólogo com ela, e ai que minha ficha caiu: eu estava com início de depressão. Essa foi uma das fases mais tensas de minha vida, passei todo aquele ano tomafndo antidepressivos, não entendo porque, mas eu continuava indo bem nos estudos, meus amigos me ajudaram bastante a superar esta doença e depois de muita luta o fiz, quando finalmente me senti curado, o Rafael voltou a me visitar e me convidou a fazer academia com ele, fui a um salão e cortei meu cabelo, que estava uma juba, fiz a barba e notei o quanto meus traços haviam mudado, minha feição era outra, meus olhos eram frios e sem vida, em um ano envelheci uns 20! Por sorte estava recuperando rapidamente e minha pele pálida voltava ao normal, foi ai que recebi um convite de uma prima na Itália, ela havia sido informada do meu problema e me convidou para visitá-la fiquei receoso, mas minha mãe me incentivou e acabei não tendo escolhas, lá eu finalmente iria crescer como ser humano e evoluir, era o impulso necessário para romper o casulo que me sufocava. Viajei e Isabel me levou por um tour no país, ah, eu estava de férias, conheci Veneza e Roma, mas me encantei por Florença, simples mas uma cidade encantadora, íamos dormir por lá antes de continuarmos a nossa viagem, foi ai que acabei por encontrar o chalé, onde até hoje visito e foi lá que superei meu passado. Conheci dona Laura, Seu Augustino, Sofia e um de seus outros filhos, o Tony, que seria um dos protagonistas de meu maior dilema, o que vivo atualmente.

Continua...

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Bom pessoal por hoje é só, iria postar esta parte no fim de semana, mas fiquei um pouco chateado pelo resultado do conto anterior, mesmo assim agradeço a quem comentou e saibam que fico realmente grato por vocês terem lido, voltado e comentado minha história, o capitulo está curto, mas faz parte da nova maneira com que escrevo, pois ainda estou adaptando a história.

Mas uma vez peço perdão pela incoerência e Erros de digitação, e pela falta de erotismo, entretanto esta parte da história é um pouco chata mesmo.

Peço que vocês comentem e votem em minha história, pois como Um escritor daqui que eu adoro disse - não recebemos dinheiro ou coisas do tipo para escrever-, e o maior prazer de que escreve é receber votações e comentários, agradeço a todos que me leem e tentarei postar com mais frequência, beijos do Dr. D.

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Comentários

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Você escreve de uma forma que faz com que eu me indentifique com você. Você emociona bastante. Faz rir mas também faz chorar. Teu conto é perfeito, na minha opinião é o melhor!! Infelizmente não posso dar nota superior a dez! Meus parabéns!!

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Amigo, primeiro peço enormes desculpas pois não comentei nenhum dos contos dessa série até agora. Me senti até mal com isso porque tenho lido e não sei porque não comentei! Quero aproveitar então pra dizer que sua história é simplesmente perfeita. Um dica: tome cuidado com o excesso de personagens pra não ficar confuso, mas ainda não é o caso! Espero que me desculpe e continue com essa história maravilhosa. Nota 10, parabéns

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