Uma vida de esperança - Parte 10

Um conto erótico de DeBemComAVida
Categoria: Homossexual
Contém 1687 palavras
Data: 07/06/2012 16:43:34
Assuntos: Amor, Gay, Homossexual, Romance

Primeiro de tudo queria agradecer os comentários feitos à ultima parte que publiquei. E peço desculpa por ter demorado mais de um mês para continuar a publicar a história, não sabia que havia alguém seguindo a história à espera da continuação. Vou fazer os possíveis e os impossíveis para que não volte a acontecer.

Confesso também que não estava nada à espera de ver reacções tão positivas. Obrigado pelos comentários e pelas notas muito positivas, obrigado do fundo do coração. Pode parecer ridículo mas alguns comentários me emocionam de verdade.

E agora fiquem com mais um pedacinho da minha história de amor, espero que gostemDr. Batista: Pedro se quiser pode fazer uma pausa. – foi a primeira vez que o Dr falou desde que comecei a contar.

Eu: Queria só um copo de agua então. – as lágrimas começaram a cair dos meus olhos desde que comecei a falar. Ainda estava tudo muito presente. Às vezes ainda pensava que era um pesadelo e que podia acordar a qualquer momento.

Dr. Batista: Se quiser podemos continuar logo à tarde.

Eu: Agora que comecei prefiro dizer tudo de uma vez…

Dr. Batista: Como queira. Quando quiser pode continuar. Tudo a seu tempoClarice voltou com o copo de água e disse que já tinha ligado para o meu pai. Até ela chorava ao ver-me naquele estado.

Mãe: Avise também a Sílvia, quero todos em casa.

Minha mãe deu-me o copo de água para beber e aos poucos o choro foi passando e eu não dizia uma palavra. Minha mãe implorava para eu falar com ela e dizer o que se passava mas eu simplesmente não conseguia falar. Deitei a cabeça no colo dela e fiquei todo encolhido tentando sentir-me protegido.

Minha mãe passava as mãos no cabelo e chorava sem parar. Mas agora não era um choro desesperado, era um choro de sofrimento por me ver naquele estado e não conseguir fazer nada.

Ouço um carro, segundos depois ouço a porta de casa.

Pai: Onde é que ele está? – pergunta apressado.

Clarice: Está no quarto dele com a D. Antónia. – diz com voz de choro.

Ouço os passos a correr no corredor.

Pai: Meu filho, olha para mim, o que se passa?

Comecei imediatamente a chorar, eu queria olhar mas não conseguia. Estava com tanto medo.

Sinto o meu pai a abraçar-me.

Pai: Pedro, fala comigo. O que é que se passa? – ele estava mesmo muito preocupado, a voz dele saía apressada.

Mãe: Foi de repente, eu não sei o que aconteceu. – minha mãe chorava – chamou por mim e começou a chorar sem parar e não disse mais nada. Meu filho nós estamos morrendo de preocupação, diga qualquer coisa por favor.

Eu queria falar, mas as palavras estavam presas na garganta, nada saía.

Pai: Clarice ligue imediatamente para o Dr. Maurício.

Maurício era irmão do meu pai e era médico.

Pai: Meu filho fale connosco. Nós estamos aqui para ajudar, você sabe disso. – dizia passando as mãos no meu rosto, e devia estar olhando nos meus olhos mas eu não via nada.

Sílvia: O que é que está acontecendo aqui? – diz correndo para mim.

No meio desta agitação toda nem ouvi ela chegando.

Mais uma vez desabei no choro, doía demais ouvir as vozes das pessoas mais importantes da minha vida e não as conseguir ver.

Sílvia: Pedro fala comigo!!!! – ela começou a abanar-me, estava alterada.

Pai: Sílvia se acalme, não está ajudando.

Sílvia: Pedro!! FALA COMIGO!!!

Eu só chorava, não conseguia falar.

Sílvia: Fala logo, deixa de ser mimado – e nisto dá um estalo na cara.

Mãe: Sílvia, já chega! Foi longe demais!

Eu fiquei parado sem reação. Este estalo fez com que acordasse, de certa forma até me acalmou.

Pai: Vá já para o seu quarto e volte só quando estiver calma! – meu pai estava irritado.

Eu: Fica…. – foi a primeira coisa que consegui dizer, quase não se ouviu mas eles ficaram parados á espera que eu continuasse.

Sílvia: Fala logo, não vê que estamos morrendo de preocupação? – diz ainda um pouco alterada.

Eu: Eu não vejo…

Sílvia: Mas devia ver! O que se passa com você? Quer nos matar do coração?

Eu: Eu não vejo…

Mãe: Meu filho, você não vê como? – minha mãe estava sentada ao meu lado na cama agarrando as minhas mãos.

As lágrimas recomeçaram a cair do meu rosto. Já tinha chorado tanto nem imaginava que era possível continuar a chorar.

Eu: Só vejo preto. – digo chorando - só vejo escuridão…

Pai: Mas como assim? – meu pai estava completamente perdido.

Eu: Eu estou cego. – essa palavra parecia uma estaca cravada no meu coração – eu abro os olhos e não vejo nada. – agora já não conseguia controlar o choro.

Pai: Vamos já para o hospital, o meu irmão está demorando demais. – diz isto com a voz grossa me pegando pelo braço.

Eu: Para pai, eu não estou vendo nada, quer me levar de rastos?

Ele parou imediatamente e sinto Sílvia abraçar-me.

Sílvia: Você vai ficar bom, sim? – ela tentava controlar o choro mas não conseguia – Você vai ficar bom, vai ver que não é nada de grave e que logo logo passa. Você vai ficar bom. Você vai ficar bom, foi só um susto – a voz dela saí no meio de soluços, e eu sentia as lágrimas dela no meu rosto.

Ao fundo podia ouvir a minha mãe a chorar.

Mãe: Vista estas calças e esta camisola e vamos logo. – diz chorando.

Eu vesti, porque estava só durmo de boxers e ainda não tinha vestido nadaEu: Fomos para o carro e depois fomos para o hospital. O resto o Dr já deve saber, está tudo no registo medico.

Dr. Batista: Eu sei que não foi fácil para você tocar neste assunto mas acredite que é muito importante.

Eu: Posso ir lavar a cara?

Dr. Batista: Claro que sim, pode ir aqui no banheiro - levantou-se e levou-me até lá.

Liguei a água e lavei a cara várias vezes, devia estar um caco. Fiquei um tempo assim com a cara molhada, depois limpei e voltei para o consultório.

Dr. Batista: Melhor?

Eu: Sim, obrigado.

Dr. Batista: Agora vamos tratar de assuntos mais técnicos. O motivo da sua cegueira ainda não é conhecido, estou certo?

Eu: Sim Dr. Fiz muitos exames mas nunca descobriram o verdadeiro motivo.

Dr. Batista: Às vezes não saber o motivo não é mau, porque assim como não se sabe o que causou a cegueira também de repente se pode arranjar um remedio que a cure. A medicina está sempre a evoluir. – ouço ele mexer em mais papeis – então vamos falar do tratamento. Já ouviu falar alguma coisa?

Eu: Ainda não Dr. O meu pai falou à pouco tempo e só sei que é em Nova Iorque.

Dr. Batista: Então é assim. O tratamento não é muito invasivo e de uma coisa pode ter a certeza, todos os efeitos secundários são ligeiros. Ou tonturas, enjoos, má disposição. Nada muito agressivo. Basicamente vamos ‘lavar’ os seus olhos com uma substancia nova criada em laboratório. È feita praticamente com produtos naturais, inclusive algumas plantas da floresta Amazónia.

Fiquei até aliviado por este tratamento não ser tão agressivo, nos últimos dois tratamentos injetaram-me seringas nos olhos e não foi muito agradável.

Dr. Batista: O tratamento será da parte da manha e só no dia seguinte é que vai retirar as ligaduras para ver se há alguma alteração.

Melhor assim. Assim quando tirasse as ligaduras Afonso já tinha chegado da viagem e podia estar a meu lado.

Dr. Batista: Agora só preciso que faça alguns exames e por mim está tudo pronto. – diz pegando no telefone – Pode chamar o Dr Francisco. – disse para o outro lado da linha.

Segundos depois ouço a porta abrir.

Pai: Então ele portou-se bem? Não teve medo do Dr? – disse brincando.

Afonso: Meu amor você está com a cara num caco, está tudo bem?

Eu: Agora sim, já estou melhor - Digo sorrindo.

Pai: Então Dr está tudo bem? – perguntou mais serio.

Dr. Batista: Está tudo em ordem, agora vamos fazer alguns exames e por mim fica tudo em ordem.

Saímos do consultório e fui fazer os exames. Quando acabei já era quase hora do almoço.

Pai: Passamos por casa para pegar a sua mãe e vamos almoçar fora, pode ser?

Eu: Pai podemos ir almoçar na casa de praia do avó? Precisava de respirar aquele ar.

Pai: Claro meu filho, vou ligar para casa para a Clarice preparar as coisas para levar e cozinhar lá na casa de praia.

Nisso ele ligou para casa e foi para o estacionamento buscar o carro enquanto fiquei com Afonso.

Afonso: Meu amor está tudo bem?

Eu: Sim, meu bem. Tive de tocar em assuntos que pensava que já estavam enterrados e não foi fácil, mas agora sinto-me mais leve.

Afonso: Só quero ver você sorrindo. – diz isso me beijando.

Eu: E eu espero poder ver o seu sorriso um dia. Me abraça.

Ficamos assim por uns segundos até meu pai voltar com o carro e irmos em direção a casa buscar a minha mãe e Clarice.

Chegamos à casa de praia e fui para o sofá do alpendre deitar-me um bocado enquanto o almoço não estava pronto. Afonso juntou-se a mim e ficamos abraçados. Ele olhando o mar e eu sentindo a brisa suave no meu rosto.

Afonso: Vamos dar um mergulho?

Eu: Ah, não tou com vontade. – digo me enroscando mais no corpo de Afonso – estou tao bem assim.

Afonso: Deixe de ser preguiçoso! Vamos rápido antes que o almoço esteja pronto.

Eu: Agora não, nem sunga temos. – digo tentando faze-lo mudar de ideias.

Afonso: E qual é o problema, vamos de cueca – diz sorrindo - a praia é privada mesmo, ninguém vê nada.

Eu: Você anda muito rebelde rsrsrs um mergulho rápido.

E nisso sinto ele puxar pela minha mão e tirando a minha roupa ficando só de cueca.

Guiou-me em direção ao mar e logo pude sentir a areia debaixo dos pés. Adorava essa sensação. Continuamos a caminhar e logo sinto a água nos pés.

Afonso: Está uma maravilha, vamos mergulhar. – sinto ele agarrar a minha mão com força – Um… Dois… TRÊS…CONTINUA…

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Comentários

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Parabéns seu conto é muito bom. É um dos melhores aki do site se não o melhor. A história de amor do Pedro e do Afonso é muito comovente. Espero q o Pedro consiga enxergar de novo e ver o rosto do Afonso, vai ser muito lindo. Parabéns mais uma vez e não demora a postar. Bjo

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Mais uma vez muito obrigado pelos comentários, do fundo do coração, isso ainda me dá mais vontade de contar esta história.

.

Grimm só lhe digo duas coisas, você vai saber como nos conhecemos e não vou ser eu a contar ;)

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cara se não for pedir demais sera que tem como vc contar como foi que o pedro conheceu o afonso

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Corrigindo "frannh" ... Mais que perfeito!!!!!!!!!!!!!!!!! a cada dia a historia está mais emocionante...simplismente mais que perfeito..sem palavras pra definir isso!!!...bjs..

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como é que vc escreve um conto lindo desse e acha que não tem ninguem lendo to doido garoto rsrsrs. seu conto e maravilhoso e muito emocionante espero que vc não suma mais .

bjs

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boa tarde. fantastico como sempre, a doçura d seu conto eh inigualavel, emociono-me a cada capitulo. obg pela leitura. Att. Akino

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Cada capítulo é uma emoção!! Super adoro sua história. Torço para que tudo de certo ;)

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Ta muito lindo seu conto, nao me canso de dizer que o amor de vcs e lindo. Parabens pelo conto e nao demora pr postar. Bjs

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