E o Playboy se Apaixonou de Verdade - 3

Um conto erótico de Bernardo
Categoria: Homossexual
Contém 1919 palavras
Data: 09/06/2012 01:22:14

E ai galerinha? Tudo bom com vocês? Bem hoje como eu estou de bom humor irei atender ao pedido de alguns, irei esticar o conto pra vocês!!! E fico realmente boquiaberto ao ver tanta gente comentando... Tipo sei lá, sempre admirei a capacidade e a coragem dos escritores (sejam homens ou mulheres ) daqui da casa em compartilhar um pedaço da sua vida ou imaginação :D É realmente muito gratificante esses comentários e acredite caro (a) leitor (a), para o escritor é um combustível para sempre querer continuar... Ahh sim, quanto a história é real sim. E confesso que me envergonho muito de contar essa minha fase podre pra todos hehehe, Bem vou chegar de blá blá blá e partir pra história, certo?

Eu realmente não consigo entender por que eu tenho pensado tanto no Ariel nesses últimos dias. Somos absolutamente o oposto em tudo até em gostos... Ele não se entretém com ninguém, sempre meditativo e lógico... Como eu posso dizer: Ele é maduro demais pro meu entendimento. Era isso. Ou será que eu era infantil demais pra tentar entende-lo? O mais incrível nesta história é que nos conversamos só amenidades, mas eu queria conversar mesmo com ele. Geralmente não procuro muito entender as pessoas. Mas alguma coisa nele que não sei descrever em palavras me deixa profundamente inquieto.

Na Quarta-feira fui pedir desculpas pra todos. Passei quase a manhã inteira pedindo desculpas para as pessoas que enchi o saco... Teve gente que até me olhou esquisito do tipo: “Quem é você, e o que fez com Bernardo?” e teve até um nerd que disse: “Você foi abduzido por aliens? por que tem um episodio de Star Wars que eu vi em que...”, mas tirando isso, prometi a eles que nunca mais os importunarias. Até que não foi TÃO ruim assim, só que é meio difícil pra eu admitir o erro e pedir desculpas. Essa é a minha cruz. O orgulho. Meus amigos reagiram de uma forma estranha com essa minha mudança de comportamento, que na realidade foi aos poucos, por que é impossível alguém mudar assim tão bruscamente.

Lógico que eu solto uma palavra feia com os outros e tal, mas depois me desculpo. Mas enquanto meu comportamento melhorava a minha relação com Catarina piorava... Ela reclamava da minha frieza com ela e dizia que eu não era mais o mesmo... Mas o que eu podia fazer a respeito? A guria tinha uma conversa tão profunda quanto uma piscininha rasa pra crianças. E foi ai que pedi um tempo, o que ela por incrível que pareça aceitou rapidamente dem nem pestanejar... Aff magoou o meu ego. Mas isso era muito bom; Porque de certa forma eu preciso de um tempo pra eu entender o que está acontecendo, comigo e outras coisas.

E minha semana continuou um porre até sexta-feira quando falei com meu pai que iria visitar Ariel no sábado. Nunca o vi tão contente:

--Finalmente você acertou uma né Bernardo... Mas tudo bem, só me dê a sua palavra que não vai cometer besteira! Tenha muito cuidado com que você fala certo e também....

--Pai relaxa. Eu já me entendi com ele né? E por ultimo, eu sou vou visita-lo e não fazer uma entrevista de emprego. – falei.

-- Certo. Vai fazer o que lá?

--Ah sei lá véi... Botar o papo em dia essas coisas, sabe?

--Ok. Só não volte tarde. Ou bêbado. Ou com uma multa. Ou com uma infração da ...

--Tá tá tá, entendi...

-- Caso ver o Sr. Aldbrecth, mande os meus comprimentos...

Fui pro quarto e passei mais uma vez a lista dos gostos dele. Memorizei cada livro, autor, compositor, ópera, enfim tudo o que ele gostava. Quando deu umas 14h00min, fui tomar um banho e me arrumar pra ir lá. Peguei o carro do meu pai e fui pra lá. Fui atendido pela governanta da casa que me guiou até a sala, era estranho ver ela assim sem decoração de festa. Tudo era de tons neutros e muito bem mobiliados. Foi quando eu vi uma fotografia na mesinha que me chamou a atenção. Era uma mulher muito bonita de cabelos pretos com um bebezinho ruivo. Ahhh então essa é a mãe de Ariel... Ele parecia o garotinho do filme O Pestinha.

-- Ele está lá no quarto pode subir... quer que eu te acompanhe? – disse ela sorrindo

--Não, tudo bem eu me lembro do caminho... Essa aqui é a mãe do Ariel? – perguntei apontando pra fotografia.

--É sim. Ela era linda não é mesmo? – murmurou ela ligeiramente dispersa em pensamentos;

-- O que realmente aconteceu?

--Morreu em uma embosca feitos por uma quadrilha que ela estava investigando. Ela era juíza sabe, e é muito complicado de explicar esses assuntos.– disse ela dando um sorriso amarelo de tristeza.

--Bem eu vou lá então... érhh obrigado – disse e fui subindo as escadarias. A porta do quarto dele estava entreaberta e fui logo entrando.

Era imenso. As paredes seguiam um esquema de cores diferente do restante da casa. Azul claro e branco com um carpete creme. Tinha uma dessas escrivaninhas elaboradas mas pintadas de branco com detalhes dourados. E até o forro de gesso era salpicado de estrelas e planetas. E Ariel estava em um canto oposto do quarto sentado em uma cadeira com um cavalete de pintura e Jimmy (o seu cachorrinho de estimação) em outra cadeira. Fui chegando mais perto não querendo que ele me notasse.

-- Achei que gostaria de passear comigo à tarde? – ele estava falando consigo mesmo – Sério? Apenas nós dois? O que papai iria dizer?

--Acho que ele não diria nada... – disse tranquilamente. Ele quase ficou roxo de tanta vergonha. Ele estava de avental todo sujo de tinta e até a sua bochecha tinha tinta. Ele estava pintando uma aquarela de Jimmy

--Oh você realmente veio... – disse ele super constrangido. – Bem só me espera um pouco eu vou tomar um banho. Estou em uma situação critica.

--Ta eu vou sair... – disse caminhado pra porta.

--Não, não, pode ficar. O Jimmy te fará companhia! Relaxa, ele não morde. – murmurou calmamente. Depois foi para o banheiro.

Comecei a ver mais detalhes no quarto. Pinceis e partituras de musica espalhados pelo chão, livros amontoados na poltrona, cd’s empilhados na mesinha de cabeceira... Uma vez quando tinha 15 anos minha mãe em uma de suas tentativas frustradas de me transformar em alguém organizado, me disse que a gente conhecia um pouco da pessoa pelo quarto em que ela dorme (ela estava me dizendo de uma forma elegante que se alguém fosse no meu quarto iriam pensar que um mendigo ou sem-terra mora lá....) mas era interessante olhar o quarto dele. Era uma bagunça bem organizada. 3 minutos depois ele sai vestido.

-- Bem vamos descer né? – disse ele pegando uma bolinha de borracha com a letra J desbotada.

Quando saímos do quarto ele olhou pros degraus da escada e sorriu bem sem graça:

--Acho que vou precisar da sua mão de novo... – ele parecia bem desconfortável naquela situação; Peguei a mão dele por impulso e descemos as escadas rapidamente e eu vendo a cara dele ficar cada vez mais vermelha.

--Por que seu pai obriga a você fazer isso? – perguntei.

-- Faz parte de um conjunto de regras malucas que ele inventou para me “proteger”, uma vez eu desci sozinho ele quase teve um ataque cardíaco...kkkkkkkk – ele riu.

Depois de um lanche fomos para um jardim e ficamos conversando lá sobre tudo até que começo a soltar o que havia aprendido sobre ele.

-- Quanto aos compositores... Vincenzo Bellini e Tchaikovsky são os meus preferidos... – disse

--Que coincidência! O meu também... De que ópera gosta mais? Não, deixe-me adivinhar: I Puritanni? – ele disse confiante.

--Na verdade sim... – disse

--E de qual ato você gosta mais??? – indagou

-Ahhh ...é... bem... eu gosto do... – DE QUE MERDA ELE TAVA FALANDO???

Foi ai que ele me deixou parado lá e andou um pouquinho rindo pacas da minha cara. Eu não entendi?!

-- O que foi? – perguntei acido.

--Me desculpe... É que você já é a décima segunda pessoa que conversa comigo e fala que gosta de I Puritanni! E caia entre nós você não tem cara de aguentar 2 horas em um teatro para ouvir... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Essa eu tinha de admitir... Eu também ri pra caralho disso mas depois soltei por fim:

-- E musica eletrônica. Gosto de musica eletrônica. Pode não gostar... Mas eu gosto. – disse por fim.

-- Eu não tenho nada contra musica eletrônica... – respondeu ele mordendo o lábio inferior e sorrindo.

E continuamos a caminhar até voltarmos pra uma saleta de jogos onde estávamos jogando xadrez. O seu pai já estava lá lendo o jornal e sorrindo... No meio do jogo ele fala baixinho:

--Você já se sentiu como uma peça de xadrez? Em um jogo contra a sua vontade?

--Você já? – indaguei

--O tempo todo! Eu os vejo inclinados movendo-me pelo tabuleiro.

--Quem? – perguntei curioso. Ele finalmente iria se abrir para mim!!!!

--Meu pai. Meu tio. Metade dos funcionários do escritório de advocacia que quer me pegar pelas mãos e me arrastar de praça em praça – ele riu baixinho. Ele moveu a rainha e capturou o meu bispo.

--Então deveria dominar as regras do jogo até jogar melhor do que eles. – disse movendo o meu rei para fora de alcance dele.

--Não está sugerindo que eu encontre alguém que jogue por mim?- retrucou ele movendo o rei uma casa para traz.

-- Encontre alguém que jogue COM você e não POR você. – disse quase dando um xeque-mate.

--Seja como for meu pai está querendo decidir até com quem eu vou me relacionar... E isso é triste. – ele retrocedeu mais uma casa.

--Humm... E como eles são no xadrez??? – disse dando o xeque mate.

Ele riu baixinho abaixando a cabeça.

--Por que não pedimos musica para dançarmos? Descobri a valsa recentemente e estou apaixonado por ela... – disse ele.

--Valsar não é bem o meu forte. – funguei o nariz.

--Quem diria? Mas é uma pena... – suspirou ele.

Depois me despedi de todos e voltei pra casa com mil pensamentos na cabeça; Cheguei lá e fui direto pra cama e fiquei repassando as nossas conversas. E foi ai que comecei a fazer uma nova lista sobre Ariel:

1 – Ele era esperto demais pra ser feito de trouxa.

2 – Ele é muito perspicaz.

3 – Joga verde pra colher maduro.

4 – Há mais coisas sobre ele que eu não sei.

5 – Ele gosta de honestidade. Ele era objetivo. Do tipo de pessoa que olha pra você olhando nos olhos.

Mas uma coisa estranha bateu de frente pra mim mesmo. Que porra é essa de ficar pensando em um carinha??? Eu sou macho e sempre peguei mulher... E que eu to pensando agora??? Eu querendo ficar perto dele?! Eu sempre me esquivei de viadage* e agora eu só imagino ELE?!?!

Marquei de sair pra uma balada pra tirar essa estupidez da minha cabeça. Dancei, enchi a cara de caipirinha e beijei umas minas... mas não foi a mesma coisa de antes. Em todo lugar eu me lembrava do sorriso, as palavras e do toque das mãos dele nas escadarias. Voltei em casa morto, quase me arrastando e cai duro na cama. Realmente eu estava pilequinho...

E meus sonhos são dominados por uma sucessão de imagens e sons. E basicamente me lembrava dele, mas depois realmente apaguei. Acordei com uma ressaca brutal, que até os meus ossos doíam... A minha boca tava com o gosto de caipirinha e cereja. Mas a minha cabeça parecia que tinha um sino badalando insistentemente sem parar.

Continua na Terça-Feira :D

Siga a Casa dos Contos no Instagram!

Este conto recebeu 15 estrelas.
Incentive Bernardo a escrever mais dando estrelas.
Cadastre-se gratuitamente ou faça login para prestigiar e incentivar o autor dando estrelas.

Comentários

Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

bem, do comecei a ler os seus contos agora, pois estava lendo os outros q foram escritos antes. Tô amandoooo.. Sua nota não é 10 e sim 10000000000000000000000000000000000

0 0
Foto de perfil genérica

é da pra começar a te achar um cara legalzinho rs Melhorou do primeiro conto pra esse...

0 0
Este comentário não está disponível
Foto de perfil genérica

to adorando ate pq demonstra que devemos aprender com os erros e "nunca julgar um livro pela capa"

0 0