Oi gente! Viu só, não morri!
Primeiramente quero me desculpar por essa ausência, quase uma semana sem postar nada... Vou explicar o motivo... no No Rio de Janeiro está acontecendo um evento internacional chamado RIO+20, acho que todos já ouviram falar... bem, eu estou trabalhando diretamente nestas discussões junto aos jovens das favelas no Rio, para a conscientização para o tema da sustentabilidade, então eu estou correndo as UPP's, em eventos e tal, assim como fui para o Youth Blast e a cúpula dos povos... ou seja, estou numa correria fudida, não durmo direito a uma semana... AInda bem que a universidade está em greve, senão seria mais uma preocupação... Enfim... espero ter me explicado... essa semana ainda vai ser corrida, logo não sei quando vou postar o próximo... peço um pouquinho de paciência a vocês queridos...
bem... vamos nessa!
Depois da festa eu tive problemas para dormir. A minha mente era um turbilhão de pensamentos e a maioria deles era sobre o Rafael. Eu simplesmente não conseguia pregar o olho, então comecei a trabalhar mais ainda no projeto do restaurante. Depois da separação eu acabei deixando de lado, mas eu tinha que ocupar a mente com alguma coisa, e isso serviu como uma luva, depois de dois dias, eu consegui pegar no sono e pude repor minha beleza e meu humor.
Como o Rafael já estava longe da empresa a meses, eu tinha assumido também a função dele e quem se deu mau nisso foi a Jessica que ficou sobrecarregada, mas fazer o que né, sobrecarregado eu também estava. Eu vi que teria que colocar outra pessoa no cargo dele, porque eu não dava conta. Mas mesmo assim, ele continuava recebendo seu salário, todo o mês. Pode parecer maluquice pagar alguém que não trabalha mais pra você, mas durante todo o meu período preso, em depressão e me escondendo, ele cuidou da empresa como se fosse dele, não seria um motivo pessoal que faria eu ser ingrato com ele por mais que eu o odiasse...
Depois que substitui o Rafael eu pude me dedicar de fato ao restaurante. A primeira coisa que fiz foi ver um local. Queria que fosse na tijuca mesmo, já que era um bairro residencial de classe média a alta e com uma boa circulação de pessoas. Depois de muita procura, achei um lugar legal. Ele era amplo, com uma varanda e era próximo a conde de Bonfim, o problema era o preço, estava astronômico, mas aquele lugar era perfeito demais... Comecei a investir minha poupança na bolsa pra tentar aumentar meus fundos. Ao mesmo tempo, liguei novamente para o Marcio, o ajudande de cozinha que trabalhava no restaurante em Búzios e o convoquei o mais rápido possível para uma conversa.
Sei que naquelas semanas eu estava empenhado nisso, era um desejo meu e eu iria realizar, eu estava numa fase muito porra louca! Fui ao local com ele e ele também adorou e foi logo me falando o que ficaria onde, nas obras que poderia ser feitas, era um sonhador como eu. Enquanto o projeto não ficava pronto, ele fez um trato comigo, eu ajudaria ele a ir pra Espanha, estudar e ele trabalharia para pagar depois. Achei justo e assim foi feito, logo teria um cheff instruído na terra dos frutos do mar.
Enquanto o sonho do meu restaurante ia tomando forma, eu percebi que o Rafael tinha sumido de vez. Na minha cabeça havia uma confusão, porque eu ficava feliz e triste com o sumiço dele. Eu sentia raiva dele, pela traição, mas também uma saudade enorme dele, mas abstraia a mente, saia com outros caras e tentava de todo o jeito esquecer ele. Mas até mesmo planejar o restaurante sem ele era foda, porque idealizamos primeiro juntos, e seria algo de nós dois... “porque você fez isso com a gente Rafa?”, vinha na minha cabeça, como um lamento do mais fundo da minha existência (nossa, ficou poético rsrs). Várias vezes eu pegava o telefone, pra ligar pra ele, mas sempre acabava jogando ele longe para não cair na tentação. Aquele merda me fazia falta, eu tinha que admitir, mas eu jamais iria atrás dele, para que? Para vê-lo agarrado com o macho dele? Jamais!
Fui levando minha vida normalmente, sem que nada de extraordinário me acontecesse. Continuava minha nova vida, com minhas baladas, meu estilo novo, minhas pegações e minhas transações econômicas. Meses tinham se passado e eu não tive mais notícia do Rafael.
Um dia, eu estava saindo da imobiliária, para assinar o último contrato de compra do imóvel que seria meu restaurante, eu estava radiante, feliz demais e estava ligando pra Julia pra contar pra ela. Ao atravessar o sinal, eu olhei para trás por causa de uma buzina alta. Ao fazer isso meus documentos caíram no chão, assim como o celular da minha mão, pois o choque que levei era enorme. Fazia anos que eu não via aquele rosto e ao vê-lo meu corpo estremeceu da cabeça aos pés. Ele estava vestindo um terno e andava apressado rumo ao cartório, graças a Deus eu sai rápido de lá, senão iríamos nos encontrar.
- Não acredito! – eu estava estático, seguindo ele com os olhos. – Não acredito que o Henrique esteja de volta.
Sim, ele voltou a essa história, estavam sentindo falta? Nem eu! Mas a minha vida era maluca e minha história é mais doida ainda, ela é prova que algo de novela pode ser real, e não apenas fruto de uma mente criativa. Alguém me ajudou a recolher os papéis que se espalharam pelo chão, recolhi tudo e fui pra casa. Ele não sabia onde eu morava, então eu estava seguro. Ao chegar em casa, meu desespero aumentou, eu pensava em várias possibilidades que ele tinha de destruir minha vida. Como enfrentar tudo o que estaria por vir??
- Se pelo menos o Rafael ainda estivesse comigo... Rafael! Rafael!! – um lampejo veio a minha cabeça, um clarão iluminou minhas ideias.
Na mesma hora eu levantei, peguei minhas chaves e sai de casa. Estava tarde, umas 19:00 hs, mas não importava, eu tinha que ir ver o Rafael de qualquer jeito! Sai com o carro e não demorou muito eu estava na casa dele. Ao passar pelo porteiro, ele pediu minha identificação, mas eu simplesmente o ignorei e continuei subindo.
Logo estava no apartamento do Rafael e sem cerimônias eu comecei a esmurrar a porta. A cada batida na porta meu coração disparava com medo de que ele não estivesse lá. Mas logo ouço o barulho da chave na maçaneta. Assim que ele abriu a porta eu o peguei pelos ombros e o levei para dentro do apartamento, ele estava assustado e incrívelmente lindo, deveria ter acabado de sair do banho, pois ainda estava meio molhado.
- Me fala a verdade! Foi ele não foi?
- Ele quem? O que você faz aqui? Tá maluco?
- O Henrique! Me fala! Me fala por favor, eu te imploro, fala que foi ele que te obrigou a se separar de mim, fala!!
- você está doido mesmo! Sai da minha casa, sai. – pediu ele com certa tranquilidade.
- Rafael, eu estou falando sério, por favor, não precisa ficar com medo dele, juntos podemos vencer qualquer coisa... é você quem eu amo cara! Nunca deixei de amar, eu sabia que havia algo estranho com isso tudo, agora vamos ficar juntos e enfrentar esse escroto... – fui abraçar ele, mas este me parou.
- Willian, chega né, vai lá, vai cara!
- Rafinha, eu sei que foi ele, não tinha como você fazer aquilo comigo, eu tinha certeza disso, mas meu orgulho não permitia vir aqui te dizer isso tudo, você sabe que eu te...
- Rafa, precisa de ajuda? – um homem, de samba canção e camiseta sai do quarto dele e para atrás do Rafael.
Eu estava perplexo, aquilo não podia ser real, então todo o inferno era real. O cara era bonito demais, forte, tatuado, mas rosto de criança que dava o maior charme, eu não acreditava naquela cena.. Fiquei com os olhos vidrados e
- Não, não – falou ele com um sorriso – eu estou resolvendo já, daqui a pouquinho eu volto para o quarto. Me espera lá, por favor... – o cara foi para o quarto e eu continuava lá, parado, com os olhos vidrados ainda. Acho que me ver naquele estado comoveu ele, pois ele caminhou até mim, colocou sua mão no meu ombro e suspirou. – Eu não queria que você visse isso... – falou limpando minhas lágrimas.
Eu levantei minha mão e toquei o seu rosto. Contornei sua barba com a ponta dos meus dedos e acariciei seus lábios com meu dedão, passei ela por seus cabelos, voltando para o rosto...
- Adeus – quase que não saiu a palavra.
- Até logo – ele respondeu.
Eu sai pela porta arrasado. Não acreditava no papel que eu prestei, nossa, eu estava me sentindo tão humilhado, tão idiota, tão babaca por ter ido e me declarado pra ele e pela minha cabeça passava que o macho dele ainda ouviu tudo aquilo e com certeza ficou rindo de mim pelas costas. Os dois devem ter rido muito depois que eu sai de lá chorando.
Cheguei ao meu carro e dirigi sem rumo, mas por fim me vi no lugar mais lindo do mundo e que me ajudava a pensar, no Arpoador. O calçadão de Ipanema de noite é tão lindo quanto de dia, era umas 20 hs quando cheguei lá, as pessoas estavam se exercitando, correndo ou andando de bike, as luzes acesas iluminavam aquela pedra fenomenal, mas eu não a subi, fiquei perto do posto olhando as luzes do Vidigal e as ondas, assim como toda a orla. O vento vindo do mar era carregado de sal e logo meus olhos estavam ardendo, mas eram lavados pelas lágrimas que ainda escorriam lentamente.
Sentei e fiquei pensando, mas não tinha muito o que pensar, entretanto eu pensava assim mesmo. Era fato, ele tinha mesmo outro cara e eu fui traído da forma mais nojenta que alguém pode ser e fui abandonado pelo segundo amor da minha vida. Eu estava novamente arrasado, era mais uma porrada que eu levava, se bem que na verdade era a mesma porrada, eu apenas a atualizei, eu mesmo enfiei uma faca na ferida e girei o cabo. Mas ele estar sendo chantageado pelo Henrique era meu último fiozinho de esperança para ser feliz com quem eu amava. Mas o destino queria me sacanear mesmo... sinceramente, eu não acredito muito em feitiçaria, mas eu acho que nessa época, meu anjo da guarda estava acorrentado, porque eu me fudi tanto, que é difícil de acreditar.
- você sempre gostou daqui... – eu estava sentado, com os olhos fechados, sentindo o vento salgado do mar e ouvia as ondas. Aquela voz me fez estremecer da cabeça aos pés, tanto que fiquei com medo de abrir os olhos, mas por fim abri e ele estava lá, com seus 1,84, branquinho, estava com o cabelo raspado e um semblante sério, que sempre lhe foi característico. – A tempos eu queria ter essa oportunidade...
- se você fizer algo, vai ser a sua última, estou avisando, me deixa em paz.
- não, não se preocupa, pelo amor de Deus, não pensa mau de mim... sei que é difícil, eu te fiz tanto mau, mas eu já paguei por tudo e preciso me reconciliar com você...
- Você é maluco, só pode ser, você acha mesmo que eu vou querer alguma proximidade com você? Depois de tudo o que você fez?
- Will... só posso te pedir perdão... eu estava em uma fase terrível, eu sentia muita inveja de você, muita raiva por você ter tudo o que eu sempre quis... e outras coisas que não vem ao caso.
- isso não é desculpa... você sabe pelo que eu passei naquele lugar? Naquele inferno... não acredito que estou aqui falando com você! – e levantei para ir embora.
- Não Will, por favor! – falou ele segurando o meu braço - Eu te imploro, deixa eu me explicar, deixa eu buscar o seu perdão, eu preciso disso pra seguir em frente.
- Eu não quero nada com você, só que você volte para o túmulo de onde saiu!
- Will, me dá uma oportunidade, só uma, de sentar e conversar com você, só isso que eu te peço.
Mas eu simplesmente sai de lá e fui para o meu carro, queria só um banho e minha cama...
