"O Amor É Cego!" - Capítulo 07

Um conto erótico de Garoto Dv 18
Categoria: Homossexual
Contém 2235 palavras
Data: 25/06/2012 08:13:45

Oi Gente,

Demorei um pouco mas vai aí mais um capítulo.

Adianto que esse capítulo terá um pouco de religiosidade, e não terá

senas eróticas.

porém, ou o capítulopromete!

Abraços,

Garoto Dv.

Natan não conseguia falar mais nada. As lágrimas e os soluços o impediam. Apenas abraçou a mãe, beijou-lhe a face e saiu. Saiu para talvez não voltar mais.

Começou a andar mecanicamente em direção a casa de William. Esbarrão em

alguém aqui, tropeção alí, batia a cabeça a colá, mas ia seguindo e

manuseando a bengala sem a mínima atenção; seus pensamentos estavam nos

últimos acontecimentosRecordaçõesNatan começava a se lembrar de como conheceu Renato. No primeiro dia de

aula, através de Pedro, que também ele havia conhecido no mesmo dia,

alguns minutos antes. Lembrou da conversa agradável que eles tiveram

enquanto Pedro fazia ed. Física; lembrou de quando ficou com Pedro no

aniversario de Renato, lembrou por fim da tarde inesquecível que passou

com Renato; foi nessa tarde em que um confessou o amor que sentia pelo

outro, foi nessa tarde que os dois se beijaram e foi nessa tarde que seu

pai havia flagrado os dois dando o seu primeiro beijo. E pensar que essa

tarde maravilhosa tinha sido algumas horas mais sedo!

- CUIDADOOO - Gritou uma senhora, tentando impedir a queda de Natan; o

problema era que Natan havia acabado de tropeçar no monte de areia e

já era tarde para algum aviso.

- droga!

- você se machucou? - perguntou a senhora com uma sincera preocupação.

- não, só me sujei... - disse Natan tentando limpar a calssa para levantar-se.

- ok, tome cuidado... é uma irresponsabilidade isso que fazem. Entulham

coisas no meio do paceio!

- é verdade... obrigado, senhora.

- de nada.

- Era só o que me faltava: ficar com a roupa suja! - pensou Natan em

voz alta. Foi caminhando a paços largos e em meio a muitos tropeções

chegou na casa de William. Tocou o interfone, William abriu o portão e

ele entrou.

- Oi Natan! - disse William abraçando Natan.

- Willll... que saudade!

- Eu também! Agora entra, você vai me contar tudo.

Entraram, e depois de conversarem e Natan explicar sua situação a

William, ficou decidido que ele ficaria na casa de Will o tempo que

precisasse. Comeram Pizza, conversaram, combinaram de visitar Renato no

hospital no dia seguinte, e finalmente o sono chegou.

Natan foi para o quarto de hóspedes, como era de costume quando dormia

na casa do amigo, e logo sentiu-se confortável. Começou a fazer sua

prece, e logo sentiu um cheiro forte de mato invadindo suas narinas.

Aquele cheiro era conhecido, significava que seu caboclo estava dando um

sinal de que estava próximo a ele.

- KIÔÔÔÔÔ! Salve, meu fio! - falou uma voz que ecoava na mente de Natan.

- Salve, meu pai... - Falou Natan embaraçando-se com as palavras, porque

essa era uma das poucas vezes que ele sentia através de sua mediunidade

a presença do seu guia.

- caboco num pode demorá muito por essa terra... caboco tá aqui pra

dizê que tá correno gira pra o cavalo, que os momento de dificuldade

que cavalo de caboco vai passá vai serví pra muita coisa, que é pra

cavalo de caboco perduá o pai assim como nosso mestre maió perduô

aqueles que o julgava. Nóis tá com voz, meu fio... confia, confia no

grande, confia no nosso pai maió, confia em caboco das mata vírge... confia no amor que voz sente pelo

moço, que o moço vai ajudá voz passá por tudo isso... e voz vai ajudá o

moço também... num existe

sentimento mais forte que o amor, e quando algo tem de ser, ninguém por

mais que tente atrapalhá, consegue. caboco vai e quer que voz fica na paz

do nosso pai maió. Salve oxóssi, salve zambi, salve tupã... KIÔÔ!

KIÔÔÔÔÔ, KIÔÔÔÔÔÔÔÔÔôô.....

O grito daquela voz que ecoava na mente de Natan foi sumindo, e com o

grito ia sumindo também o cheiro de mato. O que ficou foi a certeza em

Natan de que acontecesse o que acontecesse, ele estaria amparado e que

tudo tinha um propósito. Natan chorava alto, soluçava muito...

- Natan?

- Entra...

- oooh amigo, sei que as coisas não tá fácil, mas não precisa chorar

assim... vamos dar um jeito! - disse Wiliam, abraçando o amigo e

tentando consolá-lo.

- Não Will, não é isso... é que ele veio! ele veio dizer que tá comigo!

- O Renato? - perguntou William com cara de espanto.

- Não seu bobo! - disse Natan caindo na gargalhada - O meu caboclo!

- ah!

No dia seguinte os dois amigos acordaram cedo para conseguirem chegar a tempo no

horário de visitas do hospital. tomaram café, se arrumaram e foram em

direção ao hospital. No caminho William encorajava Natan, que tremia

muito de ansiedade.

- Calma migo, daqui a pouco chegamos!

- ai Will, será que ele vai querer falar comigo? será que a familia dele

não vai barrar minha entrada? será...

- chega, Natanzildo, chega... não morra por antecipação!

- tá... mas Will, e se o renato não quiser...

- Cala, A, Boca, VIADOOOOH! - os dois riram.

Depois de um tempo interminável dentro do ônibus, eles chegaram. Natan

tremia de ansiedade, estava preocupado. Qual seria a reação de Renato

ao vê-lo? e a familia de Renato, será que estaria lá? e se estivesse o

que Natan iria dizer? será que a essa altura todos eles já sabiam? As

dúvidas de Natan foram interrompidas pelo diálogo que deu-se entre Will

e um outro rapaz.

- qual o nome de vocês? - perguntou o moço da recepção.

Após William informar os nomes e o paciente que iriam visitar, a entrada dos

dois foi liberada. Quando entraram, para a sorte de Natan, quem estava

com Renato era a irmã dele.

- Natan! que bom que veio! - disse renato abrindo um largo sorriso.

- o-o-oi Na-na-nato... você tá bem?

- agora estou!

- bem... vou dar licença, acho que vocês precisam conversar. Qualquer

coisa manda me chamar, maninho... se papai ou mamãe chegarem aviso.

- ér... então... b-bem eu vou alí comer algo... estou morrendo de fome -

despistou-se também William.

Quando os dois ficaram a sós, Natan foi procurando Renato.

- Nato,, aonde você tá? preciso fazer uma coisa.

- aqui, pra direita... isso, vem reto... cuidado, vai encostar na cama.

pronto, chegou. O que você quer fazer?

- isso - disse Natan procurando com as mãos o rosto do seu amado e o

beijando com toda sua paixão, com todo o seu desejo, com todo o seu

carinho... não um beijo violento, mas um beijo forte, um beijo de quem

precisava daquilo, como se o beijo de Renato fosse o que fazia com que

ele vivesse.

- ai, nato... não sabe o quanto pensei em você de ontem pra hoje... o

quanto queria esse beijo, o quanto queria saber que você estava bem...

- eu também, amor... não dormi direito anoite, e nem foi por causa das

dores... foi porque eu estava morrendo de preocupação com você, e de

saudade também. Como você está?

- estou bem... mas peraê... você me chamou de que?

- é... eu te chamei de... de... de amor... - disse Renato, vermelho e

bastante envergonhado. Natan o beijou com mais carinho ainda. Um beijo

calmo, um beijo de amor, um beijo de quem quer cuidar, um beijo que só

quem ama sabe dar.

- Natan, e seus pais? fiquei preocupado com a reação deles.

- é... é... é... bom, não vamos falar disso agora...

- vamos falar sim. Pelo seu jeito, a reação dele não foi nada amigável

com relação a sua sexualidade, estou certo?

- é... então, o pior é que está... não moro mais na casa dele.

- como não?!

- ele me botou pra fora de casa. Segundo ele, ele me deu escolhas. Ou eu

"aceitava jesus" na igreja dele, e "me livrava dos demônios", ou eu não

tinha mais pai.

- nossa! que horror! - disse Renato abraçando o outro. - Como alguém pode fazer

isso? e agora, como nós ficaremos com isso tudo? - ambos começaram a chorar abraçados.

- Nato?

- ham?

- escuta: eu te amo. E não tem familia, não tem religião, não tem regras, não

tem sociedade, não tem porra nenhuma que vai conseguir nos separar.

- eu também te amo - disse renato abraçando e rindo do jeito espontâneo

de Natan.

- sabe Natan?ontem sonhei com um homem... Ele era meio esquisito, parecia um índio... ele falava algo de você,

da gente... não me lembro de muita coisa, mas ele falou pra eu não

desistir do amor que sinto por você... falou que quando o amor é

sincero, por mais que as pessoas tentem atrapalhar, não conseguem. Parecia tão real!

- obrigado, meu caboclo! - disse Natan em voz baixa, mas que foi ouvida por Renato.

- o que?

- meu caboclo... ontem falei com ele, ele foi até onde eu estava... e

disse a mesma coisa!

- nossa, jura?

- sim...

- então já que ele disse, quem somos nós pra descordar? "o homem é o

cara!" - os dois riram e logo após deu-se um silêncio chato. Parecia que

eles estavam pensativos.

- Nato?

- oi baby.

- mesmo assim eu tenho medo...

- medo de que?

- de você encontrar outra pessoa... alguém que enxergue, sei lá... alguém que seja mais bonito que eu... e sei lá, eu ficar sem você...

- já disse que te amo, não já?

- sim... mas...

- então se eu te amo, eu quero você... não quero ninguém que enxerga,

não quero alguém mais bonito, até porque você é lindo. Não quero outra

pessoa, Natan, além de você. Você mudou minha vida em muito pouco tempo,

você me fez enxergar as coisas de uma outra forma, você me fez sentir o

que ninguém havia feito... é com você que eu quero ficar, pra sempre. -

os dois se beijaram e esqueceram do tempo.

- Renato, seu viado! você me passou um susto! tá melhor?... q-q-quê é isso aqui? N-n-natan? N-nato?

v-v-vocês... vocês... bem que você disse, NatanP-p-p-pedro... é... nós... - Renato tentou explicar-se.

- não, não... eu entendi... volto outra hora. Desculpa atrapalhar! - Pedro falou saindo em disparada para fora do hospital.

- gente, desculpa. Eu tentei impedí-lo de entrar, mas ele tava

irredutível. Queria porque queria saber notícias do amigo, e nada o fez

esperar. Aí tive que deixá-lo entrar, ou eu levaria um soco daquele

bofe gostoso... bem, é... então,... apaguem isso. Mas bem, Natanzildo, seu horário de visitas acabou.

- ahahahaaa, Natanzildo? que fofo!- disse Renato em tom de brincadeira.

- William, sua bicha, você me paga... Natanzildo é a vó.

- vó?! você já tá tão velha assim?

- vai te catar - Natan deu um tapa em William.

- aaaaaiê, ai... não fica brava vó, eu quietei. - Todos riram. William

tinha esse dom de fazer as pessoas rirem. Era um garoto extremamente

bem-humorado, e o seu jeito excessivamente

afeminado quando ia fazer alguma brincadeira dava um ar engraçado.

- mas não dá pra ele ficar nem mais um pouco? - perguntou Renato, com

voz chorosa.

- não, não... o horário acabou a muito tempo, eu ainda convenci as

enfermeiras em deixar o "pobre do ceguinho" com o "único amigo dele" por

mais tempo. Mal elas sabem, coitadas, que esse pobre do ceguinho é uma

bicha louca, e que esse único amigo é na verdade... bem, o que vocês são

mesmo? - Renato riu, Natan ficou sério e disse em tom nervoso:

- William, William... para!

- ui... tá, vó, parei... já sei o que me espera depois, é melhor parar. Vai

que ela se revolta e faz um despacho pra mim! credooo! eu não quero

ficar careca, não quero ficar sem bofe, não quero ficar mais pobre do

que já sou... desculpas, meu querido amigo, mil desculpas...

- ah, bonitinho... e eu ia gastar galinha com você? galinha tá cara, benhê!

- que anarquia é essa? Menino, o que você está fazendo aqui? - era a mãe

de Renato, que acabara de entrar no quarto. A última frase, ela disse

cutucando Natan.

- mã-mãe, o Natan veio me...

- perguntei a ele, Renato...

- Senhora, eu vim visitar seu filho. apenas isso. - disse Natan em voz firme.

- e com que cara você vem visitá-lo depois de tudo que vocês fizeram?

- mas justamente: foi por tudo que nós fizemos, e tudo que nós sentimos, que

eu vim visitá-lo!

- tudo que vocês sentem? como pode falar pelo meu filho? SE VOCÊ É

VEADO, ELE NÃO! ELE APENAS COMETEU UM ERRO! UMA BESTEIRA, TEVE UM ATO

INSANO! MAS ELE JÁ SE CUROU DISSO, TÁ OUVINDO??!

- MÃÃÃÃEEEEEEE, PARA! você disse que ele não pode falar por mim, mas a

senhora também não!

- CALA A BOCA!!!! POSSO, SIM! SOU SUA MÃE!!!

- EU NÃO TERMINEI, MÃE! - disse Renato se acalmando para prosseguir - Já

que não quer que ele fale por mim, vou falar então. Eu amo o Natan, não

estou arrependido de ter beijado ele, não foi um ato insano. Se a

senhora quer chamar os gays de veado, muito bem. Nós dois somos veados!

e nem a senhora, nem ninguém vai mudar isso. Pode me trancar, me mandar

pra outro país, outro planeta, até pro quinto dos infernos. Mas mesmo

assim, mesmo longe dele, mesmo que tivessem o poder de me obrigar a casar com uma mulher

e eu me tornasse infeliz com uma renca de filhos pra sustentar, mesmo

assim, eu continuaria sendo um "veado"! lá no meu íntimo eu continuaria

sentindo atração por homens, continuaria querendo beijar um homem,

querendo ser amado por um homem. É um filho infeliz que a senhora quer,

d. Josefa?

- não, por isso mesmo que... - Renato mais uma vez interrompeu a mãe:

- não terminei. Já que não é um filho infeliz que a senhora quer, mãe,

me deixa ser feliz! me deixa ser eu! me deixa ficar com quem eu amo!

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Comentários

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Olha não é o tipo de conto que eu tenho costume de ler, mais gostei da dinâmica é da sinceridade que foi escrito, me deixou curioso pra saber o restante da história, uma pena que você não escreveu mais nada durante esses 11 anos, tentei achar em outros sites.

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parabéns seu contos são de mais sou fã deles se puder ler e comentar os meus

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