Continuando...
Faltavam cerca de três dias pro aniversário dele, eu tava dando uma volta pelo shopping e vi na vitrine de uma loja um óculos de sol muito lindo, a cara dele, entrei e comprei, mesmo se eu não passasse o dia com ele, daria o presente. Pedi pra fazer um embrulho legal, minha parte estava feita.
Eu já estava um pouco melhor, já encarava a situação, mas o que era difícil era ficar sem ele. Aquilo tudo me fez questionar se não seria melhor eu ter ficado com o Victor do jeito que as coisas estavam. Mas logo esse pensamento saiu da minha cabeça, mesmo todo esse drama agora era melhor que não sentir nada.
Eu sentia uma falta absurda do Ricardo, no shopping tudo me lembrava ele, os lugares que ele comia, as lojas que ele mais gostava, tudo aquilo. Mas eu tinha que pensar em todas as possibilidades, eu tinha ficado sabendo pelo Ga, que quando contaram ao pai da moça, Aline era o nome dela, ele fez questão que ele se casasse para assumir totalmente o compromisso com a moça e a criança.
Aquilo tinha me deixado em choque, também não queria vê-lo casando, mas tinha que entender que aquela criança tinha que ser mais importante pra ele que qualquer coisa, até eu mesmo. Aquele bebê era outra vida, precisava de amor, carinho, um lar estruturado.
Resolvi aquele dia passar na minha casa, não sabia que eu veria o que eu vi lá. Logo que parei o carro, do lado de fora já que só cabia um na garagem e o dele estava lá. Eu não sabia que ele estava lá, se soubesse nem tinha ido, mas eu precisava falar com a empregada, aproveitei que aquela tarde a escola que eu trabalho estava passando por dedetização.
Chegando lá, escuto uma conversa, quando abro a porta da sala, estava Ricardo em um sofá assistindo TV acompanhado de uma moça. Eu entrei, eles se assustaram, mas fiz menção de perguntar.
Eu: - Quem... é você? – me referi a moça.
Moça: - Eu sou A-Aline.
O sangue subiu, o aquela vagabunda tava fazendo na minha casa?
Não pude deixar de notar que ela era uma moça bonita, a típica gostosa, corpo bonito, seios fartos, bumbum grande, roupas bem curtas.
Eu: - Eu posso saber o que você ta fazendo aqui? Vai embora, agora! – Eu disse quase gritando, eu estava alterado.
Ricardo: - Perai, vamos conversar primeiro.
Eu: - Perai o caralho, eu quero essa vadia fora da minha casa em dez minutos, ou quem tira ela daqui sou eu.
Nem me toquei que estava falando de uma mulher grávida, eu não usaria violência com ela, mas queria ela fora de lá, afinal de contas, aquilo era desrespeito, pra mim era pior que dançar em cima do meu túmulo quando eu morresse.
Ricardo: - Serio amor, vamos conversar.
Eu: - Não me chama de amor.
Aline ficou sem entender, não sabia se ele tinha contado a ela que era gay ou não.
Chamei ele e fomos até nosso antigo quarto. Quando chegamos ele sentou e eu fiquei em pé.
Ricardo: - Sabe o que é? Quando eu fui falar com o pai dela, ele fez questão que eu casasse, quase me bateu, disse que era atitude de homem e que ele não deixaria a filha ficar falada por aí, que eu tinha que assumir a criança, essas coisas.
Eu: - Aonde isso é problema meu? Não to entendendo. – Disse rindo de deboche.
Ricardo: - Ele ficou bravo quando eu disse que ia pensar.
Agora eu tinha ficado bravo, não acreditava que ele tinha cogitado essa ideia de verdade, de casamento.
Ricardo: - Ele então disse que ela não continuaria em baixo do teto dele, que agora ela não era mais problema dele, era problema meu. Eu concordei e peguei as coisas dela, aí como tínhamos dois quartos sobrando aqui, disse que ela podia ficar aqui já que você não está em casa, eu ia conversar com você.
Eu: - Caramba, você solucionou todo o problema, hein? Pega o seu problema e traz pra minha casa, eu não tenho que aceitar ela aqui. Quer saber? Vamos vender essa casa, não tem mais nada pra NÓS, só tem pra vocês,vamos vender essa bosta e cada um fica com metade, problema resolvido.
Acho que ele não esperava por essa, no fundo ele achava que tudo ia ficar bem.
Ricardo: - Calma ai amor, não faz assim também, acabamos de comprar, reformar, deu o maior trabalho, isso aqui é seu sonho, não é certo isso. Por favor, pensa melhor, ela não tem lugar pra ficar, ela precisa de bons cuidados e tudo mais.
Eu: - Como eu disse... Não é problema meu.
Eu não sou mau, nunca fui, mas eu tava tão cansado dessa história de ter que aceitar e entender tudo. Que eu não raciocinava direito, mas era tão irritante, ver aquela vaca no meu sofá, assistindo minha TV, se sentindo a madame, com aquela cara de triunfo, sendo tratada que nem rainha pelo Ricky e pela empregada.
Eu: - Você ao menos, contou a ela que você é gay? Ou ao pai dela?
Ricardo: - Contei a ela, mas ela não liga, ela também quer casar, diz que pode me fazer mudar de ideia e que esse pode ser o primeiro de muitos filhos. Minha mãe acha que eu tenho que casar, meu pai me apoia em qualquer decisão.
Era exatamente o que eu esperava dos pais dele.
Ricardo: - Meu aniversário ta chegando, sai pra jantar comigo, por favor? Não quero ficar com mais ninguém, pelo menos no meu aniversário. Se eu te aborrecer você pode levantar e ir embora.
Eu me calei. Olhei pra ele, acenei positivamente com a cabeça. Ele abriu um sorriso enorme que eu não entendia o porque. Desci e conversei com a empregada, falei sobre lavar as janelas, as roupas de cama, essas coisas, ela disse que eu fazia muita falta naquela casa e que a Aline se sentia a dona do pedaço.
Fui embora e o Ricky ficou me olhando da sacada.
No dia do aniversário dele, combinamos de jantar num restaurante muito chique, eu me arrumei o melhor que pude, ele me buscaria e iríamos em um carro só. Eu estava um pouco ansioso, por que eu não era de ferro sentia muita falta dele, mas não estava segurando a bandeira branca.
Ele chegou e eu entrei no carro, ele estava tão lindo e tão cheiroso, não quis entregar o presente ainda, então pus no banco de trás. O restaurante era chique de mais, as pessoas educadas, era muito lindo. Sentamos na nossa mesa, que tinha um bom espaço das de mais pra não ouvir uns a conversa dos outros, era tudo muito chique.
Na mesa, ele não tirava os olhos de mim, então eu peguei o presente e entreguei.
Eu: - Eu vi na loja e achei a sua cara, é só uma lembrancinha.
Ele abriu e abriu um sorriso.
Ricardo: - É muito lindo, é incrível o quanto você me conhece.
O silencio imperou, eu tava me segurando muito lá pra não cair na lábia dele, mas eu lutaria ao máximo.
Comemos quase em silencio, ele que quebrava o silencio.
Ricardo: - Você é muito elegante, esse lugar é sua cara, eu me sinto um homem das cavernas aqui.
Eu ri apenas.
Ricardo: - Fala comigo, por favor, eu sei que eu te magoei, sei que é coisa de mais pra você, mas eu nunca quis causar esse sofrimento, nunca quis deixar as coisas assim, se eu pudesse faria tudo diferente.
Eu: - Eu to tentando entender, perdoar se é que tem algo a perdoar, to tentando com todas as minhas forças, mas to com tanta mágoa, de um jeito que eu nunca tive, agora eu sei de verdade o que é um coração partido.
Ricardo: - Você não sabe o quanto eu me odeio por isso. Se passar seu ódio pode me bater, me bater até passar, até melhorar, tudo ficar bem e você dizer que me ama e ficarmos juntos outra vez. Minha vida não é a mesma sem você.
Ricardo: - Eu não sei fazer nada sem você, não consigo dormir a noite sem você lá comigo, eu me sinto o pior de todos os lixos.
Eu: - Eu não sei o que te dizer, queria ter um jeito fácil de te perdoar, de esquecer tudo isso, mas eu não consigo. Algo dentro de mim me diz que eu tenho que te deixar ir e ficar com ela, casar sei lá. Mas eu também não quero isso.
Ricardo: - Você tem o tempo que precisar, mas eu sinto sua falta, ta tão foda pra mim.
Eu deixei cair uma lágrima, eu não queria chorar ali, me levantei pra ir embora.
Ricardo: - Fica, por favor, vamos comer a sobremesa.
Eu: - Não tem clima mais.
Ricardo: - Com clima bom ou não, eu só quero ficar com você.
Eu fiquei, a comida e a sobremesa do lugar eram ótimas, uma delicia, comi muito, ele pagou a conta e fomos embora.
Ricardo: - Quer que eu te deixe aonde?
Eu: - Na casa do Ga.
Fomos o caminho todo em silêncio, ele pôs a mão sobre minha perna sempre que dava, eu não gostava muito, mas também não tirava. Chegando lá, na hora de descer, ele travou as portas de novo, pôs a mão no meu queixo e virou meu rosto em sua direção.
Ricardo: - Eu vou te reconquistar, vou ter você de novo. Eu te amo. – Olhando nos meus olhos.
Eu não disse nada.
Ele então me puxou mais ainda e me beijou, eu acabei correspondendo, eu sentia tanta falta daquilo. Nos beijamos de maneira urgente, como se fosse a última vez, ele explorava meu corpo e me puxava pra mais perto ainda. Tava ótimo, seria ótimo, se não fossem as circunstâncias erradas. Ele me puxou mais ainda e afastou o banco, me pôs sentado no seu colo, e foi até meu pescoço, eu tentei dizer em meio a pegação.
Eu: - Para, por favor.
Mas ele não parou, voltou pra minha boca, estávamos no meio da rua, em frente a casa do Ga, ali não era lugar e aquele não era o momento certo. Ele voltou a me beijar, desci do carro sem olhar pra trás, abri o portão, ele entrou junto comigo, achei que fosse pra falar com o Gabriel. Ele me seguiu até o quarto, lá ele fechou a porta, me pegou no colo, enrolou minhas pernas em volta da sua cintura, ele tomou totalmente o controle.
Me pôs na escrivaninha, e me beijava com muita urgência, tirou a camisa muito rapidamente, eu não queria parar, eu devia, mas não queria.
Ele tirou a calça, e minha roupa bem rapidamente, fomos pra cama, lá ele beijava meu pescoço e minha boca com muita urgência, quase machucando. Ele estava muito excitado, então ele me penetrou, sem lubrificação nem nada, doer doeu lógico, mas eu sentia falta daquilo, dele, de senti-lo dentro de mim, eu não era de ferro. Ele penetrava fundo e muito, mas muito rápidamente, só ouvia sua respiração ofegante, seus gemidos eu estava muito excitado com a situação também. Ele era muito bom, sabia o que fazia, sempre me deixou louco, era uma delicia em todos os sentidos, quando seu corpo sarado tocava em mim, eu sentia um choque por todo o corpo, não demorei muito a gozar e nem ele.
Depois ele me virou de frente e me penetrou daquele jeito que sempre me deixou louco, olhando nos meus olhos, eu comecei a chorar sem perceber, mas não parei, nem ele, ele beijava em volta dos meus olhos contendo as lágrimas, ele gozou dentro de mim de novo, mas não tirou, ele ainda estava excitado. Continuamos naquela posição a noite toda, ele gozava e logo voltava a olhar nos meus olhos, respirar ofegantemente e gemer, me beijar, foi muito bom, eu chamei aquilo de sexo de saudade, parecia o ultimo.
Caímos no sono rápido logo depois que acabamos. Quando acordei, estávamos deitados de conchinha, ele estava muito colado em mim, com certeza pra eu não sair de lá sem ele sentir, eu me sentia arrependido mas me sentia saciado, agora eu estava mais confuso do que nunca, não sabia o que fazer, o que dizer nem o que pensar, mas estava até que alegre. Pelo menos me sentia completo.
____________________________________________________________________________________________________
Eae pessoal ta aí mais uma parte da história, espero que vocês gostem. Muito obrigado por tudo, comentários, notas, e-mails, vocês são de mais, é muito bom escrever pra vocês. Qualquer crítica e sugestão são bem vindas.
E-mail para contato: marcio.casadoscontos@hotmail.com
Até mais ;)