Galerinha, desculpa por ter me ausentado por esses dias, mas houve um imprevisto já resolvido. Espero que gostem dessa parte e adorei de verdade a opinião de vocês nos comentários. Comentem sempre mais hein. Obrigado e boa leitura...
Arrumei tudo, segurei minhas coisas e me virei.
Lá estava Bruno, me olhando de uma forma que nem consigo decifrar. Até que ele me disse:
- Olha, se você quiser ir eu não vou te segurar mais aqui. Só pensa no que você tá fazendo. Da mesma forma que eu fugi, você tá fazendo isso. Agora é a minha vez de duvidar dessa parada que você diz ser amor. Faça o que você quiser, mas se esqueça que não tem volta!
Ele estava certo! Por mais que eu tivesse chateado e com raiva, a minha decisão iria culminar no fim ou num novo começo do nosso relacionamento. Com Bruno tudo era intenso. Desde o primeiro momento nossa situação era delicada. Era 8 ou 80. Mas convenhamos, éramos irmãos.
Se para um casal gay haviam milhares de problemas, imaginem para um casal gay de irmãos!
Tudo era novo pra mim e desafiador para ele. Mas de uma coisa eu tinha certeza: era amor. Por mais que ele demonstrasse medo e deixasse claro o ogro que ele era, eu não podia duvidar de seus sentimentos. Fazendo isso, eu me chateava mais que a ele.
Mas sem desviar do foco, eu precisava tomar uma decisão. Mais uma vez, tudo estava nas minhas mãos. O olhar de Bruno deixava claro sua decepção com relação à mim. Eu precisava fazer alguma coisa:
- Bruno. Eu te amo muito, muito mesmo.
O abracei. A ficha tinha caído. Eu poderia perde-lo pelo que tinha dito e pelo que planejava fazer. Logo agora que tudo estava caminhando bem, o egoísta era eu. De fato minha primeiro vez foi péssima, mas nem 20% disso era culpa dele. Eu tinha que reconhecer.
Ele me beijou, alternando pedidos de desculpas no meu ouvido.
- Bruno, eu que tenho que pedir desculpas. Eu agi como uma criança. Me perdoa?
- Sempre! Você é meu bebezinho tá?!
Nossa, eu estava nas nuvens. Ele tinha me perdoado. Comecei a retirar minhas coisas da mala novamente, mas fui interrompido:
- Ei, pode deixar a mala do jeito que tá, fechadinha. Você não vai ficar por mais tempo aqui.
Meu coração disparou. Sua voz saiu mais trêmula que o normal.
- Bruno, por favor, não brinca comigo.
- É sério! Você vai sair daqui hoje. Aliás, agora.
Eu estava em choque. Ele tinha me perdoado, mas ao mesmo tempo estava me sacrificando?
Vendo meu rosto de incógnita, ele ponderou:
- Foi mal, expliquei errado. Nós vamos sair daqui hoje. Tenho uma surpresa pra você! Preparado bebê?
- Muito.
- Então vamos.
Só dei um beijo nele e nós fomos descendo as escadas agarradinhos. Era isso que eu queria, que eu sempre quis. A minha surpresa e felicidade só se aumentaram ao perceber para onde estávamos indo: pro apartamento, nosso cantinho.
Realmente eu tinha que assumir que o meu ogro não era mais o mesmo. Eu havia melhorado ele. Melhor, ele havia melhorado por mim. Tinha enfrentado sua mãe, moderado seu jeito bruto. Até suas palavras estavam melhor colocadas. Retornando, paramos em frente ao prédio.
- Bora subir?
- Claro Bruno.
Subimos e ele abriu a porta. Entramos!
- Carlinhos, hoje vai ser diferente. Bem diferente.
- Bruno, você está diferente. Esse é um dos motivos pra eu estar aqui a agora, sabia?
- Claro! Eu mudei por você. Tanto mudei que quero te entregar uma coisa.
Fiquei curioso. Ele ia me dar um presente? Com que propósito. Dúvidas. Nem percebi quando ele me entregou um pequeno embrulho.
- Para de pensar e abre?
Ele deu o sorriso mais lindo do mundo e eu abri o presente.
- Hoje faz 3 meses que eu fui pra sua casa em BH. Três meses que eu tô pirado em você. Claro que no começo eu tava com um medo do caramba né, pelo conjunto da obra. Digamos que num fui uma parada fácil. Mas eu percebi que não conseguia mudar isso e que você merecia alguém diferente do que eu era. Muito diferente! Mas eu decidi lutar por isso. Mesmo fugindo no começo, dizendo que eu tava afim de outro cara ou te ligando só pra ouvir sua voz, eu sabia que precisava de tu.
Meus olhos se encheram de lágrimas e vi que haviam no embrulho duas correntinhas. Ele continuou:
- Esse presente é pra nós dois. Quero partir pra algo mais sério e só depende de você. Carlinhos, bora morar aqui comigo como um casal, juntos. Enfrentando todas as merdas que vierem?
CONTINUA...