O Amigo da minha irmã X
Eu estava sentado na cama pensando em tudo que o João me disse... o João... o cara caiu na minha vida como que de paraquedas e do mesmo jeito misterioso ele foi embora. Naquele momento e nos momentos posteriores eu nem percebi que depois que ele saiu daquele quarto eu nunca mais o vi na minha vida. Mas isso está pra mudar, um amigão meu, o Lucas, me chamou a atenção para isso, porque eu não o procurei depois do que ele fez por mim? Já marquei com o Luizinho e vamos para Rio das Ostras esse fim de semana, caçar o João!
Enfim... voltando para a história, eu estava sentado lá refletindo sobre minha sexualidade e minha dificuldade em dizer para mim mesmo que eu era gay. Pra mim tudo aquilo era uma fase maluca e eu ainda sonhava em arrumar uma mulher e ter filhos, ou seja, constituir família e quantos gays que estão lendo esse conto não é assim como eu era. Era pra mim inconcebível meu futuro ser ao lado de outro homem e a frase do João martelava em minha cabeça: “Você é gay e eu te falo uma coisa, você só vai ser feliz de verdade quando você aceitar isso em você.”.
O que eu deveria aceitar? Que no fundo eu estava louco pra colocar o Bruno de quatro na minha cama e socar muito nele? Que eu ficava pensando que sabor deveria ter a boca de outro homem? Que eu ficava imaginando brigando com quem quisesse me comer porque eu tinha que ser só o ativo? Eu olhava para o Bruno e não me via de mãos dadas com ele na rua, mas ao mesmo tempo eu sentia uma vontade enorme de passar o dia todo ao lado dele. Eu olhava pra ele e via um homem lindo demais que eu queria tocar, possuir, ouvir os gemidos, e dizer ao pé do ouvido que eu o amava, sem encargo de consciência. Eu queria apenas uma oportunidade e graças ao João ela tinha surgido.
- O que você quer falar comigo? – falou o Bruno ao entrar no quarto.
- Eu??
- Seu “amigo” falou que você queria falar comigo – como eu xinguei o João!!
- Eu?
- Sim, você! É verdade?
- Pode ser... – Assim ele entrou e fechou a porta.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Faz! – ele era lindo, eu agora o olhava com outros olhos, só nós dois ali, me fez pensar besteirinhas.
- Porque você sumiu ontem? Você é maluco? Sua mãe ficou preocupada pra caralho, rodou isso tudo atrás de você e você com um cara! Porra, custava avisar? – mas eu ri. – Do que você está rindo?
- É a primeira conversa civilizada que temos a tempos e você tá me dando um esporro!
- Você merecia muito mais!
- É? – o olhei de forma sacana. – O que mais eu merecia? – ele ficou muito vermelho.
- O que você tem? – estava botando pra fora todo o meu estoque de sedução.
- Nada Só parei de correr... você tá lindo hoje, sabia?
- Eduardo! Para com isso cara! Eu to falando uma parada séria com você... nós ficamos preocupados – cheguei mais perto.
- Hum... você ficou preocupado comigo é? Pronto, estou aqui agora, na sua frente. Pode conferir que estou bem. – peguei sua mão e coloquei no meu peito, ele apertou com determinação. Nessa hora minha rola subiu e eu arfei de tesão. – tá vendo? Estou legal – peguei a mão dele e desci pelo meu abdômen, ele apertava com gosto e o via com as bochechas rosadas, mas perto do meu umbigo ele puxou a mão.
- Você só pode estar bêbado! É um, é um idiota – e eu sorrindo de uma forma sedutora – Só faz merda – e virou pra ir embora, mas eu fui mais rápido, segurei seu braço e virei-o de volta pra mim, depois o empurrei contra o guarda-roupas, segurei e ficamos nos olhando um dentro dos olhos do outro...
- você não pode falar assim comigo garoto.
- Me solta!
- Quer mesmo que eu te solte? – e fui aproximando minha boca da dele...
- pode parar, tá legal! Eu sei o que você está fazendo... não vai ser sorrisinhos e olhadas que vão me conquistar Eduardo... Não foi pelo seu corpo que eu me a... – ele exitou.
- Fala! Que você se apaixonou né?
- Não mais! Foi um sentimento idiota!
- Eu já falei que gosto de você... o que mais você quer?
- Que você me deixe em paz!
- Tá, tá certo! Volta praquele viadinho que você chama de namorado! Mas eu não desisti!
- Não desistiu de que? Vai, o que você quer? – olhei novamente de uma forma sedutora e mandei:
- Você! - Ele ficou muito vermelho, se soltou e foi embora.
Eu fiquei no quarto mais um pouco, rindo de como ele ficou sem graça quando eu mandava olhadas e indiretas. Adorei fazer aquilo e a partir dali, seria minha especialidade, afinal a gente conquista as pessoas com atitudes, não só com palavras. Mas depois de um tempo eu desci e todos estavam ainda na varanda e eu me juntei a eles. Ao sair pela porta meu olhar procurou o dele e ao invés de me encarar ele desviou o olhar.
- Oh Yuri, chega pra lá seu folgado, vai ficar deitado no sofá?
- Senta ae! E ai? Como foi a noite?
- Sei lá, não me lembro de nada, bebi pra caralho, fiz uma garrafa de tequila de mamadeira.
- E o cara que veio com você?
- Pow acordei na praia, com ele dormindo do meu lado, ambos molhados e cobertos de areia. Ele falou que depois da balada fomos pra praia tomamos um banho e dormimos na areia.
- Ih! Tu é muito doido!
- Sou nada!
- Mas porque você saiu daquele jeito – perguntou minha irmã.
- Sei lá, saco cheio de algumas situações na minha vida... Mas agora decidi lutar pelo que eu amo. – e olhei pra ele. Só que ao virar para minha irmã ela estava com um olhar surpreso, não entendi bem o por que.
- Amanhã, sabadão, vamos pra Cabo Frio?
- Vamos sim! – e continuaram o papo, mas eu fiquei sentado bem de frente pra ele, só o encarando.
Deu para perceber que o namoradinho dele estava pra morrer e eu me divertia muito com isso. Eles cruzavam cada olhada como se o cara brigasse com ele só com olhadas.
Foi ficando tarde e nós resolvemos ir deitar. Tomei meu banho, coloquei minha cueca e fui pro quarto e lá encontrei os dois deitados no chão, o Yuri na cama de solteiro e a cama de casal para mim. Nem reclamei né... mas dormir no mesmo quarto que eles seria difícil, porque foi só a luz se desligar que eles começaram a se beijar. Eu via nitidamente os dois se pegando. Depois de um tempo olhando aquilo eu não aguentei e levantei, fui pra varanda e deitei na rede, acabei dormindo por lá. No outro dia eu acordei cedo e fui pra praia, pra correr e pensar no que eu ia fazer para conquistar ele, porque essa era minha meta... também sai cedo porque não queria ir a Cabo Frio ver os dois se agarrando. Mas quando voltei pra casa todos estavam lá, tomando café da manhã. Minha irmã me viu chegando e ficou me olhando. Eu entrei, sentei na mesa e comecei a comer:
- Bom dia pra você também, Eduardo! – falou ela.
- Bom dia a todos.
- Duh, queria falar com você mais tarde, tem como? – falou minha irmã.
- Tá certo, qual o assunto?
- Depois você vai ficar sabendo...
- Vocês não iam pra cabo frio?
- Que nada alguém amanheceu agarrado ao vaso – falou apontando para o Yuri.
- Ah para de graça, vai colocar um outdoor e contar pra Barra de são João inteira?
- Eita, cara, relaxa, só coloca gelo porque o rabo fica ardendo depois kkkk – mas ele num gostou muito da piada.
- Galera, vamos logo pra praia – falou o namoradinho, o tal e André.
- Praia! Delicia!Só espera um pouco que vou colocar minha sunga. – falei sorrindo pra ele, claro que com um ar de desafio.
- Ele também vai? – perguntou pro Bruno.
- Claro cara, ou vai privatizar a praia?
- Edu, não começa! – defendeu minha irmã
- Calma irmãzinha, to de boa. Espera ae.
Subi as escadas correndo e fui trocar de roupa coloquei uma sunga que fico mais que gostoso com ela e desci. Taquei meu Rayban preto na cara e fui com tudo. Fomos pra praia e lá ficamos numa área próxima dos bares então sentamos nas cadeiras e ficamos conversando (http://www.panoramio.com/photo/Ficamos algumas horas assim, logo vi o Bruno levantando e indo no bar, eu mais que depressa levantei e fui atrás dele.
- Oi meu lindo. – falei bem perto dele.
- oi. – disse ele secamente.
- Ai, vamos atrás do cemitério depois?
- Pra que cara?
- Temos que conversar.
- Conversar o que Eduardo?
- Pow, cara! Eu te curto pra caralho, para de me esnobar, não me maltratou demais não?
- Pow, você é chato heim!
- Ele tá te chateando Bruno? – era o namoradinho.
- Eu estou te chateando Morceguinho? – minha cara de cafajeste era impagável.
- N-não, só estávamos conversando...
- Não posso conversar com ele?
- Não! – ri novamente só que em tom de deboche, como eu era debochado, cínico, e metido a sedutor kkkk, adoro!!
- Hum... ae morceguinho, depois te arrumo uma carta de alforria, quando você fugir desse sinhozinho.
- Já comprou o que tinha que comprar Bruno?
- Já sim.
- Vamos pra lá!
- Eita! Colocou moral!! Vai lá Brunão, depois a gente conversa mais.
Ele foi na frente pisando firme, com a cara fechada pra caramba, e eu me divertindo demais. Assim que me juntei novamente ao grupo resolvi entrar na água, então tirei a camiseta, alonguei o corpo e depois tirei a bermuda, dando a famosa ajeitada no volume bem na frente do Bruno, o namoradinho ficou pra morrer por que ele sabia que o morceguinho estava adorando...
Fui correndo para o mar e fiquei lá brincando na água. Logo se juntaram o Yuri e minha irmã e ficamos conversando e brincando na água, de lá eu olhava os dois e vi que não estavam bem um com o outro. Eu tinha conseguido fazer eles brigarem , estava contente de verdade, mas essa alegria mostrou-se passageira quando vi o rosto do Bruno. Ele estava triste por ter brigado com o retardado, então não tinha como eu ficar feliz em ver o sofrimento ele... é... eu o amava!
Ficamos lá até uma da tarde, então voltamos pra casa pra comer, só que meus pais tinham ido pra Rio das Ostras e não tinha nada pra comer, então eu assumi a cozinha e fiz um macarrão com queijo de lamber os beiços. Depois do almoço caiu too mundo morto pelos cantos, dormimos, pelo menos eu, uma hora e às 3 estávamos voltando pra praia, só que para o bem de todos e felicidade geral da Nação, o namoradinho ficou dormindo.
Fomos para um lugar diferente e ficamos mais conversando que na água. Sem o André o Bruno conversava, brincava, era uma companhia muito agradável, com o marmanjo ele ficava sempre calado e observando tudo. Com o passar do tempo, vi minha irmã de chamego com o Yuri então falei que ia dar uma volta:
- É, esse lugar já deu, vou dar uma volta... vamos morcego? – e fiz um aceno pra ele notar os dois.
- Tá, vamos nessa.
Era umas 4 horas e fomos andando em direção à Capela de São João que fica a frente do cemitério. De lá fomos a um monte que é a ultima ponta da barra, onde o rio São João encontra o oceano Atlântico. (http://www.panoramio.com/photo/Lá em cima ficamos olhando em volta e era realmente bonito, o oceano era uma coisa maravilhosa e sob aquele sol de fim de tarde ficava mais bonito ainda. Sentei na pedra, mas ele permaneceu em pé, então eu o convidei a conversar
- Bruno, podemos conversar agora?
- Não, não tenho nada pra falar com você.
- Como não tem? Cara você mudou minha vida radicalmente, você não tem ideia. Eu não paro de pensar em você, chego a pensar que estou maluco de tanta coisa que minha mente cria, coisas que não eram pra eu pensar. – ele sentou e ficou olhando os barcos entrando e saindo da boca da barra. – Desde aquele dia que eu peguei você no meu quart, mexendo nas minhas coisas, que você não sai da minha cabeça... A princípio eu só pegava no seu pé, mas depois eu queria estar perto, queria ficar com você.
- Você demonstrou isso muito mau, aquele tapa ainda arde no meu rosto até hoje. Você me xingou, me humilhou, me esnobou, fez pouco do que eu sentia e agora você quer que eu tenha pena de você?
- não, claro que eu não quero que você tenha pena de mim... quero que você esteja comigo como estamos agora. O único jeito que eu encontrei de parar de pensar em você, é ficando com você, assim não vou precisar pensar, vou te ver, te sentir, sentir seu perfume...
- você só pode estar brincando comigo! Para de falar essas coisas! Você não tem ideia do impacto disso nas pessoas!
- Tenho sim! Você me perguntou o que eu quero... e eu já te respondi... quero você.
- Pra que você me quer? Pra me mau tratar? Me humilhar, me chamar de morcego e de outras coisas mais? – tive que sorrir.
- Você é meu morceguinho – falei pegando no queixo dele. – Bem, meu não, mas quero muito que seja.
- NÃO VAI SER PORRA NENHUMA!! Ele é meu seu babaca! – o André apareceu do nada e veio pra cima de mim.
Ele pulou em cima de mim e começou a me socar, mas ele era fraco, então dei dois socos nele e o cara tava meio grogue já...
- Ele é seu é? Porra nenhuma! Ele é de quem ele escolher! - Eu estava com raiva dele, então dei mais uns socos e um chute na barriga. – Vamos valentão, vem dançar comigo vem!
- Para Edu! Chega.
- ele que partiu pra cima de mim cara, você viu ele maluco me batendo.
- Eu sei, mas chega, vocês parecem dois babacas brig... CUIDADO!!
Tarde de mais, o cara me deu uma paulada na cabeça e outra no braço. Eu ouvi aquele som oco na cabeça, tudo ficou embaçado então, apaguei!Sim... justo na paulada! Hj os comentários finais são meus, Luiz! Tão gostando? Deixem ai em baixo comentários e a nota ok? Muito obrigado a todos e todas por tá seguindo a gente...Esse num tem comentário pq num to de brincadeira com ele rsrs, então deixa pro próximo. bjuuusss!!