Einstein - Kelly Clarkson
Nem me dei o trabalho de responder, apenas me levantei, coloquei um shorts porque estava só de cueca, passei por ela e fui em direção ao banheiro e falei na maior simplicidade:
- ele é meu namorado – e fui tomar meu banho como se nade tivesse acontecido.
Não tinha acordado bem, nem dormido bem. Aqueles sonhos com ele continuavam e sempre da mesma forma, na estrada, amarrado, e com ele. Outro fator pra eu não ter dormido bem é o Pedro nunca vi pessoa se mexer tanto durante a noite, e ele jogava a perna em cima de mim, jogava o braço, depois virava, me abraçava, depois voltava a se mexer, era horrível dormir com Pedro, ele só se aquieta quando eu ponho minha cabeça no seu peito, ai consigo dormir, porque de outra forma é um verdadeiro martírio.
E outra acordar com uma loira burra, falando alto e fazendo pergunta idiota em plena 7 horas da manhã, era o cumulo. Ninguém tinha ensinado que antes de entrar no quarto dos outros se bate na porta? Nem queria saber o jeito que Pedro iria dar com ela, estava de mau humor, e se ela viesse falar alguma coisa pra mim iria levar uma mega patada. Quando ouço alguém batendo na porta do banheiro:
- posso entrar? – era Pedro
- entra – falei grosso
- você ta bem? – ele disse sentando no vaso e eu continuei meu banho numa boa só via seu reflexo no box, ele estava tirando sua roupa.
- to ótimo, melhor impossível. – ironizei
- então tem algum problema se eu entrar ai? Ele disse entrando, já estava sem roupa
Ele me agarrou por traz e falou no meu ouvido:
- me desculpa vai? Cê sabe que não foi minha culpa né? Nem dei bola pra ela?
- eu sei disso, mas égua da mulher chata, toda hora em cima isso irrita, vim aqui pra me divertir, passar o tempo, não ficar estressado. E o que ela falou?
- ela pediu desculpa, falou que não fazia ideia, ficou toda sem graça, foi só isso. - ele dizia dando beijinhos no meu pescoço.
Ficamos nos agarrando um pouco no banheiro, não transamos, afinal estávamos no banheiro e tinha outras pessoas querendo tomar banho. Saímos do banheiro rindo, só a Luana viu a gente saído junto e falou;
- vocês não tem vergonha nessa cara? Essa hora da manhã, por favor? – ela disse rindo e tampando os olhos
- não fizemos nada, eu juro. – falei rindo e subindo pro quarto
Não sabia se já íamos voltar pra Belém aquela noite, queria ficar e curtir mais, só de pensar que iria começar tudo de novo, aulas, estagio, já batia a preguiça. Decidimos ir pra praia e depois voltar dormir pra viajar com a estrada mais tranquila. Chegando lá muita gente bonita se divertindo, dançando, bebendo, mas uma coisa que eu não gosto na praia do Atalaia (a praia mais movimentada) são os carros/aparelhagem que tocam bregas 24 horas por dia, mas o resto é tudo de bom... não me juguem, mas não gosto de brega, são poucos que eu gostos e escuto, meu gosto musical é uma coisa muito estranha, enfim...
Voltamos da praia descansamos e umas 22:00, pegamos a estrada rumo a Belém, estrada tranquila, sem muitos carros. Chegando em Belém decidi dormir na casa do Pedro e de manha ir pra minha casa, estava morrendo de saudades da minha cama, do meu quarto. Fui checar as noticias, pois nem me dei o trabalho de entrar na internet quando estava viajando, quando eu vi.
Filho de empresário é liberado após três meses preso.
Comecei a ler a matéria, falava sobre Danilo, mas a historia estava totalmente destorcida, ele era acusado de estelionato, e fraude. MAS QUE PORRA ERA AQUELA??
Quando pensei, claro né os pais dele não iriam deixar todos saberem que o filho gay, ficou louco depois que terminou com o ex e depois bateu nele e no atual namorado do ex. ai a ‘’reputação’’ de machão da família iria ficar suja. Chamei o Pedro e ele meio que deu uma piradinha com a noticia... No outro dia fui pra minha casa, mas antes Pedro parou numa empresa de segurança e pediu um sistema de câmeras e alarmes. Chegando em casa e ele simplesmente saiu furando minha casa todinha e colocando milhões de alarmes, uma câmera na corredor, na porta da frente, no quintal, duas no meu portão e uma na garagem, dois alarmes sonoros nas janelas e ainda um botão pânico debaixo da minha cama que mandava uma mensagem pra empresa. Achei exagero, que não precisava de tudo isso, apesar de Danilo ser doido, ele não iria invadir minha casa depois de tudo.
Quando minha mãe chegou e viu toda aquela parafernália instalada na casa, ficou muito puta comigo e com Pedro, disse que era um gasto de dinheiro desnecessário, que agora a casa dela parecia um prisão de segurança máxima, que não ia ter privacidade e BLÀ,BLA,BLÀ... mas ai o Pedro com aquela lábia de advogado que seria pra melhor.
VOU ADIANTAR O TEMPO PORQUE NESTA EPOCA NÃO ACONTECEU NADA DE RELEVANTE
Já fazia 6 meses que eu e Pedro estávamos namorando, ele era ótimo, honesto, trabalhador, lindo, fiel, era tudo o que eu queria em alguém, agradecia a deus por ter mandando uma pessoa tão especial pra mim, que me entendia, que gostava de mim. Minhas aulas começaram e o inferno de passar madrugas a dentro estudando voltou, quem pensa que faculdade de moleza está muito engando, quem mandou gostar de enfermagem né? a única parte ruim era que Pedro ainda ficava preocupado comigo indo a pé todos os dias pra faculdade, quando decretou que ele iria me deixar e me levar todos os dias, pra não ter perigo do danilo tentar algo comigo, já fazia um mês que ele tinha saído da cadeia e nem aparecido mas mesmo assim Pedro me vigiava 24 horas por dia. E um pequeno detalhe ele comprou um canivete pra mim, no caso de proteção. Até parece que se um ladrão vim me assaltar eu vou puxar um canivete né? eu fico parado e deixo ele me roubar oras.
Num certo dia Pedro disse que não iria me deixar na faculdade porque estava com um caso pra resolver, mas iria me buscar na saída. Falei tudo bem e que eu ia a pé. Sai de casa e fui em direção a faculdade, era menos de 15 minutos caminhando de boa. Percebi que um carro ia devagar me seguindo, um carro preto, ele se aproximava mais, não tinha ninguém na rua, e estava mal iluminado, o carro parou mais na frente, abaixou o vidro, pensei em voltar mas continuei, nem olhei pra dentro passei direto quando eu ouço:
- oi, delicia – aquela voz
Apenas sai correndo eu ouvi o carro acelerar