As coisas estão mudando galera. E os comentários estão incríveis. Nota 10 pra vces. Espero que gostem, até a próxima, boa leitura...
- Desculpa, é que eu detesto que sintam pena de mim.
Como não iria conseguir segurar as lágrimas decidi sair. Deixei tudo e fui andando até o portão de casa, quando ele me segurou:
- Vou te falar então o que tá rolando. Pelo menos as coisas vão melhorar. Tá pronto pra ouvir Carlos?
Apenas acenei que sim com a cabeça e ele foi dizendo:
- Faz tempo que eu comecei a achar que era viado sabe. Tem muito tempo, desde quando eu morava no Rio. Tinha um carinha lá que ficava me cantando e eu só xingando o cara. E aí eu vim pra cá só pensando nele.
Nossa! Que burro que eu sou. Achando que ele poderia gostar de alguém como eu? Aff. Ainda mais seu irmão.
- Foi mal maninho. Eu não queria que você sofresse saca. Curto muito você e apesar da gente já ter brigado várias vezes você é demais cara. E muito corajoso também.
- Pena que não ajuda em nada...
Seus olhos se encheram d’água, assim como os meus. Eu estava muito triste, muito mesmo. Ele também, estava escrito no seu semblante. Me levantei pra evitar chorar em sua frente. Não queria que ele se sentisse culpado por uma interpretação errada minha. Me sentei na calçada esperando as coisas acalmarem. Percebi por várias vezes seus olhares na janela, mas sequer tive coragem de retribuir.
Nossa, eu estava louco por ele!
Aquele beijo, por mais transtornos que ele trouxe, não saía da minha cabeça. E eu não conseguia parar de pensar nisso.
Ouço meu celular tocando, mas nem penso em me levantar e atender. Mas uma coisa me preocupa: o celular parou de tocar rápido demais. Será que tinha sido só um toque? Ou alguém atendeu? Decidi conferir né. Abri o portão correndo, porém silencioso, ouvindo Bruno falando com o meu celular no ouvido:
- Não, ele não tá aqui não... Ah cara, já que você tá longe, esquece ele. Deve ter um monte de carinha pra você pegar aí... Então deixa ele em paz porra... Não, não é uma ameaça, ainda... Sei o que é amor sim, e muito.
- Bruno, que palhaçada é essa com meu celular?
- Maninho, foi mal. Não consegui segurar a vontade de atender esse playboy.
Peguei o telefone com certa raiva, mas Marcos já tinha desligado o telefone. Olhei para Bruno ainda sem entender sua reação.
- Que coisa é essa de atender meu telefone Bruno?
- Foi mal velho, não consegui segurar. Só de ver o nome desse cara no celular eu já fico puto.
- Mas porque essa raiva dele?
- Porque é por culpa dele que essa parada tá rolando. Ele te deixou sozinho e você tá sofrendo pra caramba aê! Prometeu um monte de coisas e eu não duvido que ele já sabia dessa viajem.
Não aguentei e me exaltei:
- Olha só Bruno. Não coloca o Marcos nessa história porque ele é o menos culpado disso tudo. E você não tem o direito de falar assim dele, tá ouvindo?
- Tá estressadinho por que gosta do playboy? Vai ver nasceu pra ser idiota mesmo. O cara só te pega, te come, vai embora e você fica defendendo?
Não aguentei. Por mais amor que eu sentia por ele, a raiva me subiu de tal forma que me fez esquecer de tudo. Me fez esquecer inclusive que ele é muito mais forte do que eu quando eu lhe dei um murro. Seu olhar me deu medo. Fiquei preocupado com a possibilidade dele revidar. Mas não. Ele apenas deixou clara sua decepção ao me ver e saiu da sala, batendo a porta.
Não havia arrependimento em mim, mas aquele soco com certeza doeu mais em mim do que nele. Subi pro quarto dividido. As vezes eu tinha certeza que ele só queria me fazer mal. Insinuou que eu sou um qualquer e me chamou de idiota. Ele tinha que ouvir umas verdades.
E eu precisava falar, senão eu ia explodir. Ele não estaria muito longe.
Peguei meu celular, as chaves e um dinheiro e desci, indo atrás dele. Essa história não ia ficar assim. Ele tinha me magoado demais. O tempo todo eu mostrando meu amor por ele, mesmo sofrendo pensando que meu irmão era o homem que eu amava e ele insinuando essas coisas?
Segui procurando por ele e nada. Ele só poderia estar em um lugar: no quintal. O mesmo quintal que eu fui depois daquele beijo.
Ele estava lá, abaixado. De cabeça baixa, chorando. Chorando? Por quê? Ele me esculachava e se sentia no direito de chorar por conta de um soco?
- Bruno? Por que você fez essa palhaçada cara? Eu quero ser seu amigo, não quero brigar mais.
- Quer saber de uma coisa? Que se dane essa merda de irmão.
De novo: outro beijo.
CONTINUA...