Love is the only game that is not called on account of darkness. (4)

Um conto erótico de Caio Rodrigues
Categoria: Homossexual
Contém 5111 palavras
Data: 10/07/2012 20:12:35
Última revisão: 10/07/2012 20:35:03

jhone15 - Esse conto foi feito para um blog AMERICANO, traduzimos para cá, pro site em que você leu. O título original é esse mesmo (Love is the only game that is not called on account of darkness).

Cw, suki dayo, frannnh e grimm - Obrigado! ;)

DoceMorena - De doce tu não tem nada, né? RS, mas saiba que pouco me importa sua opinião, mas só pelo fato de eu saber que você já leu e comentou, to satisfeito. Não gostou do conto? Tem quem goste!

PARTE 04 – DEAN E O PASTOR JIM

Dois meses depois...

Dean sabia que devia estar feliz. Ele queria estar feliz, mas não conseguia evitar o sentimento de que sua vida tinha acabado. Ele só sabia fazer uma única coisa. Caçar. E por conta de seu cérebro estúpido e olhos inúteis ele nunca mais voltaria a caçar. Ele não conseguia nem dirigir o seu amado Impala. Dean nem conseguia chegar perto dele sabendo que nunca mais sentaria nele e dirigiria de novo. Mas ele se certificou de que Sam o colocou cuidadosamente na parte de trás da casa deles e o cobriu com dois protetores.

Dean estava mal e com medo de fazer com que Sam se sentisse mal também fazendo com que assim ele fosse embora. Sam sempre o fez se sentir bem com sua coragem gentil e calma, mas recentemente Dean se descobriu com raiva e mágoa, estava sempre respondendo e gritando com as coisas que seu irmão fazia para ele e se odiava por isso. Ele amava seu irmão e queria dizer a Sam como se sentia, mas seu medo sempre vencia e acabava com medo de que Sam o amasse por pena.

Dean sabia que precisava retomar sua vida, mas era tão mais fácil afundar na depressão e não encarar o mundo. Todas as manhãs ele abria os olhos na esperança que sua visão milagrosamente tivesse voltado enquanto esteve dormindo. E todas as manhãs a escuridão o recebia e ele não conseguia esconder o sentimento de decepção. Ele estava sozinho, preso no escuro e com mais medo que tudo até das coisas que ele já tinha brigado e caçado. A escuridão que ele tinha sido condenado a viver para sempre o fazia se sentir só, isolado. Dean tremeu levemente – ele não conseguia se lembrar do ataque ou da batalha final com o demônio e isso o frustrava. Seu pai não ligava mais para ele nem o amava mais e se não tivesse sido por Sam, ele teria se afundado mais ainda. Dean sentia o desespero tomar conta dele, cada poro e às vezes o engasgava. Mas Sam o impedia de afundar e o fazia se sentir necessário, amado e Dean queria retribuir esses sentimentos desesperadamente. Ele queria tanto chegar à Sam, mas não sabia como. Seu coração doía às vezes sabendo que nunca mais iria ver o rosto de seu irmão de novo. Dean fechou os olhos tentando visualizar o rosto sorridente de Sam, mas não teve sucesso. Ele suspirou. Não podia ver. Nem podia falar direito às vezes. Não podia dirigir seu amado Impala. E não podia ver Sam. Era oficial – sua vida era uma porcaria.

Irritado e nervoso, Dean começou a andar pela sala xingando quando sua perna bateu na quina da mesa de café que ele tinha esquecido lá. “Filha da mãe,” ele xingou enquanto esfregava sua perna. Ele se jogou no sofá e deixou sua mente vaguear.

Eles levaram cinco dias para alcançar a pequena cidade. O Pastor Jim Murphy os esperava ansiosamente e o recepcionou de braços abertos na nova casa deles. Dean se sentiu imediatamente seguro e protegido. Jim tinha oferecido para instalá-los, mas tanto ele e Sam se negaram. Pastor Jim insistiu e disse que não aceitaria não como resposta e com isso arrumou um emprego de professor na escola da igreja e persuadiu o bispo a deixá-los alugar uma das pequenas casas do terreno da igreja.

A pequena casa ficava há 1 km da cidade. A casa tinha um celeiro nos fundos e um pedaço de terra cheio de árvores com um lago. A casa em si já era mobiliada, tinha dois quartos que tinha espaçoso banheiro que interligava os dois dormitórios, uma larga e confortável sala, uma cozinha completa e sala de jantar e um pequeno estúdio. Os irmãos adoraram a casa nem era tão longe nem tão perto da cidade. Pastor Jim e Sam colocaram alguns símbolos protetores ao redor da casa, no celeiro, na área das árvores e no lago, só por precaução.

Assim que mudaram para a nova casa, Pastor Jim resolveu os problemas médicos de Dean, marcando uma consulta com o médico amigo dele que ficava há 80 km da cidade em si. Felizmente, o médico ia uma vez por semana na cidade para consultas o que economizava Dean e Sam dirigir tudo aquilo quando Dean precisasse de algo. Seus remédios e dosagens foram controlados com o tempo e estava indo bem, a última convulsão que Dean teve tinha sido há um mês, o que o levou a passar dois dias no hospital para exames e ver a gravidade, depois de muito custo do médico. Tirando as reclamações e os testes, Dean sabia que isso ajudaria o médico com suas dosagens e ele estava grato por isso. Ele ainda tinha dores de cabeça, mas só quando estava chateado ou cansado, sua gagueira sempre ia e vinha, mas ele sabia lidar com ela, já as convulsões e a cegueira, eram outra história.

A única coisa que brilhava em sua vida era seu irmão. Sam estava feliz. Ele amava seu trabalho como professor da escola local e voltava pra casa todas as noites com histórias das crianças e sobre seu dia. Dean gostava de ouvi-las, mas sempre se sentia triste e inútil quando não podia ajudá-las. Eles tinham dinheiro o suficiente para viverem confortavelmente, mas Dean queria desesperadamente se sentir útil e ele absolutamente odiava não ser capaz de fazer as coisas que um dia ele não deu valor. Até para se trocar era um pesadelo e mais de uma vez Sam teve que avisá-lo de que sua camisa estava do lado errado. Dean tentou imaginar o rosto de Sam mais uma vez, mas sua mente ainda continuava em branco, fazendo-o morder o lábio inferior tentando parar as lágrimas. Ele tentou tirar esses pensamentos da cabeça e foi se aventurar do lado de fora, pegou seu casaco e vestiu, ele tentou fechar o zíper, claro que com alguns palavrões, mas conseguiu. Colocou um cachecol envolta do pescoço e pegou sua odiada vara branca, abrindo a porta. Um sopro de vento frio o recebeu e ele quase mudou de idéia e voltou pra dentro de casa. “Putz é só uma droga de vento frio pelo amor do guarda!” ele se reprimiu. “Você caçava fantasmas e todas as coisas que assustam.” Ele disse para si mesmo pegando o corrimão e descendo as escadas com cuidado.

Dean tinha que agradecer a Sam mais uma vez por sua independência embora ele não tenha sido muito gracioso nos últimos tempos. Dean estava sempre xingando e praguejando mesmo sabendo que Sam tinha outras idéias e estava determinado a estimulá-lo a sair de casa e como usar a vara. Depois Sam insistiu pra que ele contasse os passos pra se lembrar onde era e qual era cada loja do centro da cidade tudo para que ele se sentisse confiante de sair de casa sozinho. Dean tentou resistir, mas Sam gentil e calmamente conseguiu fazê-lo mudar de idéia.

Do portão da casa ele virou para direita indo até o centro da cidade que ele nunca tinha visto. Sam e Dean escolheram aquela cidade mais por questão de isolamento, mas foi Bobby quem ajudou Jim já que estava ficando difícil para os dois não atenderem mais os telefonemas de John.

Dean fez seu caminho cuidadosamente com a vara na sua frente como Sam tinha ensinado. Todas as manhãs ele fazia esse caminho guiado pelo barulho das brincadeiras, se negava a admitir que tivesse a ver com o fato de Sam trabalhar na escola. áo de isolamento, mas foi Bobby quem ajudou Jim jtnseguiu faztudo para que ele se sentisse confiante de sair de casa sozinho. maAs crianças gritavam de alegria e Dean sabia que algum jogo de bola estava rolando. Ele foi para o mesmo banco que sentou quando apareceu lá pela primeira vez e sentou-se sozinho de olhos fechados deixando que a alegria e felicidade das crianças banhassem seu corpo, bloqueando o resto do mundo, até que uma voz familiar o tirou do seu transe, mas não deixou de se assustar, abrindo os olhos e virando na direção da voz.

“Dean, desculpe, não quis assustá-lo.” Pastor Jim falou rindo um pouco.

“Isso foi maldoso! Assustando um pobre coitado garoto cego.” Dean brincou, relaxando. “Um Pastor pode fazer isso?”

“Provavelmente não, mas antigos hábitos não mudam.” Jim disse se sentando ao lado de Dean.

"Você ainda tem suas armas no porão? " Dean perguntou curioso.

“Dean, eu fui caçador trinta anos da minha vida, qual você acha que é a resposta?” Jim diz suspirando.

“Mesma coisa aqui.” Dean assentiu com a cabeça. “As armas que ficavam no Impala estão no nosso porão, trancadas.”

“Espero que nunca mais precisemos usá-las.” Jim falou dando uma tapinha no joelho de Dean.

Dean voltou sua atenção para as crianças brincando decidido a mudar de assunto, pensar em caçar o magoava muito, lembrava de tudo que não podia fazer mais. “Parece estar divertido.” Ele fala apontando na direção dos sons.

“É... as crianças gostam de brincar de bola.” Jim disse rindo. “Não pude deixar de perceber que você senta aqui quase todas as manhãs então pensei em vir fazer companhia.”

Jim estava observando o amigo há dez minutos decidindo se ia se aproximar ou não. Pastor Jim Murphy tinha um plano. Dean ainda estava bem pálido pro seu gosto e ele sabia que Sam estava preocupado. Eles já tinham conversado sobre isso e Dean iria cair em depressão profunda se continuasse desse jeito e eles não iam ser capazes de salvá-lo, então Jim decidiu fazer algo a respeito. Estava decidido a dar um empurrão em Dean e hoje era o dia. Ambos, Dean e Sam eram muito importantes para ele para não fazer nada, ele não precisou perguntar porquê, apenas sabia que Dean precisava de Sam e vice versa. Eles eram os lados opostos da mesma moeda e foram feitos um para o outro.

“Sam te mandou?” Dean perguntou carrancudo, olhando para frente e ficou mexendo no cachecol, nervoso.

“Ele só está preocupado com você.” Jim disse se esquivando da pergunta facilmente.

“Bom, da próxima vez que você se encontrar com ele, diga que eu tô bem tá?” Dean respondeu amargamente. “Talvez em você, ele acredite.”

“Dean, não fique chateado com Sam, ele se importa. Se a situação fosse o contrário, você estaria fazendo o mesmo. Eu sei que sim.” Jim falou pacientemente.

Dean mordeu o lábio inferior sabendo que, como sempre, Pastor Jim estava certo. “Pode ser.” Ele disse finalmente dando um suspiro e dando a usual levantada de ombro.

Jim riu alto. “Você nunca muda Dean Winchester,” ele riu novamente quando Dean colocou uma cara carrancuda de novo. “Mas me faça um favor, nunca, nunca mude. Seja sempre do jeito que é: uma verdadeira dor no traseiro.”

Dean não conseguiu evitar o sorriso. “Ah isso é fácil de ser. Sem problema.” Jim fez uma silenciosa oração para isso. Ele praticamente viu um sinal de que o velho Dean ainda estava lá, mas quase perdido.

“Tenho certeza que consegue.” Ele disse sorrindo. “Então, o que faz sentado aqui sozinho?”

“Ah... eu gosto de ouvir as crianças brincarem.” Dean admitiu quietamente ficando um pouco vermelho com a confissão. “Lembra-me... bem… como a infância deve realmente ser.” Ele diz baixando a cabeça e Jim pôde ver um sinal de dor refletido nos seus olhos verdes.

“Então, o que achou da nossa cidadezinha?” Jim pergunta mudando de assunto, chegando à conclusão que só estava abordando assuntos que deixavam Dean mais triste ainda.

“Ainda não a vi, então não sei.” Dean respondeu casualmente, esticando as pernas. Ele podia sentir a raiva crescendo dentro de si e respirou fundo algumas vezes e olhando feio pra o Pastor.

“Já perguntou à Sam alguma vez?” Jim pergunta sem se importar com a atitude de Dean. Ele até mesmo já esperava por isso. Dean sempre foi um mistério para dele, desde criança sempre exalava uma aura hostil, sempre na defensiva, nunca mostrando um lado mais suave, a não ser que estivesse lidando com o jovem Sam. E achava que ele continuava do mesmo jeito. Dean intrigava Jim e era um quebra-cabeça que um dia ele iria conseguir montar. Até lá, ele estava determinado a ignorar as tentativas de Dean de empurrá-lo para fora de sua vida.

O Pastor sempre amou os dois irmãos como se fossem seus filhos e em várias ocasiões chegou a implorar a John para deixar os garotos viverem com ele, para que assim eles pudessem ter uma infância propriamente dita, mas John sempre se negou e no fim, Jim desistiu, se contentando com o fato de que o amigo os trouxesse várias vezes no ano para visitá-lo. Foram tempos felizes tanto para ele quanto para os meninos, Jim até decorou um dos quartos especialmente para eles, não deixando que ninguém mais o usasse.

“Perguntei a ele o quê?” Dean franziu.

Dean olhou para ele confuso e Jim quase riu da sua expressão facial. “Pra te desenhar.” O Pastor respondeu.

“Jim, se você ainda não percebeu, eu não enxergo. Então desenhar pra mim seria... bom... seria idiota.”

Jim estudou Dean por um tempo. Seus olhos verdes agora pálidos estavam sombrios e sem vida, olhando para ele sem enxergar. Ele admitiu que fosse um pouco desconcertante, mas Jim tirou esses pensamentos da cabeça, este era Dean e ele o amava cego ou não. “Não esse tipo de desenho!” ele disse dando um murro de leve no braço, “Um desenho verbal. Você pode pedir para Sam te descrever a cidade!”

“Pra quê eu faria isso?” Dean resmungou virando o rosto do seu amigo.

“Pra te ajudar a ver a cidade, talvez assim, as coisas não sejam tão escuras e assustadoras.” Jim explicou pacientemente.

Dean girou a cabeça na direção do amigo assustado com a sua percepção e franziu o rosto. “Pode ser, mas eu não tenho medo.” Ele disse como se fosse nada.

“Dean, tudo bem ter medo. Ninguém vai te julgar por isso. Não eu. E definitivamente, não Sam.”

“Mas-”

Jim colocou a mão no joelho do amigo, interrompendo-o, “Sem ‘mas’, então, que tal essa figura?” Dean suspirou e virou o rosto, dando de ombros mais uma vez. “Ok.” Jim exasperou sabendo que Dean nunca pediria a Sam. “Eu farei. Se levanta.” Ele fala se levantando e esfregando sua perna machucada, o ar frio fazia com que parecesse doer mais que o normal. “Minha mão está bem na sua frente.” Jim encorajou sorrindo.

“Jim.” Dean protestou.

“Eu sou teimoso desde antes de você nascer.” Jim continuou ainda com sua mão estendida.

Dean sabia que não ia vencer essa batalha e suspirou estendendo sua mão para pegar a do Pastor que o ajudou a se levantar e ficou atrás de Dean. “Vamos começar por algo fácil. O céu está bem azul hoje e sem nuvens. O sol brilha e seus raios estão fazendo com que tudo brilhe e pareça limpo e pacífico.” Jim fala olhando para o céu.

“Você parece Sammy.” Dean riu com a descrição, mas tentou formar a imagem em sua mente. “Agora me fale da cidade.” Ele disse impaciente.

Jim sorriu encorajado pela reação de Dean. “Ok, atrás de nós tem a escola que Sam ensina.” Dean assentiu. “É um prédio antigo, com largas janelas e tijolos marrons.” Jim girou um pouco Dean. “Próxima à escola, à sua direita, está minha igreja... e parece… bem, parece uma igreja.”

“Você uma negação nisso.” Dean brincou, mas Jim notou que ele tinha fechado os olhos e estava tentando imaginar tudo que ele estava dizendo. Jim riu e virou Dean de novo. “Próxima à igreja, está minha casa, é meio marrom sujo e bege com um alpendre.”

“Precisa de uma pintura, hein?” Dean brincou de novo.

“Provavelmente.” Jim concordou. “Talvez eu te pegue pra me ajudar no fim do ano.”

“Só não me deixa escolher a cor, com esses olhinhos posso acabar pegando um rosa bebê, e até pra um Pastor ia pegar mal.”

Jim riu e deu uma tapa no ombro de Dean. “Na sua frente tem uma vasta área gramada e mais abaixo a estrada que dá na casa de vocês.” Dean assentiu mais uma vez enquanto o Pastor o virava para a esquerda. “Aqui na sua esquerda é o resto da cidade. Tem a longa avenida principal com outras ruazinhas cortando-a e no fim dela tem a torre da cidade que parece... bem... uma torre da cidade.” Ele disse desconcertado.

“Acho que cê tá precisando praticar.”

“Como eu ia dizendo até um garoto mal criado me interromper, as casas e comércios são de cores diferentes. Vários vermelhos, verdes e marrons. Sem rosas bebê, acho que vai gostar de saber disso.”

“Ainda bem.”

“Algumas das casas são de madeira e outras de tijolo. Hmm o que mais... vamos ver... A cidade foi fundada em meados de 1800, tem parques de diversão tanto no verão quanto no inverno, Halloween é como em qualquer outra cidade, e tem o excelente Instituto da Mulher, lá elas fazem uns cookies maravilhosos. Eu já experimentei então eu sei. E temos o nosso prefeito que também é xerife numa cidade vizinha, e agora incluindo você e Sam, a população é de 1442 pessoas.”

“Pronto, agora cê parece o guia turístico da cidade.” Dean fala sem disfarçar o riso.

“Idiota!” Jim fala vendo os olhos verdes de Dean brilharem.

“Modos Pastor!”

Jim ignorou o comentário. “Mas agora pode vê-la? Aqui?” ele pergunta apontando na cabeça de Dean.

Dean fechou os olhos um instante tentando lembrar tudo que o Pastor disse. “Quase tudo.” Ele diz com um sorriso.

Jim decidiu apostar na sorte e tentou ir um pouco mais longe. “Está muito frio aqui fora pra um velho como eu, vamos lá para dentro?”

“Pra dentro onde?” Dean perguntou desconfiado e saindo de perto de Jim.

“Da escola. Hoje é a minha manhã de contar histórias para as crianças e depois nós fazemos desenhos e às vezes até teatrinho.” Ele explicou. “Pra dar um descanso para Srta. Miller e pra ser sincero, eu adoro fazer isso. Me faz sentir jovem de novo.”

“É melhor não...” Dean protestou se afastando mais do Pastor.

“Nós não vamos ver Sam se você quiser.” Jim assegurou. “Ele ensina as crianças mais velhas no fim da escola e o que mais está fazendo?” Ele insistiu pegando o braço de Dean.

“N-nnnãão!” Dean gaguejou em pânico, balançando a cabeça e tentando se soltar. “E-e-eeu n-nnnãão po-posso!” ele fala de novo se afastando e batendo com os joelhos no banco, se desequilibrando.

“Whoa Dean! Calma!” Jim fala segurando-o antes que caísse, já desconfiando qual era o medo de Dean. “Vai ficar tudo bem, você não vai ter nenhuma crise.”

Dean lançou um olhar de raiva para o amigo Pastor. Ele tentou controlar sua respiração, mas o ar frio não estava ajudando. “Assustá-los.” Ele disse enquanto ofegava dando graças que a gagueira tinha parado.

“Você não vai, Dean.” Jim tentou ainda. “Tem mais de um mês que você não teve nenhuma crise. Está tomando as medicações?” Dean assentiu. “Então vai ficar tudo bem e de todo jeito, um velho como eu precisa de reforços lá dentro.” Jim falou sorrindo.

Dean estava com medo, mas sabia que Pastor Jim não ia desistir. Ele respirou fundo e viu que realmente seu amigo estava certo. Ele tinha que encarar os próprios medos, talvez hoje fosse o dia de ele colocar sua vida nos trilhos de novo. “Tá bom.” Ele concordou relutante pegando sua vara branca do banco.

“Muito bem.” Jim disse respirando aliviado. Ele levou Dean para dentro da escola, para o corredor das salas.

“Que tipo de histórias você conta?” Dean perguntou tentando tirar seus medos da cabeça e disfarçar o nervosismo.

“As da Bíblia, claro.” Jim riu. “Mas eu faço com que pareça uma aventura, elas parecem gostar.”

“Espertinho.”

“Um truque antigo. Que tal você contar uma história hoje? Como se fosse um convidado especial?” Jim sabia que estava abusando mais do que devia, mas estava determinado a tentar. “Eu me lembro bem que você contava umas historinhas para Sam quando eram mais novos.”

“Não sei...” Dean disse mordendo o lábio nervoso. “E se eu fizer besteira? Ou ga-gaguejar como um imbecil?”

“Então você pára, respira fundo e começa de novo.” Jim respondeu firmemente. “Confie em mim, Dean, as crianças não vão te julgar. E você precisa se focar no que pode fazer não no que não pode.”

Dean ficou apavorado. Apavorado achando que pudesse gaguejar ou até mesmo ter uma convulsão na frente das crianças. Ele podia sentir o pânico crescendo dentro dele. Ele ia parecer um tolo. Ele se soltou da mão do Pastor. “Eu não preciso dessa porcaria.” Ele disse se virando e saindo em direção a porta com sua vara de um lado para outro naquele corredor desconhecido. Dean só queria escapar se esconder.

“Dean” Jim se apressou atrás do amigo o mais rápido que sua perna permitiu. Ele conseguiu ficar na frente de Dean fazendo-o parar. Sem saber o que fazer, Jim tirou a vara da mão de Dean e escondendo atrás de si. Ele sabia que isso era maldoso, mas com Dean, Jim sabia que tinha que ser cruel para poder ser gentil. Era para o bem dele.

“Isso é golpe baixo!” Dean disse esticando a mão tentando achar sua odiosa vara. “Me dá essa porcaria de volta!” ele resmungou se aproximando de Jim. Ele percebeu que todo o corpo de Dean estava vibrando mal conseguindo controlar a raiva e Jim soube que ele teria que ter cuidado ou levaria um soco e ele não duvidava da mira de Dean.

“Não.” Jim disse firmemente. Dean tentou dar a volta em Jim, mas ele bloqueou sua saída. Derrotado, Dean olhou feio pra ele e ficou trocando o peso do corpo de uma perna para outra impaciente. “Escute-me Dean Winchester e me escute bem,” Jim disse firmemente. Ele teve que morder as bochechas por dentro para não rir da cara de surpresa que Dean fez. “Eu tenho acompanhado você desde criança e se tornou um homem bom, gentil e especial. Um homem que tem a incrível capacidade de amar se conseguir tirar a cabeça de dentro desse traseiro e se deixar fazer isso.”

Dean virou o rosto na tentativa de bloquear as palavras que ele já sabia, no fundo, que eram verdadeiras. Jim não o deixaria ir embora e colocou a mão em seu rosto, virando para ele. “Jim!” protestou com raiva.

“Eu sei que não pode me ver Dean” Jim disse calmamente. “Mas você pode me ouvir. E não há motivo algum que você não possa me encarar.” Dean bufou em irritação, mas continuou com seu rosto virado para o Pastor com uma expressão desafiadora. Jim soltou um riso lembrando de ter visto essa expressão por tantos anos. Ele ofereceu uma oração silenciosa, esperando que estivesse fazendo a coisa certa. “Eu tenho visto você lutar, encarar e matar algumas das coisas mais ferozes e cruéis sem hesitar ou se preocupar com sua própria segurança. E eu tenho visto você se preocupar e proteger Sam sua vida inteira. E mais importante, eu nunca te vi desistir, ou virar as costas em uma briga.” Jim disse batendo no ombro de Dean. “Você pode fazer isso. Sei que pode. E te prometo estar lá.”

“Eu não sei...” Dean diz mordendo o lábio. Ele queria ser teimoso e ficar na sua própria companhia miserável, mas no fundo ele queria se sentir feliz e vivo novamente.

Jim segurou o braço de Dean. “Volte para nós Dean.” Ele disse quietamente. “Eu sinto sua falta. Sam sente sua falta. Queremos nosso Dean de volta.”

Dean fitou na direção do Pastor um tempo, considerando as palavras de seu amigo. As pessoas que ele amava mais que tudo no mundo o queria de volta. Talvez se ele tentasse um pouco essas pessoas o ajudariam a ter sua vida de volta. Ele quase não se deixou acreditar nas palavras, mas decidiu que não deixaria seu amigo, Sam ou ele mesmo decepcionados. Era hora de voltar a viver. Ele deu um breve suspiro. “Eu te odeio às vezes,” Dean sussurrou.

“Eu sei disso.” Jim sorriu sabendo que Dean queria dizer totalmente o oposto.

“Bem... o que você tá fazendo parado aí seu velho? Vamos!” Dean se virou e saiu andando de propósito pelo corredor, com uma mão mal tocando na parede para guiá-lo. “Vamos logo botar esse show pra começar. E trás minha vara com você.”

“Eu criei um monstro.” Jim riu para si mesmo enquanto se apressava para acompanhar Dean.

Uma vez dentro da sala de aula, Pastor Jim ajudou Dean a tirar seu cachecol e casaco os pendurando no segurador. Depois que o apresentou para a professora, Miss Miller, ele o levou para o meio da pequena sala. “Todos menos o Pastor ou Miss Miller, sentam no chão quando é a hora de contar as histórias para as crianças.” Jim sussurrou no ouvido de Dean.

“Eu devia saber que Pastores e professores tinham alguma desculpa.” Dean reclamou de volta, ainda nervoso, mas fez o que lhe foi dito, sentou no chão e cruzou as pernas. “Eu posso fazer isso.” Ele repetiu várias vezes em sua cabeça.

Jim se abaixou e sussurrou novamente no ouvido de Dean, “E lembre-se Dean, essas crianças têm 5-6 anos, então sem palavrões quando estiver contando histórias.” Dean olhou para cima e fez cara para Jim. O Pastor riu e saiu de perto, sentando junto de Miss Miller.

Dean ficou se ajeitando até se sentir confortável. Ele sentiu as crianças à sua volta e o deixou um pouco incerto no que estava fazendo. Ele deduziu que pelo barulho, deveria ter umas quinze crianças no total. Ele percebeu a curiosidade deles e pôde sentir o cheiro de infância delas, cheiro de massa de modelar, doces e desenhos. Seu coração bateu mais rápido em seu peito e ele sorriu o que ele achava que seria um sorriso amigável.

Jim o apresentou para as crianças e disse que ele ia contar uma história. Dean sentiu as crianças voltarem sua atenção para ele. “Eu posso fazer isso.” Ele disse para si mesmo enquanto respirava fundo tentando engolir todo o seu nervosismo e começou a contar uma história que ele um dia contou para Sam quando ele tinha cinco anos, dos dois irmãos ursos e suas aventuras. Sam sempre gostou de suas histórias sobre as aventuras dos irmãos ursos e seu amiguinho fantasma. Dean estava meio sem jeito no começo, um tanto incerto se as crianças iam gostar da história ou não, mas depois se soltou se sentindo confortável contando aquela história e nem percebeu que Jim e Miss Miller tinham saído da sala. As crianças ouviram atentas à Dean, rindo junto com ele quando o urso mais velho fez algo engraçado para irritar o mais novo. Jim voltou para sala na mesma hora que Dean estava terminando de contar sua história. Ele começou a bater palma e depois as crianças se juntaram a ele. Dean ficou extremamente tímido e ficou fitando as mãos, embaraçado.

Quando terminaram de bater palmas, Jim ficou em frente às crianças. “Agora crianças me escutem com atenção. Dean é cego, então ele não pode ver vocês. Então acho que seria uma boa idéia antes de Dean voltar para casa, vocês disserem seus nomes para ele e tocá-lo gentilmente. Nós não queremos machucá-lo não é?” As crianças riram e Dean mandou um olhar feio para o Pastor. Jim sorriu e apontou para um garoto de cabelos escuros. “Você começa Edward.”

Cada criança se levantou do chão, fazendo fila na frente de Dean. Os meninos disseram seus nomes em voz alta e solenemente apertaram a mão de Dean. As garotas timidamente pegavam em sua mão sussurrando seus nomes em seu ouvido. Dean sorriu para cada criança e tentou decorar seus perfumes e vozes. A última garota, com vestidinho de pregas vermelhas foi até ele lentamente. Ao invés de oferecer sua mão ela jogou seus braços em volta do pescoço dele. “Meu nome é Elise e eu acho que você é muito muito corajoso.” Ela disse dando um beijo na bochecha de Dean.

“Obrigado, Elise.” Dean gaguejou surpreso com a garotinha e ficando vermelho.

“Agora crianças, peguem seus papéis e lápis de cor. Eu voltarei em um minuto.” Jim instruiu. Ele voltou sua atenção para Dean e o ajudou a se levantar e colocou seu casaco e cachecol. “Se divertiu?” ele perguntou levando Dean à porta.

Dean sorriu deliciado, “Sim, me diverti. São ótimas crianças. E não pareceram se importar com o fato de eu não poder enxergá-las.” Ele murmurou.

Jim deu tapinhas gentis em seu braço. “Eu descobri que crianças tendem a ser bons julgadores de caráter. Aprendi que para as crianças o que importa é isso,” ele diz colocando a mão no coração de Dean. “E você tem um bom, Dean Winchester. Eles sentiram isso.”

“Obrigado. Obrigado por trazer eu e meu ser miserável pra cá.” Ele sorriu, pela primeira vez em dois meses e Jim percebeu o brilho em seus olhos verdes. Ele teve esperanças, com todo seu coração, que Dean estava brigando contra a escuridão, tentando voltar para as pessoas que o amavam.

“Pra que servem os amigos?” Jim respondeu. “Agora eu tenho que voltar para aqueles monstrinhos antes que eles destruam o local ou pintem as paredes de vermelho. Acha que consegue ir para casa em segurança?”

“Sim,” Dean respondeu. “Tenho minha vara de segurança.” Ele disse levantando a vara branca. Ele nunca se sentia tão feliz antes, e pedir ajuda não tinha sido difícil. Agora era a vez de Sam, se Dean conseguir manter sua coragem por mais um pouco. Mas Dean estava determinado. Ele ia conseguir.

“Eu ligo hoje à noite.” Jim prometeu.

Dean não resistiu e falou perto do ouvido de Jim, sorrindo traquinamente. “Eu acho que Miss Miller tem uma queda por você,”

Jim deu um passo para trás, assustado e ficou extremamente vermelho, e ficou feliz que Dean não pudesse ver. “Saia daqui! Antes que te bote nos meus joelhos!” ele disse dando uma tapinha no braço de Dean.

Dean riu e foi andando até a saída, “Você fica vermelho que nem Sam. Como uma menininha!” ele falou alto.

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Comentários

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Maravilhoso vc só não pode como deve kkkk adoreii

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Deve postar logo, posta logo,posta logo,posta logoooo, ai eu to curioso , e olha q eu sou inquieto, eu quero a contoinuação rsrs, to aguardando aq . Xau

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Posta logo outra parte! Eu to morrendo de curiosidade pra ver o Dean se declarando pro San! **

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Amando cada vez mais o seu conto! Ñ para ñ! :D

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deixa esse idiota pra la e continua o conto e me faz um favor manda o email desse idiota pra eu encher a caixa dele do que ele merece rsrsrs manda um beijo para orafa e diz que estou com saudades de conversar com ele.

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vc não é nem louco de não continuar. esse conto é muito legal. to adorando

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Com raiva de um carinha que fica me mandando parar o conto, Tentativas frustradas... Fica mandando mensagens por imail do Rafa, para ele me aconselhar pois o conto é muito ruim e tudo mais e o Rafa fica puta e etcs, mas fora essa besteira, sim, ele está bem!

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