Olá pessoal, como estão? Antes de continuar o conto, gostaria de agradecer sinceramente por todos os votos e elogios que recebi nesse curto espaço de tempo. Isso me deixa mais animado ainda para continuar com esse relato, espero que continuem votando e principalmente gostando.
Logo uma aglomeração começou a se formar em torno do carro e do rapaz que eu havia atropelado.
- Mil desculpas, você surgiu do nada, não te vi ... você está machucado? – perguntei abaixando-me próximo do garoto que já se sentava no chão.
- Como não me viu? Você não percebeu que esta numa rua movimentada? Deveria prestar mais atenção nas pessoas que estão circulando por aqui! – mesmo abalado com acidente, ele se mostrava bem genioso e me respondia com um certo tom de raiva na voz.
- Mas eu estou prestando atenção sim ... e outra, até onde pude perceber não existe nenhuma faixa de pedestre aqui, ou seja, você que deveria estar atravessando no lugar errado – respondi já me preocupando menos com o bem estar dele.
- Não minta! – gritou com mais raiva no olhar ainda – você estava aos beijos com aquela moça – apontando para Verônica, que ainda estava dentro do carro.
- Você conseguiu ver até o que eu estava fazendo dentro do meu carro, que por sinal tem os vidros levemente escurecidos, mas não conseguiu evitar o acidente? Isso é a prova de que a culpa não é minha e sim, sua! Queria o que, morrer?! – falei com certo tom de ironia na voz.
Parece que minha ultima frase doeu mais nele, do que o próprio impacto com o veículo e percebi seus olhos começarem a lacrimejar.
- Enfim, vamos levantar desse chão e ir para a calçada, olha só o trânsito que estamos causando – tentei contornar a situação depois de perceber a tristeza em seu olhar após a frase que disse – Apoia no meu ombro e vamos sentar ali na calçada.
Abaixei mais perto dele, dando meu ombro para que ele segurasse, porém vi que ele estava com certa dificuldade e um pequeno ferimento na perna, provavelmente causado no impacto com o para-choque dianteiro do carro.
- Aí! – gritou ele ao tentar apoiar a perna no chão – Está doendo, mal consigo apoiar no chão.
- Mas é fraquinho mesmo! – disse isso me levantando, com um sorriso tentando brincar um pouco com a situação, tirando minha jaqueta e jogando sobre o capô do veículo – Vem aqui!
Abaixei novamente no chão e tive uma atitude, que não sei por que, surpreendeu as outras pessoas que estavam em volta ... peguei o rapaz no colo e fui até a calçada, aproveitei para pedir a Verônica que estacionasse meu carro mais próximo a calçada para que liberasse o trânsito.
Só com ele no colo, pude notar o quanto ele era atraente: jovem, aparentava ter não mais que 20 anos (descobri depois que sua idade era 18 anos), estatura mediana (1.70), era magrinho não pesando mais que 60 quilos, os olhos castanhos claros, cobertos pela franja do cabelo preto, mostrava certa tristeza e uma carência que não sabia explicar direito.
- Pois é, estou com você no colo e nem sei seu nome ainda – falei a ele em tom brincalhão, enquanto me caminhava para a calçada.
- Verdade ... me chamo Érick, e você? – disse ele, com o rosto bem próximo ao meu, onde por alguns instantes me passou certas coisas pela cabeça – Viu como é distraído? – retrucou ao perceber minha distração, mas agora com ele mesmo, que já me fazia sentir algo diferente, ainda não explicável.
- Desculpa, estava com o pensamento longe. Prazer Érick, me chamo Giancarlo – respondi olhando diretamente em seus olhos, que pude perceber uma certa vergonha.
Ao colocar ele na calçada, pude notar onde estávamos. Era uma casa noturna GLS, de onde provavelmente ele deveria estar saindo. Perguntei para ele se havia se machucado mais, que iria chamar uma ambulância para leva-lo ao médico.
- Não precisa, machuquei de leve, logo melhoro – respondeu apoiado na parede da casa noturna.
- Mas tem de tratar esse machucado, não pode ficar assim – estava preocupado com ele, mesmo percebendo que o machucado era superficial, mas queria cuidar daquilo, ou melhor, queria cuidar dele.
- É sério, não precisa e ainda tenho de esperar alguém que esta lá dentro, eu acho – ao terminar a frase, ele começou a chorar com muita intensidade, não entendia o porquê, tentava acalmá-lo, mas era em vão, até que ele desmaiou.