Oi meu povo!!! Sou o Edu, era Rafa antes, mas decidi botar o nome certo e fodam-se os chineses, eles nos dominarão em breve mesmo... Então a mudança é essa, o que era rafa virou edu rsrs... boa leitura, ah, votem e comentem... abração negada!
– “Bem mais bonito assim?? Que porra é essa? Eu to ficando maluco, só pode ser!! Como é que eu posso achar esse morcego bonito? Se bem que ele tá bem bonitinho com esse cabelo” – Aquilo me agoniava e logo fui pensar em outra coisa.
Ele não tinha me visto e eu afundei a cara em um livro qualquer que tinha na bolsa, mas não prestava atenção em nada, só nos movimentos dele. Como o ônibus estava cheio ele veio andando pra frente e ficou em pé perto de onde eu estava sentado. Ele ainda não tinha me visto, ou estava fingindo que não tinha me visto, eu foquei todas as minhas forças no livro e tentei ao máximo ignorar ele. Depois que uns minutos tentando ler a mesma linha sem viajar pela minha mente, eu levantei o olhar e o peguei olhando fixamente pra mim. Assim que levantei os olhos ele desviou o olhar, dava pra ver que estava sem graça, pois estava com as bochechas rosadas
- “tá com a bochechinha rosa de vergonha, esse babaca de merda” – voltava pro livro – “ porque essa porra tá me olhando? Vai ficar me desafiando, tá brincando com fogo” – que ódio que eu estava sentindo dele, uma raiva incontrolável.
O ônibus foi esvaziando e ele foi se aproximando mais. Várias vezes eu o peguei olhando pra mim, mas sempre que meus olhos encontravam os dele, ele desviava o rosto e fingia que estava olhando pra outro lugar. Quando a mulher que estava do meu lado levantou eu não acreditei que ele sentou do meu lado. Estava pedindo a Deus pra ele não fazer isso, mas o babaca fez.
- Oi. – ele falou.
- O que foi Morcego?
- Calma cara, só falei oi.
- Quero saber por que você está me encarando? To bonito?
- Não, na-nada, só não estava te reconhecendo e fiquei com vergonha de falar e não ser você, eu faço muito isso...
- Além de cara de morcego é burro ainda! Eu sempre achei que os babacões assim como você fosse inteligente. – ele ficava mais vermelho ainda.
- Desculpa.
- Tá se desculpando pelo que?? Por ser burro? Pede desculpa pra sua mãe cara, ela que deve chorar toda a noite... imagina só, esperar 9 meses pra sair isso!!
- Hum... tenho que descer!
- Tá pedindo minha autorização?
- Não, não, é que tenho que ir pro curso.
- Tá aqui ainda por falta de adeus?
- Tchau – ele levantou triste pra caramba, mas eu estava pouco me lixando. Desceu no seu ponto, mas como o sinal estava fechado o ônibus permaneceu parado. Não resisti:
- Morcego! – ele só olhou pra trás. – Pelo menos o cabelo ficou bom! Ta com cara de homem agora.
Ele sorriu e passou a mão no cabelo. Não sei porque mas adorei ver ele sorrindo, senti mais prazer no seu sorriso do que na sua cara triste... “puta que pariu!! O que está acontecendo comigo?” Era o que se passava pela minha cabeça enquanto terminava minha viagem até o centro, aquele garoto estava acabando com a minha paz... na mesma hora eu liguei pra minha namorada.
- Oi gostosa.
- oi meu lindo, tava com saudades...
- Nos vimos ontem gata!
- Eu sei, mas já to com saudades ué... num tá com saudades não?
- por isso mesmo liguei, quero você... vai lá pra casa mais tarde, passa a noite comigo!
- Maravilha!
- Bjus gata!
- beijos amor.
- “hoje essa piranha vai ganhar muita pistolada” – pensei sorrindo. ( podre!!)
Sai do curso e fui direto pra faculdade. A aula estava um porre e eu só com minha gatinha na cabeça, minha cueca estourando, eu estava excitado demais, tanto que tive que colocar ele em pé, pra fora da calça e coberto pela blusa pra não aparecer o volume. Sai da Rural correndo e fui pra casa, de lá liguei chamando minha linda para nossa festa. Como sei que meu pai detesta gente lá depois das 11, puxei ela pela janela do meu quarto, fechei tudo e ficamos lá. Fui logo tirando a roupa dela e mandando ver. Enquanto eu me satisfazia no corpo dela, aquele sorriso voltou a minha mente. Eu não acreditei naquilo, como poderia, eu pensando naquele filhote de morcego enquanto estava transando com minha namorada... isso era um absurdo. Aquilo me deu uma raiva terrível, assim como tesão incontrolável e eu acabei descontando todo esse ódio e tesão na Cris. Sei que ela só não gritou porque eu tapava a boca dela, senão ela teria acordado a casa toda, a parada foi frenética. Foi uma noite estranha, mas incrível.
Acordei pensando nele... que inferno! Eu queria entender qual macumba ele fez para me atormentar assim. Eu não queria nem olhar pra cara dele, mas ela vinha na minha mente o tempo todo. Enquanto via minha namorada dormir lembrei das vezes em que a gente se cruzou e só de uma coisa eu me lembrava, o olhar... que olho era aquele cara!! Um olho cinza, penetrante, marcante, que junto ao cabelo preto, o piercing no nariz e a boca vermelhinha deixavam ele lindo.
- “LINDO!?... impossível eu ter pensado isso” – minha cabeça era uma confusão só – “ ele não é lindo, é só um moleque, um nerd do caralho, uma praga na minha vida, que era lindo mesmo e com o cabelo cortado ficou mais bonito ainda”. – Eu poderia mentir pra todo mundo menos pra mim mesmo.
Passei aquele dia todo mau pra caramba, triste de verdade, jogado na merda por estar sendo traído pelos meus próprios olhos, meu próprio cérebro que insistia em formar aquelas imagens dele na minha mente. De noite eu sai com uns amigos meus e fomos pra uma boate, só me lembro que compramos uma garrafa de tequila e eu a bebi toda sozinho praticamente, virava no gargalo, fiz a garrafa de mamadeira. Acordei na enfermaria da boate, com uma garrafa de soro e outra de glicose na veia. Meus amigos falavam que eu chorava demais e quanto mais chorava mais eu bebia, tentaram me fazer parar, mas quando conseguiram tirar a garrafa de mim eu já estava desmaiando. Passei o domingo na merda, deitado e com a maior ressaca da minha vida.
E pra piorar de noite, assim que eu acordei, ouvi aquelas vozes tão familiares, eram eles. Voltei a deitar e tentar abstrair a vontade de passar por eles e implicar com o Bruno. Mas a vontade foi mais forte que eu. Levantei e já ia saindo, mas ao passar pelo espelho senti uma vontade louca de me arrumar:
- “porque to me arrumando??”
Eu arrumei o cabelo, tirei a camisa, coloquei uma bermuda justa que marcava meus músculos e fui até lá. Eles estavam na varanda, sentados em roda e conversando, rindo mais do que hienas. Passei por eles e o Bruno que antes estava rindo, agora tinha ficado sério e me olhava fixamente, olho no olho como se me quisesse dizer alguma coisa. Estufei o peito e disse ao passar por eles.
- Boa noite.
- Boa noite – falaram em coro. Ao passar pelo Bruno não resisti em não esbarrar nele, fazendo-o pender para o lado.
- Eduardo, não começa! Não sei que implicância é essa com o Bruno! – falou minha irmã, já tomando as dores do rapaz.
- Estou te incomodando morcego?
- Não, não, mas se não esbarrasse em mim eu agradeceria.
- Simples docinho, não fica no meu caminho. – Os outros me olhavam com certa raiva, mas eu pisquei pra eles que caíram na gargalhada.
Fui para a rua e resolvi fazer um agrado para aqueles garotos, comprei um garrafão de vinho e levei pra casa com uma pizza. Quando voltei eles estavam no mesmo lugar, falando de Naruto! - “conversa de retardado”- pensei.
- Posso me sentar aqui com vocês? – todo mundo olhou pra minha cara com espanto.
- Claro cara! Sem problema. – falou o Yuri.
- Trouxe uma pizza, vocês estão afim?
- Não cara, que isso! Pow, comprou pra você, relaxa!
- Eu estou oferecendo a porra da pizza, não vão querer comer?! – falei firmando mais a voz.
- Já que insiste... – minha irmã só me olhava com certa raiva no olhar. Abri o garrafão e enchi uma caneca pra mim. Eles continuaram a falar sobre mangá e anime.
- Vocês jogam videogame? – perguntei. Sentei propositalmente do lado do Bruno, mas ele se mantinha em silêncio.
- claro cara, quais você joga?
- To jogando agora Jogos mortais, mas tá difícil de passar da terceira fase.
- Pow, você tem que descobrir o enigma.
- Ahh sim... e residence evil? Aquela pedra que eles jogam, como eu passo dela? – eles me dava dicas. – podemos marcar um dia pra jogarmos, que vocês acham?
- pow, legal! Mas ninguém vence o morcego ai!
- Para de me chamar assim!
- Não gosta que eu te chame de morcego? – perguntei.
- Não. – e falei mais baixo perto do ouvido dele.
- Você acha que eu vou parar?
- Não.
- Então é melhor você parar de se importar, não é?
- Que seja!
- Gosta de vinho?
- Gosto. – Peguei um copo e dei pra ele.
- Pow, só ele ganha?
- Você são morcegos?
- Não...
- Então, só o morceguinho ganha. – ele sorriu... aquele sorriso filho da puta!! – Quer dizer que você é ótimo em video game?!
- É o que dizem.
- Quero ver me ganhar no futebol.
- Não sei jogar...
- falo no videogame cara...
- Hum... não jogo muito, não gosto de futebol.
- Bem sua cara mesmo... morceguinho é bom com as asas e não é bom com as pernas. – ele corou.
Fiquei ouvindo a conversa deles e vi que eram infantis mesmo, umas brincadeirinhas idiotas e conversa sobre desenho animado. Então fiquei conversando mais com o Bruno.
- me responde uma coisa?
- O que?
- Você tem medo de mim?
- Não.
- Tem certeza?
- Absoluta...
- É que você fica meio estranho perto de mim.
- Claro, você só me humilha. – Tive que sorrir – E ainda acha bonito...
- Não que eu ache bonito, só acho que você só faz merda e tem o dom de me irritar.
- Eu te irrito como?
- Cara, respirando você está errado!
- Nossa! Depois dessa quero mais vinho...
- Olha só! Tu é muito abusado! Eu te ofereci por educação e você já vem todo se querendo!
- Desculpa.
- E também ficar se desculpando de tudo... aff que coisa chata!
- Pow o que você quer que eu faça? Tudo que eu faço irrita você! Não sei como alguém tão insignificante como eu mexo tanto com você... – aquele olhar...
Ao contrário dos outros olhares, aquele parecia ter uma pergunta escondida assim como um sorriso velado. Talvez só eu enxergasse isso, mas conseguia ver que tinha algo diferente no modo como ele me olhava, tive um lampejo, uma ideia maluca de que ele estaria afim de mim.
- Só acho você patético, só isso!! – falei levantando e entrando. Ao olhar novamente pra ele, estava sorrindo.
Porque fui sentar do lado dele?? Reparei tanta coisa... primeiro, seus olhos eram como o dia nublado, cinza profundo, me assustava, mas me passava confiança. Segundo, era sua voz, era rouca e tranquila, sua voz era grossa na tonalidade certa para se ouvir. Mesmo tímido dava pra ver que ele tinha atitude, era decidido... Passei horas pensando nele... em como ele era... como era mais maduro que os outros, aquilo me deixava maluco de verdade.
Obrigado pelos comentários e os votos, to adorando esse retorno... luiz-boladao1@hotmail.com e eduardocastilhoedu@hotmail.com
ABRAÇOS A TODOS E TODAS